Pais entram com representação no MP por suposta venda casada do Colégio São Paulo, em Salvador
Por Redação
Pais de alunos do Colégio São Paulo, localizado no bairro do Itaigara, em Salvador, estão denunciando a imposição da compra de materiais escolares da plataforma Poliedro, que, segundo eles, restringe o acesso ao conteúdo online sem a aquisição do material. Além disso, os responsáveis questionam os altos valores cobrados e a falta de transparência na precificação dos itens.
Em um grupo na plataforma de mensagens WhatsApp, com mais de 200 pais, eles afirmam que o colégio estaria condicionando o uso do material físico à aquisição da versão digital, sem oferecer alternativas aos alunos. A plataforma Poliedro, segundo os denunciantes, exige a compra do material novo para liberar o acesso ao conteúdo online.
Em entrevista ao Bahia Notícias, uma denunciante disse que a escola não proíbe a utilização de livros usados, porém aqueles que não adquirem o material novo não conseguem realizar as atividades passadas em sala de aula. “O colégio não está impedindo os alunos de estudar com os livros usados, porém temos recebido muitos relatos de alunos do ensino médio de que a escola está pressionando a adquirir o material novo, dizendo que muitas atividades serão feitas nessa plataforma”, afirmou uma das mães.
Outro problema relatado é que, no ano de 2024, alguns livros sequer foram utilizados ou tiveram pouco aproveitamento em sala de aula. “Todo ano é essa pressão e a plataforma nunca é usada. Esse ano, diante da baixa adesão à compra dos livros novos, cancelaram todos os outros aplicativos usados anteriormente como forma de nos pressionar a adquirir a plataforma e ainda como venda casada”, disse outro responsável.
Segundo os denunciantes, há uma insatisfação com o preço do material escolar também, que para eles é excessivamente alto e a escola não apresenta justificativas claras para o valor praticado ou detalha os custos de cada item.
COMPRA ANUAL E LEI MUNICIPAL
Os pais afirmam ainda que os livros não podem ser reaproveitados entre irmãos ou amigos, pois a plataforma altera anualmente o conteúdo físico e digital, obrigando novas compras. Segundo a denúncia feita por eles, essa prática desrespeita a Lei Municipal n.º 9.713/2023, que prevê a obrigatoriedade da manutenção de materiais didáticos por no mínimo três anos.
O Colégio São Paulo negou qualquer prática de venda casada na escola. De acordo com a nota enviada ao Bahia Notícias, todas as informações sobre o regulamento escolar, a metodologia de ensino e os materiais utilizados são amplamente disponibilizadas aos responsáveis no ato da matrícula.
O colégio afirmou ainda que inclui não apenas materiais didáticos, mas também plataformas digitais e recursos pedagógicos essenciais para a proposta educacional da escola.
Veja nota na íntegra:
O Colégio São Paulo reforça seu compromisso com a transparência e o cumprimento integral das normas dos órgãos reguladores de ensino e defesa do consumidor. Esclarecemos que não há qualquer prática de venda casada na instituição.
Desde o ato da matrícula, todas as informações sobre o regulamento escolar, a metodologia de ensino e os materiais utilizados são amplamente disponibilizadas aos responsáveis. O sistema educacional adotado pelo Colégio São Paulo inclui não apenas materiais didáticos, mas também plataformas digitais e recursos pedagógicos essenciais para a proposta educacional da escola.
Reiteramos nosso compromisso com a ética, a excelência acadêmica e o bem-estar de nossa comunidade escolar, permanecendo à disposição para quaisquer esclarecimentos.