Foto Divulgação - Pinterest
O Silêncio Ensurdecedor da Câmara de Vereadores de Jeremoabo sobre o Sumiço dos Ripões e Mourões do Parque de Exposição
Em Jeremoabo, uma questão permanece envolta em mistério e silêncio: o destino dos ripões e mourões que pertenciam ao Parque de Exposição da cidade. É inaceitável que, até hoje, os vereadores, tanto da situação quanto da oposição, não tenham oferecido sequer uma explicação aos contribuintes sobre o sumiço desses materiais. Esse episódio parece ser tratado com descaso, uma postura que reflete um desrespeito ao cidadão jeremoabense e um desprezo pelos princípios básicos de transparência e prestação de contas.
O silêncio dos vereadores sugere uma cumplicidade implícita com a falta de responsabilidade e transparência. Qualquer gestor público deveria compreender que, ao ser eleito, assume o compromisso de fiscalizar o patrimônio público e zelar por sua integridade. A omissão dos vereadores nesse caso sugere que algo muito mais profundo está sendo acobertado. O contribuinte de Jeremoabo merece respostas e esclarecimentos — não apenas pela questão material envolvida, mas pelo princípio de respeito ao bem público.
A Responsabilidade dos Vereadores e a Lei de Improbidade Administrativa
Vale ressaltar que a Lei de Improbidade Administrativa traz um recado claro: os crimes cometidos contra o patrimônio público são imprescritíveis, ou seja, o tempo não exime os responsáveis pela sua reparação. A decisão do Supremo Tribunal Federal reforça essa imprescritibilidade para ações de ressarcimento ao erário motivadas por atos dolosos de improbidade administrativa, evidenciando que as ações de quem intencionalmente prejudica a administração pública podem ser cobradas a qualquer momento.
O papel de vereador vai muito além de discursos políticos. Eles devem ser os primeiros a levantar a voz e exigir providências quando o patrimônio público está em risco. No entanto, ao longo dos anos, os vereadores de Jeremoabo mantiveram um silêncio que deixa a população em um limbo de indignação e desconfiança.
A Impunidade: Porta para Novos Desmandos?
A omissão da Câmara de Vereadores nesse episódio também levanta a questão da impunidade como um fator permissivo para novos desmandos. Se a Câmara, como instituição, não é capaz de garantir a transparência e a responsabilização por atos lesivos ao erário, ela se torna cúmplice de um sistema de impunidade que alimenta a corrupção. Em última análise, os cidadãos acabam pagando duas vezes: pelo custo direto do patrimônio perdido e pelo dano indireto da desconfiança institucional.
A Urgência de Prestação de Contas
Em uma época em que a transparência é não apenas uma obrigação moral, mas uma exigência legal, a Câmara de Vereadores de Jeremoabo precisa se posicionar. Chegou o momento de os vereadores demonstrarem respeito ao voto e ao contribuinte, que é a base do sustento do município. Ficar em silêncio diante desse crime é abdicar de seu papel como representantes do povo e protetores do patrimônio público.
A questão não se resolverá sozinha e não desaparecerá com o fim dos mandatos. A cada dia que passa sem uma explicação, o mistério dos ripões e mourões se transforma em um símbolo da podridão escondida nos bastidores do poder em Jeremoabo. Que não se engane quem acredita que o tempo será suficiente para apagar a memória deste episódio.