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terça-feira, janeiro 09, 2024

No Brasil, a maioria dos partidos políticos tem vida curta e acabam sendo extintos

Publicado em 9 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

Charge do meio-dia: “novos partidos políticos” | Liberdade! Liberdade!

Charge do Jorge Braga (Charge Online)

Roberto Nascimento

É curiosa essa briga entre petistas pela sucessão do presidente Lula lá adiante, em 2030, porque na próxima eleição, em 2026, o criador do PT já é o candidato do partido, nem se discute a possibilidade contrária. Em 2026, se estiver bem de saúde aos 81 anos, o candidato chama-se Lula da Silva.

A disputa antecipada entre a deputada Gleisi Hoffmann e o ministro Fernando Haddad é até bizantina, porque aqui no Brasil os partidos acabam morrendo, se extinguem ao longo do tempo.

O fim das legendas começa justamente pela aposentadoria e morte dos seus líderes, com as guerras internas que então causam o progressivo enfraquecimento,

UDN E PTB – A UDN sucumbiu com a cassação de Carlos Lacerda decretada pelo general Castelo Branco. Depois, houve a extinção dos partidos, com a criação de Arena (governista) e MDB (meio governista).

Com a redemocratização, alguns velhos partidos foram recriados, como o PTB, linha auxiliar de Getúlio Vargas, cujo processo de extinção começou a entrega da legenda para uma sobrinha de Vargas, a deputada Ivete Vargas, numa conspiração do general Golbery do Couto e Silva, Chefe da Casa Civil do general presidente Ernesto Geisel, com o objetivo, de impedir que Leonel Brizola, recém-chegado do exílio, fosse o presidente do PTB.

Brizola criou então o PDT, de orientação trabalhista, condenando o PTB, a linha auxiliar da Ditadura Militar. Hoje, o PTB, não existe mais, o último coveiro do PTB, Roberto Jeferson, acabou de enterrar o partido de Vargas, por falta de eleitores.

ARENA E MDB – O partido ARENA (Aliança Renovadora Nacional), sustentáculo da ditadura, “morreu” em 1985, com o fim do regime militar. O MDB, Partido de oposição a Ditadura, entre aspas, foi perdendo capilaridade aos poucos.

Mudou o nome, transformando-se em PMDB e recentemente voltou a ser MDB, entretanto, em se tratando de uma frente com várias tendências ideológicas, caminha para o cadafalso.

O DEM, oriundo do Partido da Frente Liberal, sucessor da ARENA, para não morrer, se uniu ao PSL (Partido, que deu a sigla para Bolsonaro disputar a eleição de 2018). Com a briga entre Luciano Bivar e Bolsonaro, pelo controle do PSL, o Mito saiu do Partido e levou a maioria de seus deputados fiéis para o PL, comandado pelo cacique paulista, Valdemar da Costa Neto.

UNIÃO BRASIL – Em busca da sobrevivência, Bivar se uniu ao DEM, de Antônio Carlos Magalhães Neto e criaram o atual União Brasil, um saco de gatos gordos e amorfos, sem nenhuma cor partidária. Aos poucos, vão morrer na praia, se transformando em nanicos, sem expressão política.

O MDB, se enfraquece a cada eleição. Antes da democratização e até após a Constituição de 1988, era um partido nacional fortíssimo. Mas seus principais líderes foram morrendo, principalmente o Senhor Diretas, Ulysses Guimarães, e a ausência de líderes vêm desidratando o MDB, que se transformou em um partido do Norte e Nordeste. Aos poucos, caminha para a vala comum de um partido do passado.

PP (Partido Popular) sobrevive graças aos caciques, Arthur Lira, presidente da Câmara e deputado por Alagoas, e Ciro Nogueira, senador pelo Piauí e ex-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro.

PL DE BOLSONARO – O PL abriga o clã e apoiadores de Jair Bolsonaro, da extrema direita, e os conservadores do Centrão comandado pelo seu presidente Valdemar da Costa Neto. Com o tempo, o PL vai se tornar pequeno para abrigar dois caciques com sede de poder total, Bolsonaro e Costa Neto. Tudo vai depende da eleição de 2026. A explosão dos titãs está próxima. Divididos estarão perdidos.

O PSDB, Partido fundado por Mario Covas, Franco Montoro e Fernando Henrique Cardoso, saído de uma costela do MDB, com a morte de Covas e Montoro e a aposentadoria de Fernando Henrique, o Partido tucano, está próximo do fim. Hoje é nanico, sem expressão.

Houve uma luta ferrenha dentro do Partido, comandada pelo ex-governador João Doria, mestre na arte de dividir e trair seus companheiros. Doria brigou com o cacique mineiro Aécio Neves e com o governador gaúcho Eduardo Leite. O governador Rodrigo Garcia, que assumiu por nove meses, com a saída de Dória para disputar a presidência, se aliou ao Bolsonarismo, na eleição de 2022, e acabou de destruir o PSDB em São Paulo, sua base principal. Os tucanos já morreram e não sabem.

OUTROS PARTIDOS – O PT vem perdendo força, desde o Mensalão, e reduziu suas bancadas no Parlamento, nas eleições de 2018 e agora em 2022. O último suspiro do PT, é o presidente Lula, o cacique que carrega nas costas  a estrutura pesada do PT, um balaio de gatos, com integrantes do Centro e da Esquerda. Sem Lula, próximo da aposentadoria, o PT tende a cumprir o mesmo destino do PSDB e cair na vala comum dos nanicos.

PDT e PSB, Partidos de Centro Esquerda, se tratam de hospedeiros dos governos petistas. Não conseguem crescer e se encostam na sigla predominante. O fim deles se aproxima, à medida que o PT também cede espaço para os conservadores.

Deixei para o final, a análise do PSD. O Partido do ex- prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vem trabalhando na surdina para se transformar no terceiro maior Partido do Brasil, atrás do PL e do PT. Seu maior quadro é na atualidade, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. É uma exceção à regra e está em crescimento.

Assim, as pessoas morrem e os partidos morrem também. Tudo, um dia acaba.

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