Publicado em 30 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet
Rayssa Motta e Fausto Macedo
Estadão
Ao pedir autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer buscas em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), a Polícia Federal (PF) afirmou que ele fez parte do “núcleo político” do grupo que teria se instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PF chama os investigados de “organização criminosa” e vê indícios de espionagem ilegal e aparelhamento dos sistemas de inteligência.
DEPOIMENTO – O vereador ainda não se manifestou e prestou depoimento nesta terça-feira. A Polícia Federal apreendeu computadores e o celular dele nesta segunda-feira, 29, na fase mais recente da investigação.
Carlos Bolsonaro foi arrastado para o inquérito depois que a PF encontrou conversas entre uma assessora dele e uma auxiliar do então diretor da Abin, Alexandre Ramagem, sobre inquéritos de interesse da família Bolsonaro. A servidora diz que precisa “muito de uma ajuda”, informa o número das investigações e acrescenta que elas envolveriam o “PR (presidente da República) e 3 filhos”.
A conversa foi descoberta a partir da quebra do sigilo telefônico e de mensagem de Ramagem na Operação Vigilância Aproximada. Segundo a Polícia Federal, o ex-diretor da Abin teria “incentivado e acobertado” o suposto esquema de arapongagem.
ACESSO DIRETO – Para a PF, as mensagens entre a assessora de Carlos Bolsonaro e a auxiliar de Ramagem confirmam que aliados de Bolsonaro tinham acesso direito ao ex-diretor da Abin e usavam o canal para conseguir informações sigilosas e sobre “ações não totalmente esclarecidas”.
A Polícia Federal acredita que o aparato da Abin tenha sido usado para monitorar políticos de oposição ao governo do ex-presidente e para auxiliar a defesa de filhos de Bolsonaro em investigações criminais.
Outra suspeita levantada a partir do material apreendido nas fases anteriores da investigação é a de que a Abin pode ter usado indevidamente outras ferramentas de espionagem além do software First Mile, que permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. O uso do programa foi o ponto de partida do inquérito.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sinceramente, na política as pessoas perdem o senso do ridículo. A Polícia Federal, o procurador Gonet e o ministro Moraes estão fazendo as ilações mais absurdas. Agora, já se fala que a agência também teria sido usada para atacar as urnas e tentar associar ministros do Supremo à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Daqui a pouco vão associar a Abin à morte de Marielle Franco, ao desaparecimento de Dana de Teffé e ao sequestro do Carlinhos. Dá vontade de rir. (C.N.)