Publicado em 11 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet
José Casado
Veja
Há meses, Lula mantém o Partido dos Trabalhadores e aliados no Congresso entretidos em conversas sobre o futuro do Ministério da Justiça. O desfecho está previsto para esta semana com a saída de Flavio Dino. que toma posse no Supremo Tribunal Federal em fevereiro.
Está certo que Dino seja substituído por Ricardo Lewandovsky, ex-presidente do STF.
MAIORIA DE OITO – Assim, forma-se a maioria de oito no plenário de onze juízes do Supremo indicados em governos petistas — quatro por Lula e quatro por Dilma. E a presença de Lewandovsky na Justiça completaria “a blindagem” jurídica do Planalto, na maledicência da oposição.
Tudo legítimo, mas e a (in)segurança pública? Gastaram-se meses na discussão sobre a sucessão ministerial, e quase nada se sabe sobre o rumo do governo Lula no serviço básico de lei e ordem num país onde a vida vale cada vez menos no faroeste cotidiano, que deixa rastro de meia centena de milhares de mortes violentas a cada virada no calendário, informam os anuários do crime.
A crítica à insegurança pública tem sido unanimidade nas pesquisas de opinião pública.
EM TODO O PAÍS – O Rio é o retrato cosmopolita da anarquia nesse serviço público, mas não é caso isolado, como se constata no avanço das máfias policiais e do tráfico nas cidades com mais de 50 mil eleitores.
A Amazônia, por exemplo, se destaca com uma dúzia de municípios listados entre os vinte recordistas nacionais em mortes violentas.
Nos dois primeiros governos, Lula conseguiu driblar o problema, sempre remetendo-o à responsabilidade dos Estados e Municípios. Treze anos depois, o mundo é outro e a equação política mudou: a insegurança pública é um problema nacional, inescapável para qualquer governo. É pauta certa nas disputas municipais deste ano, e tende a se tornar tema central na campanha presidencial de 2026.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Um adendo ao excelente artigo de José Casado. Fica cada vez mais claro que Lula é um tremendo embromador. O último ministro da Justiça que tentou mudar as coisas, com penas mais rigorosas e modernização carcerária, foi Sérgio Moro, mas feriu interesses das classes dominantes e tornou-se o inimigo público nº 1, na visão do PT. (C.N.)