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quinta-feira, outubro 26, 2023

Presidente de comissão da Câmara quer votar a “cura gay” até o final deste ano…


Deputado Pastor Sargento Isidório - Série "Nomes novos do novo Congresso" -  Orlando Brito - Os Divergentes

Deputado Sargento Isidório é contra o exame de prostata

Danielle Brant
Folha

Depois de aprovar projeto que proíbe casamento homoafetivo e de tentar votar um texto que barra o aborto legal, Comissão de Previdência e Família da Câmara dos Deputados quer votar até o fim do ano a suposta “cura gay”, que não tem base científica.

“Eu tenho o poder de pautar. Mas eu pauto em acordo com todo mundo”, afirma o presidente do colegiado, Fernando Rodolfo (PL-PE). “Se tiver esse tempo eu vou pautar. Porque eu acho que todo projeto tem que ser votado. Se é para aprovar ou para rejeitar, tem que ser votado”, acrescenta.

PROJETO EVANGÉLICO – O projeto é de 2016 e foi protocolado pelo então deputado Ezequiel Teixeira (RJ), que é pastor evangélico.

Conforme o texto, fica facultado ao profissional de saúde mental “atender e aplicar terapias e tratamentos científicos ao paciente diagnosticado com os transtornos psicológicos da orientação sexual egodistônica, transtorno da maturação sexual, transtorno do relacionamento sexual e transtorno do desenvolvimento sexual, visando auxiliar a mudança da orientação sexual, deixando o paciente de ser homossexual para ser heterossexual, desde que corresponda ao seu desejo.”

O projeto indica ainda que o profissional que adotar essas terapias não poderá ser punido por órgãos de classe.

TIPO DOENÇA – A suposta cura gay é condenada por tratar orientação sexual como uma doença. Em 1990, a OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou o “homossexualismo” (o sufixo “ismo” refere-se a doença na medicina) da lista oficial de distúrbios mentais.

Deputados de esquerda já se mobilizam para tentar barrar o projeto. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou texto para “equiparar as ações e métodos que objetivam a conversão da orientação sexual e da identidade de gênero ao crime de tortura”.

O deputado Pastor Eurico, que relatou e proibiu a união homoafetiva, já manifestou interesse em dar o parecer dessa proposta.

Em junho, a OPL disse à Folha que a empresa de Lira Filho recebe 15% dos valores líquidos negociados com as agências do governo. “Porcentagem padrão para todos os nossos representantes pelo Brasil”, segundo a empresa representada pelo filho do presidente da Câmara.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Há controvérsias!, diria o ator Francisco Milani. O assunto já foi discutido na Assembleia do Rio, e os deputados chegaram à conclusão de que não há cura gay, porque “garrafa que levou querosene não perde o cheiro jamais”. Na Câmara Federal, o deputado Sargento Isidório (Avante-BA) tem outras prioridades. Ele ficou famoso porque pretende proibir o exame de próstata, a pretexto de que o toque do dedo do médico seria “doloroso demais”. E vida que segue, diria João Saldanha. (C.N.)


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