m 26 out, 2023 4:00
Blog Cláudio Nunes: a serviço da verdade e da justiça
“O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.
Quando na ultima sexta-feira, 20, este pequeno espaço defendeu a transformação da Banca do Careca – localizada ao lado da Catedral Metropolitana de Aracaju – em Patrimônio Cultural de Aracaju tinha, a certeza que a história daquele espaço é digna de ser perpetuada para sempre. Lá, não foi apenas uma banca de Gervásio dos Santos, o Careca, mas um espaço que deu voz e liberdade a centenas de sergipanos, não só durante o período da ditadura militar, mas após a redemocratização, a banca foi palco de debates e ações culturais.
E, por isso, o blog continuará ajudando nesta luta pelo reconhecimento da Banca do Careca como Patrimônio Cultural de Aracaju. Um espaço onde as pessoas se reuniam com um só objetivo: uma sociedade justa e igualitária.
Alguns ações realizadas na Banca do Careca em diversos momentos, através fotos históricas, resgatadas por Max Prejuízo, neto do Careca, que foram enviadas por amigos que fazem parte desta história:
Primeira banca de revistas que realizou no Brasil, em pleno espaço aberto (parte da rua foi fechada), um debate sobre a crise no Oriente Médio na década de 90 (fotos acima).
Música na Banca do Careca, show da dupla inesquecível Sena e Sergival (foto acima).
Debate com a participação do professor e jurista Cézar Britto (foto acima).
Acima cartaz do ano de 1996 do “Espaço Cultural Gervásio Santos – O Careca” com exposição sobre o golpe de 64, com debates, shows, teatro, filmes, poesias, lançamentos de livros, jornais e cds. No cartaz o corpo do estudante secundarista Edson Luiz morto pela polícia que invadiu o restaurante Calabouço no Rio de Janeiro em março de 1968, que resultou na chamada Passeata dos Cem Mil na Avenida Rio Branco (RJ), onde os estudantes resgataram o corpo de Edson e levaram na passeata até as escadarias na Assembleia Legislativa onde foi velado.
Poesia com o magistral Nino Karva (foto acima).
E o camarada Gervásio dos Santos, o Careca, na banca ao lado de familiares (foto acima). O blog volta a lembrar: transformar a Banca do Careca em Patrimônio Cultural de Aracaju, não é um ato de homenagear apenas um cidadão que foi preso, perseguido e perdeu o emprego no regime militar. É fazer Justiça com uma geração de cidadãos que disseram não ao Regime Militar e, alguns deles, foram mortos e torturados. É fazer Justiça com as outras gerações que também tiveram na Banca do Careca o espaço para debate e, principalmente, para formação política.
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