Por Merval Pereira (foto)
O presidente Jair Bolsonaro diz que não é contra a democracia, mas ataca individualmente os ministros, quando não ataca a instituição em si.
Agora afirmou que os ministros Barroso, Fachin e Alexandre de Moraes infernizam o país. Na verdade, é ele que inferniza o país, não dá um dia de trégua.
Não temos um dia de paz aqui desde que assumiu. É a maneira dele atuar politicamente, tentando criar problemas com as instituições, estabelecendo a cizânia.
E é cansativo nesta tentativa permanente de subverter a ordem; ele é o próprio subversivo, porque não respeita nada, só pensa no que interessa a ele, a reeleição.
Ontem, numa solenidade no TST, numa plateia formada pela classe jurídica aconteceu uma situação emblemática, com uma salva de palmas prolongada quando o nome do ministro Alexandre de Moraes foi anunciado, e o único que não aplaudiu foi Bolsonaro - apesar de ter cumprimentado o ministro na chegada.
Foi indicativo significativo de solidariedade do judiciário ao ministro, de afirmação de que a justiça está acima de qualquer poder e não pode ser contestada.
O Globo