O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), o espanhol Josep Borrell, chegou à Ucrânia nesta terça-feira (4) para uma visita de apoio em um contexto de tensões com a vizinha Rússia.
"Diante do aumento militar da Rússia, estou aqui para mostrar o apoio da UE à soberania e integridade territorial da Ucrânia", disse Borrell em sua conta no Twitter.
As tensões aumentaram nos últimos meses devido à convicção dos países ocidentais de que a Rússia pode estar planejando uma invasão em grande escala da Ucrânia, depois de concentrar cerca de 100 mil soldados em sua fronteira comum.
A Rússia nega qualquer intenção militar e denuncia "provocações" da Otan naquela região.
Borrell, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, viajará primeiro para o leste do país, onde separatistas pró-russos estão em guerra com Kiev desde 2014.
Será a primeira visita de um chefe da diplomacia europeia à linha de frente desde o início da guerra. O conflito, que eclodiu após a anexação da Crimeia pela Rússia, deixou mais de 13.000 mortos.
O chefe da diplomacia europeia viajará em seguida para a capital Kiev para se encontrar com outras autoridades ucranianas.
Esta viagem "ressalta o forte apoio da UE à soberania e integridade territorial da Ucrânia em um momento em que o país enfrenta uma concentração militar e ações híbridas da Rússia", declarou a Comissão Europeia na segunda-feira.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que a visita "visa confirmar o apoio da UE em um momento de ações agressivas da Rússia".
Os esforços diplomáticos para tentar encontrar uma solução para a crise ucraniana se intensificaram nas últimas semanas. No final de dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo americano, Joe Biden, conversaram sobre o tema.
Nos dias 9 e 10 de janeiro, a Rússia e os Estados Unidos realizarão outras negociações em Genebra, na Suíça. Logo depois, no dia 12 de janeiro, membros da Otan discutirão o assunto com a Rússia e, no dia seguinte, haverá mais um encontro entre representantes de Moscou e da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).
AFP / Estado de Minas