Gabriel Palma
G1 / TV Globo
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse nesta quinta-feira, dia 4, na abertura da sessão da Corte eleitoral, que muitas das mortes por Covid-19 no país eram evitáveis e que é legítimo o “sentimento de abandono Brasil afora”.
Barroso disse ainda que o país passa por um momento de desvalorização da vida. O ministro lembrou o recorde negativo de 1.840 mortes registradas em 24h na quarta-feira, dia 3. O Brasil passa pelo pior momento desde que a pandemia começou, no início de 2020.
RECORDES NEGATIVOS – “Nós tivemos na data de ontem [quarta-feira] 1.840 mortos pela Covid-19 no Brasil. Nós estamos batendo recordes negativos. Algumas dessas mortes eram, como em toda parte do mundo, inevitáveis, mas, muitas, evitáveis. Nós estamos, infelizmente, vivendo um momento de desvalorização da vida, em que pessoas nos deixam e passam a ser tratadas puramente como números. É muito triste o que está acontecendo no Brasil, e é legitimo o sentimento de abandono que as pessoas têm pelo Brasil afora”.
A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.332. A variação foi de 29% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença. Já são 42 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil; 7 dias acima de 1,1 mil; e, pelo quarto dia, a marca aparece acima de 1,2 mil. Foram cinco recordes seguidos de sábado até aqui.
RISCO – Diversos estados enfrentam escassez de vagas em UTIs, correndo o risco de ver o sistema de saúde entrar em colapso. Em meio à crise sanitária, governos estaduais e o governo federal não conseguem se entender sobre uma estratégia comum para combater a pandemia.
O presidente Jair Bolsonaro é contrário às medidas de restrição de mobilidade, que foram intensificadas por diversos governadores nos últimos dias para conter o avanço da doença.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O Brasil tem que lutar contra a pandemia e precisa diariamente aturar um mandatário negacionista que contribui de tudo quanto é forma para que os números cresçam ainda mais, ignorando a importância da vacinação e promovendo aglomerações, além de incentivar que as pessoas não usem máscaras e vivam normalmente de acordo com a sua necropolítica e a fantasiosa realidade genocida sob a qual impera. Além disso, é estarrecedora a irresponsabilidade de outras milhares de pessoas, inclusive jovens, que vão contra as ações necessárias e acham mais importante promover festas e se divertirem do que prevenir inclusive os seus familiares. Os médicos já não suportam mais a sobrecarga de trabalho, os hospitais não dão conta, mas muita gente não está nem aí, desvalorizando a própria vida e a dos demais. É surpreendente ver que nem uma pandemia está sendo capaz de ressignificar valores. (Marcelo Copelli)