Antonio Carlos Rocha
Nosso texto tem como base uma obra do professor de filosofia Leon Denis (1846-1927), “Socialismo e Espiritismo”, que algumas editoras brasileiras já publicaram em diversas traduções, o que prova o interesse dos espiritistas e espiritualistas no assunto.
O filósofo francês Leon Denis adverte, desde o início, para os desvios que surgiram no Pensamento Socialista, bem próximo à mensagem de Cristo e que não tem nada a ver com as práticas autoritárias que vimos no decorrer do século XX.
MAIS FRATERNIDADE – Urge então, fazermos uma releitura desses maravilhosos ensinamentos no sentido de almejarmos uma sociedade melhor, mais fraterna e solidária. Claro vão dizer que é pura utopia, que a teoria na prática é outra, mas estamos refletindo com base no Espiritualismo, a mensagem que nos fala ao interior do ser humano e que lança mão das propostas dos grandes mestres da humanidade.
Pensador espírita, amigo de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo; Denis andou por toda a Europa “realizando estudos e conferências espíritas e espiritualistas” falando de sua proposta de unir o social ao interior.
UM NOVO TEMPO – Foi considerado o “Apóstolo do Espiritismo” e por que não dizermos, o anunciador de um novo tempo para o Socialismo Democrático, que evita egoísmos, vaidades, arrogâncias e visa servir ao bem comum, à Natureza e ao Ecossistema.
O Socialismo de Leon vem de Platão. Em 1982, o deputado federal Freitas Nobre (PMDB-SP), espirita de carteirinha, no prefácio ao livro em questão, afirmou que o sábio ateniense não só “aplicou o método psicológico para explicar o surgimento do Estado, em razão das necessidades do homem, como advertiu dos riscos com a multiplicação dessas necessidades. Aí é que, nascendo o comércio e surgindo o dinheiro, o homem acostumou-se ao excesso e ao luxo e, com estes, adveio a ganância, complicando a estrutura primitiva do Estado. Em consequência, a pobreza e a riqueza teriam que conviver, guerreando-se através dos tempos”.
DOIS ESTADOS RIVAIS – Lembra Platão que nessa altura a paz interior desaparece e “até o menor Estado se divide em duas partes distintas: o Estado dos pobres e o dos ricos que se digladiam”.
Léon Denis começa o seu livro assim: “Espiritismo e Socialismo estão unidos por laços estreitos, visto que um oferece ao outro o que lhe falta a mais, isto é, o elemento de sabedoria, de justiça, de ponderação, as altas verdades e o nobre ideal…”. Ou seja, o caminho do meio passa pela “compreensão” que falava Buda, entre pobres e ricos.
O assunto é importantíssimo e vamos voltar a ele, aqui na Tribuna da Internet