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quinta-feira, agosto 06, 2020

Ministério Público já pegou Flávio Bolsonaro e Queiroz em muitas contradições


Flávio Bolsonaro defende Queiroz e diz que caso só ganhou ...
Queiroz e Flávio têm um encontro marcado com a carceragem
Juliana Dal Piva e Bernardo MelloO Globo
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) admitiu em entrevista exclusiva ao GLOBO publicada nesta quarta-feira que seu ex-assessor Fabrício Queiroz pagava suas contas pessoais. Segundo ele, a origem dos recursos é lícita, sem relação com os possíveis desvios investigados em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). No entanto, no pedido de prisão preventiva de Queiroz, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) apontou indícios de que o dinheiro utilizado pelo ex-assessor para pagar despesas de Flávio e de sua mulher, Fernanda Antunes, “não proveio das fontes lícitas de renda do casal”. Esta foi a primeira vez que Flávio admitiu pagamentos feitos por seu ex-assessor.
Segundo o MP-RJ, Queiroz  pode ter sido o responsável por até R$ 286,6 mil em pagamentos e transferências em espécie para cobrir despesas do então deputado estadual e de sua mulher. Os valores se referem a repasses em 2011 e, principalmente, a pagamentos de mensalidades escolares e do plano de saúde da família de Flávio, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2018. O senador nega irregularidades.
MAIS CONTRADIÇÕES – Na entrevista, Flávio disse que os repasses para Queiroz pagar seu plano de saúde teriam sido diluídos ao longo de 12 anos. O MP-RJ, no entanto, aponta que esses pagamentos teriam sido feitos durante cinco anos.
— Você acha isso muito dinheiro em 12 anos? Minhas contas são investigadas desde 2007. Se você pegar esse dinheiro, R$ 120 mil, e diluir em 12 anos, vai dar R$ 1.000 por mês. Isso é muito? Não é muito. Qualquer plano familiar baratinho é mais do que isso. Não tem ilegalidade. A origem dos recursos é toda lícita — afirmou o senador.
A partir do cruzamento de dados bancários com imagens de câmeras de segurança de uma agência na própria Alerj, o MP apontou que Queiroz pagou as mensalidades escolares das duas filhas de Flávio e Fernanda no dia 1º de outubro de 2018, no valor total de R$ 6,9 mil. O pagamento foi feito em espécie. Ainda segundo o MP, Flávio e Fernanda não haviam feito nenhum saque nos 15 meses anteriores a este pagamento, “de forma que não haveria lastro financeiro lícito de dinheiro em espécie para efetuar a operação bancária”, segundo os investigadores.
DIZ O MP-RJ – “Portanto, conclui-se que o dinheiro utilizado pelo operador financeiro para pagar as mensalidades da escola das filhas do líder da organização criminosa não proveio das fontes lícitas de renda do casal, mas sim dos recursos em espécie desviados da Alerj e entregues pelos “assessores fantasmas” a Fabrício José Carlos de Queiroz”, diz o MP.
Os promotores investigam outros 114 boletos bancários das escolas das filhas e do plano de saúde da família de Flávio Bolsonaro cujos valores não foram debitados das contas do então deputado nem de sua mulher. O valor total desses boletos chega a R$ 261,6 mil. O MP suspeita que o próprio Queiroz possa ter feito parte ou todos esses pagamentos.
Queiroz foi assessor de Flávio Bolsonaro entre 2007 e 2018. Ele deixou o gabinete em outubro, 15 dias antes do segundo turno da eleição presidencial. Dois meses depois, foi revelado um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontava que Queiroz movimentou em sua conta corrente R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017. O relatório fez parte das investigações da “Operação Furna da Onça”, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.
PÓS-EXONERAÇÃO –  Os dois últimos boletos de Flávio Bolsonaro investigados pelo MP, em novembro e dezembro de 2018, foram pagos depois da exoneração de Queiroz, mas antes que viesse a público o relatório sobre as movimentações financeiras do ex-assessor.
O Ministério Público do Rio identificou ainda que Fernanda Antunes, mulher de Flávio, recebeu ao menos um depósito em espécie de Queiroz, em agosto de 2011, no valor de R$ 25 mil. O ex-assessor precisou se identificar como autor do depósito por conta do valor elevado.
Queiroz e Flávio são investigados por uma suposta prática de “rachadinha” — isto é, a devolução de parte dos salários de funcionários, o que é ilegal — no antigo gabinete do deputado estadual na Alerj. No início de 2019, a investigação do MP apontou que Flávio recebeu, no mesmo dia, 48 depósitos de R$ 2 mil — totalizando R$ 96 mil – em sua conta bancária.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O problema de Flávio é simples – os números não batem, a contabilidade não fecha. Em tradução simultânea, Queiroz administrava a renda das “rachadinhas” como se fosse a cada da Mãe Joana, como se dizia antigamente. Por isso, é tão difícil defender Flávio Bolsonaro, que tem um encontro marcado com a carceragem(C.N.)

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