Leandro Prazeres
O Globo
O Globo
O deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) disse à Justiça de São Paulo que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) entregou um dossiê com o nome de pelo menos mil pessoas identificadas como militantes antifascistas ao governo dos Estados Unidos. A declaração foi dada em resposta a um requerimento do juiz de um processo no qual Garcia foi condenado por danos morais a uma mulher que teve seu nome incluído no suposto dossiê.
“O Requerido nunca fez nenhum protocolo na Procuradoria Geral da República. E o protocolo junto à Embaixada dos Estados Unidos foi feito pelo Dep. Federal Eduardo Bolsonaro, motivo pelo qual não possui comprovantes, devendo ser oficiado seu Gabinete para que o encaminhe”, diz um trecho da manifestação entregue por Douglas Garcia à Justiça paulista no dia 5 de agosto.
ANTIFASCISTAS – O dossiê que teria sido entregue por Eduardo Bolsonaro à Embaixada dos Estados Unidos tinha 56 páginas e reunia o nome de supostos militantes antifascistas. Em suas redes sociais, Garcia associou o grupo a atos terroristas. O dossiê teria os nomes, fotos e informações pessoais de aproximadamente mil pessoas.
Ao longo do processo, Garcia negou ser o autor do dossiê e disse que apenas o encaminhou a autoridades. O juiz da 45ª Vara Cível de São Paulo, Guilherme Ferreira da Cruz, pediu, então, que Douglas Garcia apresentasse cópia dos protocolos referentes à entrega do dossiê. Foi nessa fase que o deputado bolsonarista disse que, na realidade, quem fez a entrega à PGR e à Embaixada dos Estados Unidos teria sido o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O argumento de que Garcia não teria sido o autor do documento não convenceu o magistrado, que condenou o parlamentar a pagar R$ 20 mil à autora da ação. Na avaliação do juiz, Garcia “catalisou e sistematizou” o dossiê e que a elaboração desse tipo de material não seria apropriada ao “exercício normal e regular do mandato legislativo”.
PRUDÊNCIA – Para o juiz, um parlamentar deveria “se mostrar à sociedade (em especial àqueles que o elegeram) prudente e equilibrado”. O dossiê responsável pela condenação de Garcia não é o mesmo elaborado pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), revelado por reportagem do portal Uol.
Na tarde desta segunda-feira, dia 10, Garcia publicou um vídeo que ele diz ter sido feito há dois meses no qual anunciava que iria entregar o dossiê à Embaixada dos Estados Unidos. No vídeo, ele afirma que o ofício para remeter o material teria a assinatura do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro respondeu à postagem dizendo que apoiava Douglas Garcia. O Globo não conseguiu localizar o deputado federal Eduardo Bolsonaro para comentar a reportagem.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Diante da revelação feita pelo site Uol, Eduardo recorreu, mais uma vez, às fake e tentou desviar a atenção compartilhando um texto do seu “guru” Olavo de Carvalho, intitulado “França aprova aborto até aos nove meses de gestação”, recheado de links distorcidos e muita desinformação. Na falta de argumentos, não é surpresa alguma. (Marcelo Copelli)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Diante da revelação feita pelo site Uol, Eduardo recorreu, mais uma vez, às fake e tentou desviar a atenção compartilhando um texto do seu “guru” Olavo de Carvalho, intitulado “França aprova aborto até aos nove meses de gestação”, recheado de links distorcidos e muita desinformação. Na falta de argumentos, não é surpresa alguma. (Marcelo Copelli)