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José NêumanneEstadão
A quebra do sigilo da conta bancária do ex-assessor Fabricio Queiroz pelo Ministério Público do Rio de Janeiro desmascarou a desculpa dada pelo presidente Jair Bolsonaro de que o depósito de cheques para a primeira-dama Michelle seria pagamento de empréstimo de R$ 40 mil, feito por ele ao velho amigo.
Em 2019, quando estourou o escândalo do peculato no gabinete do primogênito, Jair Bolsonaro explicou cheques de Queiroz para Michelle como pagamento de empréstimo pessoal, mas a desculpa agora gorou.
COMPROVAÇÃO – A quebra do sigilo bancário de Queiroz, ex-faz-tudo da famiglia Bolsonaro, revelada pela revista Crusoé e pela Folha de S.Paulo, com confirmação de O Globo, levou o MP do Rio a encontrar depósitos dele na conta de Michelle, mulher do presidente Jair Bolsonaro, no valor total de R$ 93 mil, distribuídos em pelo menos 21 cheques dele entre 2011 e 2016 e pelo menos mais quatro cheques datados de 2011 e assinados pela mulher de Queiroz, Márcia Aguiar.
O casal depositante está, como se sabe, em prisão domiciliar com tornozeleiras em casa. O MP considera o atual senador Flávio Bolsonaro, primogênito do capitão, Flávio, como chefe de uma organização criminosa que, em 483 depósitos, praticou peculato (uso de recurso público de forma criminosa em benefício pessoal, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa) em seu gabinete parlamentar, quando era deputado estadual na Assembleia do Rio de Janeiro.
A conexão de Fabricio Queiroz e Jair Bolsonaro, portanto, está mais do que comprovada. E só a verdade nos salvará.