Fernanda Calgaro e
Luiz Felipe Barbiéri
G1
Luiz Felipe Barbiéri
G1
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira, dia 29, que o Brasil não deve se “prostituir” para receber doações para a Amazônia. As queimadas na região já superaram a média histórica para o mês de agosto e têm repercutido internacionalmente. O G7, grupo que reúne as sete principais economias do mundo, chegou a oferecer US$ 20 milhões para o Brasil, mas o presidente Bolsonaro impôs condições. Além disso, o Fundo Amazônia, criado em 2008 para projetos de preservação da floresta, está com a doação de R$ 132 milhões da Noruega suspensa em razão do crescimento do desmatamento na região. A Alemanha, que também ajuda a manter o fundo, suspendeu o repasse de R$ 155 milhões para projetos de proteção da floresta.
“QUEM MANDA” -“A gente vai ficar aceitando fundo de Amazônia e continuar se prostituindo em nome disso? Aqui é o Brasil, aqui quem manda somos nós. Se quiserem continuar depositando, que continuem. Se não quiserem, um abraço. A gente não vai ficar chorando e fazendo tudo o possível atrás desse dinheiro”, disse o parlamentar. Eduardo Bolsonaro ainda comparou a Amazônia a uma mulher ao comentar a ajuda anunciada pelo G7: “A Amazônia, essa mulher tão bonita, o outro cara vai lá, pisca para ela, quer pagar um drink para ela, não posso achar que esse drink está sendo pago de graça, né?”. “A pessoa que fere a nossa soberania, não tem como a gente aceitar o dinheiro de uma pessoa que fere a sua soberania”, acrescentou.
Eduardo deve ser indicado pelo pai para o cargo de embaixador do Brasil em Washington (EUA). A indicação ainda não foi oficializada e, quando for confirmada, será submetida à análise do Senado. Mais cedo, nesta quinta-feira, Bolsonaro afirmou que o filho e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, viajarão aos Estados Unidospara se encontrar com o presidente Donald Trump nesta sexta-feira, dia 30. “A gente vai debater vários assuntos. O presidente Trump é muito aberto, ele é igual ao presidente Jair Bolsonaro, é simples, ele é aberto. Vai conversar, com certeza, o principal é a questão da Amazônia, é o G7, ter um feedback ali da atuação americana”, afirmou Eduardo nesta quinta.
AJUDA DE TRUMP – Na última semana, Trump ofereceu ajuda ao Brasil para combater queimadas na Amazônia, mas as ações ainda não foram detalhadas. Indagado se a ajuda americana poderia ser financeira, Eduardo Bolsonaro respondeu: “Todas as cartas estão sobre a mesa”. Na última terça-feira, o porta-voz do presidente Bolsonaro, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o Brasil até pode aceitar ajuda financeira internacional, desde que fique responsável por gerir os recursos.