Gustavo UribeFolha
Após fazer críticas públicas ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o presidente Jair Bolsonaro disse que serão divulgados novos dados sobre o desmatamento na Amazônia. Segundo ele, a expectativa é de que eles fossem anunciados ainda nesta quarta-feira (31) e sejam mais completos que os dados preliminares de satélites divulgados na metade deste mês.
Com base em imagens de satélites, o órgão federal mostrou que que mais de 1.000 km² de floresta amazônica foram derrubados na primeira quinzena deste mês, aumento de 68% em relação a julho de 2018.
HÁ CONTROVÉRSIAS – As informações são contestadas pelo Palácio do Planalto, para o qual houve uma variação que não condiz com a realidade e que, nas palavras do presidente, atrapalha a imagem do Brasil no exterior.
“Tem um gato aí, alguma coisa aconteceu. E a desconfiança nossa é que os dados [divulgados] são alertas de desmatamento. E alerta não é desmatamento”, disse.
Para ele, ao divulgar um “dado importante como esse”, o diretor do Inpe, Ricardo Galvão, “tem que ter certeza do que está falando”. O presidente ponderou, no entanto, que “ninguém quer censurar ninguém”.
COMÉRCIO EXTERIOR – “Atrapalha a gente nos comércios. Nós temos a questão dos Estados Unidos, da América do Sul e do Japão. Vamos consolidar o Mercosul. Atrapalha a gente”, ressaltou.
Bolsonaro disse que o objetivo não é fazer uma revisão dos dados, mas apresentar informações mais completas. Ele acrescentou que solicitou aos ministros da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que se debruçassem sobre as informações divulgadas.
“Hoje vai ser o dado real. A gente espera hoje é dar o dado real para vocês”, afirmou.
O presidente deu a declaração ao participar de evento de assinatura de concessão de trecho da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, em Goiás. Presente no evento, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que as novas informações vão revelar se as áreas detectadas pelos satélites eram de exploração legal ou ilegal.
DADOS INCOMPLETOS – “O Sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) faz um alerta: apareceu uma clareira. Não quer dizer que esteja ilegal. Depois, tem um outro que é divulgado de tempos em tempo que faz a verificação se essa abertura é sobre área legal ou não”, explicou.
No evento em Anápolis, foi assinado contrato com a empresa Rumo S.A, vencedora de leilão realizado em março e que ficará responsável pelo trecho de Porto Nacional, no Tocantins, a Estrela D’Oeste, em São Paulo. O tramo foi arrematado por R$ 2,7 bilhões para um total de 1.537 km. A companhia poderá atuar por 30 anos e terá de iniciar as operações em 2021.
Em discurso, Bolsonaro disse que a situação financeira do Brasil não está fácil e comparou os chefes de poderes executivos, como governadores e prefeitos, a sapos “respirando com canudo de junco”.
PAÍS DIVIDIDO – “Nós pegamos um país quebrado, economicamente falando. Um país onde a ética e a moral não tinham mais valor. Um país cada vez mais dividido”, afirmou.
O presidente afirmou ainda que nenhum de seus antecessores no Palácio do Planalto teve uma equipe ministerial como a que ele teve, com nomes “capazes, competentes e patriotas”.
Ele voltou a fazer elogios ao presidente da Bolívia, Evo Morales, e disse que sua intenção é ampliar a compra de gás boliviano. “Nós temos gás deles e queremos ampliar isso”, ressaltou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O que Bolsonaro deveria exigir do Inpe é um levantamento das áreas reflorestadas nas propriedades rurais (80% de cada propriedade na Amazônia; 35% no Cerrado e 20% nas outras áreas). Nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, e extensão das áreas reflorestadas desde 2012 é impressionante. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O que Bolsonaro deveria exigir do Inpe é um levantamento das áreas reflorestadas nas propriedades rurais (80% de cada propriedade na Amazônia; 35% no Cerrado e 20% nas outras áreas). Nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, e extensão das áreas reflorestadas desde 2012 é impressionante. (C.N.)