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terça-feira, janeiro 08, 2019

Onyx usava notas fiscais de empresa de amigo para receber verba de gabinete, diz jornal

Responsável pela articulação política, ministro da Casa Civil teria recebido R$ 317 mil

 entre 2009 e 2018

Redação, O Estado de S.Paulo
08 Janeiro 2019 | 09h43

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), usou 80 notas fiscais de uma empresa de consultoria pertencente a um amigo de longa data para receber RS 317 mil em verbas de gabinete da Câmara dos Deputados entre os anos de 2009 e 2018. As informações foram reveladas pelo jornal Zero Hora na manhã desta terça-feira, 8. Entre as 80 notas, 29 foram emitidas em sequência, o que indica que Onyx teria sido o único cliente da firma. 
A empresa chamada Office RS Consultoria Sociedade Simples pertence a Cesar Augusto Ferrão Marques, técnico em contabilidade filiado ao DEM, o partido de Onyx. Marques também trabalhou em campanhas políticas do parlamentar. O jornal informa, ainda, que Marques não tem registro no Conselho Regional de Contabilidade. Ele é o responsável pela contabilidade do DEM no Rio Grande do Sul. 
Onyx Lorenzoni
Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil Foto: Dida Sampaio/Estadão
A empresa está inapta na Receita Federal por omissão de valores ao fisco e tem R$ 117 mil em dívidas tributárias. Entre janeiro de 2013 e agosto de 2018, não recolheu impostos, apesar de ter emitido 41 notas a Onyx. 
Ao jornal Zero Hora, Marques confirmou que trabalha com Onyx há quase 30 anos como consultor tributário. Segundo ele, o ministro não é o seu único cliente. Marques, que tem outra empresa, disse que emite parte das notas fiscais por uma empresa ou por outra devido a questões tributárias. 

O que diz Onyx Lorenzoni 

Em nota oficial, Onyx informou que não há nada irregular. "A empresa sempre prestou os serviços e recebeu por eles, na forma da lei. Trata-se de consultoria tributária - não apenas para projetos meus e sim aconselhamento para todso os projetos em destaque nesta questão", afirmou, dizendo que a empresa faz o acompanhamento da execução do orçamento geral da União para fins de emendas parlamentares. 
"Com relação aos recursos da campanha eleitoral, cabe esclarecer que a empresa prestou serviços para o partido e todos os candidatos". Segundo ele, todas as contas foram aprovadas e há rígido acompanhamento sobre a questão. 


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