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sábado, janeiro 26, 2019

Dos cinco problemas do país, apenas um está sendo combatido de forma adequada


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Santos Cruz está colocando ordem no Palácio do Planalto
Carlos Newton
Aqui na “Tribuna da Internet”, há quem reclame que fazemos oposição demais ao governo Jair Bolsonaro, mas também não falta quem nos acuse de termos sidos cooptados por ele, e isso é muito bom, porque significa que estamos rumo certo, ao criticar o que está errado e elogiar o que está certo.
HÁ ESPERANÇAS – Como sempre acontece toda vez que troca o governo, a gente tem esperança de que as coisas possam melhorar, emerge esse sentimento coletivo, que se fazia presente até mesmo durante a ditadura militar. Mas logo em seguida tudo passa, porque é preciso encarar a realidade.
Como todos sabem, os maiores problemas do país são a dívida pública; o déficit da Previdência Social; o excesso de órgãos públicos e servidores nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal); os privilégios da nomenklatura civil e militar; e a corrupção generalizada. Todos os demais problemas (educação, saúde, emprego, segurança etc.) são meras consequências.
1  – DÍVIDA PÚBLICA – Está ficando fora de controle a dívida pública, mas as autoridades não tocam no assunto, por estar ligado diretamente aos banqueiros, e no Brasil não há nada mais importante do que o interesses das instituições financeiras recordistas em lucratividade no mundo, que desconhecem completamente o significado da palavra crise.
É claro que seria conveniente uma auditoria, com participação de Maria Lucia Fattorelli, considerada uma das maiores especialistas do mundo, que poderia inclusive discutir a questão dos juros compostos, maior entrave ao desenvolvimento nacional. Através da auditoria, o Equador se livrou de 70% da dívida, você sabia?
2 – DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA – Sem auditoria, como discutir a questão previdenciária, que hoje é a maior bandeira dfendida pelos banqueiros? É público e notório que os gerentes das agências bancárias pressionam os clientes de todas as formas para que invistam nos Fundos VGBL e PGBL, a chamada Previdência Privada.  
Enquanto isso, os números da Previdência Social são propositadamente escamoteados, manipulados e desconectados, para justificar a perversidade da reforma, com base da mais realista definição de Estatística. “É a arte de torturar os números até fazer com que eles confessem os fins que pretendemos”. Estranhamente, não há maneira de convencer o governo a fazer uma auditoria.
3 – MÁQUINA INFLADA – Nas últimas décadas os políticos inflaram a máquina administrativa com ministérios e órgãos sem razão de existir. Esta semana, estacionei ao lado de uma luxuosa caminhonete do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, órgão do Ministérios dos Direitos Humanos. O que faz este conselho, para ter sucursais no Rio de Janeiro e em outros estados? Nada, é claro. E na caminhonete está escrito: “Veículo comprado com recursos do Fundo Nacional do Idoso”.
É preciso fazer uma varredura no serviço público e serão descobertas coisas do arco da velha, como se dizia antigamente. O Rio de Janeiro, por exemplo, tem mais de 100 museus e espaços culturais, a grande maioria é bancada pelo erário e vive às moscas.
4 – NOMENKLATURA – Ao mesmo tempo, no ritmo do Martinho da Vila, “devagar, devagarinho”, o capitalismo à brasileira criou uma nomenclatura absurda, com o Supremo a reconhecer direitos adquiridos e os três Poderes a criar penduricalhos salariais, como cartão corporativo, auxílios para moradia, alimentação, educação, creche, transporte, é um nunca-acabar.
Os salários dessa elite funcional são absurdos e fazem inveja a países desenvolvidos. Reina a esculhambação, não há planos de cargos e salários, coronel da PM ganha mais do que general de quatro estrelas, e estamos conversados.
Não dá para consertar esse estrago, sem feris direitos adquiridos que o Supremo mantém. A única coisa a fazer é extinguir os órgãos públicos desnecessários, acabar a farra dos terceirizados e tentar diminuir o número de funcionários públicos, objetivo que nem mesmo a informatização dos seviços conseguiu alcançar, muito pelo contrário.
5 – CORRUPÇÃO – Quanto ao quinto elemento destruidor da nação, na verdade é o único que está sendo combatido, desde que o delegado federal Márcio Anselmo investigou um posto de gasolina em Brasília e deu início à Operação Lava Jato.
Com o ministro Sérgio Moro à frente do combate à corrupção, sabemos que o Ministério da Justiça não medirá esforços. É o homem certo, no lugar certo e no momento certo. E seu exemplo está sendo seguido pelo secretário de Governo, general Santos Cruz, a grande revelação deste governo, que está lutando para reduzir os gastos públicos, começando pela própria Presidência da República.
Infelizmente, porém, está havendo leniência dos responsáveis pela correção da dívida pública, pela redução do déficit previdenciário e pelo fim dos penduricalhos salariais. O ministro Paulo Guedes, conforme todos sabem é altamente comprometido, não merece confiança. O presidente errou ao colocar um banqueiro para tomar conta da economia. 
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P.S. 
– Não há a menor novidade neste artigo. Em tradução simultânea, significa apenas que, se os homens públicos defendessem os interesses públicos, todo o resto se resolveria.
P.S 2 – A Bolsa bateu recorde e subiu para 97,677 pontos. Como diziam os irmãos Barney, especialistas em circo, a cada 30 segundos nasce um otário. E tudo que sobe, um dia cai.  (C.N.)

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