Presidente rebateu procurador-geral Rodrigo Janot
O presidente Michel Temer fez um pronunciamento nesta terça-feira (26), no qual rebateu as acusações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e afirmou que a denúncia contra ele são "ilações". "Nesse momento em que colocamos o país nos trilhos, somos vítimas dessa infâmia de natureza politica", disparou, acrescentando. "Há um atentado contra nosso país."
"Esta ilação permitiria construir a seguinte hipótese: um assessor próximo ao procurador-geral da República, e dou seu nome, porque meu nome foi usado deslavadamente, inúmeras vezes na denúncia, havia até o desejo de ressaltar meu nome, dou o nome de Marcelo Miller, da mais restrita confiança de Procuradoria-Geral da República. Saiu e já foi trabalhar para esta empresa. E ganhou na verdadeiros milhões em poucos meses. O que talvez levaria décadas para poupar. Garantiu ao seu novo patrão um acordo benevolente, que tira seu patrão das garras da Justiça, e gera impunidade nunca antes vista. Ninguém saiu com tanta imunidade, e tudo ratificado, assegurado pelo procurador-geral da República. Pelas novas leis penas da ilação, poderíamos concluir que os milhões de honorários recebidos não seriam para ele", disse, prosseguindo: "Mas tenho responsabilidade, não farei ilações. Tenho a mais absoluta convicção que não posso denunciar sem provas. E no caso do senhor grampeador [referindo-se a Joesley Batista, dono da JBS], o desespero de se safar da cadeia moveu eles e seus capangas para, depois, haver a delação e o prêmio da impunidade."
O presidente prosseguiu destacando que seu esclarecimento era em função da repercussão política da acusação. "É um ataque injurioso, indigno, infamante à minha pessoa. Tive uma vida limpa e produtiva. Nesse momento em que colocamos país nos trilhos, somos vítimas dessa infâmia de natureza política. Fui denunciado por corrupção passiva a esta altura da vida, sem jamais ter recebido valores. Nunca vi dinheiro e não participei de acordos para receber ilícitos. Onde estão as provas concretas de recebimento de valores? Inexistem."
"Me criticaram por ter recebido tarde da noite o Joesley. Recebi naquela oportunidade o maior produtor de carne do Brasil e, quem sabe, do mundo. Conheci o bandido confesso quando ele revelou os crimes cometidos ao Ministério Público, sem nenhuma punição. O produto dessa conversa é uma prova ilícita", afirmou, acrescentando ainda que quando usou a expressão "mantenha isso", no momento em que Joesley falava de seu acordo com o deputado cassado Eduardo Cunha, falava em manter a amizade.
O presidente destacou ainda as medidas ecobômicas que seu governo tem tomado, e disse que esta se pronunciando em defesa da instituição Presidência da República e da sua honra. "Tenho honra de ser o presidente, pelos avanços que meu governo praticou, e não permitirei que me acusem de crimes que nunca cometi. Quero continuar a trabalhar pelo Brasil. Não fugirei das batalhas nem da guerra que temos pela frente. Minha disposição não diminuirá com ataques irresponsáveis", concluiu.