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terça-feira, janeiro 04, 2011

Dona Dilma governará sem oposição. Lula também não teve. No caso dele, por incompetência congênita e adquirida. Em se tratando dela, estratégia rombud

Helio Fernandes

Do ponto de vista jornalístico, nada mais insípido e monótono do que o início de um governo. Não se pode combater o que não foi feito, simplesmente porque não foi a incompetência que prevaleceu e sim o tempo que não passou.

Não se pode elogiar o que não foi feito, embora se saiba que não será feito. Em ambos os casos, o tempo é o senhor da razão, mas essa razão será cronologicamente dissipada a cada dia que se marcar no calendário. Podem até apostar ou acreditar no contrário, na surpresa dos 55 milhões que votaram na presidente.

Votaram por omissão e não por convicção, que palavra pronunciarão agora?

Dois fatos são rigorosamente verdadeiros, e devem ser citados e examinados. Pela primeira vez nos últimos 25 anos, um presidente elege seu sucessor. Com a profundidade de ter escolhido para ficar no seu lugar uma mulher, fato inédito na nossa História. Embora no mundo todo, as mulheres estivessem e estejam em franca ascensão, política e eleitoralmente. E quando digo que “Lula escolheu”, estou ratificando o óbvio.

Dona Dilma não tinha títulos ou credenciais, a não ser a vontade do presidente já reeeleito, que não conseguiu mais algum tempo no Poder, seu grande sonho e obsessão.

A) Sarney chegou ao Poder de forma indireta, 50 por cento pela subserviência à ditadura, os outros 50 por cento, influência do destino inesperado (e sempre inexplicável ou desvendado) que retirou do palco o presidente de verdade,

B) Depois de Sarney ter usado e utilizado todo o período não conquistado por ele, veio Fernando Collor.

C) Não tinha nem tempo para ter construído uma carreira, reputação ou esperança, foi o segundo presidente mais moço da História. (O mais moço foi Nilo Peçanha, que impediu Rui Barbosa de ocupar o Catete. Em 1922 voltou a ser candidato com o movimento “Reação Republicana de Nilo Peçanha”. Derrotado, foi o mais jovem a desacreditar na política e abandonar a vida pública.

D) Não deixaram Collor se firmar ou decepcionar, foi logo derrubado, o primeiro a sofrer o impeachment. (Eleito em português, Collor foi “deseleito” em inglês ou francês, tanto faz).

E) Assumiu Itamar Franco, quem mais conspirou contra Collor, era o vice e herdeiro. Nenhuma surpresa, na História brasileira existem quase tantos vices que assumiram quanto presidentes que concluíram o mandato.

F) Mas Itamar 4 anos depois conhecia a máxima genial do Barão de Itararé: “Quem CONFERE o ferro, com ferro será CONFERIDO”. Surpreendentemente, foi nomeando FHC para vários cargos, até escolhê-lo sucessor.

G) Ingênuo foi Itamar, confiando em FHC para fazer o acordo. Governaria até 1998, e ele, Itamar, voltaria então à Presidência. Além da falta de confiança, a pergunta que não teve resposta em 12 anos; Itamar ganharia de Lula em sua terceira candidatura?

H) FHC não passou o cargo nem a Itamar nem a ninguém. Rasgou a Constituição em uma de suas cláusulas pétreas, “a não reeeleição”. Com muito dinheiro e sem oposição, comprou o seu mensalão-reeeleição”, e ainda queria mais 4 anos.

I) Lançou o primeiro dos peessedebistas massacrados por Lula, não fez o sucessor. Saiu amargurado e ressentido, é até hoje o seu normal e habitual.

J) Foi a primeira vitória de Lula, nada fazia crer que chegaria aos 87 por cento de popularidade de agora. Pelo menos os primeiros quatro anos foram fugazes, não confiáveis nem eternizáveis.

K) Em 2006, candidato de si mesmo, liquidou o peessedebista da vez, Geraldo Alckmin, tão medíocre ou mais do que Serra, se é que isso é possível.

L) No segundo mandato, Lula começou muito mal, com escândalos em cima de escândalos. E o mensalão foi o mais abrangente, mas não o mais grave. Só que inesperadamente, foi de 2007 a 2010 que Lula descobriu que podia ser o “gênio da lâmpada”. E se jogou com toda a força para o futuro.

M) Portanto, referendando o que disse, foi o primeiro desde o fim da ditadura explícita, a fazer o sucessor. Está aí Dona Dilma que não deixa (nem quer) que se iludam com seu mandato.

N) Haja o que houver, explicita ou implicitamente, sem destino e sem genética, mas com a poderosa e invencível realidade, Lula está olhando e se mostrando para todos os anos.

O) Sucessora e patrocinador, tentam mostrar completa e total afinidade. Essa palavra rima com intimidade, mas será que se completam?

P) De qualquer maneira, o capítulo sucessão termina aqui. Passa a ser adivinhação, não gosto disso.

Q) Começa então a convergência ou a participação da oposição no governo Dilma Rousseff. Por que não fizeram nada para envolver ou desgastar o presidente Lula? No período antes do mensalão, e logo depois, Lula estava altamente vulnerável.

R) Incompreensível porque não tentaram qualquer coisa sobre o segundo mandato de Lula. Poderiam até não conseguir derrubá-lo. Mas ele não se consolidaria como o Deus, mas se julga e se imagina.

S) Agora não farão oposição a Dilma, não querem desgastá-la para uma possível sucessão de 2014, querem que Dona Dilma tenha direito ao segundo mandato.

T) Ora, o PSDB não tem ninguém para renovar e muito menos revolucionar, uma forma de sair da rotina de derrotas. Contra Dilma ou Lula, se apresentará novamente Serra ou Alckmin, menos uma sucessão do que uma piada.

***

PS – Dona Dilma já tomou a primeira decisão desastrada e desastrosa: a privatização dos aeroportos.

PS2 – Não teve nem a coragem de assumir, “jogou” para estados e municípios. Com o dinheiro do BNDES? E a oposição?

Helio Fernandes /Tribuna da Imprensa

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