Osvaldo Lyra
Enquanto Luciano Ducci, de Curitiba, e Márcio Lacerda, de Belo Horizonte, lideram o ranking, João é aprovado por apenas 20% dos soteropolitanos. Entre os prefeitos, ele é o que está mais tempo no cargo, com cinco anos e oito meses. É considerado regular por 39% da população e outros 39% o consideram ruim ou péssimo.
A análise dos dados talvez sirva, ou deveria servir, para que o prefeito da capital faça uma avaliação detalhada sobre a própria gestão. Na eleição passada, ele chegou ao pleito com índices recordes de rejeição. Conseguiu reverter. A população lhe deu nova chance. No entanto, com a nova amostragem do Datafolha, fica o sinal de alerta e o recado das ruas de que os soteropolitanos não aprovam a atual gestão.
Talvez fosse a hora de o prefeito analisar friamente qual ou quais são os “calcanhares-de-aquiles” do seu governo. Quem são os secretários que estão ou não funcionando? Seria a hora de trocá-los, mexendo na estrutura do primeiro escalão?
O fato concreto é que João precisa se posicionar mais claramente e dar uma resposta à sociedade.
Até porque, sua administração não pode ser feita apenas por ações imateriais, a exemplo do choque de ordem, que pretende mudar hábitos históricos dos baianos, inclusive, o xixi nas ruas. Sobre esse tema, ponto positivo para ele. Mas, efetivamente, o que as pessoas querem é a solução para os problemas que enfrentam no dia a dia da cidade. Querem obras. Querem intervenções, melhorias.
E a saúde, vai bem? Há rumores de uma greve branca nos postos de saúde, provocada pelos trabalhadores terceirizados da área de higienização. E o transporte de massa? O trânsito é um Deus nos acuda! É preciso saber como ficará o cidadão no meio do caos em que está se transformando Salvador.
O problema existe e exige uma resposta clara e direta de quem cuida da terceira maior cidade do país, sob o risco de ver uma população - que chega à casa dos três milhões - impossibilitada de trafegar pelas ruas e avenidas da própria cidade (independentemente do dia, da hora ou do local, isso já acontece).