Evandro Matos
Antes, o presidente se desloca de helicóptero para Feira de Santana, onde, às 16h30, inaugura o Hospital da Criança. Depois, Lula retorna para a capital, onde assina convênios no Palácio Rio Branco.
Em seguida, participa do ato político na Praça do Povo, ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, de Wagner e dos integrantes da chapa majoritária petista, Otto Alencar (vice) e Walter Pinheiro e Lídice da Mata (Senado).
O detalhe é que nem em Feira foi reservado um espaço na agenda presidencial para estar com o também aliado Geddel. Esta será a primeira visita que Lula faz à Bahia, durante o seu segundo mandato, sem que seja recebido pelo ex-ministro peemedebista.
Geddel nega ter se queixado a Temer
Ontem, depois de cumprir mais um ato de campanha, o candidato Geddel Vieira Lima disse que encarava com naturalidade a vinda do presidente Lula para participar de um comício do concorrente Jaques Wagner. No entanto, ele admitiu ter ficado “surpreso” com a decisão. “Sou um político que não gosto de esconder as minhas posições. É claro que a vinda de Lula foi uma surpresa. Vou aguardar o comício e depois avaliar”, comentou.
Em seguida, Geddel elogiou o presidente, agradeceu a oportunidade dada a ele no Ministério da Integração Nacional e ponderou que Lula tinha o direito de fazer as suas escolhas. “Não tenho o que dizer do presidente Lula, que me deu a oportunidade de assumir um ministério do seu governo. Não muda nada na minha estratégia (de campanha).
O presidente já reconheceu com elogios a minha participação no ministério e isso ninguém tira de mim. Respeito o direito dele de ter as suas preferências”, frisou. Indagado se também faria um convite para Dilma e Lula participarem de algum ato de sua campanha, Geddel respondeu que ainda não havia pensado no assunto.
“Não pensei nisso ainda. No próximo mês vou convidar a ministra Dilma. Vou ver qual será a posição do presidente. Ele seria bem-vindo, mas já manifestou a sua preferência, que eu compreendo. A vida é como ela é”, filosofou.
Independentemente dessas colocações, a presença do presidente e da candidata petista no comício de Wagner incomoda o staff da campanha peemedebista. Não bastassem as declarações explícitas que Lula vem fazendo no horário eleitoral em favor do candidato do PT, agora é um gesto presencial, e em grande estilo. Segundo a Folha de S. Paulo, Geddel teria se queixado ao vice na chapa de Dilma, Michel Temer, sobre a presença de Lula nos estados com palanque duplo.
“Não me queixei de nada a ninguém. Foi conversado por outras lideranças do PMDB, mas não como queixa”, colocou. “Se tivesse que fazer queixa, faria publicamente e não subterraneamente”, reforçou.
Contrariado ou não, na agenda de Geddel hoje constam eventos durante todo o dia, mas em nenhum momento ele estará com Lula ou Dilma. A agenda começa às 10h, com uma caminhada em Salvador. Às 20h, no horário do comício, o peemedebista participa de uma carreata em Cruz das Almas, a cerca de 110 km da capital. (EM).
Fonte: Tribuna da Bahia