Lílian Machado
Há várias semanas, o deputado Álvaro Gomes (PCdoB), autor da matéria, apelava nas sessões em Plenário para que os parlamentares apreciassem a proposta.
Ontem mais uma vez, durante a sessão ordinária, ele apresentou um requerimento para votação, que ocorreu logo em seguida. O projeto seguiu a tramitação “natural” da Casa, tendo passado pelas Comissões de Constituição e Justiça; Defesa do Consumidor e Orçamento e Finanças. A votação em primeiro turno ocorreu no dia 1º de junho deste ano. “Hoje tivemos uma vitória sobre uma bandeira pela qual lutamos há muitos anos.
Fé em parecer favorável do governador
Contudo, para o deputado comunista, mesmo após a vitória de ontem, a luta pelo reconhecimento da lei deve prosseguir, já que há discussões sobre a possível constitucionalidade do projeto e o secretário Estadual da Fazenda, Carlos Martins, teria manifestado preocupação com a queda de arrecadação do Estado. Segundo o comandante da pasta, haveria impacto no fim da cobrança das contas estaduais.
“Mas tenho discutido isso com o governo e até pedi sua sanção de presente ao governador, que disse que iria analisar”, amenizou Álvaro Gomes, lembrando a conversa que teve com Wagner, antes de seu aniversário no inicio do mês passado. “Além de justo, é constitucional e nós não podemos abrir mão”, acrescentou em tom de apelo o parlamentar.
Caso o governador dê uma assinatura favorável ao projeto, a lei entra em vigor em poucos dias. Na possibilidade de veto, a proposição retorna à Casa, onde os deputados podem votar ou pela manutenção da recusa ou pela promulgação. Se o chefe do Executivo estadual não sancionar, nem tão pouco vetar, o projeto retorna ao Legislativo e a lei é automaticamente promulgada.
Deputados que influenciaram as bancadas na apreciação do projeto ontem, a exemplo dos deputados Elmar Nascimento (PR), Júnior Magalhães (DEM) e Leur Lomanto Jr. (PMDB), ressaltaram a necessidade de a lei ser promulgada. “É uma lei de extrema importância para os cidadãos baianos, que agora poderão usufruir do serviço sem precisar pagar essa tarifa abusiva”, enfatizou o líder do PMDB. (LM)
Empresários discordam
O projeto sofre questionamentos das empresas, que alegam a queda na arrecadação e a ausência de competência da Justiça baiana em deliberar sobre as telecomunicações no país.
“A única pergunta que se poderia fazer é se a cobrança da tarifa-assinatura se constitui numa relação de consumo. O Supremo Tribunal Federal tem duas razões contrárias. Um é a perda de receita que eu contesto, pois o que vai deixar de se pagar com a tarifa vai se gastar com outras necessidades geradoras de impostos.
E a outra é que é inconstitucional, por estar ligado à telecomunicação, o que também contesto, pois estou legislando pela relação de consumo. E esse último quesito cabe ao Estado fazer a lei ”, justificou o deputado Álvaro Gomes. Segundo ele, o artigo 24 da Constituição Federal, no inciso 5º deixa claro que: relações de consumo são competências concorrentes do Estado e da União. (LM)
Fonte: Tribuna da Bahia