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terça-feira, abril 20, 2010

A semana enforcada como Tiradentes

Carlos Chagas

Amanhã, 21 de abril, dia de Tiradentes, Tancredo e Brasília. Feriado Nacional, caindo numa quarta-feira. O país inteiro trabalhou ontem e trabalha hoje. Assim como na quinta e na sexta-feira. Justifica-se que Câmara e Senado cruzem os braços? Nem sessões deliberativas nem trabalho nas comissões técnicas. Ausência maciça de deputados e senadores na capital federal. Depois dizem que é má vontade, mas qual o trabalhador que por conta da quarta-feira sem trabalho pode enforcar a semana inteira?

Nem Tiradentes, nem Tancredo, sequer Juscelino Kubitschek, que inaugurou Brasília, concordariam com o absurdo da paralisação dos trabalhos legislativos. E nem se diga que Suas Excelências, em maioria, estarão cuidando dos respectivos eleitorados, em seus estados.

O palácio do Congresso só não estará vazio em função das festas realizadas no gramado fronteiriço. Bandas, cantores e artistas se apresentarão, mesmo empanadas as comemorações pela lambança praticada pelos políticos locais. O metrô circulará de graça, no feriado. Mil barraquinhas já estão montadas para atender à população. É bom festejar num país assim tão rico.

Se a nuvem chegar aqui

A nuvem já chegou ao Canadá, enquanto cobre a Europa quase inteira. Se os ventos continuarem soprando, logo estará sobre os Estados Unidos. Com um pouquinho de falta de sorte, avançará pela linha do equador a dentro. Poluindo a atmosfera sobre o território brasileiro, juntar-se-á e será suplantada pela fumaça das queimadas que com freqüência torna opacos os céus da Amazônia.

Vamos imaginar que o tal vulcão lá da Islândia continue vomitando lava, cinzas, partículas de rocha incandescente e demais produtos saídos da profundeza do planeta.

Cobrindo Brasília, ninguém notará. A sujeira que nos assola tornou os habitantes da capital federal imunes ao mau-cheiro e aos detritos podres provenientes da ação de governantes e parlamentares locais.

Chegando ao Rio, jamais irá superar a aura de horror que invadiu morros, favelas e periferia com a escuridão da improbidade administrativa. Em São Paulo, não causará mais confusão do que as enchentes rotineiras, especializadas em atormentar os paulistanos. Sequer em Porto Alegre criará temores inusitados, acostumados que estão os gaúchos à transformação do Guaíba em fossa permanente.

Em suma, se for preciso desmoralizar a nuvem vulcânica, nada melhor do que vê-la chegando ao Brasil…

Desígnios misteriosos

Muita gente pergunta porque Marina Silva insiste em sua candidatura quando, acima e além das pesquisas eleitorais, permanece no ar a evidência de sua derrota. A partir de 1945, quando não postos na ilegalidade, os comunistas insistiam em lançar candidatos à presidência da República. Os integralistas também. Explicavam estar promovendo uma espécie de contagem para saber quantos filiados e simpatizantes poderiam apoiá-los, caso tentassem tomar o poder pela força.

Estará acontecendo o mesmo com os ambientalistas? Marina troca uma reeleição tranquila para o Senado, pelo Acre. Talvez até sua escolha para governadora do estado. Mas para a presidência da República, de jeito nenhum, não obstante suas excelentes intenções.

Sacrifício? Disposição para queimar na fogueira? Esperança num milagre que não acontecerá? Vaidade não será, ela foi poupada desse sentimento desde que chegou a Brasília e, depois, ao ocupar o ministério do Meio Ambiente. Fica a dúvida no ar, para felicidade de José Serra, porque se Marina não fosse candidata, seus votos iriam em grande maioria para Dilma Rousseff…

Brincando com coisa séria

Faltam menos de dois meses para o início da Copa do Mundo e não há sinal de organização do selecionado brasileiro. Perguntar qual o time que entrará em campo parece um sacrilégio, apenas o Dunga terá uns trinta craques na cabeça, para escolher onze. O que chama a atenção, no entanto, é o descaso das autoridades esportivas para a preparação da equipe. Em outros tempos já estariam reunidos os jogadores para começar a treinar, até isolados da balbúrdia da mídia e dos aproveitadores. Depois, reclamam da falta de tempo para a preparação tática e física daqueles que serão cobrados pela nação inteira, como responsáveis pela vitória ou pela derrota. Planejamento não é predicado dos cartolas.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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