Folhapress
Em entrevista publicada na edição desta quarta-feira (21) do jornal "Correio Braziliense", o presidente Lula admite que mudou de oposição sobre a reeleição. Agora, segundo ele, é a favor dessa opção eleitoral. Sem citar nomes e datas, o petista disse que foi procurado recentemente por um interlocutor do PSDB para propor uma parceria com o PT pela aprovação do mandato de cinco anos e pelo fim da reeleição --o que foi defendido nesta semana pelo pré-candidato tucano, José Serra. "Eu falei para meu companheiro interlocutor: 'Olha, eu era contra a reeleição, agora eu quero que tenha a reeleição mesmo se você [tucano] ganhar, porque em quatro anos você não consegue fazer nenhuma obra estruturante, nenhuma'." Ele justificou: "Entre você pensar uma grande obra, fazer projeto básico, executivo, tirar licença ambiental, enfrentar o Judiciário, enfrentar o Tribunal de Contas e vencer todos os obstáculos, termina o mandato e você não começa a obra, sabe? Então eu falei [ao interlocutor]: 'Não quero mais o fim da reeleição'". Na mesma entrevista, o presidente admitiu que pretende conversar com Ciro Gomes (PSB) sobre sua pré-candidatura ao Planalto e disse que a "guerra" do PT mineiro não resolve nada, numa referência às prévias agendadas entre Patrus Ananias e Fernando Pimentel. "Essas guerras não resolvem o problema. As pessoas pensam que podem fazer insultos, provocações e, depois, botar um papel em cima. No PT não volta à normalidade." Ao "Correio" Lula falou com entusiasmo da opção do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para a vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff. "Se ele for o indicado pelo partido, dará a tranquilidade de que nós não teremos problemas de governabilidade." O presidente também relatou uma conversa que teve com o senador Aloizio Mercadante, pré-candidato petista ao governo de São Paulo. "O PT não precisa provar para ninguém que tem 30% dos votos em São Paulo. Precisamos arrumar os outros 20%. Eu disse a Mercadante: 'É preciso que você arrume o teu José Alencar'. O Alencar teve importância para mim que não é a quantidade de votos, mas na quantidade de preconceito que quebrou." No início desta semana, Serra defendeu o mandato de cinco anos sem reeleição e disse que levará essa questão para o Congresso, se for eleito. "Eu conversei com Lula, ele estava de acordo, mas depois mudou de ideia. Eu espero que ele mude de novo, porque Lula, mesmo fora do governo, vai ter um peso político muito grande e eu pretendo manter o diálogo com ele", disse o tucano. Fonte: Correio da Bahia