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quarta-feira, novembro 11, 2009

Os fracassados de ontem e de hoje

Carlos Chagas


Primeiro, a evidência: a construção do Muro de Berlim foi a maior estupidez que um regime político jamais praticou, em todo o século passado. Seus responsáveis, dirigentes das extintas União Soviética e República Democrática da Alemanha, deveriam ser execrados até a eternidade pelo ato de burrice adotado no início dos anos sessenta, que marcou a derrocada da versão totalitária do socialismo. Bem-feito para eles.
Todo muro exprime violência e ignorância, tanto faz se para impedir a entrada ou a saída de seres humanos. Fica para outro dia comentar a existência de outros muros, como o que os Estados Unidos erigiram na fronteira com o México ou o que Israel levanta diante dos territórios palestinos. Trata-se de iguais agressões à natureza das coisas, idênticos atentados à liberdade.
Agora, é bom prospectar um pouco essas olímpicas comemorações pelos vinte anos da queda do Muro de Berlim. Redes de televisão dedicam tempo e espaço ilimitados à lembrança do que aconteceu. Por que tantas imagens, depoimentos e comentários a respeito? Vale o mesmo para jornais, revistas e sucedâneos eletrônicos em desvairada orgia publicitária, no Brasil e lá fora.
Tem azeitona nessa empada. Aliás, fácil de detectar. Acontece que entrou em crise o regime oposto àquele socialismo distorcido, chame-se capitalismo selvagem, globalização ou neoliberalismo. Assim como o comunismo saiu pelo ralo, na esteira do Muro de Berlim, os seus contrários estão indo para as mesmas profundezas. A recente crise econômica mundial apenas apressou a débâcle do pérfido sistema que impunha a prevalência do mercado e a supremacia do lucro e do capital sobre os valores da pessoa humana. O poder público emergiu como fator primordial para equilibrar as relações sociais.
É precisamente essa realidade que a exagerada campanha de recordação da queda do Muro de Berlim tenta abafar. Quantos bilhões os fracassados de hoje gastam para relembrar os fracassados de ontem?Pretensões ilimitadas
Transforma-se Fernando Henrique Cardoso, de sociólogo em sapateiro. Tenta botar meia-sola no artigo que escreveu recentemente, tanto de agressão ao presidente Lula quanto de vontade de atropelar Serra e Aécio na indicação presidencial tucana.
Depois de comparar o Lula a Perón, de acusá-lo nas linhas e nas entrelinhas de autoritário candidato a ditador, FHC dá um passo atrás e sustenta terem sido ao governo e não pessoais, as críticas que fez.
Com todo o respeito e o reconhecimento pela cultura do ex-presidente, suas pretensões parecem um sonho impossível que jamais deixou de ser sonhado. Não se contentou em atropelar a Constituição e a legalidade ao mudar as regras do jogo depois dele começado, impondo ao Congresso a reeleição. Eleito para quatro anos, ficou oito, advindo de sua permanência desmesurada no poder a ilusão de retornar outra vez.
O artigo de dias atrás expressou ilusório lançamento de sua candidatura, por ele mesmo. Percebendo depois o tamanho do absurdo, vem agora dizer não estar empenhado em campanha eleitoral. Rendeu-se ao óbvio.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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