Carlos Chagas
Continua válida a informação passada ao presidente Lula, à ministra Dilma Rousseff e ao ministro Edison Lobão, desde quarta-feira, pela área técnica do ministério de Minas e Energia, pela Eletrobrás, Itaipu, Furnas e sucedâneos: “nós não sabemos”.
Pelo menos, foram e permanecem honestos, até ontem, os encarregados de apurar as causas do apagão da noite de terça-feira. Está em aberto a razão do acidente, apesar do esforço feito desde o primeiro dia para detectar porque metade do país ficou às escuras durante muitas horas. A primeira tentativa foi restabelecer a distribuição de energia, que acabou dando certo. Logo depois, abriu-se a investigação, envolvendo tecnocratas de alta responsabilidade, auxiliares, pequenos funcionários e peões.
Até agora, nada. Poderiam, Dilma e Lobão, ter evitado a infelicidade do “caso encerrado”, porque enquanto não se souber porque, fica tudo em aberto. Não deveria, a candidata, ter acrescentado que “racionamento, nunca mais”. Garantia de novos desligamentos de energia não há, enquanto não se conhecer o motivo da interrupção. Fenômenos climáticos, raios, insuficiência de produção, bobeada de algum plantonista, sabotagem, fadiga nas linhas de transmissão, carência de investimentos no setor, desígnios dos deuses – tudo pode ter acontecido.
O que não dá para aceitar é a euforia e a presunção dos donos do poder, minimizando o apagão. Ou daqui a pouco vão fazer crer que ele não aconteceu, que tudo não passou de histeria coletiva?
120 anos atrás
Transcorreram ontem 120 anos da Proclamação da República, quando o Exército deixou os quartéis, no Rio, para exigir a substituição do primeiro-ministro Ouro Preto e, em menos de uma hora, acabou extinguindo a Monarquia.
Caberiam numa kombi, se já existissem kombis, os republicanos empenhados em mudar o regime antes que D. Pedro II morresse. Senão aloprados, eram sonhadores, mesmo sabendo da popularidade do monarca e da completa falta de entusiasmo da sociedade e das lideranças políticas para implantar a República. Havia boatos a respeito de o primeiro-ministro pretender recriar a Guarda Nacional e extinguir o Exército, que desde a Guerra do Paraguai incomodava os donos do poder como novo ator no palco nacional. Avisado, em Petrópolis, de que alguns corpos de tropa se tinham rebelado, pretendendo derrubar o Gabinete, o Imperador chegou a concordar, cogitando convidar Silveira Martins para chefiar um novo governo. Só que velho líder gaúcho não pode ser encontrado, estava viajando de navio, de Porto Alegre ao Rio. E era desafeto, por conta de uma saia, do marechal Deodoro da Fonseca, líder militar posto na reserva por divergências com o governo civil. De madrugada, majores e capitães dos regimentos rebelados foram buscá-lo em casa, acometido de febre e dispnéia, porque precisavam de um comandante conhecido pela tropa. Para encurtar a história, ele entrou a cavalo no ministério, apenas para depor Ouro Preto. Saudou os soldados gritando “Viva o Imperador!”, quando todos gritavam “Viva Deodoro!”. No segundo andar, foi humilhado pelo arrogante visconde. Queixou-se dos sacrifícios feitos pelo Exército nos pântanos do Paraguai e ouviu do primeiro-ministro que “maior sacrifício ele estava fazendo ao ouvir as baboseiras de Vossa Excelência”. Mandou prender todo mundo quando Benjamin Constant, recém-chegado, lembrou a oportunidade para se proclamar a República, “que seria governada por um ditador, no caso, o próprio marechal”. Seus olhos arregalaram, a febre passou e, ao descer, montando de novo o cavalo baio, Deodoro gritou “Viva a República!”. Povo não havia, porque o sol acabava de nascer.
De novo em cena
Chegou dos Estados Unidos o ex-ministro Mangabeira Unger, que semanas atrás estava por aqui, reunindo-se com líderes regionais do PMDB e insistindo na necessidade de o partido lançar candidato próprio à sucessão presidencial. Vai participar da reunião do próximo domingo em Curitiba, promovida pelo governador Roberto Requião, visando sensibilizar lideranças e bases peemedebistas para a hipótese.
Sem pretender criticar o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff, Mangabeira dispõe de um programa para o futuro, que levará à reunião.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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