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terça-feira, novembro 03, 2009

Eleição presidencial divide partidos no Estado da Bahia

Rita Conrado l A TARDE
O ano pré-eleitoral acelera a formação de alianças partidárias, mas não garante a unidade nos partidos. A divisão interna em legendas de expressão intermediária, na Bahia, como o Partido Republicano (PR) e o Partido Verde (PV), mostra que as brigas internas não são privilégio dos grandes partidos.
Aparentemente, a diferença está na forma de tratar a questão. Enquanto o PT, por exemplo, puniu com a suspensão o deputado federal Luíz Bassuma por lutar contra o aborto, PR e PV apostam no debate na Bahia, pelo menos até que as conveniências das eleições proporcionais não resolvam, sozinhas, o assunto. A divisão dentro do PR cria um abismo entre os interesses de dois grupos distintos dentro da Assembleia Legislativa do Estado (AL).
Com uma bancada de seis deputados, apenas dois dividem com o presidente da legenda, senador César Borges, a postura de oposição na Casa. Elmar Nascimento e Sandro Régis apoiam claramente a candidatura do ex-governador Paulo Souto (DEM), do grupo de origem de Borges.
Os deputados Pedro Alcântara – líder do partido –, Ivo de Assis, Reynaldo Braga e Gilberto Brito votam com a bancada governista. “Não considero o PR um partido dividido, já que, em nível nacional mantém a unidade no apoio ao presidente Lula”, assinalou Borges.
Solução próxima - “Na Bahia, respeito o voto individual dos deputados, que escolheram um líder que apoia o governador Wagner, mas a posição do partido é de oposição”, assinalou Borges, que já viu sair da legenda dois dos seus mais ferrenhos opositores, os deputados Angelo Coronel, hoje no PP, e o ex-presidente da legenda, José Carlos Araújo, que ingressou no PDT. Para o senador, os ajustes virão. “É uma questão de tempo, circunstância e raciocínio político”, diz.
As eleições proporcionais, que vão exigir dos deputados o apoio do partido, em 2010, vão criar o ambiente propício a que se refere o senador. Para que sejam eleitos, os candidatos terão que contar com o percentual de votos capitalizado pelas legendas.
No caso do PR, que tende a coligar-se com o DEM, mas flerta com o PMDB, os republicanos que votam com Wagner ficariam em maus lençóis. Certamente é nesse jogo de conveniências que se poderia aplicar o que o senador chamou de “raciocínio político”. “Vamos contar com a responsabilidade de cada um”.
O Partido Verde (PV), cujo maior expoente baiano é o ministro da Cultura Juca Ferreira, vive na Bahia fase de expectativas positivas com a adesão à legenda da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. É a virtual candidatura dela que tem justificado a divisão dentro do partido. Para o grupo ligado ao presidente Ivanilson Gomes, o momento vivido pelo PV respalda o lançamento de candidatura própria ao governo do Estado. Ligado às esquerdas, que tem apoiado na Bahia, o PV considera ter capital político para lançar um candidato.
Fonte: A Tarde

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