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sexta-feira, agosto 21, 2009

Jaques Wagner chama Geddel de desleal e ingrato

Lília de Souza, do A TARDE

Wagner ressaltou agilidade de sua articulação para recompor a base depois da saída do PMDB
O governador Jaques Wagner aproveitou nesta quinta, 20, a solenidade de posse dos seus novos secretários João Leão (Infraestrutura) e James Correia (Indústria e Comércio) para criticar o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), líder do PMDB na Bahia que rompeu a aliança política com o PT para sair candidato ao governo em 2010 em oposição ao petista. “Me dói a incompreensão, a deslealdade, a ingratidão daqueles que não eram, e não adianta mentir, o que são hoje antes de encostar no projeto do governador Wagner e do presidente Lula. Enquanto trafegavam em outro projeto político, nunca chegaram ao ponto que chegaram”, disse o governador. Wagner ressaltou que lealdade e gratidão é algo que se aprende dentro de casa e que está no DNA. “Estou preparado e espero não ter de conviver com outras deslealdades e ingratidões”, reforçou.Wagner, que ressaltou a agilidade de sua articulação para recompor a base depois da saída do PMDB, ainda com tom de desabafo, disse que todos têm percebido que ele está mais tranquilo agora. “Porque não há nada pior na vida do que ter dentro do barco alguém remando contra o que a maioria do barco remava”, completou, em mais uma estocada no seu ex-aliado.O governador fez questão de relatar todos os bastidores do dia em que o PMDB desembarcou de sua administração, há duas semanas. Wagner lembrou os pedidos de paciência feitos por Lula na tentativa de conseguir um consenso e manter a aliança, já aos frangalhos. “Na quinta-feira, quando as cartas de demissão chegaram à porta do Palácio de Ondina, três horas antes eu estava em uma reunião com o BNDES discutindo a BA-093. Recebo um telefonema do presidente Lula: ‘Galego, tenha calma. Já mandei dizer que é um absurdo se tentar romper aquilo que eu fiz questão de brindar, de reconhecer o sucesso dessa aliança, ao destacar a Bahia dentro do meu ministério’”, narrou.Conforme relato de Wagner, o presidente Lula, naquela ocasião, questionou com ele ao telefone o fato de o ministro Geddel não reconhecer a naturalidade e a legitimidade de sua candidatura à reeleição no Estado. “Tenha calma, o bom senso vai ter de prevalecer”, ainda assim insistiu Lula. “Saindo dali, recebo as cartas, telefono para o presidente no outro dia e digo: ‘Presidente, minha paciência e humildade tão cobradas não adiantam mais”, relembrou o governador. Em coletiva, Wagner ressaltou também que o PMDB baiano “está criando dificuldade para a linha política do governo Lula” e que o presidente “não vê com bons olhos” a decisão do partido, que está “na contramão”. Além disso, o petista relatou com satisfação encontro que teve com o prefeito de Salvador João Henrique (PMDB), na segunda-feira. Segundo ventilado na imprensa por fontes próximas do governador, o peemedebista teria feito queixas de Geddel, o que foi negado enfaticamente pelas assessorias do prefeito e do PMDB. “Quanto prazer me deu receber o prefeito João Henrique para me dizer: ‘Governador, não há mais obstrução, vamos conversar normalmente’. Se eu converso com prefeitos do DEM, por que não podia conversar com o prefeito de minha capital, do PMDB”, disse Wagner. Para o petista, a “obstrução que havia entre o prefeito e ele era uma “imposição do PMDB estadual”.Reação de Geddel – O ministro Geddel rebateu o discurso do governador Jaques Wagner. “Se tem alguém leal com ele, foi eu, o que eu não suporto é a incompetência. Essa dor que o governador tem é a mesma que eu tenho. Eu me lembro quando ninguém acreditava nele, ele ia em minha casa com uma calça azul e branca e um sapato sem meia pedir apoio e jurar lealdade. Eu me sinto mais apunhalado pelo governador do que ele”, retrucou.Na polêmica sobre quem traiu quem, Geddel mais uma vez trouxe à baila a disputa da última eleição municipal em Salvador, momento em que começou a ruir a aliança entre o governo Wagner e o PT. “Não foi o PMDB quem obstruía (relação entre João Henrique e Wagner). Quem ficou no governo João Henrique pendurado até abril de 2008 e abandonou o prefeito foi o PT”. O ministro, apesar de dizer que não quer travar discussão com o governador, voltou suas críticas à administração do petista. “Eu quero discutir é a segurança pública caótica, é a saúde, é a educação que se permite desviar R$ 74 milhões do ensino básico, é a administração financeira que atrasa pagamentos de empreiteiros e prestadores de serviço, é o fisiologismo desavergonhado com a galinha-gorda de cargos só pensando na eleição”, disparou. Para fechar, Geddel ressaltou estar disposto a discutir com o governador gratidão e lealdade, dentro da casa dele ou de Wagner. “Não é essa a discussão que gostaria de ter, mas estou disposto. Traição não é especialidade minha”, concluiu.
Fonte: A Tarde

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