O “Caderno Dez” do jornal A Tarde (7/4/2009), de Salvador, publicação dirigida a um público jovem, numa edição especial em forma de pôster, abordou um tema preocupante. Jovens brasileiros aproveitam a Internet e adaptam ideologias extremistas do século passado pregando a intolerância contra negros, judeus, homossexuais, alcoólatras. Na Europa, os neonazistas pregam o revisionismo histórico, numa tentativa de negar o holocausto. Eles também odeiam eslavos, “retardados” e imigrantes africanos e latinos. No Brasil, além dos integralistas que, desde 2004, já organizaram três congressos e continuam tentando se organizar em partido político, os skinheads tomaram emprestado do neonazismo o discurso da intolerância racial e passou a proliferar entre jovens suburbanos.O “Caderno Dez” cita que estatísticas divulgadas pela ONG Safernet, em parceria com o Ministério Público de São Paulo, já mostram indicadores de denúncias online sobre o tema. Apenas no mês de janeiro de 2008, ocorreram 320 denúncias contra conteúdo neonazista na globosfera, 293 denúncias contra a xenofobia e 92 denúncias contra conteúdo racista. No mês de fevereiro de 2009 ocorreram 614 denúncias contra conteúdo neonazista, 565 denúncias contra xenofobia e 237 denúncias contra conteúdo racista. O pôster do “Caderno Dez” dá seu recado: “quando a verdade de cada um nega a verdade do outro, o resultado é preconceito e violência”. E citou a fonte da criativa reportagem: artigo de Adriana Dias, mestre em Antropologia Social pela Universidade de Campinas, intitulado “Entre inimigos: a construção do mal nos grupos neonazistas”; o livro “História Geral e do Brasil”, da autoria de Luiz Koshiba e alguns sites em inglês.Somente em São Paulo, segundo a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, há 20 grupos neonazistas, 150 mil simpatizantes em todo o país. Muitos desprezam o fato de o racismo ser crime inafiançável. A reportagem não identificou, na Bahia, registros oficiais de tais grupos. Mas, se procurar direito, pode encontrar o crescimento do racismo contra os negros que professam a religião dos ancestrais, principalmente no meio de evangélicos que residem e pregam suas verdades na periferia.
Fonte: Bahia de Fato
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