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sábado, março 14, 2009

Os mesmos privilegiados de sempre

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Vamos parafrasear mestre Helio Fernandes, para quem, no Brasil, o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera. Sem medo de errar podemos dizer que no Congresso, também. Só este ano, registrem-se os episódios do castelo do deputado Edmar, da mansão do Agaciel, do pagamento de horas extras a funcionários num mês de recesso, das verbas indenizatórias entregues a empresas dos próprios parlamentares, das denúncias do senador Jarbas Vasconcelos, dos acordos "espúrios" referidos pelo senador Aloísio Mercadante e outros.
Pois esta semana mais uma lambança foi acrescentada à imagem do Senado, que o presidente José Sarney pretende recuperar. A Comissão de Constituição e Justiça acaba de aprovar projeto extinguindo as prisões especiais para portadores de diplomas universitários e outras categorias privilegiadas. Tudo estaria bem não fossem as exceções, ou seja, continuarão com direito a prisões especiais os deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores, ministros, juízes, promotores públicos e militares.
Ora bolas, ou a lei vale para todos ou não vale para ninguém. Longe de nós a defesa de engenheiros, arquitetos, jornalistas e outros detentores de canudos que perderão a regalia, porque, na verdade, ela não deveria existir para ninguém. Muito menos essa outra execrável benesse, de foro especial para parlamentares e ministros.
É por essas e outras que, quando consultada, a sociedade dá as piores notas aos políticos. Sem falar no principal dessa nova canetada: prisões especiais por quê? Todas as prisões provisórias quanto as definitivas deveriam dispor das mínimas condições humanitárias para os presos. Quanto a isso, nem é bom continuar...
Capitalizando
Aécio Neves insiste, não desiste. Continua mantendo seu nome como opção presidencial no ninho dos tucanos, mesmo inferiorizado em plumagens e bico diante de José Serra. Uma evidência flui dos bastidores dessa queda de braço: sem o apoio de Aécio o governador de São Paulo não se elegerá, porque Minas pesa muito na balança. Dirão os serristas ser a recíproca verdadeira. Sem Serra o governador mineiro não subiria a rampa do Planalto, caso feito candidato. Aí está o exemplo recente de Geraldo Alckmin.
De qualquer forma, concluem todos que essa contenda precisa ter um fim. Jamais aquela preconizado pelo ex-presidente Fernando Henrique, que meteu os pés pelas mãos ao sugerir a escolha de Serra por aclamação. Seria humilhar Minas, coisa que ninguém conseguiu fazer impunemente, de Washington Luís a João Goulart.
Saudosismo
Por falar em Fernando Henrique, no último domingo ele pegou carona no avião da FAB que trouxe Michel Temer de São Paulo a Brasília. O presidente da Câmara tem esse direito e, para não voar sozinho, sempre convida três ou quatro amigos com destino à capital federal.
Fernando Henrique usou a maior parte do tempo pontificando a respeito do Congresso. Não poupou críticas à representação atual do Senado, lembrando os tempos em que foi senador, quando figuras exponenciais chegavam a intimidar os medíocres, até limitando o comparecimento deles à tribuna. Hoje, para o ex-presidente, reina a mediocridade.
É aquela história da qual velhos jornalistas não se livram, quando em conversa com as novas gerações: "No meu tempo, sim, o Congresso era importante. Tinha Carlos Lacerda, Aliomar Baleeiro, Gustavo Capanema, Oliveira Brito, Afonso Arinos, Milton Campos e tantos outros..."
Quem garante que daqui a quarenta anos os jovens repórteres de hoje não estarão raciocinando como os velhos de agora: "No meu tempo, sim, o Congresso era formidável". Tinha Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Severino Cavalcanti, Mão Santa, Jader Barbalho e... (cala-te, boca).
Imagem chocante
A televisão mostrou esta semana uma das mais chocantes imagens desses tempos de neoliberalismo e globalização. Centenas de cidadãos americanos instalados com suas famílias em barracas, na periferia de Los Angeles. Não eram cultores do camping nem fanáticos na defesa do meio ambiente. Tratava-se de desempregados, boa parte da classe média, sem salário e, também, sem casa. Gente que perdeu tudo, até onde morar, por falta de pagamento das prestações. Vivem da caridade da prefeitura, que distribui quentinhas, mas chegou à conclusão da impossibilidade de alimentar a todos. Vale repetir, nos Estados Unidos.
Como complemento macabro, as telinhas mostraram montes de casas fechadas, retomadas pelos bancos, deteriorando-se e apodrecendo. É o sinal dos tempos globalizantes e neoliberais...
Fonte: Tribuna da Imprensa

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