Por: gerhard grube
Senhores Diretores de Bancos,
Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, umapequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina de sua rua,pela existência do posto de gasolina, da farmácia e da feira, ou dequalquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.
Funcionaria assim: todo mês os senhores, e todos os usuários, pagariamuma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, feira,mecânico, costureira, farmácia etc.).Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao pagante.Existente apenas para enriquecer os proprietários desses negócios, soba alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade.Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros decombustível etc.) o usuário pagaria os preços de mercado, e umpouquinho mais. Que tal?
Pois, ontem saí de seu Banco com a certeza que os senhoresconcordariam com tais taxas. Por uma simples questão de eqüidade e dehonestidade.
Minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar aseguinte cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho. O padeiro meatende muito gentilmente. Vende o pãozinho. Cobra o embrulhar do pão,assim como todo e qualquer serviço relacionado ao seu negócio. Tudoembutido no preço.Além disso, me impõe taxas. Uma 'taxa de acesso ao pãozinho', outra'taxa por guardar pão quentinho' e ainda uma 'taxa de abertura dapadaria'. Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o queocorreu comigo em seu Banco.
Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do seu negóciobancário. Os senhores me cobraram preços de mercado. Assim como opadeiro me cobra o preço de mercado pelo pãozinho.
Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazemme cobrando apenas pelo produto que adquiri.Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraramainda uma 'taxa de abertura de crédito' - equivalente àquelahipotética 'taxa de acesso ao pãozinho', que os senhores certamenteachariam um absurdo e se negariam a pagar.Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento,fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco. Para que issofosse possível, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura deconta'.
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir umaconta, essa 'taxa de abertura de conta' se assemelharia a uma 'taxa deabertura da padaria', pois, só é possível fazer negócios com o padeirodepois de abrir a padaria.
Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidoscomo 'papagaios'. Para liberar o 'papagaio', alguns Gerentesinescrupulosos cobravam um 'por fora', que era devidamente embolsado.
Fiquei com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos gerentesinescrupulosos.Agora ao invés de um 'por fora' temos muitos 'por dentro'.- Tirei um extrato de minha conta - um único extrato no mês - ossenhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00.- Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 'para amanutenção da conta' semelhante àquela 'taxa pela existência dapadaria na esquina da rua'.- A surpresa não acabou: descobri outra taxa de R$ 22,00 a cadatrimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dánenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros(preços) mais altos do mundo.Semelhante àquela 'taxa por guardar o pão quentinho'.
Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil funcionária que me atendeume entregou um caderninho onde sou informado que me cobrarão taxas portoda e qualquer movimentação que eu fizer.Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que ossenhores se esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto estivenas instalações do seu Banco.
Por favor, me esclareçam uma dúvida: Até agora não sei se comprei umfinanciamento ou se vendi a minha alma?Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores merespondam informando, muito cordial e profissionalmente, que umserviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que suaresponsabilidade é muito maior, que existem inúmeras exigênciasgovernamentais, que os riscos do negócio são muito elevados etc. etal.E, ademais, tudo o que estão cobrando está devidamente coberto porlei, regulamentado e autorizado pelo Banco Central.
Sei disso; como sei também, que existem seguros e garantias legais queprotegem seu negócio de todo e qualquer risco, incluindo aqui um talde "PROER", no qual o dinheiro que nos é subtraído em forma deimpostos e tributos, é usado para salvar o "sistema bancário", leia-seBanqueiros.
Mas não seria justo também que uma padaria, posto de gasolina, feira eoutros negócios importantes do nosso dia-a-dia cobrassem taxassemelhantes, só para enriquecer, como fazem os bancos?E que o governo garantisse seus negócios, com dinheiro docontribuinte, nas dificuldades, assim como ajuda os bancos?
Afinal de contas farmácias, botequins, boutiques e padarias arriscam opróprio dinheiro. E os bancos trabalham com dinheiro dos correntistas,ou seja, dinheiro dos outros.Sei que tais taxas que os bancos cobram são legais, mas também sei quesão imorais, e por mais que estejam garantidas em lei, vocês concordamo quanto são abusivas...!?!
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