Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - No jantar de quarta-feira à noite com os cardeais do PMDB, o presidente Lula ficou ciente de que a candidatura de Michel Temer à presidência da Câmara é irreversível e não depende nem dele nem do PT. Só por milagre vicejaria uma candidatura alternativa. É claro que nenhum dos comensais do Palácio da Alvorada falou grosso assim. Não era necessário.
Abre-se por conta do fato consumado uma perspectiva de desentrosamento na base parlamentar do governo. Porque a maioria dos senadores do PMDB reage à hipótese de apoiar Tião Viana, do PT, para presidente do Senado. Muitos aceitariam o nome de outro petista, mas a tendência flui para a permanência do partido majoritário na cadeira hoje ocupada por Garibaldi Alves.
Seria não propriamente uma rasteira, mas um tranco passado pelo PMDB no PT e no presidente Lula, que teria muito a perder se insistisse em Tião Viana. Porque reforçado nas urnas municipais o PMDB reivindica a vice-presidência na chapa de Dilma Rousseff, mas poderia como represália, abandonar o barco da chefe da Casa Civil. Aliar-se a José Serra não é tão fora de propósitos, mas lançar candidato próprio passou a hipótese teórica. Ou não é, como ficou provado, o maior partido nacional?
Mais do que esperteza, trata-se de manifestação de vigor eleitoral. A intenção do PMDB é de continuar aliado ao presidente Lula, mas o preço do entendimento agora subiu. Poderá limitar-se à presença de outro peemedebista na presidência do Senado. Mas, como o dólar, quem sabe continue subindo?
O jogo virou
Dispararam Fernando Gabeira, no Rio, Leonardo Quintão, em Belo Horizonte, e Gilberto Kassab, em São Paulo. Apesar da inconfiabilidade dos institutos de pesquisa, os primeiros números revelam que se o segundo turno fosse hoje, os três estariam eleitos.
Sempre haverá a hipótese da reversão, mas o presidente Lula, que de bobo não tem nada, manterá distância das três capitais. Já saiu arranhado no primeiro turno por decisão de cariocas, belorizontinos e paulistanos. Uma derrota acachapante de seus preferidos atingiria o governo na moleira.
A palavra de ordem, no Palácio do Planalto, é de cautela e pouca exposição nas campanhas. Nem Dilma Rousseff nem Tarso Genro estão muito empenhados em voar para Porto Alegre, quanto mais para o Rio, Belo Horizonte ou São Paulo. Pelo menos, deverão aguardar mais um pouco. Até o dia 26 serão cruciais as duas semanas, apesar de tudo indicar que os ventos continuarão soprando de onde sopram.
A crise e a reforma
A eclosão da crise financeira mundial, com inequívocos reflexos no Brasil, determinará uma espécie de adiamento nas anteriores intenções do presidente Lula de no fim do ano reformar o ministério. Com todo o respeito, não se troca os puxadores da carroça em meio à subida da montanha. Só se o eixo das rodas quebrarem.
Henrique Meirelles e Guido Mantega estão mais firmes do que antes. Assim os demais ministros. Aumenta a responsabilidade de todos, até para que o presidente Lula se veja não propriamente poupado, mas um pouco à margem da tempestade. Tanto celebraram os primeiros seis anos sem crise que agora, diante da tempestade, andam meio perdidos.
O pretexto se antecipou
Faz muito ouvia-se nos corredores do Congresso que apenas diante de um inusitado acontecido no tempo certo seria possível levar adiante a proposta do terceiro mandato para o presidente Lula. Traduzindo: se uma crise de sérias proporções eclodisse lá para o fim do ano que vem, poderia prosperar a necessidade de o presidente continuar por mais um período, à maneira do que aconteceu nos Estados Unidos nos tempos de Franklin Roosevelt. Ou mesmo no Brasil, quando Getúlio Vargas ficou quinze anos.
É claro que se tratava de uma farsa, montada exclusivamente para os companheiros e adjacências permanecerem no poder, por conta da ausência de uma candidatura viável para suceder o presidente Lula.
O diabo é que em política tornam-se falíveis todos os raciocínios formulados para mais de quinze dias. O inusitado aconteceu um ano antes do que sonhavam os partidários da permanência do Lula. Se a crise não for contida, quem garante que não atingirá a própria popularidade do chefe do governo?
Os otimistas argumentam diferente: e se o Brasil conseguir transitar mais ou menos incólume diante do que acontece no Hemisfério Norte? Não valeria a mesma estratégia de conservar o milagreiro que teria evitado o pior?
A conclusão é de que os continuístas não se emendam. Insistem de todas as formas. Só que agora com mais obstáculos diante deles...
Fonte: Tribuna da Imprensa
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