Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
O ministro Geddel Vieira Lima costuma se referir à “amizade fraterna” que o une ao governador Jaques Wagner como o maior aval da aliança que venceu a eleição para o governo do Estado em 2006, e sinaliza para a continuidade dessa união no pleito de 2010 acima das divergências e diferenças que PMDB e PT têm revelado na presente campanha municipal. Que não haja briga pessoal entre eles, mas não se pode esconder que nas eleições de outubro ambos travarão uma disputa séria pela ocupação de espaços de poder na Bahia. Nessa luta, leva aparente desvantagem o governador, que revela pruridos em abraçar uma candidatura a prefeito de Salvador - o colégio eleitoral mais importante - já no primeiro turno. Ele admitiu que seu nome “in pectore” é Walter Pinheiro, apesar de resguardar-se do desconforto que seria envolver-se na campanha em detrimento de outros que igualmente são de partidos integrantes de sua base parlamentar. Enquanto isso, o ministro carrega nos ombros seu candidato, a ponto de dúvidas irônicas surgirem sobre quem é, na verdade, o postulante ao Thomé de Souza, se o prefeito João Henrique ou o próprio Geddel. Talvez seja melhor mesmo, para Pinheiro, esse afastamento do governador, que na sua sobriedade administrativa não vem colhendo resultados que atestem a utilidade da participação. Wagner coleciona problemas no Legislativo, onde sofreu derrotas e perdas numéricas no final do semestre, e deu um azar danado ao tratar de dois temas em recente conversa com jornalistas em seu gabinete: implantação da Toyota na Bahia e uso do Estádio Barradão pelo Bahia. Em ambos os casos, sua expectativa foi inteiramente frustrada dois dias depois. Geddel, ao contrário, coleciona vitórias e consolida a fama de bom de briga. Sem contar a sua capacidade de adaptação a um governo e a um presidente dos quais discordava visceralmen-te, cumpriu com êxito a primeira grande missão: tirar o bispo Luiz Cappio do caminho das águas revoltas do São Francisco em direção ao Norte e Nordeste. Em Salvador, fez desabar um programa de recuperação física que ameaça liquidar a rejeição do prefeito e colocá-lo no segundo turno, não se sabe contra quem. (Por Luis Augusto Gomes)
Um presidente para dois "companheiros"
Não satisfeito com essa inusitada situação, em que o governador conforma-se ao papel de magistrado, Geddel empreende outra batalha: a do uso da imagem do presidente Lula, de que o PT quer lançar mão com exclusividade. O ministro alega a condição do PMDB de maior aliado de Lula no Congresso e inaugura um atrito que, possivelmente, somente será resolvido nas barras da Justiça Eleitoral, porque nesse quesito os petistas convictos não estão para brincadeira. Houve um tempo em que somente candidatos podiam aparecer nos programas eleitorais do rádio e da televisão, mas isso foi durante o regime militar (1964-1985), pois os generais que nos legaram esse país que aí está não desejavam a participação na campanha de opositores notáveis que eventualmente não disputavam a eleição. Nomes de grande expressão no país, como Leonel Brizola, Ulysses Guimarães e Mário Covas, ficaram proibidos de defender no chamado horário político gratuito suas idéias e, principalmente, seus correligionários que buscavam o voto popular. Essa fase, já nos estertores do regime, significava uma “evolução”, pois o Brasil vivia então sua original “democradura”, um sistema autoritário que se permitia adornos de liberdade. Antes disso, no período mais duro, os postulantes de mandatos chegaram a experimentar a Lei Falcão de triste memória, só podendo exibir na TV suas fotografias e breves currículos, sem mensagens ou críticas mais pesadas para convencimento do eleitorado. Hoje vivemos sob o império da lei, no caso, a de número 9.096/95, que no seu título IV regula o “acesso gratuito ao rádio e à televisão”, definindo, no inciso I do parágrafo único do artigo 45, que “fica vedada (...) a participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa”. É nesse ponto que se agarram os partidários de Pinheiro e certamente o próprio. Eles querem dar ao eleitor uma certeza que não têm: a de que o governo federal será muito mais generoso com Salvador se um filiado ao PT estiver na prefeitura a partir de 2009. (Por Luis Augusto Gomes)
Pinheiro defende criação de Secretaria de Cultura e participa de novo debate
A criação de uma Secretaria Municipal de Cultura foi defendida pelo candidato a prefeito Walter Pinheiro, da coligação “Salvador - Bahia - Brasil” (PT, PSB, PC do B, PV), anteontem à noite, durante debate com moradores e comerciantes do Centro Histórico de Salvador, no Museu Eugênio Teixeira Leal. “A dimensão cultural é um dos eixos estruturantes do nosso programa de governo”, explicou o candidato. O candidato petista assegurou, inclusive, que o orçamento destinado à nova Secretaria será compatível com a compreensão da cultura como questão prioritária da sua gestão. A participação de Pinheiro no evento foi precedida por questionamentos feitos por diversos moradores, empresários e artistas que queriam saber as suas propostas para o Centro Histórico, com ênfase no Pelourinho. Ele criticou o processo de revitalização daquela área realizado na década de 1990, que, segundo afirmou, teve como foco a “limpeza” com a expulsão dos moradores e implantação de um modelo de ocupação insustentável. “A moradia é um aspecto fundamental para pensarmos num projeto de revitalização do Centro Histórico”, defendeu o petista. Um dos eixos da proposta de Pinheiro é articular a dimensão cultural na região para além da promoção de grandes eventos, por meio da criação e manutenção de atividades sistemáticas e permanentes de geração de renda para atrair o interesse dos soteropolitanos e não apenas dos turistas, desenvolvendo estratégias de economia solidária. O candidato petista lembrou de uma atividade que ocorria todos os domingos de manhã no Terreiro de Jesus, da qual ele freqüentou durante a sua juventude, a feira hippie, que reunia a produção de dezenas de artesãos de toda a cidade. Ontem à tarde, Pinheiro participou da sessão especial na Câmara Municipal de Salvador. Durante a sessão foram discutidos os impactos da nova lei que determina a gratuidade do transporte coletivo para pessoas com deficiência, a Lei da Gratuidade Sinal Fechado para Inclusão. O candidato da coligação “Pra Melhorar Salvador”, Antônio Imbassahy, inaugura o Comitê Central de sua campanha hoje, a partir das 9 horas, ao lado de dirigentes e militantes do PSDB e PPS. O comitê vai funcionar na Avenida Jiquitaia, No 377, na Calçada, entre a Igreja Órfãos de São Joaquim e o Mercantil Rodrigues. À tarde, a partir das 14 horas, o candidato dos tucanos participa de uma reunião com a comunidade de Pirajá. Depois, por volta das 16 horas, Imbassahy visita a Fazenda Coutos. Esta sexta-feira foi um dia corrido para o candidato do PSDB à Prefeitura de Salvador. Pela manhã, esteve no mercado de Paripe, construído por ele no curto período em que ficou à frente do governo do Estado, em 1994. No início da tarde, Imbassahy fez uma caminhada na Baixa do Camurujipe, no Calabetão, e depois ainda teve fôlego para outra caminhada no bairro do Marotinho. “Como fui prefeito por oito anos, conheço muito bem a cidade. Estas caminhadas são importantes para poder me atualizar e, principalmente, ouvir as pessoas, pois queremos colocar para funcionar o que está praticamente parado, mas também introduzir o novo na administração municipal”, disse Imbassahy. (Por Evandro Matos)
Coligação quer afastar Varela do Balanço Geral
O apresentador Raimundo Varela pode ter que se afastar do programa, sendo obrigado a ficar longe do programa Balanço Geral, da Record, durante o período eleitoral. O problema é que, com a decisão de abrir mão da sua candidatura em prol do apoio ao candidato democrata ACM Neto, o apresentador está sendo acusado de favorecer a campanha do Democrata e boicotar os adversários de Neto. Rumores de que o corpo jurídico de uma coligação majoritária de Salvador já está preparando uma peça solicitando, com amparo na legislação eleitoral, o afastamento do apresentador Raimundo Varela do programa Balanço Geral, da TV Itapoan. Os advogados da coligação, que tudo indica que seja a encabeçada pelo PMDB, entendem que Varela não pode continuar participando de caminhadas, aparecendo em propagandas e tendo foto estampada por toda cidade ao lado de ACM Neto ao mesmo tempo que lidera o programa. Ainda segundo os advogados, após participar de caminhadas e eventos da campanha do democrata, o apresentador exibi as imagens em seu programa, o que estaria sendo considerado como um boicote às outras candidaturas e favorecimento a candidatura de ACM Neto. A representação será protocolada na próxima semana. Essa semana o ministro Geddel Vieira Lima chamou o candidato à prefeito de Salvador, ACM Neto, de “Obaminha”, depois repreendeu o Raimundo Varela, a quem se referiu como “vice-de-honra” e “Fantasmão” e acusou TV’s Record e Bahia de protecionismo e de promoverem boicote contra o PMDB e o prefeito João Henrique. Isso só faz aumentar as suspeitas de que o pedido para o afastamento do apresentador saia do corpo jurídico do PMDB. Mas, parece que o apresentador e radialista Raimundo Varela não está preocupado com a acusação e teria decidido se engajar cada vez mais na candidatura do democrata.
Fonte: Tribuna da Bahia
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