da Folha Online
Em relatório da Diretoria de Inteligência Policial da PF (Polícia Federal), agentes que participam da Operação Satiagraha afirmam que foram perseguidos em Brasília ao menos seis vezes, entre março e abril deste ano, e que entre os seguidores estariam funcionários da PF, informa reportagem de Rubens Valente publicada na Folha deste domingo (íntegra do texto restrita para assinantes do jornal e do UOL).
Em duas das ocasiões, os policiais dizem ter reconhecido entre os perseguidores dois agentes da PF que trabalham em Brasília.
As supostas perseguições aos agentes constam de um relatório da Inteligência da PF que integra o inquérito da Operação Satiagraha.
O relato que oferece mais pormenores se refere à noite de 17 de abril. Um dos agentes da operação afirma que no início da noite, quando voltava do trabalho para casa, suspeitou que alguém o seguia. Resolveu estacionar e aguardar algum tempo. Ao retomar seu caminho, um veículo com duas pessoas teria ido a seu encontro "numa atitude clara de procurar alguém, e, no momento em que se depararam com o agente da equipe, ficaram desconcertados, constrangidos, disfarçaram e foram embora", diz o policial, no relatório. Um outro agente da PF, também ligado à Satiagraha, afirmou que foi seguido por dois carros, treze dias antes.
Essas informações também forneceram subsídios a um relatório da diretoria de repressão a crimes financeiros da PF, que acusa pessoas ligadas a Daniel Dantas de vigiar o delegado Protógenes Queiroz e outros policiais.
A assessoria da PF informa que o órgão não comentará o relatório nem detalhes da operação.
Satiagraha
Deflagrada no último dia 8, a operação resultou na prisão de Dantas, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e de mais 14 pessoas suspeitas de integrarem a quadrilha. Eles já foram soltos por decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, que concedeu habeas corpus para responder ao inquérito em liberdade.
Os únicos que continuam presos são o professor Hugo Chicaroni e Humberto Braz, assessor de Dantas, que se integrou à PF de São Paulo no domingo (13). Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal em São Paulo por tentativa de suborno a um delegado federal para retirar o nome de Dantas do inquérito da PF.
A Justiça Federal em São Paulo acatou a denúncia do Ministério Público e Dantas, Braz e Chicaroni respondem a ação por corrupção.
Fonte: Folha Online
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