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quarta-feira, maio 14, 2008

PF prende grupo especializado em crimes pela internet

PORTO ALEGRE - A Polícia Federal desarticulou ontem uma quadrilha especializada em crimes pela internet, em sete estados brasileiros, numa operação denominada Cardume. O grupo usava programas de captura de dados digitados em computadores pessoais por clientes bancários para, posteriormente, efetuar transferências ilícitas, fazer compras e até pagar impostos como o IPVA mediante subtração dos valores das contas correntes. Dos 27 mandados de prisão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Porto Alegre, 21 foram cumpridos no Rio Grande do Sul, três em Santa Catarina, um no Rio de Janeiro, um na Bahia e um em Sergipe.
Nos cinco estados e também em São Paulo e Rio de Janeiro foram executados 42 mandados de busca e apreensão de carros, computadores e material usado no golpe. Segundo o delegado de Repressão a Crimes Fazendários, Daniel Madruga, a quadrilha direcionava programas espiões aos internautas. Quando estes clicavam no link oferecido, abriam caminho para um vírus se instalar em seus computadores e obter informações das contas bancárias, inclusive as senhas.
De posse dos dados, o grupo transferia saldos de suas vítimas para mais de cem pessoas, muitas das quais “laranjas” do esquema, que ganhavam R$200 por mês para deixar o dinheiro desviado transitar por suas contas. Uma estimativa inicial indica que a quadrilha movimentava até R$500 mil por mês e lesou mais de 200 pessoas. A soma dos prejuízos pode superar R$6 milhões, calcula o superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Ildo Gasparetto.
As investigações começaram em maio do ano passado como desdobramento da Operação Navegantes, que, na ocasião, prendeu 15 hackers e “laranjas” previamente aliciados que emprestavam suas contas bancárias para a recepção e posterior saque de transferências ilegais. A operação mobilizou 215 policiais para cumprir os mandados expedidos pela Justiça. O líder da quadrilha foi encontrado em Balneário Camboriú (SC) e conduzido a Porto Alegre. Os integrantes da organização, que não tiveram seus nomes divulgados, serão indiciados pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha, interceptação informática não autorizada e receptação. As penas variam de um a oito anos de reclusão. (AE)
Fonte: Correio da Bahia

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