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domingo, novembro 28, 2021

Se o “orçamento secreto” for aberto, arruinará a imagem de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco

Publicado em 28 de novembro de 2021 por Tribuna da Internet

Ruídos entre Lira e Pacheco só aumentam

Lira e Pacheco são as duas faces de uma mesma moeda

Jorge Vasconcellos
Correio Braziliense

A queda de braço entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso em torno das emendas do relator, que distribuem recursos do orçamento secreto, deixou ainda mais evidente a preocupação da cúpula do Legislativo com as repercussões de uma eventual divulgação dos nomes dos parlamentares beneficiados.

Na noite de quinta-feira, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediram, em documento endereçado à ministra Rosa Weber, do STF, a revogação de trecho da decisão dela que suspendeu a execução das emendas do relator, também chamadas de RP9. No despacho, a magistrada determinou, ainda, que o Executivo e o Legislativo tornem públicos os detalhes desses procedimentos nos anos de 2020 e 2021.

COMPRA DE VOTOS – Ao contrário das emendas individuais e de bancada, que têm critérios, são transparentes e distribuem verbas de forma igualitária entre os parlamentares, as RP9 são negociadas nos bastidores entre o relator do orçamento e a cúpula do Congresso. Os nomes dos parlamentares beneficiados ficam ocultos, e a distribuição dos recursos entre eles é desigual.

Uma eventual divulgação dos detalhes da execução dessas emendas deve provocar ruídos na relação entre a base aliada e a cúpula do Congresso. Isso pode, por exemplo, prejudicar os planos de Arthur Lira de conquistar um novo mandato à frente da Câmara.

“Com a revelação desses nomes, vai ficar evidente que há um desnível entre os parlamentares. Parlamentar classe A, classe B e classe C. E o Lira já está em campanha. Neste momento, ele quer manter uma boa relação com todos os deputados, seja governista, seja de oposição”, avaliou o cientista político André Pereira César, da Hold Assessoria Legislativa”.

ATITUDE REPUGNANTE – Para o economista Gil Castello Branco, secretário-geral da Associação Contas Abertas, “os parlamentares que controlam o orçamento secreto têm medo da transparência, pois o que fizeram é repugnante, sob o ponto de vista da democracia, já que as emendas do relator foram usadas para negociatas que ferem, frontalmente, os princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade e publicidade”.

O economista afirmou que “a distribuição bilionária de recursos não obedeceu a critérios republicanos e houve, sim, a cooptação de parlamentares com recursos públicos para que votassem conforme os interesses daqueles que operacionalizam essa relação promíscua entre o Legislativo e o Executivo”.

Segundo Castello Branco, “se vier à tona o nome dos verdadeiros autores das emendas do relator, associados aos respectivos valores e destinações, a cúpula do Congresso e do Executivo será implodida”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Mais repugnante do que as emendas é a postura de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, com uma grande diferença entre os dois. O deputado Lira não é ninguém, se estivéssemos na matriz U.S.A., já teria ido em cana há muito anos, mas aqui na filial Brazil, continua impune. O senador Pacheco, porém, é um advogado de renome em Minas Gerais, deveria preservar a biografia antiga, mas parece que não se interessa. (C.N.)

Máquina de moer gente




A mudança do Código de Mineração se soma a outros projetos pró-mineradoras

Por Cristina Serra 

Está em processo de incubação na Câmara dos Deputados, num grupo de trabalho criado por Arthur Lira, o projeto de alteração no Código de Mineração. O relatório da deputada Greyce Elias (Avante-MG), que está para ser votado, propõe que a mineração seja considerada atividade de "utilidade pública", de "interesse social" e "essencial à vida humana".

Sim, você leu direito. No país em que quase 300 pessoas morreram em dois recentes desastres no setor, a mineração passaria a ser considerada "essencial à vida humana". A essência do relatório é reduzir o papel regulador e fiscalizador do Estado, transformando-o em um mero bedel dos interesses das companhias mineradoras.

A proposta também diminui o poder de estados e municípios, subordinando-os às decisões da Agência Nacional de Mineração (ANM). Planos de expansão urbana e criação de unidades de conservação, por exemplo, ficariam condicionados à prioridade dos empreendimentos. O relatório enfraquece mecanismos de proteção ambiental e apressa prazos para o poder público decidir sobre demandas das empresas. Cria a estranha figura da "aprovação tácita", caso a ANM não decida sobre licenças em 180 dias.

A proposta na Câmara é um beneplácito injustificado a um setor que tem demonstrado ser inimigo do meio ambiente e uma máquina de moer gente no Brasil. Nosso problema não é falta de boas leis. No que se refere ao poder público, Mariana e Brumadinho mostraram a necessidade de fortalecer os órgãos fiscalizadores e de criar regras mais rígidas de controle social e transparência.

A mudança do Código de Mineração se soma a outros projetos pró-mineradoras, como o que libera a atividade em terras indígenas. Levantamento do Instituto Socioambiental, de 2019, nos registros da ANM, mostrou que havia mais de 500 pedidos de pesquisa do subsolo na terra dos Yanomami. Não surpreende que esteja em curso o genocídio deste povo, à vista de todos nós.

Folha de São Paulo

O longo caminho do liberalismo




Enquanto não acontecer a reforma imprescindível do modelo político, precisamos festejar cada quilômetro de avanço na estrada da prosperidade. 

“Em países diferentes as instituições serão diferentes, mesmo fundadas em leis iguais. Talvez que, se as Constituições tivessem tido redações dessemelhantes, os resultados se assemelhassem. Importa, pois, apurar a diferença, isto é, a razão pela qual os países da América Ibérica diferem, quanto à política, dos Estados Unidos.” - João Camilo de Oliveira Torres

Por Ubiratan Jorge Iorio (foto), economista 

O leitor já deve ter deparado com críticas (geralmente formuladas por quem gosta de se apresentar como liberal ou conservador) à lentidão das reformas estruturais prometidas pelo governo federal e amplamente endossadas pelos eleitores em 2018. Certos avaliadores chegam a colocar em dúvida as reais intenções do presidente Jair Bolsonaro de promover as mudanças necessárias ao encolhimento do Estado e de sua ingerência nas atividades econômicas. Até acusam o seu “Posto Ipiranga”, o ministro Paulo Guedes, de renegar o conhecido passado de liberal convicto. Ele, que foi aluno de Milton Friedman e de uma plêiade respeitável de economistas que ensinavam na Universidade de Chicago nos anos 1970.

A verdade é que a maioria desses muxoxos embute um forte quê de juízo precipitado. Para recorrermos a uma analogia musical, é inegável que algumas das reformas liberalizantes — a administrativa, a tributária e as privatizações — estão com um andamento largo (muito devagar) ou, com alguma condescendência, andante (em passo de caminhada). É óbvio que o ideal seria que fosse acelerado até o presto (muito rápido), mas, infelizmente, quando se trata de mexer no vespeiro do Estado, querer não significa poder.

Há vários motivos para os ataques desferidos contra a equipe econômica pelo grupo de fiscais das intenções alheias da “turma da terceira via”. Esses motivos variam da malandragem dos interesses políticos ao desconhecimento do processo histórico do nosso país, passam por um ódio gratuito ao presidente, pela rejeição aos valores morais tradicionais, por uma possível inveja, passam também por um casticismo doutrinário ingênuo, compreensível em adolescentes puros e sonhadores, mas não em adultos maduros e ponderadores.

Ora, uma sociedade não se transforma simplesmente estalando-se os dedos, assim como não é possível um bebê passar à idade adulta sem atravessar a infância e a adolescência. Como a borboleta só consegue sair do casulo depois de ter sido larva e pupa, a absorção de valores, princípios e instituições verdadeiramente liberais em uma sociedade como a brasileira exige tempo e paciência. Com um prontuário de dependência do Estado ostensiva e firma reconhecida em cartório, requer uma metamorfose, com mudanças lentas, espontâneas e orgânicas em sua cultura e estrutura.

O liberalismo não pode ser imposto, ele precisa ser pacientemente explicado, entendido e absorvido paulatinamente, até que seja transformado em consenso de maneira natural. Não basta, como parecem imaginar certos semiliberais (cujo histórico de leituras parece limitar-se a meia dúzia de orelhas de livros, mas que são tidos como “influenciadores” nas redes sociais), que o ministro ou o presidente emitam uma ordem do tipo “privatize-se a empresa X” ou que decretem um comando tal como “corte-se já em tantos por cento as despesas com funcionários públicos” e voilà! — que esses milagres aconteçam exatamente como nos espetáculos de mágica, e a estatal que entrou na cartola saia saltitante, serelepe, com as orelhas em pé, já privatizada, eficiente e eficaz como um gerente japonês, e as despesas com pessoal da União despenquem como jaca madura.

Sociedade formada de baixo para cima

A verdade, que infelizmente vem sendo ignorada por quase todos os críticos (inclusive por alguns bem-intencionados), é que o liberalismo só floresce e se consolida na sociedade e na economia mediante processos, e não por decretos. De sucessões de tentativas e erros ao longo do tempo, e não de comandos imediatos, de transformações culturais, morais, sociológicas, legais, antropológicas e econômicas profundas, de verdadeiras transmutações, e não de “banhos de loja” promovidos por algum político ou economista iluminado. O liberalismo, senhores, só cria raízes se surgir como uma ordem espontânea, um processo evolutivo não planejado, e não como uma decisão de engenharia social. Para ser estável, exige sempre um longo caminho até que a maioria absorva a certeza de que a via liberal é melhor do que todas as outras.

As grandes dificuldades que o governo vem enfrentando para a aceitação do seu programa estão profundamente incrustadas em nossa história e cultura. Estamos ainda nos primeiros quilômetros do caminho para a prosperidade, basta comparar a nossa história com a dos Estados Unidos. Lá, o liberalismo teve oportunidade de florescer desde que aqueles 104 homens, em abril de 1607, desembarcaram de três navios e fundaram o primeiro assentamento britânico, o Forte de Jamestown, no atual Estado da Virgínia. E, principalmente, desde que os sobreviventes da famosa viagem do Mayflower, peregrinos puritanos que fugiam de perseguições dos anglicanos, estabeleceram, em 1620, a primeira colônia em Plymouth, no atual Estado de Massachusetts.

Desde o início de sua formação, o que seria a futura sociedade norte-americana sempre se sustentou firmemente nos princípios liberais característicos da cultura anglo-saxônica, como o common law e o self-government. Isso significa que a sociedade se formou da base para o topo, de baixo para cima, ou seja, a sociedade precedeu a formação do Estado, o que explica sua extraordinária capacidade de empreender projetos políticos, econômicos e sociais a partir de si mesma. Dispensou a necessidade do governo para executar essas tarefas e guiar suas vidas.

O autogoverno é parte do processo histórico que desaguou na revolução federalista americana, que consagrou a fundação definitiva do país. A formação da América foi um processo de emigração voluntária de famílias do Reino Unido que, ao chegarem ao Novo Mundo, se organizaram em comunidades com interesses comuns. Portanto, os americanos não possuem um passado feudal, sempre foram livres da herança de estratificação social e concentração do poder nas mãos dos senhores dos feudos. Essas características fizeram com que o consenso fosse gerado naturalmente pela própria sociedade e não uma prerrogativa das instituições políticas.

O chamego quase obsceno do Estado

A tripartição de Poderes nos Estados Unidos é historicamente abalizada. Existe desde a fundação do país e por isso é o modelo de instituição política que melhor se adéqua à alma norte-americana. Parte substancial do poder sempre esteve concentrada na própria base da sociedade, que, por conseguinte, detém as condições políticas necessárias e suficientes para equilibrar e controlar os três Poderes. Como observou Tocqueville, é um modelo político em que a força que legitima o poder e controla o seu equilíbrio não se situa “dentro” dos Poderes, mas na própria base social.

A cultura norte-americana, ao prover a sociedade de condições de controlar o poder, torna a democracia constitucional um fenômeno natural, assim como o ato de respirar, não exige planejamento, simplesmente acontece incessantemente. Infelizmente, a febre socialista que contaminou o Partido Democrata nos últimos anos vem ameaçando essa virtude. Mas esse é tema para outro artigo.

Nos Estados Unidos, a afirmação de que “o poder emana do povo” não soa como um mero princípio jurídico ou uma frase bonita inserida na Constituição. Retrata a realidade histórica de que o povo é politicamente forte em relação ao poder estatal, prerrogativa, aliás, que o próprio povo criou e controla.

A formação da sociedade brasileira difere profundamente. Enquanto nos Estados Unidos a sociedade precedeu o Estado, aqui e nos demais países da América Ibérica foi o Estado que chegou primeiro, só depois — e criada por ele — é que surgiu a sociedade, ou seja, nossa formação social foi de cima para baixo, o que acarretou várias consequências, e entre elas podemos sem dúvida destacar o chamego quase obsceno, o apego doentio ao Estado como solucionador de todos os problemas, tido como uma entidade superior e sempre preocupada com o bem comum. Tal atitude é natural, considerando que os nossos pioneiros eram representantes dos Estados português e espanhol, enquanto os desbravadores do norte eram indivíduos buscando uma liberdade que não tinham na Europa. Lá, o Estado era visto como o algoz, o inspetor chato do colégio, enquanto aqui era — e ainda é — considerado o provedor beneficente, o pai que sempre leva o filho à escola pela mão.

Esse DNA da nossa sociedade explica os dissensos fortes e crônicos em sua base, que não possui o poder político imprescindível para aglutinar forças capazes de mobilizar um projeto comum. A soma dessa paixão desordenada, dessa dependência infantil do Papai Estado com uma herança cultural milenar fortemente patrimonialista, de origem ibérica, explica boa parte das enormes dificuldades que o governo Bolsonaro (ou qualquer outro que se disponha a tal) precisa enfrentar para privatizar, desburocratizar, destributar, desregulamentar, desonerar, enfim, para reformar. Como dizia brincando um saudoso professor que tive: “O Estado é perigoso e anda armado…”

A instauração da República só piorou as coisas. Sem nenhum respaldo popular, os golpistas transplantaram para cá instituições consagradas por usos e costumes norte-americanos, a saber: (a) um presidencialismo forte, em que a mesma pessoa acumula as funções de chefia de Estado e de governo; (b) a extinção do sistema institucional do Império, que contemplava um quarto Poder (o Moderador), que atribuía ao Imperador as funções de chefia de Estado e árbitro dos demais Poderes e que funcionou satisfatoriamente de 1822 a 1889; e (c) a tripartição clássica de Poderes, teoricamente independentes e harmônicos. Como atestam as inúmeras crises políticas e as seis Constituições promulgadas nos últimos 132 anos, a República foi uma tentativa de fazer um cavalo deixar de relinchar e passar a cacarejar.

Ao colocar Estado e governo em um mesmo saco, a República mandou às favas a unidade e a integridade política necessárias para a formação do consenso. O resultado é que cada um dos Poderes se vê como dono do cavalo, embora ele não pertença a nenhum deles. É simplesmente absurda e inaceitável para qualquer liberal sincero a concentração de poder dos presidentes das duas Casas do Congresso e dos ministros do STF, seja em termos absolutos, seja comparativamente ao poder que tem o Executivo. É uma anomalia no mínimo estranha em um regime presidencialista.

Por tudo isso, quando criticamos, por exemplo, a demora em privatizar os Correios, a Eletrobras ou qualquer outra empresa, ou observamos, quando da reforma da Previdência em 2019, a forte rejeição que impediu a mudança do regime de repartição para o de capitalização, ou vemos as dificuldades por que estão passando todas as reformas importantes, temos de considerar as características seculares de dependência patológica do Estado e pensar seriamente em reformular o modelo político-institucional vigente. Não é à toa que há momentos em que temos a sensação de que Legislativo e Judiciário, além de setores do Executivo distantes do presidente, são contra o governo. Reação que se amplifica pelo fato deste, pela primeira vez em muitos anos, contemplar um projeto liberal e conservador.

A lição: precisamos ser pragmáticos, e enquanto não acontecer a reforma imprescindível do modelo político, festejar cada quilômetro de avanço na estrada da prosperidade, e, cá entre nós, para quem andou na marcha a ré durante tanto tempo, até que percorremos um trecho razoável em menos de três anos. Os diversos “marcos legais” aprovados, a valorização da consolidação fiscal (apesar da pandemia), a autonomia do Banco Central, algumas privatizações realizadas e outras em processo, a lei de liberdade econômica, a revolução na infraestrutura com base em capitais privados, a mudança na composição dos investimentos, com menor participação do governo (o que aumenta a produtividade). Estamos andando para a frente.

E isso não é melhor do que retroceder, recaindo na social-democracia que só nos estagnou? Ou do que abandonar a estrada virtuosa e optar pelo caminho da servidão, aquele da república sindical rupestre e corrupta, que sugou o país durante 13 anos?

Revista Oeste

Briga de foice

 




Pacificação e unidade são palavras recorrentes dos envolvidos na articulação de candidaturas ao centro. Nada mais falso e distante da realidade

Por Dora Kramer 

Pacificação e unidade são duas palavras recorrentes tanto nos pronunciamentos oficiais quanto nas conversas informais dos envolvidos na articulação de candidaturas capazes de percorrer caminho alternativo a Jair Bolsonaro e Luiz Inácio da Silva. Nada mais falso e distante da realidade de cada um desses grupos.

Não significa que não haverá desistências adiante. É bastante possível, e até provável que haja, mas não ocorrerão em nome de uma união fraterna, e sim em atendimento a interesses pontuais resultantes do balanço entre custos e benefícios imposto pelas circunstâncias.

Em princípio, os partidos precisam de candidaturas a presidente para “puxar” votos à Câmara dos Deputados, nesta que será a primeira eleição geral com a proibição de coligações proporcionais. Quem quiser, e todos querem, ampliar suas bancadas federais e estaduais terá de se atrelar a cabeças de chapa fortes. Isso vale também para as disputas por governos de estados.

É um fator importante, em alguns casos decisivo, pois, quanto maior o número de deputados eleitos, mais significativa é a influência junto ao Poder Executivo e mais volumosa é a parcela de dinheiro público destinada à legenda.

Na ausência das doações de empresas, proibidas pela Justiça, hoje o Fundo Eleitoral é a principal fonte de recursos para o financiamento de campanhas. Daí o esforço de suas excelências para reservar 5 bilhões de reais do Orçamento da União para tal. Sob o pretexto de “custear a democracia”, financiam a causa própria.

Trata-se, portanto, muito mais de poder e dinheiro do que de projeto de país. E, quando se fala disso, a união de forças toma a forma difusa de conversa mole. Há mais fatores a dividir que a unir os grupos que disputam um mesmo capital.

Na cantilena da unidade, entoada com vigor sob a luz de holofotes e ao som dos microfones, parecem todos muito civilizados. A cortesia, porém, não resiste ao lusco-fusco reinante nos bastidores. Exemplo mais recente vimos nas prévias do PSDB. Nos debates promovidos por meios de comunicação — foram três — os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) mais pareciam disputar a diretoria de colégio para moças (referência antiga, eu sei, mas ilustrativa no caso) de tão amáveis um com o outro.

Fora do palco, corriam soltas a troca de acusações pesadas e desqualificações recíprocas que acabaram vindo à tona no episódio da falha no aplicativo de votação. Ali se rasgaram as fantasias de unidade e pacificação.

Mesmo por vezes desmascarada, a coreografia persiste. Quando se juntam dois, três ou mais pretendentes ao Planalto em eventos públicos, o que mais se ouve é a afirmação de que ninguém está ali em nome de “projetos pessoais”. Como assim, se o que mais existe em disputas de poder e dinheiro são projetos específicos? No momento o jogo é individual. A plateia, nessas ocasiões, aplaude tais demonstrações de desapego numa evidência de que o desprendimento agrada. Seria um ativo, não fosse enganoso.

A ideia da candidatura única no primeiro turno só prospera na cabeça do eleitor esperançoso (crédulo?). Os mais familiarizados com os meandros da natureza humana, cujos instintos primários se exacerbam na política, não enxergam adiante condições objetivas para a materialização da fraternidade prometida, ou presumida.

Alude-se a uma concertação geral para o início de 2022. Difícil, pois àquela altura estarão todos voltados para a realização das convenções partidárias, onde é dada a palavra final sobre as candidaturas. Isso acontece no meio do ano, faltando ainda quase quatro meses para a eleição.

Se o panorama já é volátil hoje, imagine-se que será muito mais quando da proximidade da data fatal e havendo tempo suficiente para alteração do humor do eleitorado. Cedo para convencer os que se acham ainda capazes de se viabilizar a desistir em prol desse ou daquele potencial adversário. Tarde, no entanto, para a construção de laços firme e fortes em torno de um nome. Ou dois, que seja.

Ainda que alguém desponte nas pesquisas (Sergio Moro, Ciro Gomes ou um tucano, suponhamos) como capaz de tirar Lula ou Bolsonaro do segundo turno, restarão as picuinhas político-partidárias para ser enfrentadas, todas de difícil solução. É um campo em que ninguém engole ninguém de verdade. Ambiente mais propício à briga de foice no escuro que ao alcance da sonhada paz na Terra entre os homens de boa vontade.

Revista Veja

A cultura woke

 




O mundo woke tem o poder de causar dano, afetar a imagem de marcas e pessoas. Por isso a ordem, dita à boca pequena: tomem cuidado. 

Por Fernando Schüler 

William Kelley era um jovem escritor, 24 anos, quando publicou, no início dos anos 60, um ensaio, If you’re woke, you dig it, no The New York Times. O artigo é usualmente visto como ponto de partida do uso da palavra woke no vocabulário político e cultural americano. O artigo de Kelley não tinha um sentido militante. Ele simplesmente viu uma frase escrita no linguajar típico da cultura negra de Nova York, no metrô, e se surpreendeu que ela fosse rotulada como “linguagem beatnik”. Daí seu convite, na verdade bastante amistoso, para que as pessoas ficassem ligadas. E o secreto orgulho: “O negro americano sabe que pode criar a linguagem mais excitante do inglês atual”

O termo woke explodiu com o Black Lives Matter, após o assassinato de Trayvon Martin, em 2012, e Michael Brown, em Ferguson, dois anos depois, e na onda de protestos que se seguiram. “Stay woke” virou hashtag, título de filmes e livros sobre o movimento. Sua ideia central: é preciso estar alerta. Há algo muito errado se passando com a violência policial, com a insensibilidade humana, com velhos preconceitos. Ninguém que preste atenção àquelas imagens da morte de George Floyd discordaria disso.

Há outro caminho que dá conta da ascensão da cultura woke. É uma história um pouco mais longa e nos remete ao período posterior à queda do muro de Berlim, o fim da Guerra Fria e a vitória da globalização econômica. A pregação socialista se tornou um exercício vazio e o velho mundo da luta social organizada em torno dos sindicatos se tornou obsoleto. A economia do conhecimento e a expansão das classes médias colocaram no centro da pauta política o que Francis Fukuyama chamou de “valores pós-materiais”. Gradativamente, saiu de cena o líder sindical, o dirigente social-democrata, com sua agenda pragmática de melhoria econômica, e entrou em cena o ativista de classe média, em geral vinculado ao mundo universitário. A velha retórica da luta de classes saiu de moda e ingressaram no palco os temas de gênero, raça e orientação sexual. E a questão ambiental. Velhos sindicalistas tornam-se peças de museu, enquanto Greta Thunberg mobiliza multidões, cruzando o oceano em um veleiro e passando pitos nos adultos da sala, em infinitas conferências sobre o clima.

Muito já se escreveu sobre isso. Mark Lilla chamou a atenção para a fragmentação que o fenômeno de “identitarização” das lutas sociais vem produzindo sobre o mundo progressista. A velha esquerda se sente incomodada, mas não tem lá muita alternativa. Tempos atrás assisti a um velho militante reclamar que enquanto “todos se preocupam com banheiros trans”, a miséria corre solta e os temas do mundo do trabalho (a menos que mexam com alguma “identidade”) simplesmente não mobilizam mais ninguém.

Interessante é observar a atual mutação na qual as empresas e a publicidade, o mundo da arte e do jornalismo se ajustam rapidamente aos trejeitos do ativismo woke. Sua popularização, diz a jornalista Beth Daley, fez com que uma ideia vital passasse a ser “cinicamente aplicada a qualquer coisa, de refrigerantes a lâminas de barbear”. As empresas criam áreas de ESG (Environmental, Social and Governance), onde cabe qualquer coisa “do bem”; implantam “comitês de diversidade”, para ditar a adequada composição identitária em eventos e contratações; fazem marketing contratando ativistas para vender artigos de luxo, e por aí vai.

Será uma atitude cínica? Não creio. É apenas o mercado. A revista The Economist observou como a ocupação crescente do mercado de trabalho por parte da geração woke, formada na última década ou um pouco mais, vem afetando as empresas. Mas a verdade é que as organizações simplesmente respondem a uma demanda dos consumidores. No Brasil, 79% deles se declaram simpáticos ao “posicionamento político e social” das marcas. E mais: os ativistas são barulhentos e formam grupos de pressão no mundo digital. As empresas têm medo. Assim como muita gente no jornalismo, nas universidades, nas organizações civis. O mundo woke tem o poder de causar dano, afetar a imagem de marcas e pessoas. Os ativistas sabem disso, o mercado também. Por isso a ordem, dita à boca pequena: tomem cuidado.

Há ainda uma dimensão mais ampla desse fenômeno: a cultura woke como parte do ethos contemporâneo. Algo na linha do que li em um dicionário, por estes dias: ser woke é “agir de modo pretensioso, mostrando quanto você se preocupa com algum tema social”. A conotação, nessa nova mutação, é negativa. Lembra o dito melancólico de Umberto Eco, em seus últimos dias: os idiotas da aldeia ganharam, com a internet, ares de “sábios universais”. A tese diz o seguinte: sempre tivemos o hábito de meter a colher na vida dos outros. A diferença é que antes fazíamos isso em reuniões de família ou em um pub, depois de algumas cervejas. Hoje ganhamos poder, só não mudamos a nossa cabeça. Entre uma e outra série da Netflix, pedimos que alguém seja demitido do jornal, que um blogueiro seja preso, atacamos o touro dourado da Bovespa, pregamos um boicote a este ou àquele produto, talvez porque o dono da empresa ande do lado político que eu não gosto.

Dispondo de poder, as pessoas passam a agir como pequenos políticos. É natural que façam isso. A “sinalização de virtude” é apenas uma estratégia de marca pessoal. Na bem-humorada definição do escritor negro Damon Young, você é woke “se recicla seu lixo”, ou se “retuíta alguma coisa sobre as virtudes da reciclagem”. No fundo, é tudo muito barato. Você sequer precisa frequentar o SUS. Apenas escrever “viva o SUS” na sua timeline.

O pulo do gato é separar o joio do trigo. Saber o que são demandas de justiça e o que não passa de raiva e espuma, na guerra política. O que é a luta por direitos e o que não passa de sua caricatura. Só dispomos do bom senso para fazer essa distinção. Lembro de Barack Obama em um debate. O mundo é “complicado e cheio de ambiguidades”. E julgar os outros, no Twitter, pode ser divertido e “fazer você se sentir bem, mas não é algo sobre mudar as coisas de verdade”.

O que talvez precisemos é de um duplo woke. Pessoas antenadas para a injustiça social, mas com um espelho de bom tamanho à frente. Olhos bem abertos para os defeitos do mundo, que não são poucos, e igualmente para seus próprios defeitos. Daí, quem sabe, menos dispostas a meter o dedo na cara dos outros, e mais a dialogar e persuadir, como é próprio das boas democracias.

*Fernando Schüler é cientista político e professor do Insper

Revista Veja

Nova York declara estado de emergência diante do risco de novos casos da variante ômicron




A governadora do Estado, a democrata Katy Hochul, organiza o reforço de insumos sanitários e unidades hospitalares para enfrentar um hipotético surto

Por María Antonia Sánchez-Vallejo

Nova York - Adolescente de 13 anos recebe a primeira dose da vacina contra a covid em um bairro de Nova York, em junho.

No estado de Nova York, 90% da população adulta tomou ao menos uma dose da vacina contra a covid-19 e 68% recebeu o regime completo, mas a ameaça da variante delta, altamente contagiosa, e os deslocamentos em massa por causa do feriado prolongado de Ação de Graças pressionaram a governadora do estado, a democrata Katy Hochul, a declarar o estado de emergência como medida preventiva diante do risco crescente da chegada da variante ômicron. Os deslocamentos em massa no Dia de Ação de Graças, período do ano com mais viagens internas nos Estados Unidos, é acompanhado de perto pelas autoridades sanitárias, embora a declaração de Nova York só entre em vigor no dia 3 de dezembro. “Não nos surpreende que novas variantes estejam surgindo e que provavelmente acabem em Nova York”, disse Hochul.

Embora as mortes por coronavírus sigam uma tendência decrescente, o aumento sustentado do número de casos detectados atingiu 33% nos últimos 14 dias, daí as medidas emergenciais decretadas pelo estado. “Até agora, a nova variante ômicron não foi encontrada no estado de Nova York. Mas estamos em alerta máximo. Está chegando”, tuitou Hochul na sexta-feira. “O laboratório do Centro Wadsworth do Departamento de Saúde continuará monitorando ativamente as amostras selecionadas de covid-19 em todo o estado de Nova York para comparar as sequências e identificar as variantes em circulação e as novas”, disse em um comunicado.

A declaração de emergência permitirá ao estado adquirir insumos para combater a pandemia, aumentar a capacidade hospitalar e combater a possível escassez de pessoal em um setor cujo funcionalismo ficou limitado pelo elevado número de desistências voluntárias. Também permitiria ao Departamento de Saúde do estado limitar os procedimentos não essenciais e não urgentes em hospitais em favor de um reforço das unidades covid-19.

As notícias sobre a nova variante ômicron abalaram os mercados de todo o mundo, mas o impacto foi especialmente notável nos EUA. O índice Dow Jones registrou seus piores resultados em mais de um ano, precisamente no dia mais importante do calendário comercial, a Black Friday. Os Estados Unidos apoiaram então, junto com o Canadá, o Brasil e grande parte dos países da Europa, a proibição de entrada em seu território de viajantes do sul da África. O presidente Joe Biden foi informado ao meio-dia de sábado das últimas novidades sobre a ômicron, enquanto a Administração sanitária e a equipe de resposta à covid-19 da Casa Branca monitoraram as últimas atualizações, em contato com seus colegas em todo o mundo.

Em seu comunicado de sexta-feira, Hochul pediu novamente aos nova-iorquinos ainda não imunizados que tomassem a vacina. “A vacina continua sendo uma de nossas melhores armas na luta contra a pandemia, e encorajo todos os nova-iorquinos a se vacinarem e a tomarem a dose de reforço se já estiverem totalmente vacinados”, disse.

A rede pública de hospitais de Nova York registrou na sexta-feira —quase um feriado para muitos efeitos em consequência do fim de semana prolongado, com as escolas e os edifícios da Administração fechados— uma atividade pouco frequente, tanto na imunização dos retardatários quanto na administração da dose de reforço à população maior de 18 anos. O difícil, em Nova York, é não se vacinar, dadas as facilidades que a cidade oferece. Um cenário muito diferente daquele de outros estados mais negligentes em relação à vacinação, como Arizona, Indiana, Ohio, Wyoming e Idaho, que mal chegam a 50% de imunização.

El País

Governo de Bolsonaro está completamente sem rumo no universo político do país




Por Pedro do Coutto

O presidente Jair Bolsonaro e o seu governo, de modo geral, incluindo setores da base de apoio no Congresso, demonstram a absoluta falta de rumo no universo político, administrativo e legislativo do país. Conseguiram estabelecer trapalhadas em série, confusões generalizadas, iniciativas sem sentido, enfim um festival que lembra o programa da TV Globo de Renato Aragão e diversas comédias do cinema americano de algumas décadas passadas.

Marianna Holanda e Julia Chaib, Folha de S. Paulo desta sexta-feira, revelam que o presidente da República decidiu apoiar a candidatura do atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para o governo de São Paulo, pela legenda do PL, bloqueando assim a perspectiva de o partido no qual vai ingressar acolher um candidato do governador João Doria.

CANDIDATURA DE SALLES – Além de tal iniciativa, Bolsonaro conseguiu ultrapassar esse absurdo político lançando a candidatura de Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, para o Senado por São Paulo. Por pressões que se generalizaram no país e até no exterior, Bolsonaro teve que demitir Salles que havia deixado claro o seu apoio, pelo silêncio, ao desmatamento da Amazônia, além de ter agido para liberar uma grande partida de madeiras para o exterior. A indicação de Salles é uma sequência de um processo de absurdos em série.

No Congresso, generalizou-se a confusão por parte do governo na questão da emenda dos precatórios. Em editorial ontem, O Globo focalizou as impropriedades e ilegalidades da matéria aprovada na Câmara – incrível – a qual está recebendo emendas de senadores. Ninguém alertou o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, sobre a impossibilidade de tais emendas, pois se trata de matéria constitucional votada em dois turnos pela Câmara.

A emenda do Senado, portanto, significa rejeição do projeto original porque é absolutamente claro que, ao se emendar qualquer matéria, está se discordando do seu texto integral. No caso de emendas da Constituição, o tratamento é diverso do destinado a projetos de lei comuns em que uma Casa do Congresso pode emendar um projeto aprovado pela outra, fazendo-o retornar à sua origem.

CONFUSÃO – Mas essa regra evidentemente não pode se aplicar à emendas constitucionais, e a PEC dos Precatórios é uma delas. A confusão é geral no país. O governo não tem rumo, o Congresso perdeu a noção de espaço e de limite. Basta dizer que o relator do Auxilio Brasil na Câmara, deputado Marcelo Aro, em seu parecer – reportagem de Thiago Resende e Danielle Brant – , estabeleceu que não podem ocorrer filas à espera  do recebimento do benefício. Como não podem ocorrer filas? Como vai se proibir que elas se formem? Filas existem até para passar por revista no acesso aos bancos.

Não bastasse isso, o relator Marcelo Aro admite a hipótese, vejam só, de os beneficiários pelo auxílio, teto de R$ 400 por mês, poderem fazer empréstimos consignados. Como podem fazer empréstimos consignados os que vão receber R$ 400 por mês e cujas famílias tenham integrantes com renda mensal de R$ 105 e também de R$ 210? Não há necessidade nem de se comentar o assunto.

BALSAS DA VERGONHA – O vice-presidente Hamilton Mourão, em declarações feitas à repórter Mariana Holanda, Folha de S. Paulo de ontem, afirmou, que a Policia Federal e a Marinha vao agir contra o garimpo ilegal no Rio Madeira, que além da poluição, desafiam o bom senso primário e deprezam a repercussão politica nacional e internaciomal. As mais de cem balsas que estão operando no Rio Madeira não deram a menor importância à lei brasileira.

Tanto, que o general Hamilton Mourão, presidente do Conselho de Defesa da Amazônia, vai na contingência de acionar a Marinha e a PF para apreender as balsas que operam ilegalmente e poluem uma das principais vias fluviais da Amazônia. O governo Bolsonaro, pelo que se entende, não está preocupado com isso. Tanto que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, procurado por Marianna Holanda , afirmou na quinta-feira que dentro de poucos dias  uma operação envolvendo a PF e a Força Nacional do Exército, não citou a Marinha, vai atuar na região, terminando o planejamento operacional.

Nos próximos dias,acrescentou, “estaremos lá”. Torres não deu detalhes sobre a operação determinada por Mourão. Mais uma prova da desconexão do governo federal. Não fosse a imprensa a denunciar o fato, o Planalto não teria tomado a menor providência, aliás como não tomou. Só decidiu agir depois da intervenção do vice-presidente da República.

MORO DECOLA – Na noite de quinta-feira, na GloboNews, programa coordenado por Marcelo Cosme, a jornalista Eliane Cantanhêde, afirmou estar informada de que a próxima pesquisa eleitoral deverá apontar Moro na terceira colocação, abaixo de Lula e Bolsonaro, e portanto à frente de Ciro Gomes. Vamos aguardar. Entretanto, tenho a impressão de que Sergio Moro conseguiu decolar.

A sua candidatura alcançou um relativo impacto, pois, afinal de contas, tornou-se o único magistrado que determinou a prisão de ladrões de casaca e não daqueles que roubam um quilo de feijão ou um sabonete em qualquer  supermercado. Marcelo Odebrecht, por exemplo, cumpriu dois anos de prisão. Ele lidera uma lista de outros exemplos. A atuação de Moro, apesar de ter integrado o governo Bolsonaro, ficou marcada na opinião pública.

Não digo com isso, hoje, que ele possa ultrapassar Lula ou Bolsonaro. Mas estou percebendo, posso estar enganado, que ele tem condições de figurar bem nas eleições de outubro de 2022. Entretanto, o MDB vai lançar a senadora Simone Tebet que também possui condições básicas para realizar uma excelente campanha eleitoral. Também com boas perspectivas de campanha surge o senador Rodrigo Pacheco que, no entanto, terá que enfrentar a questão dos precatórios. Como disse antes, o governo não possui o menor rumo em setor algum.

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