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quarta-feira, setembro 01, 2021

Justiça do Rio quebra sigilo de Carlos Bolsonaro em nova investigação sobre ‘rachadinha’


Psol quer investigação contra Carlos Bolsonaro e ministro da Justiça | Poder360

Com o pai e o irmão, Carlos aprendeu a fazer rachadinhas 

Deu na Folha

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) em meio à investigação de desvio de recursos públicos em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.

O pedido do Ministério Público, revelado pela Globonews, mirou o filho de Jair Bolsonaro bem como outras 26 pessoas, incluindo a ex-mulher do presidente, a advogada Ana Cristina Siqueira Valle, que também teve seus sigilos quebrados.

IGUAL AO IRMÃO – A suspeita contra Carlos é a prática de “rachadinha”, num esquema semelhante ao atribuído ao irmão, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Nele, os funcionários são obrigados a devolver parte do salário para o parlamentar.

Ana Cristina é suspeita de ser operadora do esquema no gabinete de Carlos. Ela teve sete parentes empregados na Câmara, uma delas Andrea Siqueira Valle, que também é investigada no caso de Flávio. A ex-mulher do presidente teve dez familiares empregados no antigo gabinete do senador na Assembleia Legislativa.

Em nota, a defesa do vereador afirmou que ele “permanece à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento”.

MUITAS NOTÍCIAS – A investigação foi aberta depois de notícias sobre funcionários lotados no gabinete de Carlos que aparentemente não prestavam serviço para o vereador. A Folha revelou dois desses casos, em 2019.

Em abril, a reportagem descobriu que Carlos empregou até janeiro uma idosa que mora em Magé, município a 50 km do centro do Rio. Nadir Barbosa Goes, 70 anos, negou à Folha que tenha trabalhado para o vereador. Ela recebia, como oficial de gabinete, uma remuneração de R$ 4.271 mensais.

Nadir é irmã do militar Edir Barbosa Goes, 71 anos, atual assessor do filho do presidente. A mulher dele, Neula de Carvalho Goes, 66 anos, também foi exonerada pelo vereador.

NÃO TRABALHAVA – A reportagem encontrou o militar em sua residência, vestindo uma bermuda e camisa do Brasil, às 13h de uma segunda-feira. Irritado, o funcionário da Câmara se negou a responder às perguntas e disse que caberia ao gabinete prestar esclarecimentos.

“Eu não sou obrigado a trabalhar todos os dias lá. Não tem espaço físico”, afirmou. A reportagem quis saber qual função o militar desempenha. “Não importa”, respondeu.

Edir também afirmou que a intenção da Folha, ali, seria a mesma de reportagem que revelou que Walderice Conceição, vendedora de açaí em Mambucaba, na costa verde do Rio, era assessora fantasma do então deputado federal Jair Bolsonaro.

MALA DIRETA – À reportagem o chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, disse que esses funcionários entregavam mala direta para a base eleitoral do vereador em Campo Grande, na zona oeste do Rio, e anotavam as reivindicações dos eleitores, principalmente de militares.

Para trabalhar diariamente na entrega de correspondências, Nadir teria de percorrer uma distância diária de mais de 130 km.

Outra funcionária suspeita de ser fantasma revelada pela Folha é Cileide Barbosa Mendes, 43, espécie de faz-tudo da família Bolsonaro. Enquanto esteve lotada no gabinete de Carlos, ela apareceu como responsável pela abertura de três empresas nas quais utilizou como endereço o escritório do hoje presidente Jair Bolsonaro. 

Na prática, porém, ela era apenas laranja de um tenente-coronel do Exército —ex-marido da segunda mulher de Bolsonaro— que não podia mantê-las registradas no nome dele como militar da ativa.

BABÁ DA FAMÍLIA – Após ter sido babá de um filho de Ana Cristina Valle (que foi companheira de Bolsonaro e é mãe também de Renan, filho dele), Cileide foi nomeada em janeiro de 2001 no gabinete de Carlos, que era vereador recém-eleito. Novato na política, Carlos tinha 18 anos na época.

No início deste ano, porém, ele fez uma limpeza em seu gabinete, assim que o pai assumiu o Palácio do Planalto. Nos meses de janeiro e fevereiro, o vereador exonerou nove funcionários. Cileide foi um deles, demitida após 18 anos —recentemente com remuneração de R$ 7.483.

A carga horária prevista para assessores comissionados da Câmara Municipal do Rio é de seis horas diárias, que não precisam ser cumpridas no espaço físico da Casa. Esses funcionários não batem ponto e têm a frequência assinada pelo próprio vereador.

Só para constar, governo faz Orçamento sem cortar precatórios e sem dobrar Bolsa Família

Publicado em 1 de setembro de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Ivan Cabral (Arquivo Google)

Alexandro Martello, Jéssica Sant’Ana e Jamile Racanicci
G1 e TV Globo — Brasília

Para cumprir o prazo legal, o projeto do Orçamento 2022 enviado nesta terça-feira (31) pelo governo ao Congresso Nacional tem duas diferenças significativas em relação às expectativas da equipe econômica para o próximo ano. O texto prevê o pagamento integral de quase R$ 90 bilhões em precatórios e não define reajuste para o Bolsa Família.

O governo tenta alterar esses dois cenários – limitar as despesas do próximo ano com precatórios (dívidas da União reconhecidas em definitivo pela Justiça) e “turbinar” o Bolsa Família, que deve ser rebatizado como Auxílio Brasil.

NOVA VERSÃO – A tendência, portanto, é que o governo envie uma nova versão ao Congresso Nacional até o fim do ano com essas mudanças.

A proposta apresentada nesta terça, último dia do prazo, prevê R$ 89,1 bilhões para o pagamento de precatórios – cifra bem acima dos R$ 54,7 bilhões previstos para 2021, e que o governo deve parcelar com aval do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). E mais R$ 34,7 bilhões para o Bolsa Família – valor quase igual ao previsto para 2021 e bem abaixo dos R$ 50 bilhões necessários para o novo programa social que está sendo formulado.

O governo afirma que o salto de quase 63% na previsão de precatórios, de R$ 54,7 bilhões para R$ 89,1 bilhões, inviabiliza o novo Bolsa Família e outras despesas não obrigatórias, como investimentos.

PARCELAMENTO –  Por isso, o governo busca uma solução: parcelamento da dívida de precatórios, via proposta de emenda à Constituição enviada à Câmara, ou estabelecimento de um limite anual de pagamento, solução aventada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Esse aumento tem a ver com o ritmo de decisões judiciais, que varia a cada ano. Parte do salto atual, por exemplo, tem relação com precatórios do extinto Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) – uma disputa que se arrasta há décadas na Justiça.

Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia informado que a versão inicial do Orçamento de 2022 iria mesmo com o pagamento integral de precatórios até que se tenha uma solução para o problema.

VAI ESPREMER TUDO – “Enquanto a solução não vem, o Orçamento vai como tem que ir, com os R$ 90 bilhões de precatórios. Fatalmente isso vai espremer tudo, vai desaparecer o dinheiro todo”, afirmou Guedes durante evento virtual. Segundo ele, todo mundo iria “entender a dramaticidade do fato”, e uma solução seria aprovada “em 24 horas”.

A ideia que tem agradado o Legislativo e o Judiciário é a em discussão no CNJ, que prevê um limite anual de pagamento de precatórios da União, corrigido pela inflação, para dar previsibilidade ao Orçamento do governo federal.

Isso pode reduzir, dos atuais R$ 89 bilhões, para cerca de R$ 39,9 bilhões o valor total de precatórios que o governo federal terá de pagar em 2022.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Dessa forma, o governo quer usar o dinheiro dos precatórios para aumentar o Bolso Família, reajustar os servidores e outras despesas de cunho eleitoral, que explodem o teto de gastos e caracterizam pedaladas piores do que as de Guido Mantega no governo desastroso de Dilma Rousseff, a estocadora de vento. (C.N.)


André Mendonça corre riscos no Senado e Alcolumbre quer emplacar Aras no STF

Publicado em 1 de setembro de 2021 por Tribuna da Internet

Em momento constrangedor, Alcolumbre não consegue pronunciar a palavra  “réplica” durante sabatina de Aras; assista ao vídeo - Plu7

Alcolumbre faz o possível e o impossível para emplacar Aras

Malu Gaspar

Os mapas dos líderes do Senado sobre qual seria o placar de uma votação hoje em torno do nome de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal apontam que o plenário está rachado ao meio. O número de votos contra Mendonça seria de pelo menos 37, sem contar os senadores que cogitam faltar à votação porque não querem o candidato de Jair Bolsonaro no STF, mas também não querem ficar mal com o governo.

Para ser nomeado, o indicado pelo presidente da República ao Supremo tem de contar com o aval de pelo menos 41 dos 81 senadores. Mesmo que ele tenha maioria dos votos no plenário, se não atingir os 41 votos sim, não pode ser nomeado.

DISPUTA APERTADA – Tanto os governistas como os anti-Mendonça dizem que hoje teriam condição de ganhar no plenário, mas ambos os lados sabem o quanto a disputa está apertada.

O que os aliados do presidente da República apostam é que, uma vez submetida à Comissão de Constituição e Justiça – condição necessária para que o nome de um candidato ao senado possa ser avaliado no plenário –, os votos começariam a virar a favor.

Isso, claro, em condições normais de temperatura e pressão. A última vez que um candidato a ministro do Supremo foi rejeitado no plenário do Senado foi no governo Floriano Peixoto, (1891-1894). Mas, nas palavras de um dos mais ativos operadores anti-Mendonça no Senado, “o governo Bolsonaro não é um governo normal. Nele acontecem coisas que nunca aconteceram antes”.

DEPOIS DO DIA 7 – Justamente por que o governo Bolsonaro não é um governo comum, tanto o presidente do Senado como o da CCJ, Davi Alcolumbre, tem dito a interlocutores que antes do dia 7 de setembro não acontece nada.

Só depois das manifestações bolsonaristas do dia da Independência é que Pacheco e Alcolumbre vão decidir se há ou não condições de pautar a indicação. Os governistas, por sua vez, vão poder refazer as contas e atualizar os mapas.

Se a correlação de forças piorar, a tendência é retirar a indicação de Mendonça para não submeter o candidato de Jair Bolsonaro a uma humilhação no plenário. Nesse caso, os ministros palacianos dizem que Bolsonaro substituiria Mendonça por outro candidato “terrivelmente evangélico”. Mas Alcolumbre e sua turma apostam que, se Mendonça naufragar, o nome de Augusto Aras, que eles sempre quiseram ver no cargo, volta ao páreo com força.

Bolsonaro adia filiação partidária porque o seu projeto está mais nas armas do que nas urnas

Publicado em 1 de setembro de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Duke (domtotal.com)

Pedro do Coutto

Por incrível que pareça, o presidente Jair Bolsonaro permanece sem filiação partidária e, até o momento, não parece disposto a encontrar uma nova legenda para nela ingressar e assim concorrer às eleições de outubro do próximo ano. Reportagem de Jussara Soares, O Globo desta terça-feira, focaliza a questão e assinala que Bolsonaro foi aconselhado por Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil a somente reingressar no sistema partidário no final do primeiro semestre de 2022.

Para mim, uma situação confusa, pois a menos que tenha havido mudança, os candidatos, todos eles, necessitam ter um ano de inscrição partidária antes das eleições. O prazo assim termina, na minha impressão, em 3 de outubro de 2021, portanto a pouco mais de um mês. Jussara Soares acentua que Ciro Nogueira sugeriu a espera de mais seis meses para que possa ser feita uma avaliação melhor pelo atual presidente da República, uma vez que, pela pesquisa do Datafolha, ele foi considerado ruim e péssimo por 51% do eleitorado. O levantamento é do mês de julho, portanto feito há 60 dias. Em outubro de 2020, o índice negativo era de 31 pontos. Portanto, avançou vinte escalas percentuais. Mas, não é essa questão essencial.

DOIS CAMINHOS –  A questão essencial é que o poder não pode permanecer vago em lugar algum do mundo e os exemplos da história universal estão aí para demonstrar. E, para chegar ao poder, outro exemplo irredutível, o de que só há dois caminhos a se seguir, o das urnas, nas democracias, ou o caminho das armas, nas ditaduras. Ao que parece, a resistência em ingressar em uma legenda por parte de Bolsonaro é para que ele não se comprometa com o voto popular e deseje um desfecho militar.

Tanto é assim que o documento da Fiesp que apenas se baseia no compromisso com a Constituição, com as eleições e com a democracia, criou mal estar junto ao chefe do Executivo. A Fiesp, segundo o seu presidente Paulo Skaf, adiou o documento, conforme dito, até o final desta semana. Porém, os empresários do agronegócio, reportagem de Fernanda Trisotto e Henrique Gomes Batista, O Globo, não adiaram o seu posicionamento e colocaram na imprensa um manifesto contra o risco de retrocessos institucionais ao mesmo tempo em que exalta a democracia e coloca em foco totalmente claro o respeito ao voto e à Constituição do país.

Alguém pode ser contra a Constituição do país, contra o voto ou contra a democracia? É a pergunta que faço. Assim, se alguém reage mal a tais colocações, que têm o apoio de mais de 80% do eleitorado brasileiro, é porque no fundo da questão está tentando trilhar um caminho oposto na certeza de que a estrada do voto não o levará, no caso de Bolsonaro, ao desfecho igual ao que as urnas de 2018 lhe proporcionaram. Não pode haver outra interpretação. Da mesma forma que ninguém pode ser contra a água potável ou a alimentação sadia, não se pode acreditar na sinceridade de quem se irrita quando se fala em Constituição democrática e no direito de voto popular.

RECUO  –  Relativamente ao recuo da Fiesp, de acordo com Ivan Martínez-Vargas, Geralda Doca e Renata Andrade, também no O Globo, o adiamento adotado por Skaf resultou de um pedido feito pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, para que o documento só venha a ser veiculado após o dia 7 de setembro, quando haverá no país manifestações de apoio e manifestações  contrárias ao governo federal. Entretanto, Skaf ao dizer que poderá liberar o texto até sábado dá a impressão de não concordar com o adiamento até a comemoração da Independência do país.

Além desse aspecto, Eduardo Sodré e Paula Soprana, Folha de S. Paulo, revelam que o adiamento criou decepção junto à maioria das entidades industriais, dando margem para que a direção da Fiesp possa ser acusada de covardia e de falta de empenho em legitimamente representar a classe empresarial, sobretudo porque mais de duzentos setores da indústria assinaram o documento e grande número dos que ainda não tinham firmado se mostraram dispostos a fazê-lo. Entre os setores industriais que demonstraram temor, surpreendentemente encontra-se a Firjan, uma vez que o Rio de Janeiro é o segundo centro industrial do Brasil.

SALÁRIO MÍNIMO –  O governo Bolsonaro anunciou na tarde de terça-feira que o salário mínimo a partir de janeiro de 2022 passará a ser de R$ 1170, 5% acima do valor atual. Ocorrem dois aspectos. Primeiro que se a inflação de 2021, aliás como se espera, superar os 5%, o salário mínimo estará de fato sendo reduzido, perdendo portanto ainda maior valor de compra.

Em segundo lugar, se o salário mínimo cai sobre 5% e os demais salários sobem zero por centro, fica evidente que o número dos que no Brasil recebem o piso básico vai aumentar ainda mais. Um terceiro ângulo da questão pela lei em vigor, o reajuste percentual do salário mínimo inclui os aposentados e pensionistas do INSS que assim vão ter os seus vencimentos nominalmente aumentados a partir do próximo ano.

Pela lei do país, a atualização dos orçamentos federais será feita também com base no percentual inflacionário achado pelo IBGE. Não sei porque o jornalismo econômico, tanto no O Globo, quanto na Folha de S. Paulo e no Estado de S. Paulo, não citam os valores absolutos sobre os quais os valores percentuais incidem. A parte tributária é uma coisa, é uma fração orçamentária, mas está longe de ser o valor total do orçamento.

ENDIVIDAMENTO – No Jornal Nacional de segunda-feira, a TV Globo informou que em dez famílias brasileiras, sete encontram-se endividadas em maior ou menor escala. A comparação, portanto, representa 70% da população, uma vez que cada família tem uma média de 4,2 pessoas. O endividamento, acentuou a TV Globo, atinge R$ 426 bilhões sobre os quais incide em média juros anuais de 28,8%. Assim, com os salários congelados é absolutamente impossível que a sociedade brasileira possa saldar o montante de seu endividamento.

Só poderá fazê-lo rolar como uma bola de neve. Mas até que ponto esse processo rotativo será possível ? A fome é um dos maiores flagelos da humanidade  e a situação brasileira foge à regra.

O que deseja Lula, ao insistir tanto em regulamentar a mídia, que ele mistura com a internet?

Publicado em 1 de setembro de 2021 por Tribuna da Internet

Lula ameaça regulamentar a mídiaPedro Doria
O Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou nesta semana ao debate sobre “regular a mídia”. Entrou no assunto, como de praxe, de forma ambígua, confusa, misturando temas. Lula é também o favorito a chegar ao segundo turno contra o atual presidente, Jair Bolsonaro. Como Bolsonaro é golpista e quer ver a democracia pelas costas, faria bem ao Brasil que Lula esclarecesse quais são seus planos, suas ideias, o que quer dizer exatamente por “regular a mídia”.

Na quarta-feira, em discurso no Rio Grande do Norte, deixou claro que essa regulação é uma de suas prioridades. Numa entrevista ao Jornal da Bahia, afirmou que deseja o modelo britânico, não o cubano ou o chinês. Tanto melhor — Cuba e China são ditaduras.

DEU EXEMPLOS – “Vocês estão vendo o que fazem na internet? Espalham mentiras, receitam remédio para Covid que não funciona”, afirmou no Twitter, a modo de exemplificar onde há problema. Em São Luís, no Maranhão, deu outro exemplo: “Vi como a imprensa destruía o Chávez”.

Em 2012, fui observador internacional da última eleição de Hugo Chávez, a convite do Sindicato dos Jornalistas Venezuelanos. Em Petare, a maior favela de Caracas, assisti, numa seção eleitoral após a outra, aos fiscais do PSUV, partido do governo, orientarem os eleitores dentro da cabine de votação. Aqui chamamos de voto de cabresto. Estava no TSE de lá quando Henrique Capriles e Chávez disputavam voto a voto a contagem, e a luz do prédio simplesmente caiu. Quando voltou, mais de uma hora depois, Chávez abria folga.

O sindicato dos jornalistas não chamou observadores de todo o continente à toa — tinham medo. Medo dos motoqueiros milicianos de camisa vermelha, medo dos jornais tradicionais que já se desmantelavam sob constante ataque econômico e policial do Estado, da sombra da censura que se aproximava. Foi há dez anos.

AO CONTRÁRIO – Que fique claro: nem Lula nem Dilma Rousseff jamais tentaram fazer no Brasil o que Chávez fez na Venezuela. Bolsonaro é o chavista aqui. De direita, mas sua visão de democracia é a mesma.

Não faz sentido Lula trazer Chávez para uma conversa sobre imprensa se diz que deseja o modelo britânico. O modelo britânico para imprensa é a autorregulação. Jornais como Guardian, Financial Times e Independent escolheram que preferem não ser observados pelo órgão financiado pelo governo para observar a imprensa. É a isso que Lula se refere?

Por certo, não deve ser. A imprensa britânica, principalmente a sensacionalista, é conhecida internacionalmente por sua selvageria. Casos extraconjugais de políticos são divulgados nos mínimos detalhes, celebridades são perseguidas nas ruas por fotógrafos, há casos da captação de áudios privados por repórteres. No Brasil, não há nada sequer parecido com isso.

MÍDIA OU INTERNET? – Mas, afinal, Lula quer regular a imprensa ou quer regular a internet? Porque são coisas muito diferentes. No tuíte, ele cita o uso do modelo britânico para evitar que na internet se divulguem remédios falsos para Covid-19.

O modelo britânico não resolve esse problema — ninguém conseguiu ainda resolver o problema da informação falsa na internet. A primeira vez em que ficou claro no mundo todo o impacto das fake news nas urnas foi justamente no Reino Unido, em 2016, no plebiscito do Brexit.

A censura prévia à imprensa é proibida em cláusula pétrea na Constituição. Se Lula chegar ao segundo turno contra Bolsonaro em 2022, não haverá escolha para quem deseja viver numa democracia liberal. Isso quer dizer que Lula levará o voto de muitos que rejeitam suas ideias. Não há democracia sem uma imprensa com total liberdade de apontar corrupção crassa em governos como o dele. É hora de o ex-presidente ser claro a respeito do que deseja. Porque, até agora, ele está misturando vários temas distintos sem produzir sentido.


Mais denúncias de improbidades, dessa vez partiu do vereador Antônio Caves

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Jeremoabo está enfrentando uma verdadeira pandemia chamada improbidade.
Cada sessão da Câmara de vereadores como não poderia deixar de ser, os vereadores da oposição apresentam mais um novo tipo de corrupção, de fraudes, de improbidades.
Enquanto isso, os vereadores da situação permanecem enxugando gelo na tentativa de esconder os fatos, usando o método fajuto de apresentar elogios gratuitos e ridículos para agradar secretários e secretárias.
Dessa vez estou narrado os fatos mais graves  expostos na sessão de ontem pelo vereador Antônio Chaves, foram muitos, porém selecionei os gravíssimos que não poderão continuar amparados pelo manto da impunidade, da injustiça e omissão.
Vamos iniciar falando da suposta amnesia do prefeito de Jeremoabo que ao iniciar seu governo comprou a peso de ouro areia que daria para implantar uma praia artificial às margens da Barragem do lado da AABB, e por incrível que pareça, ninguém sabe até hoje onde está armazenada essa areia, e qual o motivo de haver comprado já nesse ano uma carrada de areia por R$ 800,00(oitocentos reais), isso para uma escola da Malhada Vermelha.
Para essa mesma escola segundo o vereador foi comprado 1000 mil blocos de 08(oito)furos e  mil de 06(seis)furos, além de cimento e Brita, só que todo esse material, e toda essa obra tornaram-se invisíveis, só existe nos Recibos de Pagamentos,
O mais grave é que o prefeito foi na onda da secretária que atestou em fevereiro desse ano o serviço como concluído, autorizando o PAGUE-SE.
Segundo os vereadores essa é apenas uma das 47(quarenta e sete)escolas na mesma situação, ( escutem o áudio que os senhores entenderão melhor).
Tudo isso só porque nesse ano de 2021 no mês de  julho recebeu R$ 480.088,76 e ontem 31 de agôsto recebeu novamente R$ 480.088,76 referente VAAT - Valor  Anual Aluno, um complemento  do FUNDEB.
Saindo da Educação a Saúde também é outro acabamento, onde até com fichas para exames apelam para a baixa politicagem, falta de responsabilidade e atentado contra a vida.
Antes os vereadores denunciavam a falta de Dipirona, agora até algodão está faltando, postos de PSFs fechados sem médicos, buracos e matos invadindo ruas, sendo que para completar o hospital está servindo de ringue, já que constantemente o pau está quebrando naquele nosocômio.
Concluindo, Jeremoabo encontra-se órfão de educação, de saúde e de um gestor.

Bolsonaro é exemplo de que a estratégia de “criar” inimigos acaba não dando certo

Publicado em 1 de setembro de 2021 por Tribuna da Internet

Para Bolsonaro, o “Gabinete do Ódio” foi péssimo conselheiro

João Gabriel de Lima
Estadão

Criar inimigos é um clássico do arsenal dos políticos. Uma anedota conhecida sobre Jânio Quadros conta que, forçado a aumentar a gasolina, o ex-presidente inventou uma teoria conspiratória e colocou a culpa nos americanos – outro clássico. Mais tarde, em sua famosa carta de renúncia, que completou 60 anos nesta semana, Jânio invocou “forças terríveis”, esperando que parte da população se juntasse a ele no combate a tais entidades. Não houve clamor popular. Jânio voltou para casa e amargou mais de 20 anos longe de cargos públicos.

Criar inimigos, em geral imaginários, tornou-se ainda mais fácil na era das redes sociais. “Diante do caos e da complexidade de um mundo em mudança frenética e acelerada, o populismo digital garante o repouso em certezas que não requerem provas”, escreveu Andrés Bruzzone em seu recém-lançado livro Ciberpopulismo. Bruzzone, consultor do Estadão e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo, é o entrevistado do minipodcast da semana.

MOINHO DE VENTO – Cada populista escolhe o moinho de vento que lhe parece adequado. Nicolás Maduro, da Venezuela, demoniza as ONGs de direitos humanos. O polonês Andrzej Duda já vociferou contra os imigrantes muçulmanos – que são pouquíssimos em seu país – e contra uma suposta conspiração LGBTQIA+. O indiano Narendra Modi cria leis para amordaçar a imprensa, inimiga clássica de dez entre dez autocratas.

Seguindo o exemplo de Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro radicalizou a linha de Maduro, Duda e Modi. Troca de inimigos como modelos mudam de look no “reels” do Instagram.

Seus moinhos de vento já foram o fantasma do comunismo (uma alma penada), a urna eletrônica (que nunca deu problema no Brasil) e o “kit gay” (dispensa comentários).

BRIGA COM MORAES – O mais recente é o ministro Alexandre de Moraes. Neste caso há um motivo concreto para a inimizade: “Quando se trata de livrar os seus familiares e amigos do alcance da Justiça – afinal, essa é a causa de sua desavença com Alexandre de Moraes – (Bolsonaro) não tem limites”, escreveu o Estadão em editorial.

Maduro, Duda e Modi são a prova de que a estratégia do inimigo imaginário pode trazer recompensas. Todos estão no poder em seus países. Vai funcionar com Bolsonaro? O presidente está em campanha frenética pela reeleição, mas enfrenta problemas. Sua popularidade vem caindo. A respeitada consultoria Eurasia, que previu a vitória de Bolsonaro em 2018, hoje aposta em Lula, e vê uma escotilha aberta para a terceira via.

Com a campanha antecipada a pleno vapor, os pré-candidatos perceberam que quem não colocasse o bloco na rua ficaria para trás. João Doria, Ciro Gomes e Eduardo Leite já esquentam os tamborins.

SEM CHANCES – A classe política não vê mais Bolsonaro como um player inexorável em 2022. Reportagem do Estadão mostrou que vários parlamentares duvidam que o presidente chegue ao segundo turno. O voto impresso não passou, e o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes foi rejeitado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – ele próprio um possível candidato em 2022.

O cientista político Carlos Pereira levantou, no Estadão, a hipótese de que o presidente, antevendo o próprio fracasso, queira se tornar um mártir para seus apoiadores. Mártires, no entanto, não têm caneta. Como Trump, conseguem sobreviver politicamente – mas, como Jânio, acabam voltando para casa. Cultivar inimigos de forma serial, em modo “reels”, pode não ser uma boa estratégia.

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