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quarta-feira, agosto 06, 2008

PMDB quer a vice-presidência

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Vale começar repetindo o provérbio árabe de que "bebe água limpa quem chega primeiro na fonte". Por conta disso o PMDB está começando a entrar em ebulição. Transcorra a sucessão de 2010 dentro das regras atuais, com Dilma Rousseff de candidata, ou venha a confirmar-se a presunção do terceiro mandato para o presidente Lula, uma evidência transparece: o PMDB aceita abrir mão de disputar o pPlácio do Planalto, mas não cede à pretensão de indicar o candidato à vice-presidência.
Tanto faz se, daqui até as eleições, o Congresso tiver aprovado o direito de Lula eleger-se mais uma vez, certamente com os votos da bancada peemedebista. Ou se a atual Constituição for cumprida.
"Da vice não abrimos mão, desta vez!" é o slogan que mais se ouve na Câmara e no Senado entre parlamentares do PMDB, de José Sarney a Mão Santa, de Michel Temer a Eliseu Padilha, sem esquecer os governadores, os prefeitos, os vereadores e as bases.
Nomes existem aos montes, da senadora Roseana Sarney ao governador Roberto Requião. Todos acomodados à necessidade de mais uma vez seguirem a reboque das decisões do presidente Lula, desde que o companheiro de chapa dele ou de Dilma provenha de seus quadros.
Por isso tem sido grande a rejeição à dobradinha atribuída ao presidente Lula, de que Ciro Gomes seria excelente opção para companheiro de chapa da chefe da Casa Civil. Oferecer a presidência da República em holocausto à própria permanência nas beiradas do poder e suas benesses, o partido admite. Mas aceitar um cristão-novo de um pequeno partido, no caso o PSB, de jeito nenhum.
Disporá o PMDB de poder de fogo capaz de emplacar um seu candidato à vice-presidência? Depende. A bancada no Congresso é poderosa, mas desunida. Dificilmente seus deputados e senadores, em maioria, aceitariam deixar de votar os projetos oficiais como uma espécie de aviso à possível escolha de Ciro. Podem agir assim se a nomeação para alguma diretoria de empresa estatal demorar a sair.
A ameaça de lançar um candidato próprio à presidência da República gera pouca intranqüilidade, por enquanto, porque se ignoram quem poderá ser o candidato à vice-presidência, quanto mais em se tratando do candidato à presidência? Mesmo a hipótese do ingresso do governador Aécio Neves em suas fileiras é vista com muita descrença e alguma discordância, no partido.
Os dirigentes maiores do PMDB imaginam conseguir segurar a reação de suas bases até a proclamação dos resultados das eleições de outubro. Depois, caso seus candidatos tenham apresentado boa performance, poderão começar a negociar. Sem eles, o governo corre risco. Com eles, o preço a pagar pode ser demasiado.
O reverso da medalha
Caso não tenha sido adiada, acontecerá no final da tarde de hoje, no Clube Militar, no Rio, a audiência pública destinada a protestar contra a iniciativa do ministro da Justiça de reabrir as feridas do regime militar, identificando e processando acusados da prática de atos de tortura. O clima anda quente, entre os militares, não obstante a evidência de que os generais, almirantes e brigadeiros de hoje eram cadetes, aspirantes e guardas-marinha, em 1964.
Sustenta a oficialidade no serviço ativo, e mais, na reserva, que a anistia apagou tudo, desde os excessos praticados à sombra do poder público às ações de terrorismo e seqüestro desenvolvidas pelos adversários.
Para ambos os lados haverá prejuízo, ainda que pareça impossível esquecer o que se passou. Diz o Clube Militar não terem sido os militares que começaram esse novo confronto.
Se listas de possíveis torturadores vem sendo preparadas no Ministério da Justiça e adjacências, ninguém se iluda caso apareçam relações de pessoas antes empenhadas na luta armada e hoje ocupando cargos e funções no governo. Quanto a resultados práticos, nada haverá que esperar. Os crimes cometidos de parte a parte já prescreveram.
Coincidência?
O caos nos aeroportos, no fim de semana, nem chegou aos pés do que aconteceu há um ano. Vôos atrasaram, foram cancelados, montes de passageiros ficaram nos aeroportos à espera de informações, mas, no fim, tudo se resolveu.
Fora as instabilidades climáticas apontadas como parte da crise, registraram-se queda na transmissão de energia elétrica para a parafernália eletrônica que dirige o transporte aéreo. Coincidência, porque as paralisações seguiram-se à iminência de greve dos aeroportuários, afinal superada? Seria bom que uma sindicância pudesse afastar ilações e temores de sabotagem. Porque faltar luz nas instalações referidas equivale a faltar areia no deserto...
A velha discussão do diploma
Tão certo quanto o mar chegar a ondas na praia está sendo a mais recente tertúlia a respeito da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. Trata-se de lei, mas volta e meia o Judiciário oscila entre uma opinião e outra, aguçando a intransigência de um lado e de outro.
Escrever é um dom que nasce com o indivíduo ou é adquirido ao longo dos anos?
Escrever faz um jornalista ou um escritor?
Será bom jornalista aquele que sabe apenas escrever?
Estão os escritores proibidos de escrever nos jornais?
As perguntas sucedem-se de forma interminável. O dom de cortar carne faz um médico?
A facilidade de discursar faz um advogado?
As faculdades de Comunicação formam cada vez mais professores de jornalismo, mestres em teorias esotéricas, mas conseguem formar jornalistas?
Se deixam a desejar, as faculdades de Comunicação devem ser extintas ou aprimoradas?
Sem a obrigatoriedade do diploma, os donos de jornal comporão suas redações apenas com jovens que pensem como eles e só defendam os seus interesses?
Quem é o dono da notícia, o proprietário do jornal ou a sociedade para a qual a notícia se destina?
Quem deu aos jornais e aos jornalistas a prerrogativa de decidir o que será e o que não será publicado?
O cidadão que pretender entrar na interminável seqüela a respeito do diploma deveria, antes, tentar responder a cada uma dessas questões. Elas poderão exprimir o fim ou a redenção do jornalismo...
Fonte: Tribuna da Imprensa

PF rejeita proposta de Mendes para coibir abusos

BRASÍLIA - A proposta do ministro Gilmar Mendes, de criação de varas especializadas no combate a abusos de autoridade, agitou o mundo de delegados, procuradores, advogados e juízes - profissionais que se tornaram alvos de reprimendas públicas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em sua ofensiva contra violações.
"É preocupante a declaração do presidente da Suprema Corte porque fica claro que ele próprio não confia na magistratura de primeira instância, que é a base do poder que ele representa", reagiu o delegado Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, presidente da Comissão de Prerrogativas da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal. "Como falar em excessos das autoridades policiais se elas simplesmente são executoras de ordens judiciais sob a supervisão e fiscalização do Ministério Público?"
Mendes lançou a idéia das varas judiciais para conter desvios durante debate promovido segunda-feira pelo jornal "O Estado de S. Paulo" que reuniu ainda o ministro Tarso Genro (Justiça), o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto.
O tema do encontro foi a crise institucional provocada pela Operação Satiagraha, que a PF deflagrou em 8 de julho. "Quando atribui excessos ao policial e propala a necessidade de varas para cuidar disso na verdade o ministro está desacreditando seus colegas da magistratura", reitera Leôncio. "Não se pode ignorar que as operações policiais são realizadas a partir de ordens do Judiciário e que os inquéritos são acompanhados pelo juiz, em regra de primeiro grau. Dizer que existe abuso e pregar a criação de varas específicas de certa forma é dizer que a magistratura de primeira instância não está cumprindo seu dever a contento?"
"Embora a crítica do ministro seja endereçada à polícia, ela acaba pegando os membros do Judiciário, do qual ele (Mendes) é o representante maior", disse Leôncio. "Os delegados são preparados, responsáveis. Aceitar a tese do presidente do STF é aceitar que o Judiciário de primeiro grau é conivente com excessos e abusos, o que definitivamente não existe."
Apreensão
"É completamente desnecessária (a criação das varas)", declarou Antonio Carlos Bigonha, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República. "Essa questão do abuso tem que ser resolvida caso a caso. Vemos com muita apreensão o pacote de medidas que visa a intimidar a polícia, o MP e a Justiça e contribui pouco com a modernização da Justiça. É um paradoxo no momento em que as promoções do MP decorrem de um trabalho concatenado com a polícia e vem demonstrando eficiência no combate ao crime organizado."
"É interessante que um juiz-corregedor possa acompanhar os trabalhos da PF como já ocorre na Justiça estadual com relação à Polícia Civil", anotou Luiz Flávio Borges DÆUrso, presidente da OAB paulista. "Estamos assistindo a uma reiteração de abusos que precisam ser coibidos. As instituições precisam ser fortalecidas."
Ricardo de Castro Nascimento, presidente da Associação dos Juízes Federais em São Paulo, disse que "simpatiza" com a proposta do ministro sobre reforma da lei do abuso, mas observou: "Tenho dúvidas se essa mudança precisa passar pela especialização de uma vara. Eu concordo com o ministro quando ele defende a mudança da lei de abuso, porque ela é inoperante, instrumento anacrônico. Para abuso já existem as corregedorias, por isso tenho reservas quanto à materialização, ou seja, se isso iria requerer uma especialização."
Claudio DellÆorto, presidente em exercício da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), destacou: "O que não sabemos é se há necessidade de proceder especialização em crimes de abuso. Na campanha contra a corrupção, a AMB sugere criação de varas especializadas em crimes contra a administração de um modo geral. Seria um excesso a especialização para um único delito."
Fonte: Tribuna da Imprensa

Insistência de Tarso irrita Lula

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer enterrar a polêmica reaberta pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, ao realizar uma mesa redonda para discutir o enquadramento de militares que tenham violado os direitos humanos durante o regime militar.
Para o presidente, este "é um assunto do Judiciário", porque é este Poder que interpreta as leis. "Interpretar se a lei de anistia cobre isso ou aquilo é decisão do Judiciário", observou o presidente, de acordo com informação de uma testemunha, acrescentando que, da mesma forma cabe ao Legislativo legislar sobre este ou qualquer outro assunto que achar conveniente. Ao Executivo, comentou, cabe aplicar a legislação vigente.
Com isso, Lula tenta afastar definitivamente este tema, que muito o incomoda, do Palácio do Planalto. O presidente já avisou que não vai se pronunciar sobre o assunto e deixou que Tarso ficasse isolado, falando sozinho. Avisou, também, que "não há nenhuma iniciativa do governo neste campo", justificando que isso é papel do Congresso. "Não há o que o governo possa fazer", sentenciou, encerrando o assunto.
Os desabafos do presidente foram feitos na viagem de volta de Lula de Buenos Aires para Brasília. No Aerolula, o presidente da República elogiou o fato de o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ter chamado para si o problema criado por Tarso com as declarações em que o ministro da Justiça pediu a punição de torturadores.
Isso teria evitado, segundo o presidente, que os comandantes das Três Forças também se pronunciassem, gerando uma nova crise para o governo. Lula ficou irritado com a atitude de Tarso, pois provocou a ira do meio militar e até um contra-ataque do Clube Militar, que vai promover a sua mesa redonda, amanhã.
Jobim relatou a Lula os últimos acontecimentos sobre a polêmica. O ministro não vê sentido em estar se levantando este assunto neste momento, já que não há nenhuma força da sociedade pressionando por isso e apenas um pequeno grupo teria se manifestado. O ministro da Defesa revelou que foi "surpreendido" pela atitude do ministro da Justiça e não via motivo para que se reacendesse este debate.
Há um mês, em almoço na Defesa, Tarso e o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, estiveram com Jobim, e Tarso falou sobre a idéia do seminário. Jobim, de pronto, descartou a idéia, alegando que este assunto tinha de ser tratado como posição de governo e não como iniciativa de um Ministério isolado. Na avaliação de Jobim, que já integrou o Supremo Tribunal Federal, eventuais crimes que tenham sido cometidos naquela época, hoje, já estariam prescritos.
Embora não tenha recebido um "cala boca" explícito, o ministro da Justiça, depois de ver que ficou sozinho nesta história, ontem, se justificava para colegas da Esplanada. Disse que "foi mal interpretado" quando publicaram que ele teria pedido punição para torturadores, explicando que na verdade, o que ele quis falar é que a tortura não pode ser vista como um crime político e não poderia ser incluído na lei de anistia.
O presidente espera que, ao voltar da China, para onde embarcou nesta terça-feira e retorna no sábado, este assunto já esteja definitivamente encerrado.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Roberto Freire é contra revisar Lei da Anistia

BRASÍLIA - O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, considera "um grande equívoco" a reformulação da Lei da Anistia proposta pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Na opinião dele, o governo está sendo "omisso" porque, em vez de propor uma "desanistia", deveria ter "a coragem de abrir os arquivos para saber onde estão os nossos desaparecidos". Avalia, também, que o ministro Tarso precisa "tomar cuidado ao falar sobre questões de direitos humanos, porque ele foi o responsável pela deportação dos dois boxeadores cubanos".
O ex-senador refere-se aos atletas Guilhermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que abandonaram a delegação de Cuba nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho de 2007, mas foram presos pela polícia brasileira e devolvidos à ditadura de Fidel Castro.
Para Roberto Freire, a Lei da Anistia beneficiou tanto militantes de movimentos contra a ditadura militar - inclusive os que optaram pela luta armada - quanto agentes do Estado brasileiro que cometeram "crimes hediondos, como a tortura".
Freire, que integrou a comissão de deputados e senadores que elaboraram a lei de 1979 e também foi constituinte em 1988, diz que não cabe, agora, "promover uma nova alternativa jurídica em torno da Lei da Anistia por causa daqueles que estavam do lado do governo e que praticaram atos ilegais, ilegítimos, imorais, hediondos, mas que no momento da definição do processo de anistia foram anistiados."
O dirigente do PPS diz que a um governo democrático se impõem duas tarefas: 1) que "a Justiça repare todos aqueles que foram torturados, que sofreram na mão do Estado a prática do crime da tortura"; 2) abrir os arquivos do período da ditadura militar, "no que este governo tem sido omisso".
Freire pondera, ainda, que os arquivos não devem ser abertos por revanchismo, "mas para que tenhamos conhecimento da nossa história, saber onde estão nossos desaparecidos". Ele diz não saber exatamente o que o País perde com a discussão levantada pelo ministro Tarso Genro, mas afirma "ter a certeza de que o Brasil não ganha nada com isso".
E justifica: "O esforço que poderia ser feito, e aí ganharíamos todos, deveria ser para conhecer o que se passou. Mas se fazer uma revisão da lei agora acaba por gerar uma exacerbação dos militares, como já está ocorrendo, isso significa ressuscitar no País um clima de confronto. A justiça pode ser feita sem a revisão da lei. Pelo Judiciário, ou seja, aqueles que sofreram abusos e arbitrariedades por parte dos torturadores devem cobrar na Justiça as indenizações a que têm direito."
Fonte: Tribuna da Imprensa

No Brasil, é impossível anular o voto

Por: Pedro do Coutto

Muito bom e oportuno, nesta época de desencanto político, o artigo de meu amigo Villas-Bôas Corrêa, jornalista a quem tanto admiro por sua integridade e vigor, na edição de 1 de agosto do "Jornal do Brasil". Condenou a intenção de eleitores de anular o voto nas urnas de outubro, principalmente chamando a atenção para a inutilidade de tal comportamento. Exato.
Trata-se, digo eu, de uma atitude vazia, omissão que não influi na realidade. Sobretudo porque, pela legislação brasileira, é absolutamente impossível anular o voto ou votar em branco. O voto nulo, indiretamente, estará indo para alguém. O branco também. Não há outro caminho. As eleições, todos sabem, dividem-se entre majoritárias e proporcionais.
No voto majoritário (presidente da República, governador, prefeito e senador), se o total de brancos e nulos passar de 50 por cento tornar-se-ia possível, dependendo de interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, convocar-se outro pleito. Isso nunca ocorreu na história do País. Nem mesmo quando houve candidatos únicos concorrendo contra o nada.
São dois os episódios: Assis Chateaubriand, em 56 ao Senado pelo Maranhão, e Henrique La Roque, em 74, também a senador pelo mesmo Estado. Chateaubriand, dono de um dos dois grandes impérios de comunicação do Brasil, o outro foi fundado por Roberto Marinho, perdeu a eleição para senador pela Paraíba em 54. Juscelino Kubitschek assumiu a presidência da República em 31 de janeiro de 56.
Chateaubriand procurou JK para obter outro mandato parlamentar. Juscelino encarregou Tancredo Neves, que havia sido secretário de redação do "Estado de Minas", jornal dos Diários Associados, para tentar equacionar o problema. O apoio da cadeia de Chateaubriand era importante, sobretudo em face de a oposição ser liderada por Carlos Lacerda e da divisão político-militar existente que separava a corrente de 24 de agosto de 54 da corrente de 11 de novembro de 55. Dois episódios historicamente traumáticos. Tancredo Neves levou o projeto ao Palácio do Catete.
O senador Públio Bandeira de Melo - como certa vez Helio Fernandes lembrou aqui nesta TRIBUNA DA IMPRENSA - queria deixar a política e ser nomeado para o Tribunal de Contas. Seu suplente era o deputado Newton Belo, que mais tarde seria governador do Maranhão. Naquele tempo, a lei eleitoral permitia que o suplente fosse também deputado. A solução: JK nomeava Bandeira de Melo para o TCU e Newton Belo continuaria na Câmara. O TRE convocava eleições suplementares. Assim foi feito. Chateaubriand, candidato único, provocou enorme reação contrária. Mas não a ponto de fazer com que os votos nulos e brancos ultrapassassem 50 por cento. O segundo caso foi em 74.
O deputado Henrique La Roque, homem de simpatia extraordinária, recebeu a candidatura única ao Senado como homenagem pessoal. Quase perde para as omissões brancas e nulas. Mas escapou. Não houve necessidade de novas eleições. Nas eleições proporcionais (deputados federal e estadual e vereador) é igualmente impossível anular o voto. Os nulos e brancos são retirados da conta, o número de cadeiras permanece o mesmo, o que diminui é o quociente eleitoral.
Não há como dizer mais nada. Só favorecem os piores, exatamente aqueles aos quais os eleitores revoltados com tantos absurdos e ilegalidades desejam substituir. Estes, é inegável, possuem bases sólidas. Seus adeptos não anulam o voto e tampouco votam em branco. Assim, a ausência de vontade dos que lutam para melhorar as representações termina acarretando a consolidação dos que as poluem com suas condutas. Exemplos não faltam. A começar pelo Rio de Janeiro.
Creio mesmo que anular o voto não produz qualquer reflexo positivo em país algum. Mas nos Estados Unidos, França, Itália, por exemplo, o voto não é obrigatório. Então nesses países nem se cogita de votar em branco ou anular. Basta não comparecer. No Brasil a lei é diferente.
Villas-Bôas Corrêa tem total razão quando compara a política do passado à do presente. O nível era outro. Mas o que fazer? Elevar a qualidade dos eleitos depende dos eleitores. Não de sua omissão.
* * *
Um outro assunto. Excelente reportagem de Felipe Frisch, "O Globo" de primeiro de agosto, revelou que no Brasil não existe apenas duas moedas, uma para o capital, outra para o trabalho. Existe simultaneamente duas inflações: a do IBGE e a do IGPM da Fundação Getúlio Vargas. Nos últimos doze meses, a do IBGE apontou índice de 6 por cento. No mesmo período, o da Fundação Getúlio Vargas, que rege os contratos de aluguel e o reajuste dos financiamentos de casa própria, registra 15 por cento. E a diferença continua, refletindo-se no mercado financeiro.
Em julho, o IGPM alcançou 1,7 por cento. A rentabilidade dos papéis de renda fixa ficou em 1 ponto. A Bovespa recuou 8,4 por cento. A poupança girou com 0,7 por cento. Ao longo dos primeiros sete meses do ano, as aplicações do FGTS-Vale do Rio Doce caíram 24,1 por cento. As aplicações FGTS-Petrobras recuaram 26 por cento. Muitas diferenças no quadro como se vê. Como pelo princípio fundamental de contabilidade não há débito sem crédito, elas foram parar em algum lugar. Onde? Só podem ter ficado com os bancos. Que nunca perdem.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Salvador pode virar a capital das obras inacabadas

Por Odília Martins e Karina Baracho
O próximo cartão postal de Salvador pode vir a ser marcado por obras inacabadas. É que nos últimos anos decisões judiciais estariam a interromper a execução de equipamentos públicos e privados. A possível suspensão da construção de imóveis na cidade, seguido do embargo do Aeroclube e das barracas de praia há cerca de dois anos pode revelar um cenário degradante. Os prejuízos desses acontecimentos vão além de uma péssima imagem da terceira maior capital do país. Também atinge a economia, seja com a demissão de mais de 100 mil operários da construção civil, na perda de investimentos futuros, o sonho da casa própria se transformando em pesadelo, ou no desinteresse turístico. Políticos e a população em geral se manifestam em relação ao possível embargo do Plano Diretor do Desenvolvimento Urbano (PDDU). O projeto que foi votado em dezembro passado e sofreu acusações de ter sido instrumento de benefício para diversos empresários do setor imobiliário volta a ser motivo de debates, se tornando polêmico entre entidades, vereadores e postulantes a Câmara, que se manifestam contra e favor. O prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, preferiu não comentar sobre a questão, alegando não ter recebido nenhum tipo de citação, pois processo ainda está sub-judice. Questionado sobre o PDDU, o governador do Estado, Jaques Wagner, assim como o prefeito, também preferiu não se pronunciar. De acordo com Wagner, essa é uma situação de competência exclusiva do município e não seria adequado que ele desse algum tipo de parecer sobre o assunto. A Prefeitura preferiu não se pronunciar sobre quais as providências a serem adotadas diante do fato de não ter sido comunicada oficialmente. Especula-se entre as partes a emissão de uma liminar nos próximos dias. A Ademi e o Sinduscom também preferiram ter conhecimento da peça jurídica para não se precipitar em declarações e atitudes sobre o fato.
Os contra e os a favor na Câmara Municipal
O vereador Zé Carlos Fernandes (PSDB), destacou ser contra o plano, por conter inúmeras falhas técnicas e legais. Uma das questões discutidas de acordo com o político é o gabarito – altura – dos prédios do bairro do Comércio. “Atualmente poder ter no máximo 45 metros em relação ao nível do mar, o PDDU vai afixar mais 10 metros, podendo chegar a 55 metros”. Segundo Fernandes, tal iniciativa vai não só prejudicar a vista da Baía de Todos os Santos, mas também a ventilação e a estrutura da capital baiana. “Causando um impacto muito grande”. Conforme o vereador, se essas mudanças acontecerem, existe a possibilidade da Unesco retirar o tombamento do centro histórico de Salvador, dessa forma não será mais patrimônio histórico e cultural da humanidade. “É uma situação inconcebível que vai prejudicar muito a nossa cidade”. De acordo com ele, outra questão bastante delicada é a situação da elevação do gabarito da orla. O que causaria um aumento de temperatura em toda a capital, piorando a qualidade do ar. “O vento tem o poder de fazer a deserção dos gases”. Em caso de positividade do PDDU, o vereador salientou o aumento do desmatamento na Avenida Paralela. “Muitos locais são considerados Áreas de proteção e Recursos Naturais (APRN) e não podem ser destruídos aleatoriamente”. Conforme o político, a bacia de Jaguaribe, localizada na Paralela, abrange cinco rios: Passa Vaca, Xangô, Trobogy, Jaguaribe e Mucambo. “Eles desembocam no mesmo local, na terceira ponte e é uma área de preservação muito sensível, responsável ainda pelo controle das cheias. O desmatamento vai alterar o ecossistema e tornar as enchentes mais freqüentes”. De bancada contrária, o vereador Sandoval Guimarães (PMDB), afirmou que o PDDU é de fundamental importância para a capital baiana e vai trazer inúmeros benefícios para a cidade. “Além da geração de empregos vai beneficiar toda Salvador. Não absorve apenas a orla e a Paralela”, destacou. Conforme ele, o plano vai melhorar outros setores da economia, como: educação e transporte. “Com isso Salvador vai ser incluída no século 21 em relação a desenvolvimento”. Guimarães destacou ainda, que o plano não vai interferir no projeto paisagístico da capital, como alguns acreditam. Conforme o vereador, Salvador vai ganhar também nesse sentido, pois vai conseguir maior destaque e beleza. “Vai trazer também maior quantidade de turistas”. Já Zé Carlos Fernandes, acredita que a intervenção pelo PDDU deveria ter mais estudos e aprofundamentos para não causar tanto desequilíbrio. (Por Odília Martins e Karina Baracho)
Comércio ganha mapa com sinalizadores
O bairro do Comércio não é mais o mesmo de antigamente. Depois de superar uma fase de abandono, conta agora com mais duas mil novas empresas instaladas e outros empreendimentos em fase de atração. Para facilitar a localização desses empreendimentos, será lançado, num coquetel para 250 empresários e autoridades, nesta quinta-feira (7), às 18h30, no salão da Associação Comercial da Bahia, um mapa com sinalizadores. O mapa ficará exposto no Escritório de Revitalização do Comércio (ERC), vinculado à Secretaria Municipal dos Transportes e Infra-Estrutura (Setin), situado na Rua Pinto Martins, nº 11, Ed. Comendador Pedreira. Serão distribuídos gratuitamente dez mil mapas e mil pôsteres para turistas e visitantes, que poderão localizar mais facilmente bares, restaurantes, escritórios de serviços, lojas e hotéis. O mapa caricato aponta a localização do empreendimento desejado com ilustrações, como, por exemplo, o Porto de Salvador com figuras de navios. O mapa será franqueado às empresas interessadas em reproduzi-lo, podendo ser impresso em camisetas, jogos americanos, pôsteres, entre outros. O mapa caricato tem o patrocínio de cem instituições. Além da Construtora Norberto Odebrecht, contou com o apoio de outras grandes empresas, como o Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Jornal A Tarde e Sebrae. Desde que começou o processo de revitalização, o Comércio já recebeu 200 novos empreendimentos, entre eles quatro faculdades distribuídas em sete prédios e oferecendo seis mil vagas, o Hotel Hilton, cujas obras começam ainda este ano e 15 call centers nacionais e internacionais oferecendo 13 mil empregos diretos. Outros dois mil tipos de serviços distribuídos em escritórios de advocacia, contabilidade, manutenção de equipamentos, qualificação de mão-de-obra, cursos de línguas e informática, agências de turismo, agências de publicidade, sedes de grandes construtoras também podem ser encontrados na área. (Por Odília Martins e Karina Baracho)
Fonte: Tribuna da Bahia

Câmara conclui votação de reajuste a servidor

Agência Estado
A Câmara concluiu na noite de terça-feira, 5, a votação da Medida Provisória 431, que reajusta o salário de cerca de 1,4 milhão de servidores federais. O texto base da MP havia sido aprovado no dia 16 de julho, mas ficou faltando a votação dos destaques, que são pontos do texto apreciados em separado.
Como todos os destaques foram rejeitados, ficou valendo o texto anterior. A MP será agora examinada pelo Senado. A MP 431 beneficia 800 mil integrantes de 16 carreiras civis do funcionalismo público federal e 600 mil militares, incluindo aposentados e pensionistas. Ela prevê aumentos parcelados até 2012.
Somente neste ano, segundo cálculos do Ministério do Planejamento, o impacto do aumento para os cofres públicos será de R$ 7,7 bilhões. As informações são do O Estado de S. Paulo.
Fonte: A TARDE

'Homens são mais felizes que mulheres pós-48'

Os homens tendem a se sentir mais felizes com suas vidas do que as mulheres, a partir dos 48 anos de idade, segundo um estudo publicado no Journal of Happiness Studies que examinou dados colhidos nacionalmente, nos Estados Unidos, durante décadas.
O nível de felicidade é medido através das aspirações e realizações em relação à vida familiar e financeira, ao longo do tempo.
Apesar de estarem mais satisfeitas com sua situação familiar e suas finanças no início da vida, o nível de satisfação das mulheres tende a diminuir com o tempo, enquanto o dos homens tende a aumentar, afirmam os pesquisadores Anke Plagnol – da Universidade de Cambridge – e Richard Easterlin – da University of Southern California.
Segundo os pesquisadores, um dos fatores que podem estar por trás desta "inversão" é o fato de as mulheres se casarem mais cedo, e com isso estarem mais satisfeitas com a vida familiar e financeira no início da fase adulta do que os homens.
Aspirações e realizações
O estudo analisou dados que mediram as aspirações e as realizações de mulheres e homens no casamento, vida familiar com filhos e no campo material, analisando finanças e bens de consumo considerados desejáveis para uma "vida ideal", como carro, casa própria, casa de veraneio e férias no exterior, entre outros.
Os pesquisadores afirmam que tanto homens como mulheres têm forte desejo de um casamento feliz durante toda a vida. No início, as aspirações femininas são um pouco mais altas que as masculinas, mas com a idade, essas aspirações diminuem mais rapidamente entre as mulheres.
Aos 42 anos de idade, a proporção de mulheres que desejam um casamento feliz é inferior a dos homens e essa diferença tende a aumentar nos anos seguintes.
A vida familiar também é apontada como um fator mais importante para a felicidade feminina, mas elas demonstram estar menos satisfeitas com sua vida familiar do que os homens a partir dos 64 anos.
No campo financeiro, os homens estariam menos satisfeitos no início de suas vidas, mas a situação se inverte a partir dos 43 anos.
Fonte: BBC Brasil

terça-feira, agosto 05, 2008

Pobreza diminui, número de ricos aumenta e classe média cresce, afirmam estudos do Ipea e da FGV

Da Redação* Em São Paulo
Dois estudos divulgados nesta terça-feira (5) mostram mudanças nas classes sociais brasileiras em seis regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas) revela que o número de pessoas pobres -com renda igual ou inferior a meio salário mínimo- caiu de 35% para 24,1% no período de 2003 a 2008. Ao analisar a outra ponta da população, o levantamento mostra que o número de indivíduos pertencentes a famílias com renda mensal igual ou superior a 40 salários mínimos (R$ 16,6 mil) cresceu de 0,8% para 1%.A expectativa para 2008 é que 11,3 milhões de pessoas estejam na linha da pobreza.
Análise: Concentração de renda ainda é "indecente", afirma economista
Em relação à classe média, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que ela já representa mais da metade da população brasileira (51,89%); em abril de 2002, esse número era de 44,19%. A FGV define a classe média como famílias que possuem renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591 (R$ 214 a R$ 923 durante o mês por pessoa). O estudo da FGV também revela que a elite -famílias com renda superior a R$ 4.591- cresceu: em abril de 2002 correspondia a 12,99% e em 2008 corresponde a 15,52%. Da mesma forma, a pesquisa revela que a pobreza diminuiu. Em abril de 2002, a taxa de "miseráveis e remediados" (que representam as classes "D e E"), como menciona a pesquisa, era de 42,82%, esse número diminuiu para 32,59% em abril de 2008.A pesquisa da FGV levou em conta dados do Ministério do Trabalho e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Dados do IpeaO levantamento do Ipea se baseia em dados do IBGE. O Ipea considera como rendimento apenas a renda proveniente da remuneração do trabalho, o que exclui qualquer tipo ganhos por investimentos.Márcio Pochmann, presidente do Ipea, aponta como fatores que levaram à diminuição da pobreza a expansão da economia, a promoção de programas sociais e uma série de políticas mais focadas nos pobres, além do aumento de salário mínimo. "Isso mostra que o ganho de produtividade acumulado na economia não está sendo repassado para os salários. Ao não repassar esses ganhos, os produtores terminam formando um segmento mais privilegiado da população", avalia Pochmann.Para ilustrar como os ganhos na produtividade não chegam aos salários, a pesquisa usa dados da indústria brasileira, segundo os quais os ganhos chegaram a 22,6% entre 2001 e 2008. Neste mesmo período, a folha de pagamento por trabalhador cresceu 10,5%. "O setor da indústria tem um sindicato muito forte. Se neste setor o ganho de produtividade não está sendo repassado para o salário, em outros setores a diferença deve ser bem maior", analisa Pochmann.Ipea também aponta crescimento da classe médiaEm relação à classe média, o instituto, assim como a FGV, aponta crescimento. Em 2002, ela representava dois terços da população nacional e agora chega a representar quase três quartos da população. "O Brasil está passando da pobreza absoluta para a pobreza relativa, se analisarmos a diferença entre a base e o topo da pirâmide", diz Pochmann. "A classe média emergente está aumentando", completa. Apesar do bom resultado, Ladislau Dowbor, professor titular de Economia da PUC de São Paulo, considera que ainda "não dá para comemorar, pois o drama continua". "Eu acompanho as políticas econômicas nas últimas décadas e vejo que pela primeira vez temos avanços equilibrados no plano econômico e social. Isso é extremamente positivo e poderoso. Mas nosso ponto de partida é trágico. Continuamos a ter uma concentração de renda simplesmente indecente, indecorosa, quando comparada a outros países", afirmou o professor, em entrevista ao UOL.ComparaçõesA avaliação de cada região metropolitana pesquisada mostra que Belo Horizonte apresentou a maior queda na pobreza, segundo o Ipea. Em 2002, 38,3% das pessoas viviam abaixo da linha da pobreza. Em 2008, o percentual passou para 23,1%. Na análise dos números absolutos, contudo, São Paulo e Rio de Janeiro apresentam as maiores baixas na população mais pobre. Em São Paulo, a população com rendimento mensal abaixo de meio salário mínimo diminuiu em 1,152 milhão de pessoas, entre 2002 e 2008. No Rio, a redução foi de 571 mil pessoas. Vale lembrar que São Paulo e Rio de Janeiro são as duas regiões metropolitanas com a maior população do país.Para 2008, o percentual de pobres em São Paulo deverá ficar em 20,7%, o segundo mais baixo entre as regiões analisadas pela pesquisa, atrás de Porto Alegre (20%). O maior percentual deverá ser o de Recife, com 43,1%, de acordo com as estimativas do instituto. Da mesma forma, a região metropolitana de São Paulo contribuía com 50,9% do total de indivíduos com renda familiar acima de 40 salários mínimos em 2007. Esta participação era de 52,2% em 2002. O Rio de Janeiro abriga 21,4% dos que têm ganhos superiores a R$ 16,6 mil e foi a única região metropolitana a aumentar esta participação, ao lado de Belo Horizonte. Mas, se no Rio a participação dos ricos teve aumento discreto, passando de 21,3% em 2002 para 21,4% em 2007, na região metropolitana da capital mineira a variação foi bem maior. Em 2002, a classe mais alta representava 6,9% do total verificado nas regiões metropolitanas. Cinco anos depois, chegou a 10,6%. * Com informações de Claudia Andrade, em Brasília, e da Redação, no Rio de Janeiro
Fonte: Notícias UOL

VOTO CONSCIENTE.

Quatro anos se passaram e mais uma vez os eleitores de todo o Brasil voltam às urnas com intuito de eleger seus representantes, tanto no Poder Legislativo, quanto no Poder Executivo, ou seja, Vereador e Prefeito respectivamente.
É nesse momento que cada brasileiro deve exercer sua cidadania, seu dever como cidadão brasileiro, dever e direito assegurados constitucionalmente, porém é preciso consciência de quem irá votar, pois o candidato eleito pelo voto direto e secreto, permanecerá no Poder durante os próximos quatro anos, salvo nos casos de impeachment.
Diante disso, cada eleitor tem o dever, como cidadão brasileiro que é, de analisar cada candidato de forma minuciosa para que mais a frente, não venha a se arrepender de ter contribuído com a eleição de determinados candidatos que não valem o “chão que pisa” e em um país como o Brasil isso é bastante comum, ou seja, grande parte dos candidatos a Prefeito possui uma ficha suja e estão respondendo a processo perante o Judiciário em suas diversas competências, o que é um total absurdo. O congresso Nacional ainda deixa a desejar na elaboração de uma Lei que proíba o registro de candidatos que fizeram mal uso do dinheiro público, o que pode demorar um pouco, já que o interesse político no Brasil ainda está acima do interesse público.
A nossa Carta Magna em seu art. 1º, §. Único expõe que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Aqui está presente o Princípio da Representação Democrática que é um dos pilares do Estado Democrático de Direito, sendo assim, os brasileiros devem saber utilizar esse poder outorgado pela nossa Lei Maior, pois tal poder é resultado de lutas históricas conquistadas através do tempo com a incansável luta do povo pela democracia representativa, pelo direito de votar e ser votado.
Possuindo o poder de escolha, devemos zelar por ele comparecendo as urnas no próximo dia 05 de outubro e votando de forma consciente, para que possamos construir um país melhor e mais justo, pois “Aquele que tentou e não conseguiu é superior àquele que nada tentou." (Bud Wilkinson).
Igor Montalvão.
igormontalvao@hotmail.com
Estudante do 6º período de Direito – UNIT – SE.
Aracajú, 05 de agosto de 2008.

TSE dispensa candidatos a vereador no Ceará de teste de escolaridade

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedeu liminar liberando cinco candidatos a vereador no município de Jaguaribe (CE) de fazerem teste de escolaridade. A decisão vale para os candidatos José Rodrigues Peixoto, Geraldo Diógenes Pinheiro, Francisco Dantas Pinheiro, Sebastião Bezerra de Lima e José Bezerra de Lima.
O ministro Arnaldo Versiani considerou que os argumentos trazidos na reclamação 492 são relevantes e lembrou dos processos semelhantes que já foram julgados pelo TSE —Reclamações 318, 321 e 327. O TSE já havia decidido em favor dos mesmos nas eleições de 2004.
Em sua decisão, ele afirmou que esses candidatos, ou quase todos eles, já concorreram às eleições de 2004, o que torna “descabido submetê-los à citada avaliação”. Com esse entendimento, o ministro suspendeu a realização das provas marcadas.Segundo informações do TSE, é a primeira vez nas eleições 2008 que o tribunal concedeu liminar nesse sentido.
O registro de candidatura dos cinco foi negado, a pedido do MPE (Ministério Público Eleitoral), pelo juiz eleitoral do município, que determinou a realização de avaliação para verificar se eram alfabetizados. O teste deveria ser feito “de forma individual e reservadamente” já no próximo dia 28 de julho.
Os candidatos recorreram diretamente ao TSE, sem passar pelo TER-CE (Tribunal Regional Eleitoral do Ceará), porque a alegação é de que a decisão desrespeita o entendimento da Corte no sentido de que o teste de escolaridade pode comprometer a reputação dos pré-candidatos, que acabam expostos a situação degradante.
Fonte: Última Instância

TSE decide processos sobre teste de escolaridade

O teste para comprovar se um candidato é alfabetizado só é necessário caso não haja outro meio de saber se ele sabe ler e escrever. Com este entendimento, o ministro Ricardo Lewandowski concedeu liminar ao pré-candidato à prefeitura de Una (BA) Dejair Birschner. Com a decisão, fica suspenso o teste de escolaridade exigido pelo juiz da 116ª Zona Eleitoral da comarca de Canavieiras (BA) para avaliar se Birschner é analfabeto.
A decisão do ministro reconhece que Birschner já teria apresentado provas de que sabe ler e escrever, como a declaração de próprio punho e certificado de conclusão do curso primário. Ele já foi prefeito do município de Una por duas vezes. O ministro Ricardo Lewandowski reconheceu, ainda, que o teste público, feito em grupo, compromete a reputação dos pré-candidatos.
Já Maria Madalena Fermo Birschner, que pediu para se registrar como candidata à vereadora no mesmo município, foi alvo de ação e teve o pedido de registro da candidatura indeferido sob alegação de analfabetismo. Ela entrou com reclamação no TSE com o argumento de que a determinação juiz da 116ª Zona Eleitoral da comarca de Canavieiras (BA) fere a Resolução 22.717/2008 do TSE.
O relator do caso, ministro Marcelo Ribeiro entendeu que nenhuma decisão do TSE estava sendo descumprida, visto tratar-se de norma de caráter geral, e negou o pedido da pré-candidata.QuebrânguloJosé Amorim da Silva, do município de Quebrângulo (AL) também recorreu ao TSE contra determinação do Juízo de Direito Eleitoral da 28º Zona de Alagoas, que o intimou a participar do teste de escolaridade na sala do Fórum.
O ministro Caputo Bastos remeteu o processo ao Tribunal Regional Eleitoral do estado, já que não cabe ao TSE apreciar mandado de segurança contra ato de juiz eleitoral.
NM/FE

Vereador que não teve nenhum voto toma posse no Piauí

Armando Teixeira foi empossado no município de Queimada Nova.
Em 2004, Teixeira disse que votou em outro candidato da coligação.

André Luís Nery
Do G1, em São Paulo
Apesar de não ter obtido nenhum voto nas eleições municipais de 2004, Armando Dias Teixeira (PR) assumiu o cargo de vereador no município de Queimada Nova (PI) após a cassação de Gildemar José Neto por infidelidade partidária.


saiba mais
Vereadora que teve um voto toma posse em Pau D' Arco do Piauí ‘Meu marido garante que votou em mim’, diz vereadora que teve um voto
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Segundo a Câmara de Queimada Nova, Teixeira assumiu a vaga de vereador no dia 27 de julho. Ele foi um dos dois candidatos a vereador na eleição de 2004 que não obteve nenhum voto na cidade, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).



A informação da posse do vereador foi dada pelo internauta José Evangelista de Lima Sobrinho pelo VC no G1.



Teixeira disse ao G1 "que não esperava ser eleito e, por isso, votou em outro candidato da coligação". Segundo ele, sua mulher também optou por votar em outro candidato da coligação que tinha mais chances de ser eleito.



"Com certeza, não tive voto nenhum. Não esperava ser eleito e votei em outro candidato da região", afirmou ele. "Foi uma surpresa muito grande [sobre ter tomado posse] porque ninguém esperava", destacou o vereador, que não é candidato nas eleições deste ano.


Segundo a Câmara de Vereadores de Queimada Nova, Gildemar foi eleito pelo PDT, mas, depois, migrou para o PTB. O G1 entrou em contato com o ex-vereador, mas ele não foi localizado.



Um voto

Em junho deste ano, a Câmara de Vereadores do município de Pau D' Arco do Piauí empossou a vereadora Carmem Lúcia Portela Santos (PSB), que nas eleições de 2004 havia conquistado apenas um voto.



Carmem foi empossada após o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) cassar o mandato do vereador Miguel Abreu do Nascimento por infidelidade partidária. Ele tinha sido eleito pelo PSDB, mas, depois, migrou para o PC do B.

Fonte: G1

Relator da CPI do Grampo quer ver decisão que autorizou acesso irrestrito a ligações

da Folha Online
O relator da CPI das Escutas Telefônicas da Câmara, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), disse nesta segunda-feira que ficou estarrecido com o fato de a Polícia Federal receber senhas para monitorar o histórico de chamadas não só dos investigados na Operação Satiagraha, mas de qualquer cidadão do país. O parlamentar pretende apresentar um requerimento para ver a decisão judicial que autorizou o acesso irrestrito a ligações telefônicas.
"Estou estarrecido com a denúncia [da Folha]. Isso é inaceitável. É como se todo cidadão fosse um criminoso", afirmou o Pellegrino.
O deputado ressaltou que a lei n.º 9.296, que rege o uso de escutas telefônicas em investigações criminais, só permite interceptação telefônica quando há indício de fato criminoso e se não tiver outro meio de conseguir provas. "É exceção, não é a regra", disse.
Reportagem publicada ontem pela Folha informa que a autorização concedida pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo permite acesso irrestrito, por meio de senhas, ao banco de dados das companhias telefônicas, possibilitando a consulta de assinantes e usuários por nome, CPF, CNPJ e/ou número de linha e IMEI [dados e voz pela Internet]. A autorização, porém não inclui a gravação das conversas.
Com o acesso irrestrito, os investigadores podem mapear chamadas feitas e recebidas tanto pelos investigados quanto por qualquer pessoa que ligue para um deles. A PF afirma que em suas investigações usa senhas apenas para coletar informações de pessoas que mantiveram contato com os investigados.
Com a decisão judicial que autorizou a concessão de "senhas genéricas" em mãos, o deputado pretende ampliar seu relatório da CPI do Grampo. "É a banalização das interceptações. Há pouco zelo no resguardo dessas informações", afirmou o deputado, que pretende fazer uma reunião administrativa da comissão amanhã pela manhã e, se possível, colocar o requerimento em votação à tarde.
Fonte: Folha Online

Teles obtêm liminar no STF para não enviar escutas a CPI

da Folha Online
O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu na noite desta segunda-feira uma liminar garantindo a 17 operadoras de telefonia fixa e móvel o direito de preservar os nomes de seus clientes que foram alvo de escutas telefônicas em 2007 e que estão em segredo de Justiça.
Segundo reportagem de Alan Gripp e Maria Clara Cabral, publicada pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), a liminar foi concedida pelo ministro Cezar Peluso. Sorteado para o caso, Peluso considerou que a entrega dos dados poderia resultar em devassa à intimidade dos envolvidos, com risco de "dano grave".
No mês passado, a CPI dos Grampos na Câmara aprovou requerimento ordenando às teles o envio das cópias de decisões judiciais de interceptações naquele ano. Os documentos permitem a identificação de todos os clientes que tiveram suas conversas monitoradas.
As operadoras de telefonia encaminharam ontem um mandado de segurança ao STF pedindo que não sejam obrigadas a enviar à CPI dos Grampos informações sobre as escutas telefônicas realizadas no ano passado.
Elas afirmam que temem ser responsabilizadas penalmente pela divulgação das informações. Elas dizem que todas as ordens judiciais de interceptação telefônica estão sob segredo de Justiça. As interceptações telefônicas deveriam ter sido enviadas até ontem, de acordo com pedido feito no início de julho pelo presidente da CPI, deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ).
Por outro lado, as empresas temiam ser responsabilizadas por desobediência, caso não enviassem. Por isso, pediram salvaguarda ao Supremo.
Polêmica
A decisão das telefonias acontece depois que reportagem da Folha revelou que o juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, concedeu à PF autorização para ter acesso irrestrito, por meio de senhas, ao banco de dados das companhias telefônicas, possibilitando a consulta de assinantes e usuários.
De Sanctis negou nesta segunda-feira por meio de nota que tenha feito essa autorização. Segundo Sanctis, a autorização "restringe-se à busca de informações cadastrais exclusivamente de chamadas feitas pelos investigados" na Operação Satiagraha.
"Importante mencionar que a autorização restringe-se à busca de informações cadastrais exclusivamente das chamadas feitas pelos investigados ou por estes recebidas", diz Sanctis.
Também nesta segunda, o ministro Tarso Genro (Justiça) negou que a PF esteja autorizada a realizar grampos livremente. "Não é correta a impressão de que teve alguma autorização judicial para grampear livremente quem quer que seja. Não foi assim que a polícia federal interpretou", afirmou.
Já o presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, condenou o que chamou de "grampo ilegal". "O grampo ilegal não se justifica, independentemente da autoridade. Se nós banalizarmos o que é legal, o crime venceu", disse hoje.
Para Britto, nem mesmo as autoridades sentem-se "seguras" ao falar ao telefone. "O ministro da Justiça [Tarso Genro] e o ministro das Relações Institucionais [José Múcio] disseram que não se sentem seguros quando conversam ao telefone. Se autoridades da República não se sentem seguros, imagine o cidadão comum", concluiu.
Fonte: Folha Online

Eleições: entidades pedem que STF barre “ficha suja”

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) divulgou carta nesta segunda-feira (4) em que pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) que impeça a candidatura de políticos que respondem a processos na Justiça.“Nossa sociedade tem o direito de definir que pessoas com condenação em primeiro grau não sejam candidatas, o que nada tem a ver com antecipar-lhes a culpa em matéria penal. É por essa mesma lógica que hoje são vedadas candidaturas em razão de parentesco com mandatários: não se indaga se são de fato beneficiadas pelo desvio do poder político; mesmo assim são afastadas do pleito em caráter preventivo”, afirma o documento.A carta é subscrita por diversas entidades, entre elas: a Associação dos Juízes Federais (Ajufe); Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR); Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB); Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong): Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); e Central Única dos Trabalhadores (CUT).Nesta quarta-feira (6), a mais alta corte brasileira deve julgar uma ação da AMB contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em junho passado, a corte eleitoral entendeu que apenas os políticos condenados em última instância (que não podem mais recorrer da decisão judicial) não poderiam concorrer às eleições.O julgamento pode repercutir diretamente sobre a eleição municipal deste ano, tendo em vista que os pedidos de registro de candidatura deverão ser julgados até o dia 16 de agosto. “A vida pregressa dos candidatos possui relevância constitucional. Incumbe ao Supremo Tribunal Federal interpretar a Constituição para dar plena aplicação ao princípio da precaução, que é claramente distinto do princípio da presunção da inocência, nos termos do que sempre decidiu pacificamente o STF”, complementa o documento. (Rodolfo Torres)Confira a íntegra da carta elaborada pelo Movimento de Combate à Corrupção EleitoralCarta em defesa das instituições públicas brasileirasO Supremo Tribunal Federal decidirá, no dia de 06 de agosto, sobre o pedido de liminar formulado na Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n° 144, em que a Associação dos Magistrados Brasileiros pretende amoldar os termos da Lei das Inelegibilidades ao atual texto do § 9º do art. 14 da Constituição Federal: está em discussão a aplicação do princípio da precaução no direito eleitoral.O Direito Eleitoral é regido pelo princípio da precaução, expressamente enunciado no art. 14, § 9º, da CF. Nossa sociedade tem o direito de definir que pessoas com condenação em primeiro grau não sejam candidatas, o que nada tem a ver com antecipar-lhes a culpa em matéria penal. É por essa mesma lógica que hoje são vedadas candidaturas em razão de parentesco com mandatários: não se indaga se são de fato beneficiadas pelo desvio do poder político; mesmo assim são afastadas do pleito em caráter preventivo.Agora - justamente quando a sociedade se mobiliza para ver aplicado esse entendimento também em matéria eleitoral - corre-se o risco de o STF ignorar sua própria jurisprudência e malferir o referido princípio da precaução.A vida pregressa dos candidatos possui relevância constitucional. Incumbe ao Supremo Tribunal Federal interpretar a Constituição para dar plena aplicação ao princípio da precaução, que é claramente distinto do princípio da presunção da inocência, nos termos do que sempre decidiu pacificamente o STF (Vide RE 459320, RE 210363, RE 368830, RE 156400).Eventual exigência do trânsito em julgado de sentença penal condenatória certamente afetará todas as outras carreiras públicas. Polícias, Ministério Público, Auditorias, Controladorias e Magistratura, tudo estará permeável a portadores de múltiplas condenações criminais, desde que delas ainda caiba recurso.Por essas razões, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral manifesta seu apoio à ADPF ajuizada pela AMB e vem externar ao Supremo Tribunal sua preocupação para o risco que se apresenta.
Fonte: congressoemfoco

Operação policial termina com dez mortos e 2 feridos no Rio

da Folha Online
Uma operação da Polícia Civil em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, terminou com dez mortos e dois feridos --entre eles um policial-- na tarde desta segunda-feira. A ação começou quando policiais foram encurralados por criminosos na favela da Lagoinha, no bairro do Jardim Leal.
A polícia alega que todos os mortos e um dos feridos são traficantes que trocaram tiros com a polícia. O suspeito Enéas Manoel Paixão, um dos feridos, foi baleado na nádega e está internado. Nenhum dos mortos foi identificado.
A operação começou quando um carro da DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Carga) foi até a favela para checar uma denúncia de que um caminhão carregado de cerveja, que foi roubado, estaria na comunidade. Os policiais disseram que foram cercados pelos traficantes e então chamaram reforços.
Foram enviados 17 veículos de diversas delegacias e dois batalhões da Polícia Militar. A Core (Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil) também enviou reforços e um dos policiais Marcos Luiz Gomes Filho, foi baleado. Ele está internado no hospital Miguel Couto.
De acordo com o delegado-titular da DRFC, Herald Espínola Filho, a favela da Lagoinha não era dominada pelo tráfico, no entanto, pode ter sido tomada por traficantes da favela de Manguinhos (zona norte do Rio). Esses criminosos, segundo o delegado, usariam a favela da Lagoinha como ponto estratégico para retomar o controle de Vigário Geral (zona norte do Rio).
"A única coisa que tem de interessante ali [Lagoinha] para o tráfico é a proximidade com Vigário Geral. Lá em Manguinhos tem muito policial devido ao PAC [Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal]. A Lagoinha, em princípio, era um lugar tranqüilo. Dava para passear por lá sem problemas", afirmou o delegado.
O delegado disse ainda que roubos de caminhões de cerveja e bebidas alcoólicas em vias expressas do Rio têm ocorrido com freqüência. Essas cargas, segundo o delegado, são levadas para dentro de favelas dominadas por traficantes.
"Eles sempre fazem festas, sempre com muita bebida e essa bebida pode estar vindo desses roubos", disse Espínola Filho.
Na operação, duas pessoas foram presas e foram apreendidas três pistolas, dois fuzis, uma escopeta, além de maconha, cocaína, crack e munição.
Fonte: Folha Online

O corporativismo jurídico insensato e supremo

O candidato é ele mesmo

Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Depois da última reviravolta do presidente Lula, no fim de semana, agora disposto a freqüentar os palanques de seus aliados, participando sem restrições da corrida eleitoral e até liberando sua imagem para candidatos dos 14 partidos da base oficial - a pergunta que se faz é sobre quem realmente está em campanha.
Porque junto com a anunciada movimentação eleitoral não devem ser esquecidos seus compromissos de chefe do governo, ou seja, viagens por todo o País inaugurando e vistoriando obras do PAC, comparecendo a congressos e solenidades e concedendo entrevistas variadas.
A resposta surge óbvia: é o Lula que está em campanha, e não será para prefeito ou vereador. Nem para as eleições de outubro.
Como cortina de fumaça o presidente sugere que Dilma Rousseff será sua candidata em 2010, mas mil vezes mais exposto do que a chefe da Casa Civil encontra-se ele mesmo. Até sugeriu que categorias bem organizadas, como os metalúrgicos do ABC, pressionem os patrões para obter aumentos salariais, lembrando que quando as empresas vão mal, o primeiro efeito é o desemprego, num inequívoco retorno à teoria da luta de classes. Aliás, nada a opor, mas em função de que desenvolve-se essa pregação transcendendo de muito o pedido de votos para os candidatos municipais?
Quando o eleitor digitar as maquininhas de votação, em outubro, ficará surpreso, pois não verá a imagem do Lula, muito mais fixada em sua memória do que as figuras e os nomes dos pretendentes a vereador e a prefeito. Será apenas para aproveitar sua popularidade em favor de companheiros e aliados que o presidente transforma-se no maior freqüentador das telinhas, alto-falantes, cartazes, santinhos e toda a parafernália eleitoral? Há quem conclua, encontrando-se o homem em campanha, localizar-se o objetivo principal em 2010. Com Dilma?
Esforco concentrado ou recesso remunerado?
Insistem os presidentes da Câmara e do Senado em que devem transcorrer normalmente os trabalhos parlamentares do semestre, em especial daqui até a proclamação dos resultados das eleições de outubro. Ledo engano, porque tanto a natureza das coisas quanto a experiência de décadas passadas conduzem as bancadas a impor, no período, aquilo que os otimistas chamam de esforço concentrado e os pessimistas de recesso remunerado.
Mesmo se não existisse mais de cem deputados candidatando-se a prefeito, a imensa maioria parlamentar dificilmente se afastaria de suas bases. De uma forma ou de outra, todos jogam seu futuro político nas eleições municipais. Estarão em jogo as lideranças individuais e partidárias, no mínimo para a sobrevivência nas eleições gerais de 2010. Adiantarão muito pouco as ameaças do deputado Arlindo Chinaglia de cortar o ponto de seus colegas faltosos, ou do senador Garibaldi Alves de colocar em pauta votações essenciais.
Sempre foi assim, ao menos desde a democratização de 1946, até mesmo durante o interregno dos governos militares: antes das eleições, não contem com Suas Excelências. A melhor solução tem sido a da concentração numa semana de agosto e em outra de setembro, das votações consideradas imprescindíveis, importantes ou não. Em outubro, nem isso, porque na maioria das grandes cidades haverá segundo turno para prefeito, no fim do mês. Desconta a inércia obrigatória de Brasília, só em novembro.
Louve-se o esforço dos presidentes da Câmara e do Senado em contraria a natureza das coisas, mas não vai dar certo. No final do processo eleitoral, nem os faltosos terão perdido parcelas de seus vencimentos, nem o Congresso terá votado coisas importantes...
Em busca do meio termo
Salvo inusitado, o Supremo Tribunal Federal decide amanhã o futuro dos candidatos às eleições de outubro que respondem a processos na Justiça criminal sem sentença transitada em julgado. Parece unânime entre os ministros a opinião de que, além da presunção de inocência devida a todos os cidadãos, muita gente pode estar sendo processada por motivos fúteis ou até por perseguição dos adversários.
O problema é que entre os candidatos existem bandidos de evidente culpabilidade. Uns por ligação com quadrilhas de traficantes, milicianos, bicheiros e sucedâneos outros pela impossibilidade de comprovação de patrimônio incompatível com suas rendas declaradas.
Fazer o que com os bandidos de verdade, sem cometer injustiça? Deixar a porteira aberta equivale a estimular o crime. Fechá-la por inteiro, porém, será sacrificar inocentes.
Não prevalece o argumento de que melhor será entregar a decisão ao verdadeiro juiz da questão, o eleitor. Fosse assim e não assistiríamos bandidos no exercício de mandatos, como acontece com tanta freqüência. O Supremo terá que decidir, de um jeito ou de outro. Convém, por cautela, aguardar o pronunciamento dos Meritíssimos, fazendo votos para que os pedidos de vista resumam-se ao mínimo possível. Afinal, estamos a dois meses das eleições.
Negócio da China
Apesar das tentativas internas e externas feitas para deslustrar as Olimpíadas promovidas por um país comunista, prevalece no mundo capitalista o sentimento de que a China continua sendo um grande negócio, e que bilhões de dólares fluirão para o Ocidente por conta da competição. A cerimônia de abertura dos jogos será assistida por mais da metade do planeta, ao vivo. Pelo jeito, os chineses pretendem superar tudo o que aconteceu no passado, até na Grécia Antiga. Em matéria de espetáculo e, depois, se possível, em número de medalhas.
Queiram ou não, as Olimpíadas de Pequim são essencialmente políticas. Em cores fortes ou esmaecidas, prevalece o regime de partido único, censura à imprensa e limitação das prerrogativas do cidadão. Com a contrapartida de que, entre o bilhão e trezentos milhões de habitantes, nenhum passa fome ou fica desempregado, todos com direito a educação gratuita e tratamento de saúde compatível com suas necessidades.
Fonte: Tribuna da Imprensa

O dia D para os ficha suja

Amanhã é o grande dia. O Supremo decidirá os critérios para impugnar candidaturas. Dos 11 ministros, dois acham que a abertura de processo criminal ou de ação de improbidade já é suficiente para a impugnação. Se mais quatro ministros tiverem a mesma opinião, muitos candidatos estarão descartados, como Maluf e Marta Suplicy. Mas você acredita mesmo nessa possibilidade?
Belo exemplo
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, convocou os outros 512 deputados para que estejam em Brasília esta semana sob pena de serem punidos com descontos nos salários. No telegrama, Chinaglia informa que serão realizadas sessões em apenas sete dias de agosto, um belo exemplo para os demais trabalhadores brasileiros, que não desfrutam desse tipo de generosidade.
Transplantes O escândalo da fila de transplantes de fígado mostra que a sociedade brasileira está muito doente e inspira cuidados. Se uma instituição pública como a Universidade Federal do Rio de Janeiro não consegue organizar uma lista como esta, que espécie de ensino acadêmico estará ministrando?
Nacionalismo
Pesquisa do Instituto Datafolha mostra a que ponto chegamos - 42% dos jovens brasileiros sonham em deixar o País para sempre e 18% não querem nunca mais voltar. Os motivos são vários, mas 60% declararam ter medo de sair de casa por causa da violência. Como perguntava o então deputado mineiro Francelino Pereira e depois a banda Legião Urbana repetiu, que País é esse?
"Currais"
Na Alerj, a CPI das Milícias marcou um ponto ao solicitar à Justiça Eleitoral os mapas das eleições de 2004 e 2006. Com base nesse material, a comissão poderá fazer um estudo preciso sobre os "currais eleitorais" de políticos ligados ao crime organizado, ao tráfico e às milícias. A existência dos currais será facilmente comprovada; difícil será tomarem providências.
Chame a polícia
Acredite se quiser. A Delegacia de Itaipu, a única que atende a toda a Região Oceânica de Niterói, teve de cancelar todas as investigações por falta de pessoal. Só tem sete policiais, quando deveria ter 40, pelo menos. Resultado: a delegacia costuma ficar com apenas um policial de plantão e corre até o risco de ser assaltada.
Chame o juiz
Não por mera coincidência, o Estado do Rio de Janeiro foi condenado a indenizar em R$ 7 mil a Igreja Evangélica Congregacional de Parque Modelo, em Niterói. Após vários roubos e furtos, a igreja processou a administração pública, por perdas e danos, e obteve a indenização na 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. Se a moda pega, o estado vai à falência.
Ponto extra
Ainda não acabou a briga dos pontos extras na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O conselheiro Pedro Ziller apresentou parecer pela gratuidade, que será discutido até 25 de agosto. Para prevenir manobras das operadoras, a proposta proíbe também cobrança mensal de taxa, aluguel ou comodato pelo decodificador do ponto extra. Agora, vamos saber quem é que manda no setor - a Anatel ou as operadoras.
Alimentação Pesquisa patrocinada pelo Viagra mostra que as mulheres cariocas valorizam mais o sono e os exercícios físicos do que o sexo. Já para os homens que vivem no Rio, o sexo perde para alimentação saudável. Dá para entender? O que eles querem dizer com alimentação saudável? Paradoxo Enquanto o mercado automobilístico enfrenta uma crise mundial, no Brasil as montadoras batem recordes de vendas, com crescimento de 25,5% em julho. Motivo: a classe média está se endividando para trocar de carro, aproveitando os financiamentos em até 72 meses. Civilização
Por fim, vale lembrar Paulo Francis, que lamentava: "A sociedade de massas é por definição o fim da civilização. Bolsões de vida inteligente sobrevivem a duras penas."
Por: Sérgio N. Lopes
Fonte: Tribuna da Imprensa

Supremo tende a liberar ficha-suja

BRASÍLIA - O julgamento da ação da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) contra a candidatura de políticos que tenham "ficha-suja" vai indicar a tendência do Supremo Tribunal Federal (STF) em outro assunto igualmente polêmico: a possibilidade de um réu ser preso antes do julgamento final do processo.
Juízes e procuradores adiantam que, a depender do entendimento dos ministros quanto ao princípio da presunção da inocência, poderá se saber como o STF se posicionará sobre a execução provisória da pena - quando um acusado pode ser mantido preso até a conclusão do processo na Justiça. A discussão sobre esse assunto se arrasta no Supremo desde 2005 e não há previsão de quando deve ser concluída.
Com relação à tese da AMB, os ministros do STF já adiantaram que esta não deve ser aprovada no julgamento de amanhã. De acordo com a AMB, políticos com processos na Justiça podem ser barrados pelo juiz eleitoral. A maioria deve alegar que não está previsto na lei a vedação de candidatura do político que responde a processo na Justiça.
O relator, ministro Celso de Mello, adiantou que deve focar sua argumentação no princípio da presunção da inocência, de que todo réu só pode ser punido depois do trânsito em julgado da ação penal.
Deverá citar, inclusive, um caso em que uma pessoa condenada em primeira, segunda instâncias e depois pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) acabou inocentada pelo Supremo.
Diante desses argumentos, admitem os próprios ministros do STF, o julgamento da execução provisória estará adiantado. Por esse raciocínio, mesmo que tenham confessado um crime, não poderão ser presos até que o julgamento em definitivo, a não ser que esteja ameaçando testemunhas, destruindo provas ou tentando fugir do país.
Concursos
Além dessa possível repercussão, defensores da tese da AMB argumentam que, se o Supremo liberar políticos com ficha-suja, poderia permitir que pessoas com processos na Justiça disputem um concurso público para a Polícia Federal, por exemplo. Pelas regras dos concursos, todos os candidatos aprovados só podem assumir o cargo se não tiverem qualquer pendência na Justiça.
"Eventual exigência do trânsito em julgado de sentença penal condenatória certamente afetará todas as outras carreiras públicas. Polícias, Ministério Público, auditorias, controladorias e magistratura, tudo estará permeável a portadores de múltiplas condenações criminais", afirmaram os integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral em carta divulgada ontem.
Eles argumentam que o princípio da precaução, previsto na Constituição, permitiria que o Supremo barrasse os candidatos que respondem a processos. "Nossa sociedade tem o direito de definir que pessoas com condenação em primeiro grau não sejam candidatas, o que nada tem a ver com antecipar-lhes a culpa em matéria penal", concluíram. O movimento é integrado por diversas entidades, como AMB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Fonte: Tribuna da Imprensa

Mendes condena abusos da Polícia Federal

Tarso rebate Estado de medo
SÃO PAULO - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, condenou ontem os abusos cometidos pela Polícia Federal com a exposição de investigados em operações de combate a crimes. Sem citar a Operação Satiagraha, que apura irregularidades no sistema financeiro e levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, Mendes criticou a "imagem com algema" durante as prisões.
Mendes participou do debate "O Brasil e o Estado de Direito", no auditório do jornal "O Estado de S. Paulo", acompanhado do ministro da Justiça, Tarso Genro, do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto.
"Um dia é um adversário político exposto com algema. Amanhã, podemos ser nós. Com isso, não se pode brincar. Não se pode ter essa exposição. Todos estão submetidos à Constituição e a lei, submetidos a essas regras básicas de constitucionalidade", afirmou Mendes. Ainda segundo o presidente do STF, a "imagem da algema" é tão forte que a decisão do Superior Tribunal Federal (STJ) de não permitir que Salvatore Cacciola fosse algemado causou indignação. Tarso também condenou o uso de algemas como "espetáculo". "Não podemos expor qualquer pessoa, seja quem for, de qualquer nível social", disse.
Mendes diz que conversou com Tarso sobre o combate aos abusos, com duas vertentes: ele defende a reformulação da lei de 1965 sobre abuso de autoridade e a criação de uma vara da Corregedoria da Polícia Federal, em um segundo momento. "É fundamental atentar para o vazamento em "drops" de informações de operações. Não é razoável fazer isso. Hoje o vazamento não é exceção, é regra", disse. Na avaliação de Tarso, a atual legislação é "genérica e o sistema que previne o abuso de autoridade está muito fragmentado".
"Quando a lei de abuso de autoridade de 1965 foi sancionada, nós não tínhamos, por exemplo, o tipo de exposição que as pessoas sofrem hoje, às vezes deliberada, gerando um constrangimento e uma punição antecipada", completou.
Tarso concordou com Mendes, condenou os abusos em escutas telefônicas (reiterando a necessidade da aprovação da Lei de Escutas Telefônicas ) e afirmou que a PF não é uma "instituição soberana" e que está submetida a controles dos demais poderes de Estado. "Do contrário viveríamos em um Estado policial, o que não acontece", afirmou.
O ministro considerou um "exagero" a frase do presidente da OAB sobre o "Estado de medo". "Perdoe-me, meu querido Britto, mas não concordo. Se fosse medo, não estaríamos aqui fazendo este debate. Isso existe quando não há confiança nas instituições", disse Tarso.
Tarso e Mendes selaram um "pacto" no último dia 15, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para reformar o processo penal a fim de evitar abusos policiais e garantir os direitos individuais. A reunião serviu para pacificar os ânimos de Mendes e Tarso, que vinham manifestando em público discordância sobre supostos abusos cometidos pela PF na Satiagraha. Foi Mendes quem mandou soltar os presos da operação, incluindo Dantas, Nahas e Pitta.
Ainda no debate, o presidente da OAB criticou os grampos utilizados em excesso pelas operações e disse que atualmente, a regra é que todos são criminosos até que se prove o contrário. "É essa bisbilhotagem da vida alheia. Temos que somar forças para combater adversários cruéis. Para isso, as instituições têm que estar unidas", defendeu. Britto pediu ainda punição severa às escutas telefônicas sem autorização judicial. "Se começarmos a dar validade ao que é ilegal, o crime venceu, inclusive o crime praticado por autoridades", disse.
Na contramão dos outros convidados, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, disse não reconhecer "enormes desvios" na atuação das instituições no combate ao crime e vê com cautela a proposta de criação de uma nova lei de abuso de autoridade. "Não creio que seja apenas a mudança de uma lei que vá alterar a situação existente. Existem desvios pontuais, seja no Ministério Público, seja no Judiciário, seja em outras instituições", afirmou.
O procurador destacou ainda que, caso seja criada uma nova lei para regular o assunto, que esta seja "para preservar a capacidade" das instituições e não obstaculizar ou imunizar determinadas instituições. "Não há no Estado de Direito autoridade com poderes ilimitados nem que esteja imune a qualquer tipo de fiscalização", ratificou.
Direitos
Mendes arrancou aplausos da platéia quando, ao começar o seu discurso, disse que quem assume a defesa dos direitos não defende a corrupção. Ele disse também que antigamente, as pessoas tinham certeza que a PF não bateria na sua porte às 6 da manhã. "Antigamente, você tinha certeza que quem batia na sua porta era o leiteiro. Hoje está meio confuso", disse, sem citar o episódio envolvendo Pitta, que, recentemente, foi preso pela na Operação Satiagraha por volta das 5 da manhã, em São Paulo e fotografado de pijamas.
Mendes disse que o STF tem alto índice de habeas-corpus devido a dois fatos: recaem sobre as prisões preventivas e provas ilícitas, que, segundo ele, começam na primeira instância. "Aí falam que o STF é naive (ingênuo, em inglês). É irresponsável e liberal quando concede (habeas-corpus). Por que o STF concede? Ninguém tem compromisso com a impunidade', disse.
Mendes criticou também a frase segundo a qual "PF manda prender, e Judiciário solta". "Só se decreta prisão por ordem judicial. A verdade é que o Judiciário é quem manda prender e quem manda soltar".
Sobre a Satiagraha, Tarso disse que PF tem, sim, pessoal suficiente hoje. O ministro disse que agora o "trabalho está sendo feito com técnica, neutralidade e foco", sem citar o delegado Protógenes Queiroz, afastado do inquérito após ser questionado sobre os métodos usados na operação.
Sobre a blindagem de advogados, Britto disse que o cidadão precisa ter direito de defesa. "O que queremos é evitar que o Estado tudo pode. Este projeto não blinda escritórios, o que não pode é interferir na defesa, bisbilhotar a defesa. Estado democrático não admite erro", afirmou ao defender a sanção de Lula ao projeto que torna inviolável os escritórios de advocacia.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Tarso a militares: tenho a ficha limpa

Ministro afirma que militares têm direito de fazer a manifestação que quiserem
SÃO PAULO - O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem ter "orgulho" de sua ficha pregressa ao rebater a iniciativa de militares da reserva, com apoio de comandantes da ativa, de organizar uma contra-ofensiva à sua proposta de debater meios de punição a "agentes de Estado" que tenham praticado tortura, assassinatos e violações dos direitos humanos durante o regime militar. "A minha (ficha) me orgulha."
Os militares planejaram uma espécie de "anti-seminário" em reação à audiência pública patrocinada pelo Ministério da Justiça na semana passada para debater o tema. Eles marcaram um encontro para quinta-feira, no Clube Militar do Rio de Janeiro.
No evento, nomes, fotos e "biografias" de autoridades do governo Luiz Inácio Lula da Silva e de personalidades do PT com "passado terrorista" serão apresentados. A lista traz a ficha de Tarso em quinto lugar - ele aparece, com os codinomes Carlos e Rui, como "terrorista dos anos 60/70", "atraído para a luta armada", que acabou aderindo "à Ala Vermelha" e intensificando suas atividades "depois do AI-5". O objetivo dos militares é discutir propostas para que os excessos cometidos por guerrilheiros durante a ditadura também sejam punidos.
Ontem, após participar do debate "O Brasil e o Estado de Direito", realizado no auditório do jornal "O Estado de S. Paulo", Tarso afirmou primeiro aos jornalistas que considerava sua participação na discussão "interditada", pois aguardava uma orientação técnica sobre o caso. Depois, manteve a defesa da tese de que torturadores do regime militar devem ser responsabilizados cível e criminalmente. A defesa foi o estopim que provocou a reação dos militares e até mesmo do ministro da Defesa, Nelson Jobim.
"Eles (oficiais da reserva) têm direito de fazer a manifestação que fizeram. A minha participação nesse debate está interditada, pois estou aguardando alguma resposta jurídica e técnica sobre isso, pois é uma questão jurídica", afirmou Tarso. Logo depois, porém, ressaltou: "Em nenhuma legislação, em nenhum tratado internacional, em nenhum país democrático, tortura é considerado crime político."
Leviana
Tarso criticou ainda aqueles que relacionam sua iniciativa de discutir mudanças na Lei de Anistia com possíveis interesses eleitorais. O nome de Tarso é cogitado como possível candidato do PT à Presidência, em 2010. Ele nega ser candidato.
"Considero leviana uma informação que circulou em determinada coluna de que levantar esse tema está vinculado a uma questão sucessória", declarou o ministro aos jornalistas. Tarso disse ter dois motivos para isso. Mas acabou listando três: "Primeiro, porque não sou candidato a presidente; segundo, porque quem conduz esse processo no nosso meio é o presidente da República, e terceiro porque misturar uma questão dessa seriedade, que é discutida em todo mundo, com questões políticas imediatas é uma ligação absolutamente despropositada e falsa."
Petistas como o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP) criticaram a decisão de Tarso de entrar em confronto aberto com as Forças Armadas - e a admitiram como uma possibilidade de se colocar como pré-candidato à Presidência dentro do PT.
Irritação
A defesa de Tarso de uma alternativa para que agentes do Estado sejam punidos cível e criminalmente por tortura durante o regime militar irritou diretamente o ministro da Defesa. Jobim fez questão de ressaltar que "a análise dos fatos que estão sendo levantados por Tarso cabe exclusivamente ao Judiciário" e nada tem que ver com o Executivo.
Ele teve de pessoalmente acalmar comandantes das Forças Armadas. Até o momento, eles não encamparam oficialmente o movimento dos militares da reserva, mas já apóiam nos bastidores o movimento de listar os guerrilheiros. O advogado constitucionalista Pedro Estevam Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, saiu em defesa de Tarso e afirmou que é "absolutamente constitucional a interpretação do ministro de que os crimes de tortura praticados durante o regime militar devem ser julgados".
"A Constituição de 1988 teve o caráter de fundar um novo regime jurídico e estabelece princípios muitas vezes retroativos. Foi o que ocorreu na Alemanha do pós-guerra, por exemplo. E realmente a Lei de Anistia não pode ser interpretada de forma a alcançar crimes não-políticos e de lesão à humanidade, como o de tortura", defendeu o advogado. Defensor da iniciativa de Tarso, Serrano diz, no entanto, que "mais relevante do que punir agentes é identificá-los". "Indenizações a torturados e ofendidos são necessárias, mas não devem servir como arrimo para jogarmos nossa história para debaixo do tapete."
Fonte: Tribuna da Imprensa

Estudo mostra que candidatos estão mais ricos

SÃO PAULO - Em dois anos, políticos que concorrem às eleições de 2008 enriqueceram 46%, segundo levantamento da Transparência Brasil, organização não-governamental (ONG) voltada para o combate à corrupção. O balanço representa a média da evolução patrimonial declarada por 180 integrantes das Câmaras Municipais de capitais que foram candidatos nas eleições de 2006 e por 255 deputados federais e estaduais e senadores que concorrem a prefeituras e vice-prefeituras. No caso dos vereadores a média de enriquecimento foi de 41%; a dos senadores e deputados alcança 50%.
O mapeamento revela que dos vereadores que foram candidatos em 2006, 15 declararam não possuir bens naquele ano, mas em 2008 atingiram a média de R$ 108 mil cada. Outros 9 que alegaram não possuir nenhum bem patrimonial, em 2006, passaram a mesma informação este ano.
Dos 709 vereadores em exercício nas 26 capitais brasileiras, 663 buscam a reeleição ou concorrem aos cargos de prefeito ou vice. O patrimônio médio declarado é de R$ 377 mil.Segundo a Transparência Brasil, tomando-se por base o PIB per capita das regiões metropolitanas das capitais, os vereadores dessas cidades são, em média, 45 vezes mais ricos do que a média da comunidade que representam.
Desde 2006, os candidatos são obrigados a fornecer à Justiça Eleitoral suas declarações de bens. Esses dados são publicados no Excelências, um projeto da Transparência.
Os 180 vereadores que tentam a reeleição nas capitais possuem patrimônio total de R$ 70,51 milhões. Em 2006, declararam R$ 61,59 milhões. Acréscimo de 41%. Os 255 deputados federais e estaduais e senadores que agora disputam prefeituras declararam este ano bens totais de R$ 244,05 milhões - em 2006, possuíam R$ 201,41 milhões, ampliação de 50%.
Fabiano Angélico, coordenador de projetos da Transparência, destaca que em alguns casos políticos afirmam não ter patrimônio. "Alguns chegam ao disparate de declarar valor zero para imóveis dos quais são proprietários. A questão é que a Justiça Eleitoral aceita isso." Ele ressalta casos de políticos que ficaram 100 vezes mais ricos. "É um alerta da Transparência, cabe ao Ministério Público tomar providências. Os Tribunais Regionais Eleitorais e o TSE devem prestar atenção."
Fonte: Tribuna da Imprensa

Geddel indica Benito para direção da Sudene

Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
Enquanto o PT baiano insiste em brigar pela não concessão da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos partidos da base aliada, em especial ao PMDB - pelo menos três representações já foram entregues pelo partido ao Tribunal Regional Eleitoral neste sentido, até mesmo contra o prefeito João Henrique -, é certo que a legenda, leia-se o ministro Geddel Vieira Lima, que já tem como aliadas 117 das 417 prefeituras da Bahia, ganha cada vez mais prestígio com o chefe político do PT e por tabela no estado. Ontem mais uma indicação do ministro foi aceita pelo presidente. Desta vez, trata-se da nomeação do ex-deputado e ex-secretário Benito Gama (PTB) para ocupar a diretoria Administrativa e Financeira da Sudene, onde já havia emplacado o superintendente, o também baiano Paulo Fontana. Ainda, desde que Geddel assumiu o comando do ministério da Integração Nacional, em março de 2007, dos R$ 83.323.433,92 já repassados, por meio de convênios federais, R$ 62.667.371,76 foram destinados a administrações do partido. Prefeitos do PMDB receberam 75,2% do total dos recursos liberados aos cofres municipais do Estado. Vale ressaltar que das 83 prefeituras contempladas, 55 são comandadas por peemedebistas. Enquanto isso, quanto à sucessão municipal, em resposta ao PT baiano, Geddel não hesita em discursar que “está apaixonado pelo homem (Lula)”. Segundo ele, seis ministros do PMDB e mais os do PP, PDT e PTB vão gravar para o prefeito João Henrique (PMDB), candidato à reeleição. “Tenho certeza que o candidato do coração do homem é o João Henrique”. Questionado se declarações do tipo não causariam problemas para o presidente, cujo partido tem candidato próprio, Geddel afirmou que não vê constrangimento nenhum para Lula, afinal adversário dele é adversário do presidente Lula. “E meus adversários são Antonio Imbassahy e ACM Neto. Quero derrotá-los para fortalecer o presidente”, destacou. Sobre as críticas referentes à destinação de verbas do ministério para João Henrique e demais prefeitos do PMDB, Geddel foi muito mais além. “Não tenho medo de críticas. O apoio popular é fruto do que a gente faz, e tenho trazido muitas obras do Ministério da Integração para a Bahia. Estou agindo como embaixador da Bahia. No entanto, posso assegurar que não houve nenhum tipo de privilégio aos meus correligionários. A concentração de repasses se deu por escassez de projetos apresentados por outras legendas, principalmente as da oposição”, concluiu, alfinetando ACM Neto. “Quando digo que estou agindo como embaixador da Bahia, não significa que estou disputando o posto de novo rei da Bahia com ACM Neto. Essa história de rei é com o Grampo Neto. Eu sou um pobre marquês, apenas querendo ajudar o nosso estado. Grampo Neto é que tem essa coisa de disputar dinastia”, concluiu. O PT, por sua vez, através da coordenação de campanha do candidato Walter Pinheiro, mais uma vez reiterou que embora a Justiça tenha permitido o uso da imagem de Lula ao prefeito em materiais impressos, a briga continua. “A imagem de Lula foi construída coletivamente ao longo dos anos pelo PT”, ratificou Edson Miranda, coordenador de campanha de Pinheiro. (Por Fernanda Chagas)
Críticas à segurança ficam sem resposta na Assembléia
A oposição tomou conta ontem, na Assembléia Legislativa, do Pequeno Expediente, horário de abertura da sessão em que os deputados têm a palavra, sem aparte, por cinco minutos. Exceto o vice-líder do governo, Álvaro Gomes (PCdoB), que rotineiramente chega mais cedo e inscreve-se em primeiro lugar, os demais seis oradores foram todos adversários tratando do tema em voga - a segurança pública - e atacando sem resposta o governo e o governador Jaques Wagner. Somente no Grande Expediente é que apareceu o líder do governo, Waldenor Pereira (PT), mas ele preferiu usar os 20 minutos citando dados da Secretaria da Fazenda que comprovariam que o governo Wagner executou no primeiro semestre do seu segundo ano parte maior do orçamento, em termos percentuais e absolutos, que o governo Paulo Souto em igual período. O assunto é sempre abordado pelo líder da oposição, Gildásio Penedo (DEM), para quem Wagner tem desempenho pior que o de Souto em execução orçamentária. Na sessão de ontem, Sandro Régis (PR) disse que o mote “Acelera, Bahia”, usado publicitariamente pelo governo, na verdade é “Acelera, violência”. Carlos Gaban (DEM) disse esperar que o novo comandante da PM, Nilton Mascarenhas, consiga “motivar a tropa tanto quanto o comandante Jorge Santana”, muito elogiado pelo deputado. Heraldo Rocha (DEM) lembrou da imprensa em que presos aparecem nus ou seminus num presídio e lamentou que “tenham ficado calados os que se elegeram com a bandeira dos direitos humanos”. João Carlos Bacelar (PTN) afirmou que 1.125 pessoas foram vítimas de homicídio no primeiro semestre em Salvador e Região Metropolitana. “Quase o dobro de 2007”, exagerou. Segundo o parlamentar, os homicídios cresceram 40% no ano passado e em 2008 o primeiro semestre já apresenta elevação de 48%.(Por Luis Augusto Gomes)
João Henrique destaca suas realizações
Ontem, 4, às 12 horas, foi ao ar na TV do Poder Legislativo (canal 20 da NET) a ultima entrevista da série realizada com os candidatos à prefeitura de Salvador. O candidato e atual prefeito, João Henrique (PMDB), da coligação “A Força do Brasil em Salvador”, foi o protagonista da ultima entrevista. Em 20 minutos, ele respondeu questões sobre saúde, ação social, educação, infra-estrutura, segurança e transporte públicos. Abordado sobre as propostas para a saúde na cidade, João Henrique comprometeu-se a ampliar o atendimento dos postos de atenção básica e a cobertura dos postos do Programa Saúde da Família: “Antes, o PSF cobria apenas 4% da cidade, agora são 16%. Em Belo Horizonte, por exemplo, são 88%. Estamos crescendo, buscando a meta de 100% de cobertura. Os postos do PSF são muito importantes, pois trabalham com a perspectiva da prevenção de doenças”, explicou. João Henrique ressaltou ainda o que foi feito pela saúde durante a atual gestão: “Ninguém precisa mais perder noites em fila de posto de saúde para ser atendido. Agora pode marcar consultas por telefone e presencialmente. Antes, quando alguém passava mal durante a noite, não tinha a quem recorrer. Hoje, é só ligar 192 que a Samu aparece em meia hora com um atendimento de primeiro mundo”, pontuou. O peemedebista elogiou também o serviço prestado pelos três CEO’s (Centro de Especialidades Odontológicas) que foram implantados em seu governo. Ele entende, no entanto, que o desafio na saúde é grande, já que Salvador recebe pessoas de todo o Estado para atendimento. O deputado federal Walter Pinheiro, candidato da coligação Salvador-Bahia- Brasil (PT, PSB, PCdoB, PV), também esteve no Hotel Pestana ontem à noite, no evento promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, onde expôs os principais pontos de seu programa de governo. Durante o dia, ele se reuniu no seu comitê eleitoral com a coordenação da campanha. Hoje, Walter Pinheiro passa a manhã gravando programa de televisão para o Horário Eleitoral Gratuito. À noite, participa de um debate entre os prefeituráveis, promovido pelo Colégio e Curso Módulo, às 19h30, no Teatro Módulo. No final de semana, em visita à sede da ADABA (Associação dos Artesãos da Bahia), em Cajazeiras, Pinheiro anunciou ações para garantir a valorização dos artesãos, como a retomada da Feira do Terreiro de Jesus, que é também um instrumento para revitalizar o Centro Histórico, a construção de um centro cultural na cidade e o incentivo às feiras de artesanato de bairros. O candidato disse que vai buscar recursos federais para estimular a economia solidária e o chamado arranjo produtivo local. “Descentralizar a produção aumenta nossa capacidade de oferta. É inaceitável que a fita do Senhor do Bonfim não seja produzida em Salvador!”, criticou, após ouvir as queixas dos artesãos. Segundo o secretário da ADBA, João Durans, não há políticas públicas direcionadas aos cerca de 60 mil artesãos que trabalham em Salvador e região metropolitana. Ele afirmou que 80% dos produtos do Mercado Modelo vêm de fora. Infra-estrutura Enfatizando a importância da parceria que tem com o governo federal, João Henrique comemorou os investimentos que vieram para Salvador na área de infra-estrutura: “Salvador não tem uma arrecadação que permita investir nesta área, mas graças ao apoio do PMDB e do ministro Geddel Vieira Lima, pudemos fazer, em parceria com o Ministério de Integração Nacional, 145 obras que vão desde limpeza de canais, construção de encostas a escadarias drenantes”, disse. As realizações na área de transporte e segurança pública também foram lembradas pelo candidato, que destacou a redução no número de assaltos a ônibus na cidade: “Iniciativas como a bilhetagem eletrônica, que tirou o dinheiro dos ônibus, e a instalação de quatro câmaras em 1372 ônibus reduziram o número de assaltos diários de 20 para 6, mas queremos diminuir mais”, disse. O candidato ressaltou também a importância das obras do “Banho de Luz”, que aumentou a iluminação pública na cidade e ajudou a inibir a criminalidade. A renovação da frota dos ônibus, a criação de corredores exclusivos, o congelamento da tarifa e os trechos da viagem pela metade da tarifa, também foram citados por João Henrique como ações de seu governo que beneficiaram os cidadãos. O prefeito acentuou também a importância da criação da Guarda Municipal, que, segundo ele, trabalhará em parceria com o Governo do Estado, se integrando ao trabalho de prevenção da violência feito pelas polícias Civil e Militar. (Por Evandro Matos)
Jovens da Iurd declaram apoio a ACM Neto
O candidato do Democratas à prefeitura de Salvador, ACM Neto, vai mudar a rotina de sua campanha. Depois de 15 dias de recesso, ele embarca hoje cedo para Brasília, onde retoma os trabalhos como líder do partido na Câmara Federal. A partir de agora Neto vai conciliar a sua agenda no Câmara com a campanha em Salvador, pelo menos até a data do próximo recesso. Pensando nisso, nestes dias em que esteve na capital baiana, o democrata imprimiu um ritmo veloz à sua campanha, participando de caminhadas, comícios, visita a bairros, debates e entrevistas. Ontem, durante o dia, Neto não participou de atividades nas ruas. Pela manhã, ele foi até o Subúrbio, onde gravou para o horário eleitoral gratuito sobre o tema segurança pública. À noite, o candidato do Democratas participou de evento promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil - Bahia, no Hotel Pestana. No último domingo, em mais um ato de campanha, o democrata recebeu o apoio dos jovens da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), em Brotas. Cerca de dois mil jovens participaram do lançamento da candidatura à reeleição da vereadora Eron Vasconcelos (Democratas), que é seguidora da igreja, e declararam apoio irrestrito à candidatura de ACM Neto. O candidato a vice na chapa, Márcio Marinho (PR), que é bispo da Iurd, também esteve presente, ao lado dos presidentes municipais do PRB, Valdir Trindade, e do Democratas, Gerson Gabrielli, ambos evangélicos. “A gente não entra numa guerra para perder. Se estamos apoiando as candidaturas de ACM Neto e de Márcio Marinho, é porque acreditamos neles”, disse Tia Eron. Depois de passar a manhã de ontem reunido com a sua coordenação de campanha e participar de um encontro com representantes de associações comunitárias à tarde, o candidato da coligação “Pra Melhorar Salvador” (PSDB/PPS), Antônio Imbassahy, reservou o início da noite para participar de um debate entre os candidatos a prefeito de Salvador. O evento aconteceu no Hotel Pestana Bahia e foi promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil - Bahia. No debate, os candidatos responderam perguntas sobre Turismo, Segurança e PDDU. Voltando ao contato com a população da cidade, nesta terça-feira Imbassahy participa de uma caminhada no Jardim das Margaridas, próximo ao Aeroporto, às 10 horas. Á tarde, a partir das 14 horas, ele faz reunião com assessores. À noite, a partir das 19 horas, participa de um debate no Colégio Módulo, na Avenida Magalhães Neto, Pituba. Neste domingo, durante visita a Cajazeiras XI e a Fazenda Grande III, o candidato tucano declarou que, caso seja eleito, vai formatar um projeto de recuperação de conjuntos habitacionais. Além de Imbassahy, participaram da caminhada também o candidato a vice, Miguel Kertzman, os candidatos a vereador, Virgílio Pacheco e Ruy Santos Bisneto, e o presidente do PSDB na Bahia, Nestor Duarte. , como é mais conhecida. Márcio Marinho afirmou que ACM Neto não terá preconceito com nenhuma religião, ao contrário do atual prefeito João Henrique (PMDB). Em seu discurso ACM Neto afirmou que cada um dos jovens presentes precisavam atuar como multiplicadores de voto e citou o senador Antônio Carlos Magalhães. “O senador ACM foi prefeito do século XX. Eu faço parte de uma nova geração de políticos e quero ser o prefeito do século XXI, afirmou o democrata. “A maior herança que recebi da minha família não foi material. Foi o convívio em casa. Eu poderia ter escolhido qualquer caminho. Mas optei pela política, que é o caminho mais difícil, porque quero servir ao próximo”, acrescentou o candidato. ACM Neto disse que, se for eleito prefeito, vai dar prioridade à educação, investindo, inclusive, em cursos profissionalizantes para os jovens. “Existem cerca de 30 mil postos de trabalho desocupados em Salvador por falta de pessoas qualificadas. Precisamos qualificar as pessoas, principalmente os nossos jovens, que são quem mais sofre com o desemprego”. (Por Evandro Matos)
Fonte: Tribuna da Bahia

Gilmar Mendes condena abusos da PF

Após divergências, Mendes e Tarso Genro defendem mudança na lei


São Paulo - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, condenou ontem os abusos cometidos pela Polícia Federal com a exposição de investigados em operações de combate a crimes. Sem citar a Operação Satiagraha, que apura irregularidades no sistema financeiro e levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, Mendes criticou a “imagem com algema” durante as prisões. Mendes participou do debate “O Brasil e o Estado de direito”, no auditório do Grupo Estado, acompanhado do ministro da Justiça, Tarso Genro, do procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto. “Um dia é um adversário político exposto com algema. Amanhã, podemos ser nós. Com isso, não se pode brincar. Não se pode ter essa exposição. Todos estão submetidos à Constituição e à lei, submetidos a essas regras básicas de constitucionalidade”, afirmou Mendes.
Ainda segundo o presidente do STF, a “imagem da algema” é tão forte que a decisão do Superior Tribunal Federal (STJ) de não permitir que Salvatore Cacciola fosse algemado causou indignação. Tarso também condenou o uso de algemas como “espetáculo”. “Não podemos expor qualquer pessoa, seja quem for, de qualquer nível social”, disse.
Mendes diz que conversou com Tarso sobre o combate aos abusos, com duas vertentes: ele defende a reformulação da lei de 1965 sobre abuso de autoridade e a criação de uma vara da Corregedoria da Polícia Federal, em um segundo momento. “É fundamental atentar para o vazamento em “drops” de informações de operações. Não é razoável fazer isso. Hoje o vazamento não é exceção, é regra”, disse. Na avaliação de Tarso, a atual legislação é “genérica e o sistema que previne o abuso de autoridade está muito fragmentado”. “Quando a lei de abuso de autoridade de 1965 foi sancionada, nós não tínhamos, por exemplo, o tipo de exposição que as pessoas sofrem hoje, às vezes deliberada, gerando um constrangimento e uma punição antecipada”, completou.
Tarso concordou com Mendes, condenou os abusos em escutas telefônicas (reiterando a necessidade da aprovação da Lei de Escutas Telefônicas ) e afirmou que a PF não é uma “instituição soberana” e que está submetida a controles dos demais poderes de Estado. “Do contrário viveríamos em um Estado policial, o que não acontece”, afirmou. O ministro considerou um “exagero” a frase do presidente da OAB sobre o “Estado de medo”. “Perdoe-me, meu querido Britto, mas não concordo. Se fosse medo, não estaríamos aqui fazendo este debate. Isso existe quando não há confiança nas instituições”, disse Tarso.
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Pacto para evitar extravagância policial
Tarso e Mendes selaram um “pacto” no último dia 15, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para reformar o processo penal a fim de evitar abusos policiais e garantir os direitos individuais. A reunião de ontem serviu para pacificar os ânimos de Mendes e Tarso, que vinham manifestando em público discordância sobre supostos abusos cometidos pela PF na Satiagraha. Foi Mendes quem mandou soltar os presos da operação, incluindo Dantas, Nahas e Pitta.
Mendes arrancou aplausos da platéia quando, ao começar o seu discurso, disse que quem assume a defesa dos direitos não defende a corrupção. Ele disse também que antigamente, as pessoas tinham certeza de que a PF não bateria na sua porte às 6h. “Antigamente, você tinha certeza de que quem batia na sua porta era o leiteiro. Hoje está meio confuso”, disse, sem citar o episódio envolvendo Pitta, que, recentemente, foi preso pela na Operação Satiagraha por volta das 5h, em São Paulo e fotografado de pijamas.
Mendes disse que o STF tem alto índice de habeas-corpus devido a dois fatos: recaem sobre as prisões preventivas e provas ilícitas, que, segundo ele, começam na primeira instância. “Aí falam que o STF é naive (ingênuo, em inglês). É irresponsável e liberal quando concede (habeas-corpus). Por que o STF concede? Ninguém tem compromisso com a impunidade”, disse. Mendes criticou também a frase segundo a qual “PF manda prender, e Judiciário solta”. “Só se decreta prisão por ordem judicial. A verdade é que o Judiciário é quem manda prender e quem manda soltar”. (AE)
Fonte: Correio da Bahia

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