Paulo Afonso - Bahia - 25/12/2017
O Cantar do galo
Por: Luiz Brito DRT\BA 3.913
Ilustração
Traição à vista; no popular, uma bruta traíragem, vai acontecer na alta corte situacionista em Jeremoabo. E não será nem preciso o galo cantar três vezes para que isso venha a ocorrer. Só que a história mostra que os traidores sempre pagaram um preço alto. Não existe nada mais vil do que a figura do fura olho.
Revertério
Vereadores de Jeremoabo estão apreensivos com os rumores da baixa popularidade do interino Chaves. Na alta cúpula já se fala em articulações quanto ao seu substituto. Dos males o menor. Chaves não será candidato e volta para Câmara para cumprir o que será seu derradeiro mandato.
Marreta pronta
Dizem que o fraco prefeito Chaves, sabedor da sua provável substituição, já preparou a lista de maldades. Desafetos vão sofrer. A lista tem até o nome de alguns vereadores que em tempos passados fizeram restrições a ele.
Tiro ao alvo
Ainda na lista de Chaves está um empresário da cidade, que ele ameaça partir “em bandas”. Incomoda...
Elogios
Um mistério tem intrigado servidores da prefeitura de Jeremoabo. Há quem diga que comissionados tirados da folha em junho continuam trabalhando e recebendo o pagamento sem o nome constar na folha. Com a palavra, a Câmara, digo, os vereadores de oposição, principalmente o professor, o grande destaque do ano no parlamento.
Muita turbulência
Em seu primeiro ano de mandato, são tantas as lambanças administrativas, as declarações obtusas, as denúncias de irregularidades que a manutenção do nome do interino Chaves para disputar a titularidade do cargo na eleição suplementar, parece não passar de uma piada de mau gosto.
Trajetória medíocre
Além de ter feito um mandato medíocre, ele não é lembrado por nenhum projeto ou contribuição dada a JEREMOABO. Ainda assim teve o nome registrado na história do município graças ao chamado ‘Escândalo da lavem da feira livre e a farra das diárias.
Viajante compulsivo
O atual prefeito jeremoabenses mereceu a ‘medalha de prata’ por beneficiar-se com dinheiro dos jeremoabenses para diárias.
Alvo
Chaves acumula reclamações como chefe de Executivo municipal e se torna, a cada dia, o alvo preferencial da maledicência popular.
Nota da redação deste Blog - Diante do conteúdo da matéria de Bob Charles, lembrei-me de um conto que li intitulado:
O navio cheio de ratos canibais que está à deriva no mar
PHILIPE KLING DAVID
Uma vez eu li em algum lugar que já não sei mais onde foi, sobre uma coisa chamada “ratoeira do sertão”.
Contava o texto, que os pequenos agricultores do sertão, se viam sempre às voltas com roedores irritantes, que infestavam os paióis de milho e outros grãos, causando grande prejuízo. A ratoeira do sertão consistia em capturar um dos ratos vivo, e prender o animal numa gaiola de passarinho. Uma vez lá, o rato passaria a ser cuidado como se realmente fosse ele um passarinho, recebendo rações de milho gradualmente cada vez menores. O animal começaria a sofrer de uma terrível fome, e é nesse momento em que o roedor estaria às portas do desespero, que o fazendeiro começaria a jogar a ele pedaços cortados de outros ratos. O efeito da estranha dieta era imediato. Inicialmente ele se recusaria a comer, sentindo o cheiro dos companheiros. Urinaria sobre a carne, mas diante da fome a lhe atraiçoar, o rato abandonaria de vez sua moral e comeria o companheiro. Ele então passaria por uma gradual transformação, de comedor de grãos para uma pequena fera carnívora. Dizia o texto, que ao comer carne, algo no rato muda radicalmente e ele se torna forte e bruto. A ração de carne de rato vai então sendo gradualmente reduzida, e finalmente joga-se um rato pequeno e fraco, porém vivo, lá na gaiola.
A gaiola se torna uma arena da morte. O rato, acostumado agora a uma dieta de carne, nunca mais quer ver grão na vida. Ele só quer carne. Ele vê o rato mais fraco e rapidamente come o infeliz. Cria-se assim, um rato canibal. O animal vai sendo alimentado agora com outros ratos vivos, cada vez maiores, e a luta por matar o seu alimento deixará o rato da gaiola cada vez mais forte. Ele se torna um rato maníaco. Ele agora não apenas mata para comer, mas pelo prazer de matar. O sertanejo joga vários ratos ainda vivos na gaiola para vê-los serem assassinados a dentadas um a um. O rato se mostra uma verdadeira máquina de matar. Quando ele está “no ponto”, ele é finalmente solto na casa.
É o fim de sua prisão. Transformado, o rato sai em busca de vítimas. Ele irá matar dezenas de outros ratos, que em pânico, fugirão do local. Quando não houver mais nenhum rato, a “ratoeira do sertão” irá embora atrás das vítimas, pois uma vez tendo comido carne, e matado um semelhante, ele nunca mais mudará de dieta.
Eu não sei se a ratoeira do sertão corresponde religiosamente à expressão da verdade, mas o valor de tal ideia foi algo que me impressionou na juventude e me impressiona até hoje, porque vejo nesta ideia um paralelo com o que podem fazer, as circunstâncias, ao Homem. Não foram poucas às vezes em que o ser humano precisou comer seu semelhante em situações adversas. E é quase irresistível estabelecer o paralelo da ratoeira do sertão com as nossas cadeias, máquinas de deformar as mentes já não muito sadias dos que são encarcerados lá.
Seja como for, imagine só um rato assassino, maníaco. A ideia já é de causar calafrios, mas ela se amplifica se imaginarmos um navio REPLETO de “ratoeiras do sertão”.
Acredite se puder, este navio aqui em baixo é justamente isso. Um navio, totalmente à deriva, e repleto de ratos canibais, que comerão qualquer coisa que verem pela frente.
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