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sábado, abril 22, 2023

Hoje o prefeito Deri do Paloma encontra-se numa missão impossível de como sair da lambança da sinuca de bico em que se meteu

                                                    Foto Divulgação -Sinuca de Bico



São cada vez mais surpreendentes os fatos que vêm ocorrendo em nosso município. A cada dia um novo acontecimento com malversação do dinheiro público deixa a população estarrecida, perplexa. E o pior é que os responsáveis por tudo que ocorre continuam rindo da cara da população, com o maior cinismo do mundo.
    Além do caos da saúde pública, da educação, do abastecimento d'água, da segurança, do transporte escolar, dos buracos que se espalham por todas as ruas e avenidas de nossa cidade, sem que os poderes públicos nada façam, nada digam, nada expliquem, vem agora esse escandaloso suposto superfaturamento com contratação para um Município endividado sem poder pagar débido do INSS, água, enetgia e o proprio funcionalismo ecredores.  Como é que pode um grupo de vereadores que se dizem representantes do povo permanecerem omissos.

 Será que esses  veradores da situação  que contrariaram a vontade da população ao apoir as trambicagens do prefeito terão coragem de colocar suas caras na rua sem um mínimo de ressentimento ou vergonha? Será que eles terão a coragem de voltar às ruas para pedir votos a essa população?
O prefeito de Jeremoabo ao usar indevidamente o dinheiro do povo para sua promoção pessoal, mesmo já sendo multado duas vezes pelo TCM-BA  continua  com extremo cinismo. É assim que agem os mentirosos e improbos de sempre.
    É, meus amigos, como é que podemos falar em dignidade e cobrar de nossas crianças, jovens e da população em geral um comportamento decente, honrado, se nossos governantes e representantes legislativos comportam-se dessa maneira? Será que nós jeremoabenses chegamos ao fundo do poço ou à beira do abismo? Haverá ainda jeito para nossa cidade? Preferimos ainda não perder a esperança.
Enquanto isso, o prefeito Deri de Paloma enfrentar uma missão impossível ao  continuar treinando na esperança remota de encontar uma saída para o sinuca de bico que se meteu diante da quantidade exorbitante de processos que já começaram a pipocar colocando o mesmos e alguns dos seus secretários como réus.
Abar este Link:
https://www.tiktok.com/@bobguerreiropi/video/7191899358449683718?is_from_webapp=1&sender_device=pc 
                               

CRUZ DAS ALMASCruz das Almas e mais 6 cidades do Recôncavo serão fiscalizadas pelo TCM

 A informação foi divulgada na última quinta-feira, 20, no Diário Oficial Eletrônico do órgão.


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Foto: FORTE NA NOTÍCIA

Técnicos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA) estarão realizando visitas em Cruz das Almas e mais 6 cidades do Recôncavo da Bahia. A informação foi divulgada na última quinta-feira, 20, no Diário Oficial Eletrônico do órgão.




De acordo com a publicação, as visitas que seguem uma ordem cronológica vão acontecer entre os dias 24 e 26 de junho, e tem como objetivo uma Fiscalização Ordenada, na modalidade levantamento, na temática educação. Leia o documento AQUI.

Confira todos os municípios que serão visitados:

  1. Alagoinhas
  2. Barreiras
  3. Feira de Santana
  4. Amélia Rodrigues
  5. Santanópolis
  6. Antônio Cardoso
  7. Cachoeira
  8. Maragogipe
  9. Cabaceiras do Paraguaçu
  10. Conceição do Almeida
  11. Cruz das Almas
  12. Irecê
  13. Itaberaba
  14. Itabuna
  15. Jequié
  16. Salvador
  17. Lauro de Freitas
  18. São Francisco do Conde
  19. Camaçari
  20. Simões Filho
  21. Santo Amaro
  22. Santo Antônio de Jesus
  23. Valença
  24. Teperoá
  25. Nilo Peçanha
  26. Vitória da Conquista

FORTE NA NOTÍCIA

Nota da redação deste Blog - Cada dia que passa e pelas fortes evidências convenço-me ainda mais que a " Maldição do Capuchinhos" permanece em Jeremoabo com todo vigor.

É incompreensível e lamentável que a administração municipal de Jeremoabo, arcando atualmente como sendo um dos maiores antro ou mesmo o maior de corrupção do Estado da Bahia, não esteja fazendo parte como cabeça dessa lista para ser fiscalizada poelo TCM-BA.

Só resta-me dizer: Misericórdia Senhor. Vade retro!!!

O risco da CPI




Começos de governo são confusos, mas Lula 3 está criando muito conflito desnecessário

Por Vinicius Torres Freire (foto)

Começos de governos são confusos. É assim até com gente experimentada, como Lula 3, seus ex-colegas de Lula 1 e 2 e tantos ex-governadores.

Costuma ser assim até por motivos aparentemente banais, como falta de entrosamento entre ministros e de tempo para afirmação de uma liderança que coordene a administração. Ou também porque não se firmou um relacionamento com o Congresso. Não quer dizer que, com o tempo, a máquina de governar se assente, sem mais. Quer dizer apenas que algum tempo é necessário.

Por outro lado, é possível que se bagunce esse período de sedimentação, deixando a água turva. A falta de clareza sobre o programa de governo é um problema. A multiplicação de conflitos, ainda mais conflitos contraproducentes, também, assim como a desconsideração de alianças. Dar assunto para a oposição é mais problema. O governo Lula tem dado chance para o azar.

Lula 1 (2003-2006) foi confuso pelo menos até meados de 2004. Mas teve a sabedoria de estabilizar a economia, consolidando um programa apenas iniciado sob FHC 2, o conhecido e agora abalado tripé de superávits, metas de inflação e câmbio flutuante. Teve a boa sorte de governar em anos bons na economia mundial. Não tinha a prevenção de quase metade do país. Etc.

Lula 3 começou queimando as pontes de boa vontade que, na eleição, o conectaram a parte do eleitorado e elite antibolsonaristas. Nesse fogo, foi-se a grande e surpreendente boa vontade dos credores e da finança, até outubro animados em derrubar as taxas de juros.

Ao dar caneladas na ideia de controle da dívida pública e na meta de inflação, Lula degradou as condições financeiras. Foram até aqui mais seis meses de taxas de juros desnecessariamente altas e de confiança perdida. Seu governo e o país pagarão mais caro até que Lula consiga resultado, ora motivo de muita dúvida, apenas atenuada pela nova regra fiscal.

Não há clareza sobre o que será da política externa nem o resultado dessas caneladas temerárias de Lula no dito Ocidente e de acenos para ditadores. Quem sabe a loucura tenha método e razões secretos. Por ora, vê-se apenas o risco de o Brasil perder a oportunidade de tirar vantagem do conflito EUA-China e de se tornar parceiro econômico confiável no mundo desglobalizado.

Lula 3 decerto governa um país destroçado e convocado para uma involução reacionária, violenta e antidemocrática. Foi bem ao isolar os golpistas terroristas. Mas está sem rumo algum no Congresso e não administra a própria cozinha, caso do GSI, por exemplo. Há uma CPI que pode ser um palanque para a extrema direita até agora desnorteada.

A horda estava sem assunto, com seu líder facinoroso perdido e ameaçado de cadeia. Agora, pode fazer um salseiro lunático de redes sociais com a ideia de que o levante terrorista foi armação da esquerda, por exemplo.

O governo pediu a aliados que não apoiassem a CPI do 8 de Janeiro. Então sobreveio o escândalo do general-ministro do GSI que passeava em um Planalto tomado por golpistas. De hora para outra, o governo aceitou a CPI sem ao menos avisar parlamentares amigos. Há como ganhar esse jogo, com risco maior de cadeia para bolsonaristas. Mas o governo tomou um contra-ataque.

O MST volta a fazer bobagem. Lula diz disparates, como falar de "gordos", de "desparafusados da cabeça", da escravidão que provocou miscigenação, dos capiaus paulistas que seriam como Bolsonaro. Sempre foi assim. Mas não se dá conta de que vive em um mundo de hordas de redes sociais enraivecidas pelo confronto político em um país rachado de ódio, com direitas grandes e organizadas.

Precisa de alianças, de um pacto sociopolítico para ao menos isolar reacionários e financiar seu plano econômico, que precisará de muito imposto, sempre motivo de conflito agudo. Mas não tem se importado de fazer adversários e inimigos desde que foi eleito. Assim, vai ser difícil.

Folha de São Paulo

Governo avança para ter maioria na CPI do 8/1 e define alvos; veja nomes




Atos criminosos contra os Três Poderes, em Brasília

A estratégia escolhida pelos governistas será a de tratar o dia 8 de janeiro como o ato final de uma articulação que teria começado ainda durante a campanha eleitoral de 2022

A base parlamentar aliada do governo federal, que inicialmente era contra a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos criminosos do 8 de janeiro, avança nas negociações para ter maioria na CPMI e conseguir indicar o presidente e o relator. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.

Os parlamentares governistas devem conseguir indicar tanto a presidência da Comissão, que deve ser ocupada por um deputado, como a relatoria, que deve ser ocupada por um senador.

Enquanto os nomes para ocupar estes cargos ainda não estão definidos, os governistas já possuem um roteiro de ação que indica como eles devem tratar a CPMI do 8 de janeiro.

A estratégia escolhida será a de tratar o dia 8 de janeiro como o ato final de uma articulação que teria começado ainda durante a campanha para as eleições de 2022, e não como o início de uma tentativa de golpe.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse à CNN que alguns tópicos considerados importantes de serem abordados já haviam sido decididos.

Dentre eles, o personagem-chave para emplacar essa narrativa será o ex-ministro e Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que está preso preventivamente por suposta omissão durante o ataque aos Três Poderes desde 14 de janeiro.

Os parlamentares pretendem explorar o fato de que Torres viajou para os Estados Unidos porque sabia que haveriam protestos na primeira semana de janeiro.

A base do governo entende que ele tem um papel crucial para demonstrar que a tentativa de golpe começou a ser organizada no ano passado, ainda durante a campanha eleitoral, em episódios como as operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do segundo turno.

A diretora de inteligência do Ministério da Justiça durante o governo Bolsonaro afirmou, em seu depoimento à Polícia Federal (PF), que Torres havia solicitado um levantamento para identificar em quais municípios Lula havia tido mais votos no primeiro turno.

As operações organizadas pela PRF atingiram principalmente eleitores desses municípios.

Outro personagem que deve ser explorado pelos governistas é o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que chegou a ser afastado do cargo após o ataque aos Três Poderes.

Rocha havia afirmado que todo o contingente da Polícia Militar (PM) estaria atuando na segurança dos Três Poderes no dia 8. No entanto, apenas 200 cadetes estavam ocupando o local.

Por Fernanda Pinotti

CNN

Telegram vira alvo de ação virtual do governo




O Ministério da Justiça e da Segurança Pública abriu processo administrativo contra o Telegram, após a empresa não ter fornecido informações sobre contas e conteúdos publicados na plataforma relacionados aos ataques em escolas. Segundo o ministro Flávio Dino afirmou nesta quinta-feira, o aplicativo está sujeito a sanções se continuar a descumprir regras de moderação estipuladas pela Portaria 351, publicada pelo governo após atentados em São Paulo, que resultou na morte de uma professora, e Blumenau (SC), que teve quatro mortos.

“O prazo já está esgotado. O Telegram é, tradicionalmente, de difícil contato, de difícil diálogo. Nós vimos isso durante as eleições. De forma que será tratado como uma instituição que não respondeu à notificação da Secretaria Nacional do Consumidor”, afirmou o secretário nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Wadih Damous, durante coletiva de imprensa nesta quinta.

Dino e Damous confirmaram a abertura de “processo administrativo sancionador” contra o Telegram e reforçaram que o prazo de cinco dias estipulado para a empresa responder às solicitações já havia se esgotado na véspera dessa última análise. O secretário frisou ainda que vai “tomar algumas providências em relação a isso”.

Dino ainda reforçou que as sanções podem ir de “multas até eventualmente a suspensão das atividades em território nacional”. A portaria prevê penalidades de até R$ 12 milhões.

A falta de cooperação do Telegram é o empecilho mais recente na cooperação que o ministério tem tentado construir com as plataformas de tecnologia e redes sociais para monitorar e remover contas e publicações com conteúdos extremistas. Há duas semanas, o Twitter havia se negado a excluir perfis com fotos e nomes aludindo a autores de ataques em escolas. A empresa de Elon Musk, depois, recuou da intransigência de posicionamento e decidiu atender às demandas do ministério após a publicação da Portaria 351.

PRISÕES

Ao longo dos últimos 15 dias, a Operação Escola Segura pediu a remoção de 812 conteúdos para investigação. No mesmo período, 302 suspeitos de ameaçar ou atentar contra escolas foram presos ou apreendidos, 270 ações de busca e apreensão de armas letais, não letais e artefatos que sugerem ligação com grupos extremistas foram realizadas e outros 1.738 casos são investigados.

“Falou em nazismo, neonazismo, ameaçou a escola, disse que vai fazer ataque, estamos pedindo a prisão e vamos continuar”, afirmou Dino nesta quinta. “Não há possibilidade de convivermos com esse clima que alguns poucos querem criar em detrimento de 40 milhões de estudantes brasileiros.” Ainda conforme o ministro, há uma “decisão judicial relativa ao Telegram” em andamento, apesar de a plataforma ser a única que não tem cooperado com o governo federal nos últimos dias. “Há um intuito colaborativo muito maior do que havia há dez dias. Em nome do povo brasileiro, quero agradecer.”

SEM RESPOSTA

O Estadão tentou contato com o Telegram, mas não obteve resposta até 18h30 de ontem.

Estadão / Dinheiro Rural

Múcio diz lamentar queda de Gonçalves Dias: “Um dos mais fiéis amigos de Lula”




O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro

Imagens reveladas pela CNN mostram o ex-ministro do GSI no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos de 8 de janeiro

Por Priscila Yazbek

Em Lisboa, na comitiva brasileira que acompanha a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, disse lamentar muito o episódio envolvendo o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência Gonçalves Dias.

Imagens reveladas pela CNN mostram o ex-ministro do GSI no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos de 8 de janeiro.

“Lamentei muito [o que aconteceu], quero muito bem a ele, não concordo com essa narrativa que houve leniência. Ele é um dos mais fiéis amigos do presidente da República. Uma amizade de 20 anos”, afirmou Múcio.

“Evidentemente que, depois de 8 de janeiro, ficaram cicatrizes e (…) com o surgimento desses vídeos as coisas pioraram. Ontem estive com o General Dias. Falei com ele no telefone hoje, torço que supere isso porque é um homem de bem, um homem sério, bem intencionado e amigo do presidente”, complementou o ministro da Defesa.

Questionado sobre o futuro do GSI, Múcio disse que cabe ao presidente Lula decidir, mas defendeu a existência do órgão.

“Você pode mudar o nome, pode batizar com outro nome, mas o órgão tem que existir. Aquilo é um trabalho de apoio ao presidente da República”, afirmou.

O ministro da Defesa contou também ter intermediado uma conversa entre Gonçalves Dias e Ricardo Cappelli, que assumiu interinamente o GSI.

“Ele e o Cappelli conversaram no meu gabinete, foi uma conversa boa para os dois. Interessa para o governo e para a sociedade que tudo seja esclarecido, o culpado tem que pagar para a tirar a suspeição que está em cima de alguns inocentes. Isso tudo é bom para o governo, que essas coisas sejam esclarecidas, senão a gente não vira essa página nunca”, disse Múcio.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também comentou o episódio.

“As coisas estão se desenvolvendo normalmente, com maior tranquilidade, todo mundo trabalhando. Eu estava em Genebra, o presidente Lula também, cumprindo sua agenda, todos os ministro trabalhando, e tudo bem. A gente vai tratar disso da maneira que tem que ser tratado; quem tem que estar preocupado é quem promoveu aquilo que a gente viu em 8 de janeiro”, afirmou.

CNN

TSE multa advogado que fez petição usando inteligência artificial




O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu multar em R$ 2,4 mil um advogado que protocolou petição redigida no programa de inteligência artificial ChatGPT.

Na decisão, o ministro considerou que o profissional agiu de má-fé ao tentar ser admitido no processo no qual o tribunal avalia a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante reunião realizada, em 2022, com embaixadores para atacar o sistema eleitoral. O profissional não é ligado a nenhuma parte da investigação. 

O advogado apresentou ao TSE argumentos redigidos pelo ChatGPT como justificativa para participar do processo como “amicus curiae“, termo jurídico que significa amigo da Corte – um interessado que contribui com esclarecimentos para o julgamento de uma causa. 

O documento admite que seria inadequado o TSE seguir as orientações de um programa de inteligência artificial, mas a “inteligência emocional da Constituição cidadã” recomendaria a condenação de Bolsonaro à inelegibilidade.

“Fábula”

Ao avaliar a petição, Benedito Gonçalves afirmou que o advogado enviou uma “fábula” para o tribunal. 

“Causa espécie que o instituto [amicus], que exige que o terceiro demonstre ostentar representatividade adequada em temas específicos, tenha sido manejado por pessoa que afirma explicitamente não ter contribuição pessoal a dar e, assim, submete ao juízo uma fábula, resultante de conversa com uma inteligência artificial”, escreveu o ministro.

Além disso, o magistrado disse que o advogado, por ser um profissional da área jurídica, tinha conhecimento sobre a inadequação da petição. Uma resolução do TSE não prevê a intervenção de amicus curiae em matéria eleitoral. 

“Ademais, expressões utilizadas ao final da petição deixam entrever o objetivo de que, com a juntada dessa manifestação a autos de grande relevo, o protesto ganhasse palco impróprio”, concluiu o ministro. 

Além de aplicar multa de R$ 2,4 mil ao advogado, cuja identidade não foi revelada, o ministro determinou que o valor seja pago em 30 dias.

Agência Brasil / Dinheiro Rural

Como surgiu mito de que o Brasil foi descoberto sem querer




Desembarque de Pedro Alvares Cabral em Porto Seguro, quadro de Oscar Pereira da Silva

Por Edison Veiga, De Bled (Eslovênia) 

Qualquer um que tenha passado pelos bancos escolares brasileiros até meados dos anos 1980 certamente aprendeu uma floreada história sobre o episódio chamado de descobrimento do Brasil, o dia em que o navegador português Pedro Álvares Cabral (1467-1520) e sua comitiva avistaram as terras que depois se tornariam a maior colônia lusitana, em 22 de abril de 1500.

Trata-se de uma narrativa épica, em que Cabral e seus comandados enfrentavam a fúria do Atlântico para consolidar a então nova rota comercial que ligava a Europa à Índia, contornando o continente africano e dobrando o Cabo da Boa Esperança.

Mas então, nervosas que estavam as águas do oceano e sob intensa tempestade com forte ventania, as embarcações acabaram sendo obrigadas a ajustar a rota, “abrindo” cada vez mais para o oeste e distanciando-se da costa da África. Até que, acidentalmente, chegaram às tais novas terras, “descobrindo” o Brasil e tomando posse do território, com direito a celebração de missa e troca de presentes com os nativos.

E assim, apregoavam os professores de história do ensino primário de antigamente, havia nascido o Brasil.

Historiadores contemporâneos, contudo, colocam em xeque esta narrativa. Não há um consenso por que os documentos conhecidos são poucos e não explicam com clareza. Mas o que a grande maioria concorda é que Cabral ao menos sabia que encontraria alguma coisa indo por ali — não necessariamente um território tão grande.

E que parte de sua missão, além de consolidar a nova rota para a Índia, selando o sucesso empreendido anteriormente por Vasco da Gama (1469-1524), era estabelecer a conquista daquilo que havia sido garantido à coroa portuguesa pelo Tratado de Tordesilhas, firmado seis anos antes com a Espanha.

Por que então foi criado o mito da descoberta por acaso? Quais eram os interesses dessa historiografia que foi tratada como verdadeira sobretudo do início do século 19 até a década de 1980?

Criação de uma narrativa nacional

Pesquisador na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e professor no Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré, o historiador Victor Missiato explica à BBC News Brasil que essa versão “foi construída principalmente no século 19”. “O Brasil e o mundo passavam por um contexto de formação dos nacionalismos modernos, com o desenvolvimento de histórias teleológicas, com começo, meio e fim, muito lineares”, comenta ele.

“Essa ideia de descobrimento é muito fortificada no século 19 pela monarquia brasileira e tem a intenção clara de criar um caminho reto, progressista, entre uma determinada ideia de descobrimento de um povo que está em busca de algo, juntamente com uma terra que necessita ser descoberta”, diz Missiato.

Durante o período colonial, Portugal parece não ter feito questão de acentuar se a conquista do território brasileiro havia se dado de propósito ou não — a intencionalidade do feito não estava no centro das preocupações, a julgar pelos registros produzidos.

“Se a descoberta foi acidental ou não, na época não havia problemas com isto”, afirma à BBC News Brasil o historiador André Figueiredo Rodrigues, professor da Unesp. “O que realmente interessava a Portugal era efetivar a posse do território que lhe pertencia pelo direito atribuído pelo Tratado de Tordesilhas.”

Como enfatiza Rodrigues, “o importante foi a posse, mesmo que nosso processo de povoamento fosse tardio, uma vez que o interesse português naquela época estava no Oriente, por causa das riquezas proporcionadas pelo comércio das especiarias.”

“A notícia do achamento de novas terras, a [então chamada de] Terra de Santa Cruz, pela expedição de Cabral ganhou a Europa rapidamente por cartas de mercadores radicados em Lisboa e pelo próprio rei, que espalhavam aos quatro cantos a descoberta de terra firme que lhe pertenciam no além-mar”, conta Rodrigues. “Se foi por acaso ou não, essa questão não interessava. O que valia era efetivar o direito de posse.”

Contexto e posse

Para a historiadora Clarissa Sanfelice Rahmeier, professora na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), “toda a história do descobrimento ou achamento do Brasil deve ser entendida à luz de, no mínimo, dois elementos que caracterizavam o contexto em que se deu a vinda dos europeus para cá”. São eles os tratados de limites estabelecidos entre Portugal e Espanha “e a situação socioeconômica vivenciada pelos países ibéricos à época da chegada de Cabral”.

“A narrativa que apresenta a versão da chegada por acaso deriva do primeiro elemento, referente à disputa, por Portugal e Espanha, das terras achadas ou por achar no processo de expansão marítima impulsionado pelos dois países”, pontua ela.

Isso porque, como a linha estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas não era precisa, tanto o planejamento quanto a comunicação das viagens exploratórias eram impactados. “Havia várias interpretações a seu respeito e a falta de uma exata localização, bem como o desconhecimento do que seria encontrado nas terras do além-mar”, afirma Rahmeier.

A historiadora ressalta que foi por conta disso que a coroa portuguesa financiou a viagem do explorador Duarte Pacheco Pereira (1460-1533) em 1498. Muitos acreditam que ele — e não Cabral — tenha sido o primeiro português a pisar nas terras que hoje são o Brasil.

“A viagem foi mantida em segredo e os relatos advindos dela também”, destaca Rahmeier. “Se considerarmos a expansão marítima uma corrida por territórios, e pelas potenciais riquezas que eles teriam, entendemos melhor a não divulgação da viagem de Pacheco Pereira. Manter os planos da viagem em segredo não chamaria a atenção dos espanhóis para a região a que Portugal se destinava. Além disso, argumenta-se que Pacheco Perreira aportou em terras onde os limites do Tratado de Tordesilhas não eram claros, no norte do que hoje é o Brasil, na região onde [atualmente] localizam-se os estados do Maranhão e do Pará.”

Segundo ela, “a divulgação da viagem poderia despertar o interesse dos espanhóis para essa região fronteiriça”. Daí veio a viagem empreendida por Cabral. “A opção do rei Dom Manoel I, então rei de Portugal, foi organizar uma nova expedição com o intuito de tomar posse de uma área que seria certamente de domínio português de acordo com o Tratado de Tordesilhas”, explica ela. “Assim, a expedição de Cabral foi montada com o intuito de chegar a terras que com certeza pertencessem a Portugal e, assim, tomar posse do que fosse encontrado. Foi o que ocorreu.”

Rahmeier acrescenta que como os documentos da viagem de Pacheco Pereira foram mantidos em sigilo, a expedição oficial de Cabral, “realizada em 1500 e com o intuito de tomar posse do que era português antes mesmo do achamento se tornou o centro das narrativas do descobrimento”.

“O tamanho da expedição de Cabral e o fato de sua frota seguir para as Índias após a tomada de posse das terras além-mar acabaram por reforçar a versão da descoberta acidental do Brasil”, salienta. “Essa narrativa se perpetuou mesmo após os documentos relativos à viagem de Pereira serem divulgados, no século 19.”

No caso, é o documento ‘Esmeraldo de Situ Orbis’, um manuscrito de autoria do próprio Pacheco Pereira, escrito no início do século 16 — mas que foi mantido como secreto por Portugal até ser reencontrado e publicado no fim do século 19.

No documento, o explorador aborda onde hoje é o Brasil de forma que possibilita interpretar que ele esteve no território. Escreveu ele que, em 1498, “vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além da grandeza do mar Oceano, onde é achada e navegada uma tão grande terra firme, com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela e é grandemente povoada”.

“Tanto se dilata sua grandeza e corre com muita lonjura, que de uma parte nem da outra não foi visto nem sabido o fim e cabo dela”, relatou. “É achado nela muito e fino brasil com outras muitas cousas de que os navios nestes reinos vêm grandemente povoados.”

De acordo com a historiadora Rahmeier, este documento costuma ser interpretado como os registros da viagem de Pacheco Pereira ao Brasil — e confirmaria que a sua viagem teria fornecido as bases para a expedição de Cabral.

“[Este documento vem à tona no fim do século 19] quando a narrativa do descobrimento acidental por Cabral já era amplamente consolidada na historiografia oficial, em currículos escolares e na imaginação sobre o descobrimento”, diz a professora.

Versão oficializada pelo império

Para o historiador Victor Missiato, não há dúvidas que quem consolidou essa ideia de “descobrimento por acaso” foi o império brasileiro, no contexto da pós-independência. É do período a construção do imaginário a respeito do episódio da chegada dos portugueses. “Se a gente pegar aquela obra do [pintor Victor] Meirelles [(1832-1903)], ‘Primeira Missa no Brasil’ [feita entre 1869 e 1861], há toda uma referência de um destino manifesto por parte da Igreja e de Portugal, no sentido de trazer a palavra, a verdade, o sentido de colonização para essas terras”, comenta ele.

Foram assim erguidas as bases da narrativa. Segundo Missiato, “o descobrimento de um povo que vai construir sua história a partir das ideias do catolicismo e do nacionalismo”.

“Essa versão [da descoberta ‘sem querer’] durou muito tempo porque primeiro ela se constituiu como uma história oficial no século 19 e essa ideia de história oficial que se utiliza apenas de fontes oficiais, durante muito tempo, foi considerada a história científica da modernidade”, aponta Missiato.

Durante décadas, “toda a sociedade brasileira foi formada a partir dessa ideia oficial de descobrimento do Brasil”, ressalta o pesquisador. A partir dos anos 1930, ideias diferentes começaram a surgir no âmbito acadêmico. Mas ainda levaria muito tempo para serem adotadas essas versões pelos livros e apostilas escolares.

“Havia interesses claros no sentido de perpetuar uma perspectiva redentora, salvadora e ao mesmo tempo uma perspectiva centralizadora da história do Brasil”, comenta ele. Afinal, uma chegada por acaso tira o peso da “conquista planejada”, que pode ser interpretada como nociva e dominadora. Uma descoberta acidental, fortuita, parece evocar um capricho do destino, facilitando a conexão mítica com ideias de salvação e redenção.

Cuidado interpretativo

O historiador André Figueiredo Rodrigues, contudo, recomenda cuidado antes de defender este ou aquele ponto de vista interpretativo. Ele enfatiza que “a documentação contemporânea da viagem de Cabral não permite estabelecer com precisão se a chegada portuguesa em terras nas Américas foi acaso ou intencionalidade”.

Ele ressalta que o relato mais importante, a carta de Pero Vaz de Caminha (1450-1500), foi reconhecido como “o documento do descobrimento” apenas em 1817. “E somente após o fim da década de 1980, mais ou menos, é que outros 13 documentos coevos se juntaram ao rol do que chamamos de ‘documentos do descobrimento’”, comenta. “Dados constantes nesses novos documentos permitem acreditar que o território que mais tarde será chamado de Brasil foi pelo menos visitado por outros viajantes antes da chegada da esquadra de Cabral.”

Rodrigues situa “a dúvida acerca do acaso ou intencionalidade do descobrimento” por conta da expedição realizada por Vasco da Gama à Índia em 1498.

“Para formalizar acordos ali estabelecidos, o rei de Portugal armou a expedição de Cabral para atender aos requisitos do samarim, o senhor da cidade de Calicute, e de outros senhores do Oriente para trazer para a Europa as especiarias do Oriente”, contextualiza Rodrigues. “A expedição de Cabral tinha como objetivo retornar às Índias e estabelecer acordos comerciais locais. No trajeto e com receio de perder seus territórios nas Américas, a esquadra desembarca no Brasil, tomando posse oficial das terras nas Américas pertencentes a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas.”

“Nessa história, um dado se soma: esse tomar posse das terras pertencentes a Portugal nas Américas ocorreu por acaso. É isso que se acreditava, pois os fatos narrados acima não eram de conhecimento, e a carta de Caminha vislumbra-se pelo acaso e não pela intencionalidade”, aponta ele.

Até 1817, quando o texto de Caminha foi descoberto e tornado público, nem a data era sabida. Acreditava-se que o Brasil havia sido descoberto pelos portugueses em 3 de maio de 1500, e não 22 de abril — daí o nome dado de Terra de Santa Cruz, já que celebra-se esse dia em tal data.

E se a questão surgiu em 1817, isso acabou sendo incorporado como narrativa pelo Império Brasileiro, logo após a Independência de 1822 — e com os interesses em se criar uma identidade nacional. “O fato de inicialmente conhecermos apenas uma versão dos fatos levou-nos a acreditar na proposta do acaso, baseada apenas na versão dos documentos divulgadas pelos cronistas”, acrescenta Rodrigues.

“Mas com a divulgação esporádica de documentos ao longo do século 19, questionamentos passaram a suscitar dúvidas sobre o achamento das terras do Brasil”, comenta.

O primeiro a apostar na intencionalidade

Possivelmente o primeiro a levantar essa lebre foi o historiador Joaquim Norberto de Sousa e Silva (1820-1891). Em 1852, ele publicou na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro um artigo chamado ‘O Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral foi devido a um mero acaso ou teve ele alguns indícios para isto?”. “[Ali, ele] defendia a intencionalidade da descoberta efetuada por Cabral. É a partir de então que se inicia o debate, que se arrasta até hoje”, diz Rodrigues.

“Joaquim Norberto de Sousa e Silva é quem revoluciona a interpretação [da chegada por acaso], trazendo à luz novos questionamentos como o que contesta o desembarque involuntário da esquadra de Cabral no litoral da Bahia, ocasionado pela corrente marítima equatoriana”, explica o historiador. “Se os ventos fossem os responsáveis pelo desvio da rota, a armada de Cabral deveria ter chegado ao litoral brasileiro mais ao norte e não na altura de [onde hoje fica] Porto Seguro.”

O poeta Gonçalves Dias (1823-1864) usa a mesma revista para publicar um texto refutando Sousa e Silva. “[Ele indica] que o encontro do Brasil foi por acaso e que o ato da intencionalidade retiraria de Cabral o seu grandioso feito de nosso descobrimento”, analisa Rodrigues.

De qualquer forma, esta não parecia ser uma questão que importava, naquele momento.

A partir de 1861, o livro "Lições de História do Brasil", do escritor, médico e professor Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) acabou se tornando um material didático amplamente difundido no Brasil. E suas ideias, conforme ressalta Rodrigues, “circulavam pelas escolas como reprodutora de nossa história nacional e promulgadora do patriotismo estimulado aos jovens”.

“Foi o grande livro da época… Em suas páginas, quando se lê sobre o descobrimento, nada existe sobre a polêmica intencionalidade ou acaso”, frisa o historiador. “O que ele fez foi valorizar a presença portuguesa em terras americanas, nada mais.”

BBC Brasil

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