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sábado, abril 22, 2023

Revisão do FGTS pode dar R$ 1.400 a mais em 10 anos para quem ganha o mínimo

Sábado, 22/04/2023 - 08h40

Por Lucas Bombana | Folhapress

Fachada do STF, em Brasília
Foto: SCO / STF

Pelas regras atuais, o trabalhador que recebe um salário mínimo, hoje em R$ 1.302, e tem 8% dos rendimentos, ou R$ 104,16, recolhidos para o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), teria em um prazo de 10 anos um montante acumulado de R$ 15.031.
 

O cálculo considerada a rentabilidade de 3% mais a TR (Taxa Referencial) da aplicação e foi feito pelo assessor de investimentos Michael Viriato, autor do blog De grão em grão, da Folha.
 

Já se fosse adotado o mesmo índice de correção da nova caderneta de poupança de 6,17% ao ano, como defende o ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação que discute a revisão do fundo no STF (Supremo Tribunal Federal), o saldo acumulado chegaria a R$ 16.413. São R$ 1.400 a mais, ou 9,2% acima do resultado atual do fundo de garantia.
 

Nos dois casos, porém, o valor perderia para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos 120 meses. Se o dinheiro do fundo tivesse sido corrigido pelo índice oficial de inflação, seu valor acumulado seria de R$ 16.928, R$ 1.900 superior, ou 12,6% acima do rendimento do fundo de garantia.
 

"O valor aplicado no FGTS, que seria uma poupança para quando o trabalhador passar por um momento desfavorável de desemprego, acaba sendo uma punição, pois quanto mais tempo ele passa empregado, mais seu dinheiro perde valor, já que a aplicação no FGTS perde até mesmo da inflação", diz Viriato.
 

O assessor lembra que o governo se financia pagando uma remuneração em torno de IPCA mais 6% ano, por meio dos títulos públicos Tesouro IPCA para aqueles que possuem recursos para investir. "Nada mais justo que a mesma remuneração fosse dada ao trabalhador que não tem escolha por investir compulsoriamente no FGTS", afirma o especialista.
 

Confira a seguir simulações comparando o rendimento do FGTS, poupança e IPCA considerando aportes mensais de 8% em cima do salário mínimo e de valores de R$ 3.000, R$ 4.000, R$ 5.000 e R$ 10 mil.
 

O julgamento da revisão do FGTS no STF foi suspenso pela ministra Rosa Weber após a apresentação dos votos de Barroso e do ministro André Mendonça, que reforçou a tese do relator e afirmou que a TR é inconstitucional. A análise do tema deve ser retomada pelos ministros na quinta (27).
 

Para Barroso, não há direito constitucional à correção monetária para repor a inflação, mas o modelo atual de remuneração do FGTS "não é razoável". "A remuneração do FGTS não pode ser inferior à caderneta", disse.
 

O que é a revisão do FGTS?
 

É uma ação judicial na qual se questiona a constitucionalidade da correção do dinheiro depositado no Fundo de Garantia. Hoje, o retorno do FGTS é de 3% ao ano mais a TR, que rende próxima de zero. Com isso, a atualização do dinheiro fica abaixo da inflação, deixando de repor as perdas do trabalhador.
 

Desde 1999, quando houve modificação no cálculo da TR, os trabalhadores acumulam perdas.
 

Por que se questiona a correção do dinheiro?
 

A TR, usada para corrigir o dinheiro do fundo, tem rendimento muito baixo, próximo de zero, fazendo com que os trabalhadores não consigam repor seu poder de compra com o saldo do dinheiro do FGTS. Diversos cálculos apontam perdas que vão de 24% nos últimos dez anos a até 194% para quem tem valores no fundo desde 1999.
 

Em 2014, data do início da ação, estudo da Força Sindical mostrou que um trabalhador que tinha R$ 1.000 no ano de 1999 no Fundo de Garantia tinha, em 2013, R$ 1.340,47. Se fosse considerada a inflação medida pelo INPC, usado na correção de salários, o valor deveria ser de R$ 2.586,44, uma diferença de R$ 1.245,97.
 

Na defesa da correção maior, especialistas alegam que o dinheiro do FGTS é renda proveniente do salário e não pode trazer perdas, pois não se trata de um investimento.
 

Quais os próximos passos da revisão do FGTS?
 

Agora, os trabalhadores devem esperar novos votos de ministro e o final do julgamento, o que ainda não tem data para acontecer. Além disso, após a decisão, se a revisão for realmente aprovada, poderá haver embargos de declaração, que é um pedido para esclarecer algum ponto da decisão, e ainda, a chamada modulação dos efeitos, para que o Supremo determine quem poderá receber os valores atrasados. Se apenas quem entrou na Justiça ou todos que tiveram perdas.
 

Quem tem direito à revisão?
 

Todos os trabalhadores com dinheiro no fundo a partir de 1999 podem ter direito à correção. Segundo a Caixa, há 117 milhões de contas do Fundo de Garantia entre ativas e inativas.
 

Especialistas calculam que ao menos 70 milhões de trabalhadores podem ser beneficiados. É possível que um trabalhador tenha mais de uma conta, aberta a cada novo emprego com carteira assinada.
 

A expectativa é que todos tenham novos depósitos corrigidos pela nova regra a partir de então. Para definir questões como o pagamento de valores de anos anteriores, por exemplo, o STF terá de modular o tema.
 

Na modulação, pode-se decidir que a Caixa deve pagar apenas a quem entrou com ação até 2014 ou até a data em que foi marcado o julgamento ou ainda apenas para os que fazem parte de ações coletivas. É preciso, no entanto, esperar o que Supremo irá decidir e como irá modular a questão.
 

O que é e como funciona o FGTS?
 

O FGTS funciona como uma poupança para o trabalhador. O fundo foi criado em 1966, com o fim da estabilidade no emprego, e passou a valer a partir de 1967. Todo mês o empregador deposita 8% sobre o salário do funcionário em uma conta aberta para aquele emprego.
 

Há ainda a multa de 40% sobre o FGTS caso o trabalhador seja demitido sem justa causa. Desde a reforma trabalhista de 2017, há também a possibilidade de sacar 20% da multa após acordo com o empregador na demissão.
 

Quem tem direito ao FGTS? Todo trabalhador com carteira assinada deve ter o FGTS depositado, o que inclui, atualmente, as empregadas domésticas. Até 2015, não havia direito ao FGTS por parte das domésticas. A PEC das Domésticas, porém, trouxe essa possibilidade em 2013, mas a lei que regulamentou a medida e possibilitou os depósitos dos valores por parte dos empregadores passou a valer apenas dois anos depois.
 

Como saber meu saldo no FGTS?
 

O valor pode ser consultado no aplicativo FGTS, por meio do extrato do fundo. É possível, ainda, conseguir uma cópia do extrato nas agências da Caixa. Para cada empresa em que o trabalhador foi contratado, há uma conta vinculada aberta. É preciso observar o valor em cada conta e somar o quanto tem, ao todo.
 

- Abra ou baixe o aplicativo FGTS (para o primeiro acesso, é preciso criar senha de acesso)
 

- Clique em "Entrar no aplicativo"
 

- Aparecerá a frase "FGTS deseja usar caixa.gov.br para iniciar sessão"; vá em "Continuar"
 

- Informe seu CPF e clique em "Próximo"
 

- Digite sua senha e vá em "Entrar"; caso não se lembre, clique em "Recuperar senha"
 

- Na tela inicial, aparecerão as informações relativas às empresas em que trabalhou
 

- O saldo de valores da empresa atual ou da última empresa na qual trabalhou aparece no topo da tela; clique sobre ela para ver as movimentações
 

- Para guardar os dados, clique em "Gerar extrato PDF" e salve em seu celular
 

- Para ver todas as empresas nas quais trabalhou, vá em "Ver todas suas contas"
 

- Clique sobre cada uma das empresas para abrir o extrato; em cada tela, aparecerá o saldo total
 

Como sacar meu FGTS?
 

O FGTS só pode ser sacado em situações específicas, conforme a lei, como aposentadoria, compra da casa própria, demissão sem justa causa ou doença grave. Em 2019, foi acrescentada mais uma situação, que é o saque-aniversário. No entanto, quem opta por essa modalidade não pode fazer o saque-rescisão ao sair do emprego. Vejas 16 situações:
 

Demissão sem justa causa Fim do contrato temporário Compra ou construção da casa própria Amortização de parcelas da casa própria No mês de aniversário para quem optou pelo saque-aniversário Rescisão do contrato por falência ou morte de empregador individual, empregador doméstico ou nulidade do contrato Rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior Aposentadoria Desastre natural, inundações e situações de emergência Suspensão do trabalho avulso Morte do trabalhador Idade igual ou superior a 70 anos Trabalhador ou dependente portador de HIV Trabalhador ou dependente com câncer Trabalhador ou dependente com doença grave ou em estágio terminal por doença grave Se ficar por três anos seguidos fora do regime do FGTS
 

1 - Demissão sem justa causa
 

2 - Fim do contrato temporário
 

3 - Compra ou construção da casa própria
 

4 - Amortização de parcelas da casa própria
 

5 - No mês de aniversário para quem optou pelo saque-aniversário
 

6 - Rescisão do contrato por falência ou morte de empregador individual, empregador doméstico ou nulidade do contrato
 

7 - Rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior
 

8 - Aposentadoria
 

9 - Desastre natural, inundações e situações de emergência
 

10 - Suspensão do trabalho avulso
 

11 - Morte do trabalhador
 

12 - Idade igual ou superior a 70 anos
 

13 - Trabalhador ou dependente portador de HIV
 

14 - Trabalhador ou dependente com câncer
 

15 - Trabalhador ou dependente com doença grave ou em estágio terminal por doença grave
 

16 - Se ficar por três anos seguidos fora do regime do FGTS

Ao som de apoiadores, Lula é recebido em cerimônia oficial pelo presidente de Portugal

 

Lula desembarcando em Lisboa, Portugal
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta sexta-feira (21) em Lisboa e, na manhã deste sábado (22), foi recebido oficialmente e com honras militares, em uma cerimônia de boas-vindas pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Enquanto cumpria o protocolo da cerimônia, Lula era saudado à distância por diversos apoiadores, que cantavam o tradicional “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”.

 

"É sempre com grande prazer que me reúno com amigos portugueses. Hoje é especial: minha primeira visita de estado a Portugal neste terceiro mandato. E retribuo a visita que o presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez ao Brasil na nossa posse", declarou Lula em Lisboa.

 

"Portugal e Brasil tem um potencial extraordinário para dobrar nosso fluxo de comércio exterior. Precisamos ser mais ousados, e precisamos que nossos empresários e ministros conversem mais, projetem perspectiva de futuro no financiamento de nossas indústrias", avaliou o presidente do Brasil.

 

A ida do presidente da República para Portugal é cercada de expectativas, depois que declarações de Lula sobre a guerra da Ucrânia foram interpretadas na Europa como reprodução da propaganda da Rússia.

 

A União Europeia, assim como os Estados Unidos, apoiam a Ucrânia na disputa e afirmam que a Rússia é o estado “agressor”. Lula, porém, tem dito que tanto os russos quanto os ucranianos precisam querer encerrar a guerra, enquanto americanos e europeus precisam parar de incentivar o conflito.

 

Falta de aula: TCE inicia fiscalização no município de Cristinápolis

 

em 21 abr, 2023 18:35


Falta de aula: TCE inicia fiscalização no município de Cristinápolis (Foto: Cleverton Ribeiro)

Integrantes do corpo técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE) estiveram no município de Cristinápolis nesta sexta-feira, 21, em etapa preliminar da auditoria extraordinária aprovada pelo colegiado devido ao impasse orçamentário que impede o início do ano letivo 2023 na localidade.

A medida tem como foco os poderes executivo e legislativo, com a perspectiva de apontar as causas que levaram à situação atual, além de responsabilizar agentes públicos em eventuais casos de omissão que tenham contribuído para o não início das aulas.

A visita in loco ocorreu no dia seguinte à deliberação do Pleno, decorrente de propositura do conselheiro substituto Rafael Fonsêca, relator dos processos vinculados a Cristinápolis.

“Mesmo no feriado, entendemos que deveríamos iniciar os trabalhos desde já, visto o absurdo que ocorre neste município, onde divergências político-administrativas têm prejudicado a aprendizagem de milhares de crianças”, pontuou Fonsêca, que já recebeu as primeiras informações dos técnicos.

Neste primeiro momento, os integrantes da Corte de Contas visitaram quatro escolas que estão em reforma, reuniram informações junto a representantes da Prefeitura e da Câmara e constataram outra situação preocupante: a crescente desistência entre alunos já matriculados.

“Fomos informados de que no ano passado foram matriculados 3800 alunos; este ano, eram 3500, mas com a demora para o reinício das aulas este número já está em 3286”, acrescentou o conselheiro substituto, antecipando que será necessária a recomendação para que seja feita busca ativa por alunos. ​

Ainda segundo Fonsêca, em paralelo ao trabalho do TCE, há a expectativa para que na sessão ordinária da próxima terça-feira, 25, a Câmara Municipal de Cristinápolis aprove projeto que viabilize a contratação do serviço de transporte escolar, o que já seria o suficiente para a retomada das aulas.​

Com informações do TCE-SE

Nota da redação deste Blog - Enquanto isso em Jeremoabo a Secretaria de Educação prejudica os alunos por falta de aula, falta de sala de aulas diignas e falta de transporte escolar; no entanto, nenhuma providência é tomada por omissão dos vereadores que não levam ao conhecimento do TCM-BA e do Ministéerio Público.

A Bahia é um estado grande, é como briga de adolescentes, " quem dá o primeiro tapa é quem leva vantagem" ou seja, quem leva ao conhecimento das autoridades responsáveis os desmandos é onde será apurado.

Enquanto os vereadores não concientizarem-se que tudo deve ser fiscalizado e denunciado, tudo continuará bagunçado causando prejuizo e prejudicando a coletividade, milagres está difícil acontecer, denunciando muitas autoridades permanecem omissas, pior calando.

Um exemplo de onde a coisa funciona, e as autoridades cumprer com sua obrigação:

"A medida tem como foco os poderes executivo e legislativo, com a perspectiva de apontar as causas que levaram à situação atual, além de responsabilizar agentes públicos em eventuais casos de omissão que tenham contribuído para o não início das aulas.                                        (...)

“Mesmo no feriado, entendemos que deveríamos iniciar os trabalhos desde já, visto o absurdo que ocorre neste município, onde divergências político-administrativas têm prejudicado a aprendizagem de milhares de crianças”, pontuou Fonsêca, que já recebeu as primeiras informações dos técnicos."

No (des)governo Deri do Paloma, através da propaganda enganosa e de Fake News, a educação, saúde, segurança e intraestrutura, é coisa de primeiro mundo.

Aliáis o povo de sergipe é beneficiado, são felizardos pela eficiência e agilidade da Justiça, do Ministério Público e dos órgãos oficiais. 

Governo age certo e o “pente-fino” será fundamental para o novo Bolsa Família

Publicado em 21 de abril de 2023 por Tribuna da Internet

Bolsa dos ricos e bolsa dos pobres.

Charge do Paulo Werner (Diário de Contagem)

Deu em O Globo

O Bolsa Família passa por um pente-fino, necessário para voltar a atender apenas a famílias de baixa renda. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome informou ter bloqueado 1,2 milhão de cadastros de “famílias unipessoais”, ou pessoas que vivem sozinhas, no jargão da administração do programa. Em geral são integrantes de uma mesma família, inscritos isoladamente para receber mais dinheiro do Estado como se não tivessem vínculos.

A parcela dos beneficiários unipessoais passara de 15% para 26% dos inscritos no programa ao longo do governo passado.

DIZ O MINISTRO – Dos 6 milhões de cadastros sob averiguação — abertos no período eleitoral, quando o governo aumentou o valor do Auxílio Brasil e facilitou o acesso —, dois terços não atendem às exigências da lei (renda familiar per capita inferior a R$ 218), segundo afirmou ao GLOBO o ministro Wellington Dias.

No início do ano, 1,5 milhão de inscrições já haviam sido canceladas, porque os beneficiários tinham renda superior ao teto. Desse grupo, 7 mil recebiam R$ 6.500 mensais.

O êxito do Bolsa Família sempre se deveu a ser um programa social focado, capaz de levar o dinheiro a quem realmente precisa para enfrentar a pobreza absoluta. Com gasto inferior a 0,5% do PIB, alcançou resultados na inclusão jamais obtidos por outras despesas sociais da mesma envergadura.

TEM DE FISCALIZAR – Com as ampliações e aumentos sucessivos, o custo do programa hoje gira entre 1,5% e 2% do PIB, sem que ele tenha a mesma precisão. Daí a relevância do pente-fino no cadastro. Qualquer programa social precisa de um sistema eficiente de checagem de informações para que não haja desperdício de recursos.

As duas versões do Auxílio Emergencial durante a pandemia foram marcadas por desvios. Devido à pressa na liberação dos recursos, não foi possível construir um sistema de controle eficaz. Levantamentos detectaram que funcionários públicos, militares e outras categorias se aproveitaram das brechas e da generosidade do programa.

Uma das tarefas do governo Lula é atualizar o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), uma espécie de relação dos pobres brasileiros, acessado em todo município.

CADASTRO OBRIGATÓRIO – É a partir do CadÚnico que se melhora a qualidade do Bolsa Família e de outros programas. Deveria ser uma tarefa rotineira dos governos municiais zelar pela fidedignidade dos dados.

O Bolsa Família — atualmente de R$ 600 e mais R$ 150 por criança até 6 anos de idade e R$ 50 por dependente entre 7 e 18 anos ou gestantes — precisa resgatar e preservar o princípio da contrapartida oferecida pelas famílias beneficiadas: permanência das crianças na escola, pré-natal e vacinação em dia.

É a única forma de quebrar a cadeia de transmissão da pobreza e da miséria de geração em geração.

 

Começo de governo é confuso, mas Lula 3 está criando muito conflito desnecessário

Publicado em 21 de abril de 2023 por Tribuna da Internet

Gilmar Fraga: Lula na China... | GZH

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Vinicius Torres Freire
Folha

Começos de governos são confusos. É assim até com gente experimentada, como Lula 3, seus ex-colegas de Lula 1 e 2 e tantos ex-governadores.

Costuma ser assim até por motivos aparentemente banais, como falta de entrosamento entre ministros e de tempo para afirmação de uma liderança que coordene a administração. Ou também porque não se firmou um relacionamento com o Congresso. Não quer dizer que, com o tempo, a máquina de governar se assente, sem mais. Quer dizer apenas que algum tempo é necessário.

Por outro lado, é possível que se bagunce esse período de sedimentação, deixando a água turva. A falta de clareza sobre o programa de governo é um problema. A multiplicação de conflitos, ainda mais conflitos contraproducentes, também, assim como a desconsideração de alianças. Dar assunto para a oposição é mais problema. O governo Lula tem dado chance para o azar.

COMPARAÇÃO – Lula 1 (2003-2006) foi confuso pelo menos até meados de 2004. Mas teve a sabedoria de estabilizar a economia, consolidando um programa apenas iniciado sob FHC 2, o conhecido e agora abalado tripé de superávits, metas de inflação e câmbio flutuante. Teve a boa sorte de governar em anos bons na economia mundial. Não tinha a prevenção de quase metade do país. Etc.

Lula 3 começou queimando as pontes de boa vontade que, na eleição, o conectaram a parte do eleitorado e elite antibolsonaristas. Nesse fogo, foi-se a grande e surpreendente boa vontade dos credores e da finança, até outubro animados em derrubar as taxas de juros.

Ao dar caneladas na ideia de controle da dívida pública e na meta de inflação, Lula degradou as condições financeiras. Foram até aqui mais seis meses de taxas de juros desnecessariamente altas e de confiança perdida. Seu governo e o país pagarão mais caro até que Lula consiga resultado, ora motivo de muita dúvida, apenas atenuada pela nova regra fiscal.

RAZÕES SECRETAS – Não há clareza sobre o que será da política externa nem o resultado dessas caneladas temerárias de Lula no dito Ocidente e de acenos para ditadores. Quem sabe a loucura tenha método e razões secretos. Por ora, vê-se apenas o risco de o Brasil perder a oportunidade de tirar vantagem do conflito EUA-China e de se tornar parceiro econômico confiável no mundo desglobalizado.

Lula 3 decerto governa um país destroçado e convocado para uma involução reacionária, violenta e antidemocrática. Foi bem ao isolar os golpistas terroristas. Mas está sem rumo algum no Congresso e não administra a própria cozinha, caso do GSI, por exemplo. Há uma CPI que pode ser um palanque para a extrema direita até agora desnorteada.

A horda estava sem assunto, com seu líder facinoroso perdido e ameaçado de cadeia. Agora, pode fazer um salseiro lunático de redes sociais com a ideia de que o levante terrorista foi armação da esquerda, por exemplo.

CONTRA-ATAQUE – O governo pediu a aliados que não apoiassem a CPI do 8 de Janeiro. Então sobreveio o escândalo do general-ministro do GSI que passeava em um Planalto tomado por golpistas. De hora para outra, o governo aceitou a CPI sem ao menos avisar parlamentares amigos. Há como ganhar esse jogo, com risco maior de cadeia para bolsonaristas. Mas o governo tomou um contra-ataque.

O MST volta a fazer bobagem. Lula diz disparates, como falar de “gordos”, de “desparafusados da cabeça”, da escravidão que provocou miscigenação, dos capiaus paulistas que seriam como Bolsonaro. Sempre foi assim. Mas não se dá conta de que vive em um mundo de hordas de redes sociais enraivecidas pelo confronto político em um país rachado de ódio, com direitas grandes e organizadas.

Precisa de alianças, de um pacto sociopolítico para ao menos isolar reacionários e financiar seu plano econômico, que precisará de muito imposto, sempre motivo de conflito agudo. Mas não tem se importado de fazer adversários e inimigos desde que foi eleito. Assim, vai ser difícil.

 

O que se sabe, sem a menor dúvida, é que o general GDias mentiu ao presidente Lula

Publicado em 22 de abril de 2023 por Tribuna da Internet

Câmeras de segurança flagraram presença de Gonçalves Dias no Palácio do Planalto

O general foi filmado pela câmara que estaria com “defeito”

Luã Marinatto
O Globo

A demissão do general Gonçalves Dias do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que entregou o cargo após vir à tona um vídeo em que ele circula pelo Palácio do Planalto em meio aos ataques golpistas de 8 de janeiro, não deu fim às dúvidas que pairam sobre o caso. Parte dos esclarecimentos podem vir no depoimento do militar à Polícia Federal (PF), determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Veja, abaixo, algumas das perguntas ainda sem resposta a respeito do episódio.

1 – A PF TINHA CONHECIMENTO DAS IMAGENS?

Na decisão em que ordenou o depoimento de GDias — como o ex-ministro é conhecido —, Moraes lembrou que, no próprio dia 8 de janeiro, havia determinado que a PF obtivesse “todas imagens das câmeras do Distrito Federal” que pudessem “auxiliar no reconhecimento facial” dos extremistas. Vídeos dos circuitos internos do Congresso e do STF, também depredados na data, já foram utilizados para identificar invasores.

Embora o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, tenha afirmado que todas as imagens já constavam no inquérito da PF, ainda não está claro se a gravação que veio à tona agora já foi, de fato, analisada pelos investigadores.

2 – COM QUEM LULA TRATOU DO CASO DAS IMAGENS?

Nesta quinta-feira, Paulo Pimenta, afirmou que Lula solicitou, logo após os ataques, acesso às imagens das câmeras do Planalto. Segundo o titular da Secom, o presidente chegou a questionar especificamente sobre o conteúdo do equipamento posicionado no ponto em que Gonçalves Dias foi flagrado circulando. “Disseram que essas imagens não existiam”, pontuou Pimenta.

Ele não esclareceu, no entanto, quem deu essa resposta a Lula, nem quando, nem se foram apresentadas justificativas ao presidente para que as gravações estivessem indisponíveis. Segundo a jornalista Andreia Sadi, do portal G1, Dias informou à cúpula do Planalto que o equipamento que o gravou estava quebrado.

3 – ESSAS IMAGENS FORAM EXCLUÍDAS OU OMITIDAS?

A partir do relato de Paulo Pimenta, sobre a inexistência informada a Lula do conteúdo da câmera em questão, surgem outras dúvidas adjacentes.

Se não havia imagens àquela altura, como elas foram tornadas públicas agora?

É preciso esclarecer, assim, se o material foi deliberadamente excluído e depois recuperado de algum modo — e por quem — ou se o interlocutor citado pelo titular da Secom simplesmente mentiu sobre o assunto — e por quê.

4 – E O PRÓPRIO GONÇALVES DIAS, SABIA DAS IMAGENS?

Em entrevista à GloboNews no dia da demissão, o general negou ter relação com o trecho do vídeo que mostra outro membro do GSI orientando e até oferecendo água a invasores. O ex-ministro alegou que “colaram” sua imagem a práticas com as quais ele não teria relação.

“Aquilo é um absurdo, não sei de onde vazou”, argumentou.

GDias não explicou, entretanto, se sabia da existência da gravação na qual ele próprio aparecia, tampouco se informou ao presidente deste fato.

5 – POR QUE O GSI COLOCOU EM SIGILO ESSAS IMAGENS?

Antes de a CNN Brasil tornar pública a gravação que derrubou o general, o GSI se recusou a entregar o material à CPI dos atos golpistas da Câmara Distrital do DF e à deputada federal Adriana Ventura (Novo), que requisitaram formalmente o arquivo. À CPI, o órgão alegou que seria inviável repassar as imagens em função do seu tamanho.

Para a parlamentar, foi usado o argumento de que poder-se-ia revelar a identidade de servidores militares que trabalham no Planalto. Além disso, em diferentes pedidos apresentados via Lei de Acesso a Informação (LAI), a negativa se dá com o argumento de que o conteúdo se encontra submetido a um sigilo de cinco anos.

6 – HÁ IMAGENS PARECIDAS DE OUTRAS CÃMERAS?

Com as sucessivas negativas do GSI sobre a divulgação do conteúdo, que acabou tornado público apenas parcialmente, ainda não se sabe se a íntegra das gravações do Planalto traz outras imagens constrangedoras ou com potencial de desgaste para o governo.

É possível, por exemplo, que mais agentes do órgão tenham sido flagrados em algum nível de interação suspeita com os extremistas que invadiram o prédio.

Além da omissão do Gabinete de Segurança Institucional, há também a omissão da Guarda Presidencial.

7 – O QUE GDIAS FAZIA NO PLANALTO NAQUELE DIA?

Na entrevista à GloboNews, o general afirmou que só entrou no palácio depois que ele foi invadido e seu objetivo seria retirar golpistas do interior do edifício. Ele não explicou onde estava antes dos ataques ou por que chegou ao local em tão pouco tempo, ou se reportou a presença ali — tanto dele quanto de subordinados — para o presidente Lula, informando de imediato sobre sua atuação para desmobilizar a ofensiva golpista.

GDias alegou que sua interação com os golpistas era apenas uma tentativa de retirá-los do terceiro e do quarto andar, “para que houvesse a prisão no segundo andar “. Depois, ele teria apenas verificado “se as portas estavam fechadas e se não houve depredação”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 O repórter Luã Marinatto faz um resume perfeito da situação. Mostra que o general não somente mentiu ao presidente, dizendo que a câmera estava quebrada, quando também convenceu Lula a decretar sigilo para esconder sua participação capciosa no incidente, como ministro responsável pelo Planalto. Ou seja, chamar esse elemento de “general” é uma ofensa ao Exército brasileiro. (C.N.)

 

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