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sábado, abril 03, 2021

Temer trabalhou “arduamente” pelo impeachment de Dilma, diz Eduardo Cunha em livro

Publicado em 3 de abril de 2021 por Tribuna da Internet

No livro, Cunha narra bastidores do processo que levou à saída de Dilma

Deu no O Globo

Um dos pivôs do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha lança, no próximo dia 17, o livro “Tchau, Querida — O Diário do Impeachment”. Cunha foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva por crimes envolvendo a Petrobras.

O ex-presidente da Câmara está preso preventivamente por lavagem de dinheiro e evasão de divisas por recebimento de propinas em contas mantidas na Suíça. Ele cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica por ser considerado grupo de risco da Covid-19.

REUNIÃO COM LULA – Segundo matéria publicada pela revista “Veja”, Cunha detalha, por exemplo, uma reunião em que o ex-presidente Lula teria confessado o arrependimento por ter patrocinado a reeleição de Dilma e teria prometido a Cunha tentar interferir no Supremo Tribunal Federal (STF) para ajudá-lo.

No livro, ainda de acordo com a revista, Cunha relata uma lista de propostas que, segundo ele, teriam sido feitas por ministros de Estado e pela própria presidente à época, na tentativa de barrar o impeachment. Cunha fala ainda de deputados que teriam pedido dinheiro para salvar seu mandato no Conselho de Ética, o que não aconteceu.

De acordo com os relatos da revista, um dos motivos que levaram o então presidente da Câmara a dar prosseguimento ao processo de impeachment de Dilma foi a falta de apoio do PT ao seu nome na disputa pelo comando da Câmara. Na época, o partido decidiu lançar o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

LAVA JATO – A falta de apoio do PT se somou, segundo Cunha, ao avanço das investigações da Lava Jato sobre ele, o que foi considerado um complô liderado por Dilma, o então Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o procurador-geral da República à época, Rodrigo Janot. Ainda segundo “Veja”, Cunha diz que o então juizl Sergio Moro “era o seu próprio líder” e que ele “era e será candidato à  Presidência da República”.

Cinco anos depois do processo que levou à saída de Dilma do cargo, Cunha diz no livro, segundo a revista, que poderia ter evitado o andamento do processo e que o rompimento com o PT foi um erro que o obrigou a arcar com as consequências disso. Cunha ainda admite, segundo “Veja”, que indicou um advogado de sua confiança para dar consultoria para o relator do processo de impeachmnet, deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

Em outro trecho do livro, segundo a revista, o ex-presidente da Câmara afirma que o vice-presidente Michel Temer trabalhou arduamente pelo impeachment e negociou cargos no governo antes mesmo da saída de Dilma.

LUTOU PELO IMPEACHMENT – “Temer não só desejava o impeachment como lutou por ele de todas as maneiras — ao contrário do que ele quer ver divulgado sobre o assunto”, escreveu Cunha, segundo a publicação. Ele acrescentou: “Jamais esse processo de impeachment teria sido aprovado sem que Temer negociasse cada espaço a ser dado a cada partido ou deputado que iria votar a favor da abertura dos trâmites.”

Cunha diz, segundo “Veja”, que, na busca por votos pela aprovação do impeachment, recebia as demandas dos deputados e levava a Temer, que decidia se aprovava ou não os pedidos. Um dos exemplos citados pelo ex-presidente da Câmara foi a nomeação de Marcos Pereira, do Republicanos, para o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Segundo a revista, Cunha cita ainda a sua boa relação com o empresário Joesley Batista, um dos responsáveis pela investigação que levou à denúncia contra Temer após ele assumir a Presidência. O ex-presidente da Câmara diz ter recorrido a Joesley para que ele intercedesse junto a ministros do STF quando foi aberto o seu processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. De acordo com a revista, Cunha relata que o empresário era próximo do ministro Edson Fachin.

BLINDAGEM –   Segundo Cunha, o empresário foi responsável ainda por emprestar suas casas em Brasília e São Paulo para que ele se reunisse com o ex-ministro Jaques Wagner e Lula, que, segundo ele, buscavam soluções para barrar o impeachment de Dilma. De acordo com a revista, Wagner teria oferecido a Cunha a possibilidade de blindá-lo no Conselho de Ética e de nomear Temer como ministro da Justiça, caso o processo fosse interrompido.

No encontro com Lula, Cunha diz que o petista afirmou que havia cometido um erro ao indicar Dilma como candidata do PT à Presidência: “Então, o ex-presidente fez um desabafo surpreendente. Contendo o choro, Lula disse que o maior erro que ele havia cometido na vida foi ter permitido que Dilma se candidatasse à reeleição”. A revista “Veja” procurou os citados por Cunha no livro. Eles não quiseram se pronunciar.

Contestado pelas ações e pelas palavras de Bolsonaro, Queiroga deve se demitir imediatamente

Publicado em 3 de abril de 2021 por Tribuna da Internet

Bolsonaro incita população a não seguir recomendações de Queiroga

Pedro do Coutto
 
O presidente Jair Bolsonaro vem assumindo posições e feito afirmações extremamente opostas às recomendações do ministro Marcelo Queiroga para combater a pandemia da Covid-19 que apresenta índices diários muito altos de novas contaminações.

 De quinta para sexta-feira foram 89 mil infectados pelo coronavírus, resultado em grande parte das aglomerações de pessoas, da falta do uso de máscara e do desrespeito em relação à necessidade de distanciamento.

MAU EXEMPLO – Matéria de Bruno Góes e Fernanda Trisotto, O Globo de ontem, revela que, em transmissão pelo sistema da internet, Bolsonaro afirmou que ainda não sabe se tomará a vacina e que vai esperar até o último brasileiro ser vacinado para então decidir o que fará. Tal afirmação, evidentemente, se reflete na população, fazendo com que uma parcela não siga as recomendações do ministro Marcelo Queiroga que colocou a vacinação e o uso da máscara como pontos fundamentais para combater e frear os efeitos da pandemia.

 Em artigo publicado na sexta-feira pela Folha de São Paulo, Ruy Castro destaca que Bolsonaro não leva em conta a opinião de qualquer ministro civil, incluindo Queiroga, cujo constrangimento é muito grande levando-se em consideração que as palavras do presidente da República o deixam muito mal, sobretudo diante das classes dos médicos e cientistas.

DEMISSÃO – Marcelo Queiroga não tem outro caminho, a meu ver, a não ser o de entregar imediatamente o cargo de titular da Saúde. Como se constata, nenhum ministro acerta trabalhar com Bolsonaro na pasta.  

Além dessa contradição, O Globo revela, com base em dados do SUS, que até o final de março o governo tinha previsto a entrega de 46 milhões de vacinas, entretanto só distribuiu 20 milhões para os estados. Queiroga chegou a anunciar que pretendia alcançar o ritmo de vacinação na base de 1 milhão de pessoas por dia. Difícil chegar a tal montante sem que o governo distribua um número desejado para vacinação em massa.

MERCADO DE TRABALHO – No espaço de O Globo que ocupa às sextas-feiras, Flávia Oliveira chama a atenção para um ponto muito importante a respeito do mercado de trabalho brasileiro. Da mão de obra ativa de 100 milhões de pessoas, apenas 29,7 milhões são empregados com carteira assinada. Portanto, tanto eles quanto seus empregadores contribuem para o INSS.

Os empregadores contribuem para o FGTS na base de 8% sobre os salários. Como se vê, a informalidade está se expandindo veloz e largamente. E a informalidade não produz receitas nem para a Previdência Social, nem para o Fundo de Garantia. O governo quando pensa, digo eu, em promover demissões voluntárias, não leva em conta que para cada trabalhador ou trabalhadora que sai do universo formal, diminuiu a arrecadação do próprio governo.

ALUGUÉIS DISPARAM  – Em reportagem publicada na Folha de São Paulo de quarta-feira, Fernanda Brigatti expõe a fortíssima subida do IGPM no período entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021. Somente em 12 meses, o índice calculado pela FGV avançou 31,1%, criando uma situação de verdadeiro alarme social.

Isso porque o IGPM, de acordo com a lei, corrige os aluguéis residenciais. Os locatários assim se encontram numa onda que ao mesmo tempo corrige os aluguéis e congela os salários.

PLANOS DE SAÚDE – Camila Tortelli, no Estado de São Paulo de quinta-feira, publica reportagem informando que o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, tornou oficial a verba de R$ 135 mil para cobrir os gastos de saúde dos deputados. Parece incrível, mas é fato que, enquanto sobem os remédios e as consultas médicas para pelo menos 80% da população brasileira, cada deputado vai receber R$ 135 mil para as despesas com saúde.

As despesas tanto podem ser para compras de remédios, como para consultas e até procedimentos cirúrgicos. Os assalariados brasileiros recebem um tratamento muito diferente. Os preços dos remédios poderão subir até 10% a partir deste mês de abril, mais um fator para tornar sufocante o quadro social do país.

SONY E SOM LIVRE – O próprio O Globo publicou com destaque o fato da Sony Music e a Som Livre, empresa independente de música, da Globo Comunicação e Participações S.A, terem fechado acordo para transferir a propriedade para empresa internacional. Há alguma coisa crítica no universo financeiro liderado pelo jornal O Globo, pela TV Globo, pela Globo News e outras empresas de Comunicação.  

Vale acentuar inclusive que a TV Globo já tornou pública que não renovará com o apresentador Faustão, cujo contrato termina no fim de dezembro deste ano. Tem-se a impressão de que Fausto Silva, a partir de 2022, estará no SBT, segundo informações que circulam.

Aliás, no programa do último domingo, Faustão recebeu o ator Otaviano Costa e a atriz Flávia Alessandra. O casal está obtendo sucesso na área comercial ao fazer a propaganda do supermercado Mundial. Na ocasião, Otaviano Costa disse no ar ser muito grato a Faustão pelo apoio recebido no início da carreira e que irá para onde Faustão for, se assim conseguir. O programa que é um sucesso na Globo ajusta-se ao estilo da programação da emissora de Sílvio Santos.

ENTREVISTA DE LULA –  Entrevistado pela Band News, Lula afirmou que não assinou o manifesto em defesa da democracia divulgado na quarta-feira porque não foi procurado e lamentou o fato, como também lamentou a falta de apoio nas eleições de 2018 para Fernando Haddad, inclusive de Ciro Gomes, que resolveu após o 1º turno viajar para Paris. Lula acentuou que Bolsonaro deveria parar de falar apenas com os seus militantes e passar a se dirigir com responsabilidade aos 210 milhões de brasileiros.  

A candidatura de Lula se fortaleceu a partir do momento em que foi beneficiado pela decisão da 2ª Turma do STF que anulou as condenações impostas ao ex-presidente por Sergio Moro.  A respeito da situação eleitoral de Lula, a jornalista Cristina Serra publicou artigo semana passada na Folha de São Paulo criticando o ministro Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, estranhando a mudança de voto da ministra Cármen Lúcia que foi decisiva para o desfecho contra a sentença relativa ao triplex do Guarujá.

EXPECTATIVA – Peço, entretanto, atenção para um ponto essencial da questão: o relatório do ministro Edson Fachin remetido ao pleno do STF, abrangendo assim os 11 ministros. A decisão de Cármen Lúcia pode tornar possível a confirmação pelos 11 ministros da Corte Suprema. Vale acentuar que o ministro Dias Toffoli, nomeado por Lula, deve dirigir seu voto em favor do ex-presidente, sobretudo porque existe uma forte expectativa de que Lula retorne ao poder.

Luiz Inácio Lula da Silva possui a maior parcela dos votos do país, tendo transferido 43% do eleitorado para Fernando Haddad. Bolsonaro venceu por 57% a 43%, mas a realidade era outra muito diversa da atual.  

Cruz das Almas: Justiça suspende decreto que liberava atividades não essenciais neste sábado

Cruz das Almas: Justiça suspende decreto que liberava atividades não essenciais neste sábado
Sede da Prefeitura de Cruz das Almas | Foto: Ascom Prefeitura Municipal

A Justiça suspendeu decreto da prefeitura de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano, que permitia abertura de atividades não essenciais neste sábado (3). A decisão atende pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que argumentou que a norma do município contraria decreto do governo da Bahia, que proíbe o funcionamento dos estabelecimentos como forma de controlar a propagação da Covid-19. Em caso de descumprimento da determinação, a prefeitura pode pagar multa de R$ 100 mil.

 

Na decisão, o juiz plantonista Eduardo Gil Guerreiro destacou que a pandemia é "fato público e notório, bem como o fato de que ela já matou mais de 300 mil brasileiros". “Também é público e notório que ela continua a se espalhar com toda a força por todo o território nacional e que a única arma eficiente de que dispomos para combatê-la é o isolamento social quando possível ou ao menos o distanciamento entre as pessoas", afirmou.

 

Ainda segundo o magistrado, o decreto municipal, contrário ao estadual, geraria "descoordenação em relação às medidas tomadas no combate à pandemia, boicota o esforço estadual de tentativa de contenção da disseminação da doença e desrespeita a hierarquia normativa, esvaziando a eficácia do decreto estadual".

Bahia Notícias

Efeito coronavírus! Planalto já registrou 460 casos de servidores infectados desde o início da pandemia

Publicado em 3 de abril de 2021 por Tribuna da Internet

Casos indicam que 13% dos servidores já foram contaminados

Daniel Gullino e André de Souza
O Globo

Desde o começo da pandemia, em março de 2020, 460 servidores do Palácio do Planalto foram diagnosticados com coronavírus. O pico ocorreu em julho do ano passado, com 92 registros. No último mês, foram 30, quase o dobro de fevereiro, quando houve 16 casos. Os números foram informados pela Secretaria-Geral da Presidência, em resposta a um pedido feito por meio da Lei de Acesso à Informação.

Os 460 casos em um universo de 3.500 pessoas, segundo os dados mais recentes, indicam que 13% dos servidores já foram contaminados. A taxa é maior do que a média brasileira — o país já registrou 12,7 milhões de casos, em uma população de 212,8 milhões, segundo a projeção populacional do IBGE, ou seja, um índice de 6%.

GSI – Entre os órgãos que compõem a Presidência, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) está à frente em número de registros: 191. No gabinete do presidente, foram 28. Em março, o órgão mais afetado foi a Secretaria-Geral, com 20 diagnósticos dentre os 30 em todo o Palácio do Planalto.

Como reflexo da postura do presidente Jair Bolsonaro, medidas de distanciamento social não receberam muita adesão no Planalto. Eventos com aglomeração foram comuns, como, por exemplo, em fevereiro, quando prefeitos se amontoaram em torno do presidente parar tirar fotos.

Com o avanço da segunda onda da pandemia, Bolsonaro amenizou o discurso. A partir da mudança, os eventos passaram a receber menos convidados — ministros nomeados recentemente, como o próprio titular da Saúde, Marcelo Queiroga, tomaram posse em cerimônias fechadas.

MÁSCARA – Bolsonaro também começou a usar mais a máscara, item que costumava dispensar e até criticar. Em evento ontem para anunciar o pagamento das novas parcelas do auxílio emergencial, ele discursou com o rosto descoberto. Ao terminar, passou a acompanhar outra fala. Foi quando um auxiliar se aproximou dele, cochichou e, em seguida, o presidente colocou uma máscara.

O GloboL pediu também o número de servidores mortos em decorrência da doença, mas a Secretaria-Geral não informou. Antes de o pedido ser feito, já havia sido registrada a morte de Silvio Kammers, um auxiliar do gabinete pessoal de Bolsonaro. A informação, no entanto, foi mantida sob sigilo e só se tornou de conhecimento da imprensa em 16 de março.

Uma semana antes, foi publicada uma portaria para declarar vago o cargo do auxiliar do presidente, em função da morte, mas sem informar a causa. Um dia depois, Bolsonaro disse em cerimônia no Planalto que desconhecia “uma só pessoa” do prédio que tenha precisado de internação hospitalar após contrair a doença.

NOVA SUBIDA – A resposta ao pedido de informação ficou pronta na terça-feira, antes, portanto do fim do mês. A Secretaria-Geral não informou até que dia de março os casos foram contabilizados.

Os primeiros registros ocorreram em março do ano passado. Os números caíram em abril, mas depois voltaram a subir até julho. Depois disso, diminuíram até outubro, voltando a subir em novembro e dezembro. No último mês de 2020, foram 53 casos. Em janeiro de 2021, caíram para 16, número que se repetiu em fevereiro, subindo para 30 no mês passado.


Enquanto a Justiça apodrece, as facções e as milícias estão crescendo e se estabelecendo

Publicado em 3 de abril de 2021 por Tribuna da Internet

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Charge do Amarildo (Amarildo.com)

Carlos Newton

No desenvolvimento da civilização, as leis foram criadas para possibilitar a maior harmonia possível na sociedade, protegendo direitos e estabelecendo deveres. No caso do Brasil, já afirmamos aqui na Tribuna que o maior problema do país é a podridão da Justiça, que inclui o desrespeito às leis pelos próprios magistrados, como se constata ao acompanhar o dia a dia no Brasil, onde os ministros mais suspeitos do Supremo podem julgar suspeição do juiz mais eficiente do país. É o novo normal.

Em qualquer país, o fator que mais evita os crimes é o temor da Justiça. Por isso, quando a impunidade se instala, a Justiça se desmoraliza e a equilíbrio social sai do eixo, porque a criminalidade logo ocupa os vácuos de poder. É justamente essa circunstância que explica o perigoso crescimento das facções e milícias nas grandes cidades brasileiras.

TRÊS PODERES – Quando aprimorou os ideais democráticos do filósofo alemão John Locke e imaginou a divisão do Poder em Executivo, Legislativo e Judiciário, na sua obra “O Espírito das Leis”, de 1748 – o genial pensador francês Charles de Secondat, barão de Montesquieu, não contava com a posterior deturpação de suas teses, através da criação de um Quarto Poder.

Nos países mais desenvolvidos, onde realmente existe o primado da lei, esse Quarto Poder é a Imprensa, mas em nações ainda carentes como Brasil e México, existe hoje o Poder Paralelo do Crime, que ocupa bairros carentes e guetos para dominar a sociedade com suas milícias e facções criminosas.

No Estados Unidos e outros países, também existe esse problema do Poder Paralelo, com bairros ocupados pelo crime, sem que as autoridades possam intervir, como já ocorre até em Estocolmo, capital da Suécia. Mas ainda acontece em menores proporções, na comparação com Brasil e México, países infectados pela desigualdade social..

EXEMPLO DO JAPÃO – O crescimento das máfias faz parte desse processo internacional. No Japão, por exemplo, a sanguinária Yakuza cresceu a tal ponto que começou a influir na política. A solução encontrada foi um rigor total nas leis, com permanente tolerância zero.

Para não serem reconhecidos, os policiais japoneses até costumam usar máscaras, que são obrigatórias nos presídios. Todos os funcionários e guardas usam máscaras, para não serem reconhecidos, cooptados ou assassinados pela máfia. E os detentos têm de manter sempre a vista baixa, não podem olhar o rosto dos guardas. Quando o fazem, vão para a solitária.

No Brasil, é o contrário. Praticamente todas as penitenciárias estão dominadas pelas facções dos traficantes, que começam a conviver e dividir territórios com os milicianos, mais interessados em dominar a venda de água e gás de cozinha, a construção urbana, a distribuição ilegal de TV a cabo e a vende de “proteção” a comerciantes. Se as facções e milícias realmente se unirem, estamos liquidados.

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P.S. 
– É claro que o atual modelo brasileiro não pode dar certo. Pretender que a riqueza total possa conviver com a miséria absoluta é uma idiotice inaceitável. Se ainda estivesse conosco, padre Quevedo logo diria que “isso non ecziste”. Nas cidades, os criminosos estão soltos, mas a classe média passou a viver atrás das grades. Mas quem se interessa? (C.N.)

Só um péssimo estrategista abriria um novo front de batalha, justamente com os militares


Brum on Twitter: "Charge da Tribuna do Norte #charge #brum #charges  #chargespoliticas #brumchargista #bolsonaro #governofederal  #governobolsonaro #ancine #cinema #cinemanacional #conselhosuperiordocinema  #arte… https://t.co/r29WNLMCSp"

Charge do Brum (Arquivo Google)

Eliane Cantanhêde
Estadão

A passividade e a submissão dos militares, ou de militares, ao presidente Jair Bolsonaro são incompreensíveis, mas o grande mistério está na origem dessa simbiose: como oficiais-generais, que passam por treinamentos e cursos tão sofisticados, aderiram com tanto gosto a um capitão da reserva que foi acusado de ter planos terroristas e que o ex-presidente Ernesto Geisel definia como “mau militar”?

A versão de que foi “para derrotar o PT” até explica, mas não justifica. Pode fazer algum sentido entre civis que nunca ouviram falar de Bolsonaro, mas, para generais, brigadeiros e almirantes que sabem muito bem quem ele é, o que fez no Exército e não fez no Congresso?

“ENTRE NÓS” – O mistério aumentou quando, num discurso, Bolsonaro se dirigiu ao ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas: “O que nós conversamos morrerá entre nós”. E arrematou: “Obrigado. O sr. é um dos responsáveis por eu estar aqui”. Foi no terceiro dia de governo e na posse do general Fernando Azevedo e Silva no Ministério da Defesa, a mais prestigiada e a única em que o presidente discursou.

O prestígio do general Fernando durou pouco e sua queda amplia o enigma. Por que Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa e os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica logo agora, no pior momento da pandemia e com o cerco se fechando contra ele? Resposta de um general: “Não sei. Não sou psiquiatra”. Bolsonaro cultiva o mandonismo, exige subserviência e vê inimigos por toda a parte. Até entre os militares que lhe são tão convenientes.

 A CANETA BIC – Na posse, a pergunta era quem mandaria de fato, os generais ou o capitão. Esses dois anos confirmam que quem tem a caneta tem o poder e a caneta está nas mãos de Bolsonaro, que se cercou de oficiais de quatro estrelas e encheu o governo de militares, até nomear um general intendente, da ativa, para fazer suas vontades e executar suas maluquices no Ministério da Saúde, em meio à pandemia devastadora. Foi humilhante. E respingou na imagem das Forças Armadas. Isso é que é ser militar?

Mas, enquanto Bolsonaro e o general Eduardo Pazuello trabalhavam contra todas as medidas sanitárias reconhecidas no mundo, o Exército fazia o oposto e seguia a OMS: distanciamento, home office acima dos 60, máscaras obrigatórias e nada de “tratamento precoce” – apesar de o laboratório da Força ter multiplicado a produção de cloroquina por ordem do presidente.

BAIXÍSSIMA LETALIDADE – Segundo o novo comandante do Exército, general Paulo Sérgio, a letalidade por covid é de 2,5% no País, mas de 0,13% na Força. Ou seja: o Exército fez tudo certo, mas pagou o pato pelo que Bolsonaro obrigou Pazuello a fazer – e ele fez.

Também não está claro que tipo de relação Bolsonaro tem, por exemplo, com o general de quatro estrelas Luiz Eduardo Ramos, que foi comandante em São Paulo e foi parar na Secretaria de Governo, cargo a ser agora ocupado pela deputada de primeiro mandato Flávia Arruda. O que têm em comum o prestigiado general Ramos e a neófita deputada Flávia, do Centrão?

INSTITUIÇÕES DE ESTADO – Com tantos mistérios, a demissão de toda a cúpula militar foi ótima para os demitidos e para as Forças Armadas, estabelecendo, agora com firmeza, que elas são instituições de Estado, fiéis à Constituição e às instituições. Ele lá, elas cá. Aliás, como funcionou perfeitamente, inclusive, com os petistas Lula e Dilma Rousseff.

Boas para as Forças Armadas, as demissões são péssimas para Bolsonaro. Ele não pode mais insinuar que “o meu Exército” se rebelaria contra Judiciário e Legislativo, usar o QG do Exército como pano de fundo para golpistas e vender a ideia à Nação de que os militares são um monobloco bolsonarista. Não são. Ao abrir um novo front de guerra, justamente com as Forças Armadas, ele mostrou ser um péssimo estrategista, aliás, como todo “mau militar”.

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