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quinta-feira, junho 11, 2020

Coronavírus: Brasil pode se tornar país com mais mortos em 29/7 se nada mudar, diz projeção usada pela Casa Branca

Coronavírus: Brasil pode se tornar país com mais mortos em 29/7 se nada mudar, diz projeção usada pela Casa Branca

  • 11 junho 2020
Parentes de vitimas em cemiterio em Manaus
Image captionO Brasil está no segundo lugar dos países com mais casos de covid-19
Se não houver nenhuma mudança significativa no avanço da pandemia no país, o Brasil pode superar os Estados Unidos em número de mortes de covid-19 no dia 29 de julho, aponta a projeção de um dos principais modelos matemáticos usados pela Casa Branca para definir suas estratégias. Nesse dia, o Brasil teria 137,5 mil mortos e os EUA, 137 mil.
Para tal, o número atual de mortes precisaria quase quadruplicar nos próximos 50 dias. Um avanço com uma magnitude dessas ocorreu nos últimos 30 dias: havia 10 mil mortes registradas em 9 de maio e 38 mil em 9 de junho.
Ao atingir esse patamar, o Brasil teria tanto o recorde mundial de mortos por covid-19 quanto o do número de mortes em um dia. Seriam 4.071, quase o dobro do recorde atual, que ocorreu no pico da pandemia nos Estados Unidos, em 14 de abril, com 2.262 mortes registradas. Se for considerada a taxa de mortes por 100 mil habitantes, o Brasil deve superar os EUA em 10 de julho.
As projeções foram feitas pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, mas não necessariamente vão se concretizar. Elas se baseiam em diversas variáveis que mudam ao longo do tempo, como o número de casos confirmados e a adesão ao distanciamento social. De todo modo, essas simplificações da realidade servem de baliza para autoridades traçarem suas estratégias.
O pesquisador Theo Vos, professor de ciências de métricas de saúde do IHME, explica que "quanto mais distantes no tempo as projeções são, mais incerteza haverá, tendo em vista a dinâmica da doença e a capacidade que as medidas de contenção adotadas terão para afetar o curso da covid-19".
Modelo do IHMEDireito de imagemREPRODUÇÃO
Image captionProjeção da Universidade de Washington aponta que Brasil deve ultrapassar EUA em número de mortes em 29/7
Ele explicou à BBC News Brasil que uma das variáveis usadas no modelo matemático do IHME é a do quanto a doença está se espalhando, mais especificamente, o número de pessoas que são contaminadas por alguém infectado com o Sars-CoV-2.
Para estimar essa taxa de contágio, Vos afirma que os cálculos são atualizados e ajustados diariamente a partir do "número oficial de mortes registradas e internações hospitalares e das estimativas do número real de casos na comunidade (que podem ser calculadas observando resultados dos levantamentos de anticorpos, que indicam quem, principalmente no passado, teve a doença").
A qualidade dos dados tem influência direta na capacidade de previsão dos cálculos, e o país vive nessa área um apagão, segundo palavras de alguns especialistas. Há poucos testes e sobrecarga do sistema de análise e registro oficial de pessoas doentes ou mortas.
A tendência atual é de aceleração da pandemia, ou seja, o Brasil ainda não atingiu o pico de casos, algo que, segundo pesquisadores, deve ocorrer em meados de agosto.
Mulher caminha diante de grafiti no RioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPaís vem registrando recordes sucessivos de casos e mortes por dia
Essas projeções matemáticas de diversas universidades ao redor do mundo que têm sido divulgadas durante a pandemia levam em conta os dados disponíveis naquele momento — e o grau de confiabilidade varia muito entre os países.
Além disso, esse número de mortes divulgado pela Universidade de Washington leva em conta os índices atuais de distanciamento social, que varia de 34% a 47% de adesão a depender do Estado, mas o Brasil parece seguir três caminhos diferentes: reabertura, quarentena flexível e bloqueio total.

Estimativas sobre situação do país

Antes de tentar projetar o mais provável trajeto do Brasil durante a pandemia, os pesquisadores tentam entender a dimensão da situação atual. Mas isso não é uma tarefa simples.
O governo brasileiro não sabe ainda quantos leitos estão ocupados no país por pacientes com covid-19 nas redes pública e privada. O levantamento foi iniciado em meados de março, quando Luiz Henrique Mandetta era ministro ainda.
Também não se sabe ao certo o atual número de pessoas infectadas e mortas por covid-19 no país.
Segundo o Ministério da Saúde, 739.503 pessoas foram diagnosticadas com o novo coronavírus e 38.406 morreram em decorrência da covid-19. O Brasil registrou mais de 1,2 mil mortes diárias em 5 dos 10 primeiros dias de junho.
Trump e BolsonaroDireito de imagemREUTERS
Image captionTrump e Bolsonaro enfrentam onda de críticas pela estratégia adotada contra a pandemia de coronavírus
Mas estudos liderados pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) apontam que o número de pessoas que contraíram o vírus, mas não entraram nas estatísticas porque não foram testadas, pode ser de sete infectadas não testadas para cada diagnóstico oficial.
Há também subnotificação no número de mortes, de pessoas que morreram em decorrência de uma síndrome respiratória aguda grave (srag, quadro de sintomas no qual a doença do novo coronavírus se enquadra, assim como a gripe sazonal), mas não foram testadas para covid-19 ou os resultados estão atrasados. Já há mais de 6 mil mortes acima da média histórica de srag.

Reaberturas e lockdowns

O espalhamento da covid-19 no Brasil começou pelas capitais e agora ganha força no interior do país. Hoje, praticamente todos os municípios do país com mais de 20 mil habitantes já registraram casos da doença. O restante pode não ter pessoas infectadas de fato ou enfrentar também problemas de subnotificação.
Manifestação pelos mortos da pandemiaDireito de imagemREUTERS
Image captionPandemia está em diferentes momentos em partes diferentes do país
Para pesquisadores da UFPel, "existem várias epidemias num único país", com patamares bastante diferentes de espalhamento da covid-19.
Parte dos Estados e municípios decidiu reabrir a atividade econômica apesar do número de casos estarem em alta e sem implementar o modelo adotado por outros países, que fizeram o mesmo movimento utilizando testes em massa na população e rastreamento e isolamento de infectados e das pessoas com as quais tiveram contato.
O principal fator para a reabertura é o impacto econômico da pandemia, que destruiu quase 8,6 milhões de empregos formais e informais no Brasil. A atividade despencou também por causa do fechamento de empresas e lojas e do medo das pessoas de saírem às ruas.
A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, decidiu reabrir lojas de rua, imobiliárias e shoppings nesta semana. Até pouco tempo atrás, o governador paulista, João Doria, falava em adotar um bloqueio total da circulação de pessoas, mas mudou sua postura e passou a defender a reabertura.
Por outro lado, o Rio de Janeiro vive um vaivém de decretos e decisões judiciais que ora permitem a reabertura, ora determinar o bloqueio total. Praia pode, mas não banho de mar. O governador fluminense, Wilson Witzel, autorizou a reabertura de bares e restaurantes, mas o prefeito da capital do RJ, Marcelo Crivella, barrou a retomada desse segmento econômico.
*A versão anterior deste texto afirmava incorretamente que o número de casos havia quase quadruplicado entre 9/3 e 9/6. A informação correta é de 9/5 a 9/6.

Nordeste ultrapassa Sudeste em casos de covid-19


Tem 34,5 mi de habitantes a menos
272.280 infectados, contra 271.534
Operação de conscientização em Fortaleza para retardar a propagação do coronavírus. O Ceará é o Estado com mais casos de covid-19 no Nordeste. Deu início a relaxamento de restrições nesta semanaReprodução/Prefeitura de Fortaleza

10.jun.2020 (quarta-feira) - 19h48
atualizado: 11.jun.2020 (quinta-feira) - 7h28
O Nordeste registrou 11.611 novos casos de covid-19 nesta 4ª feira (10.jun.2020) e chegou a 272.280 infectados. Com isso, a região ultrapassou o Sudeste, que contabilizou 10.351 novos diagnósticos nas últimas 24 horas e passou a 271.534 casos.
O Sudeste era desde o início da pandemia a região com maior número de casos. A covid-19 teve seu 1º registro no Brasil em 26 de fevereiro, em São Paulo.  No Nordeste, a doença chegou 11 dias depois, em 6 de março, na Bahia.
Há 53 milhões de habitantes no Nordeste, 34,5 milhões a menos que os 87,5 milhões do Sudeste.
O Ceará tem o maior número de casos do Nordeste e é o 3º Estado do país no quesito, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Até esta 4ª feira, eram 71.402 infectados no Estado. O Piauí é o que registra menos infectados na região: 8.359.
Alguns Estados nordestinos seguem a tendência de reabertura econômica. Pernambuco, por exemplo, começou a retomada de atividades na 2ª feira (8.jun). No mesmo dia, terminou o decreto de quarentena na capital cearense, Fortaleza.
Autoridades de saúde alertam que a evolução da epidemia é influenciada pela disponibilidade de equipamentos de saúde e de médicos, bem como pelas condições de saneamento básico e índices de pobreza.
Além disso, os números estão condicionados à quantidade de testes feitos. Quanto mais exames realizados, maior o número de casos confirmados.

Barroso nega ação que pedia regulamentação para a intervenção militar do artigo 142 da Constituição


Bolsonaristas invocam artigo para reivindicar ‘intervenção militar’
Fernanda Vivas e Márcio Falcão
G1 /TV Globo
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quarta-feira, dia 10, uma ação que pedia a regulamentação do artigo 142 da Constituição para explicitar como seria a eventual convocação e atuação das Forças Armadas por algum dos poderes em caso de risco à democracia.
A ação, movida por um advogado, é um mandado de injunção, que permite a um cidadão reclamar da falta de regulamentação de algum dispositivo legal. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro invocam o artigo 142 como argumento para uma intervenção militar, reivindicada em faixas de manifestantes de atos pró-governo.
INTERVENÇÃO MILITAR – Essa interpretação é rechaçada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pela Câmara dos Deputados, por juristas, especialistas e ministros do STF. O artigo 142 regulamenta a competência das Forças Armadas, mas não autoriza intervenção militar.
Textualmente, diz o seguinte: “Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
“TERRAPLANISMO” – Em sua decisão, o ministro Barroso classificou de “terraplanismo constitucional” a crença de que a Constituição legitima o descumprimento de decisões judiciais por ato das Forças Armadas. Segundo o ministro, isso seria ignorar valores e princípios básicos da teoria constitucional.
Roberto Barroso afirmou que não há que se falar em “poder moderador” para as Forças Armadas. Para ele, “não há dúvida acerca do alcance do artigo 142 da Constituição nem tampouco existe omissão na disciplina do papel das Forças Armadas na ordem jurídica brasileira”.
“Nesse sentido, do ponto de vista literal, não há qualquer menção no art. 142 da Constituição ou em qualquer outro dispositivo constitucional a um `Poder Moderador´ ou a seu exercício pelas Forças Armadas. Quanto ao elemento histórico, não há nada nos anais da Constituinte que permita uma interpretação no sentido de que se atribuiu às Forças Armadas tal papel. Muito pelo contrário, o que a Constituição de 1988 buscou, conforme todos os relatos de que se tem notícia, foi justamente a transição para a supremacia do poder civil e da Constituição”, escreveu.
CONTAMINAÇÃO POLÍTICA – Roberto Barroso disse ainda que intérpretes heterodoxos da Constituição não falam em nome das Forças Armadas. “A atribuição a elas de um impróprio poder moderador, com o risco grave da contaminação política, não eleva as Forças Armadas, mas, ao contrário, diminui o seu papel de defesa da Pátria – não de governos – e de garantia dos Poderes, sem riscos de facciosismo”.
Na decisão, o ministro ressaltou o papel “exemplar” que as Forças Armadas vêm cumprindo no país. “Todas as crises institucionais experimentadas pelo país, ao longo dos governos democráticos anteriores, foram solucionadas sem rupturas constitucionais e com respeito ao papel de cada instituição – e não se pode afirmar que foram pouco relevantes. Portanto, a menos que se pretenda postular uma interpretação retrospectiva da Constituição de 1988 à luz da Constituição do Império, retroceder mais de 200 anos na história nacional e rejeitar a transição democrática, não há que se falar em poder moderador das Forças Armadas.”

Nestor Forster escreve ao “The New York Times” e nega risco de golpe militar no Brasil


Forster se desdobra para desconstruir as ameaças de Bolsonaro
Eliane Oliveira
O Globo
Em carta enviada ao jornal “The New York Times”, o encarregado de negócios da embaixada brasileira em Washington, Nestor Forster, negou que haja tentativa de golpe militar no Brasil. Na edição desta quarta-feira, dia 10, o diário americano publicou uma matéria com o título “Ameaça de golpe abala Brasil em meio a aumento de mortes por Covid-19”.
“A ‘ameaça de ação militar’ mencionada no título da peça confunde e induz os leitores a erro. A matéria também extrapola as discordâncias e os atritos que são naturais em uma democracia vibrante e acaba pintando uma narrativa exagerada”, diz um trecho da carta.
MOMENTO DELICADO – No texto, o jornal afirma que as ameaças de golpe giram em torno do presidente Jair Bolsonaro. A publicação detalha o momento delicado que ele e seus aliados enfrentam, devido não apenas ao crescimento dos casos da doença, mas também à fuga de investimentos, ao risco de sua eleição ser anulada e ao fato de seus filhos e apoiadores do governo estarem sendo investigados.
O NYT cita, ainda, episódios em que alguns dos militares mais poderosos do país teriam ameaçado a democracia, como o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que afirmou em nota que a eventual apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro seria “inconcebível” e teria “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
O comentário se referia ao fato de o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) três notícias-crime apresentadas por partidos políticos e parlamentares à Corte, pedindo, entre outras providências, a apreensão do celular do presidente.
INTERVENÇÃO – Na carta, Forster argumenta que, na própria reportagem, nenhum líder ou analista político acredita na possibilidade de intervenção militar no país. Também afirma que não existe um único oficial militar de alta patente que seja a favor de uma intervenção.
O diplomata enfatiza que o Brasil extinguiu o regime militar há mais de 35 anos e estabeleceu uma democracia construída em bases sólidas de eleições livres e justas, separação de poderes, uma sociedade civil plural e engajada e uma imprensa livre. Nesse contexto, as Forças Armadas no Brasil, como nos Estados Unidos, trabalham para manter a Constituição e proteger as instituições democráticas, “nunca para atacá-las”.
APELO – Forster faz um apelo ao NYT, para que evite o que chamou de “politização da pandemia”. Segundo ele, o  governo do presidente Jair Bolsonaro respondeu vigorosamente à crise, declarando-a uma “Situação de Calamidade Pública” em janeiro. Restringiu a entrada de estrangeiros, expandiu amplamente o orçamento do Ministério da Saúde e forneceu ajuda fiscal aos governos estaduais para compensar as perdas com cobrança de impostos e estimular investimentos em saúde.
Na correspondência, o diplomata menciona outras medidas tomadas pelo governo federal,  como o apoio temporário à renda de famílias vulneráveis, a transferência de renda para trabalhadores informais e desempregados, apoio ao emprego e remuneração parcial para trabalhadores suspensos. Menciona, ainda, incentivos fiscais e linhas de crédito para empresas que protegerem o emprego.
“MELHORES PRÁTICAS” – “A resposta brasileira à pandemia está em linha com as melhores práticas das economias avançadas, como foi reconhecido por instituições como o Banco Mundial e o FMI”, afirma. Na última segunda-feira, Nestor Forster enviou uma carta ao deputado democrata Richard Neil, presidente do Comitê de Assuntos Tributários, defendendo a realização de acordos econômicos entre EUA e Brasil.
No início deste mês, Neil e outros 23 parlamentares democratas pediram ao governo americano que não negocie a ampliação de tratados com o governo brasileiro, sob o argumento de que o presidente Jair Bolsonaro não tem respeito, entre outras coisas, ao meio ambiente e aos direitos humanos. Forster rebateu cada uma das críticas e afirmou que os congressistas estão desinformados e têm uma visão deturpada sobre Bolsonaro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
Forster se empenha de forma criativa para minimizar o fantasmagórico cenário criado por Bolsonaro diariamente com seus aliados e seguidores, já que, diuturnamente, o presidente ameaça instituições, incita o fechamento do STF, rubrica unilateralmente que as Forças Armadas terão que agir em prol da segurança e do equilíbrio, entre outras asneiras registradas em seus vazios discursos. Mas, para Forster, tudo isso faz parte da “democracia vibrante” tupiniquim. Conseguimos passar vergonha aqui e lá fora. Pior a emenda que o soneto. (Marcelo Copelli)

Partidos pedem suspensão de MP que permite a Weintraub escolher reitores durante pandemia


Bolsonaro e Weintraub tentam artimanha para aparelhar universidades
Fernanda Vivas e Júlio Mosquéra
G1 / TV Globo
Oito partidos pediram nesta quarta-feira, dia 10, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenda o ato do presidente Jair Bolsonaro que deu ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, o poder de escolha de reitores de universidades durante a pandemia do coronavírus.
A medida provisória (MP) editada por Bolsonaro foi publicada nesta quarta no “Diário Oficial da União” e tem força de lei. Precisa, contudo, ser aprovada pelo Congresso Nacional para se tornar lei em definitivo. O texto exclui a necessidade de consulta a professores e estudantes ou a formação de uma lista para escolha dos reitores.
INCONSTITUCIONAL – O presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contudo, já avaliou que o texto editado pelo governo é inconstitucional. Além disso, a comissão externa da Câmara que acompanha os trabalhos do MEC defende que o Congresso devolva a MP ao governo, isto é, recuse analisar o tema.
No pedido enviado ao STF, os oito partidos políticos argumentam que a medida provisória mostra a “inequívoca intenção” do governo de “intervir de forma desarrazoada e desproporcional” na autonomia das instituições.
“Ao retirar da comunidade acadêmica o direito de participar da escolha do corpo diretivo das universidades e instituições federais, a medida provisória ora impugnada configura flagrante violação ao princípio da gestão democrática do ensino público”, argumentam os partidos.
NORMALIDADE DEMOCRÁTICA – As legendas argumentam ainda que a MP representa “verdadeira quebra da normalidade democrática”, uma vez que, conforme os partidos, não haverá debate sobre a escolha com a sociedade “ou mesmo a consideração de alternativas menos invasivas à o liberdade acadêmica”. A ação apresentada ao STF é assinada por PSB, PDT, PT, PSOL, PCdoB, Rede, Partido Verde e Cidadania.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, o MEC afirmou que a medida provisória é “constitucional e não fere a autonomia de universidades e institutos federais”. O Ministério da Educação afirmou ainda que o objetivo é suspender as eleições para os cargos de reitores e vice-reitores que ficarem vagos durante a pandemia.
“A escolha por parte do MEC, prevista na MP, obedecerá critérios técnicos, como a exigência do título de doutor do ocupante do cargo, assim como no rito normal de eleição. Para os demais cargos, como de diretores, a indicação será feita pelos reitores e vice-reitores escolhidos pelo ministério, também na condição de pro tempore”, acrescentou o ministério.
Vacina deve estar disponível no SUS a partir de junho de 2021
Brasil e Mundo | Por Agência Bras
11/06/2020


O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quinta-feira (11) que São Paulo vai produzir uma vacina contra o novo coronavírus. Isso será possível por uma parceria que foi firmada na quarta-feira (10) entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac Biotech. A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus mortos ou com baixa atividade. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19.
“Hoje é um dia histórico para São Paulo e para o Brasil, assim como para a ciência mundial. O Instituto Butantan fechou acordo de tecnologia com a gigante farmacêutica Sinovac Biotech para a produção de vacina contra o coronavírus”, falou João Doria, governador de São Paulo. “Essa vacina do Instituto Butantan é das mais avançadas contra o coronavírus. E estudos indicam que ela estará disponível no primeiro semestre do próximo ano, ou seja, até junho do próximo ano. Com essa vacina poderemos imunizar milhões de brasileiros”, acrescentou.
A vacina, chamada de CoronaVac, está em fase adiantada de testes. Ela já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. “Um coronavírus é introduzido em uma célula do tipo Vero. Essa célula é cultivada em laboratório. O vírus se multiplica. No final, o vírus é inativado e incorporado na vacina, que será aplicado na população”, explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. O investimento do Instituto Butantan para os estudos nessa fase clínica é de R$ 85 milhões.
Segundo Dimas, há no mundo hoje 136 vacinas contra o novo coronavírus em desenvolvimento, mas apenas dez delas atingiram a etapa de estudos clínicos. Três estão em fases ainda mais adiantadas de testes e a CoronaVac é uma delas.

Fase clínica 

O desenvolvimento de uma vacina é feito em etapas. A primeira delas é a fase laboratorial, onde é feito a avaliação de qual a melhor composição para a vacina. A segunda etapa, chamada de pré-clínica, é a de testes em animais. A terceira etapa é a chamada fase clínica, de testes em humanos.
Essa terceira etapa é dividida em três fases. As fases 1 (inicial, que avalia se a vacina é segura) e 2 (que conta com uma maior quantidade de voluntários e avalia a eficácia do produto) já foram realizadas na China, com sucesso. Agora a vacina está entrando na fase 3, que será realizada no Brasil, com 9 mil voluntários, de todo o país, iniciando por São Paulo. Essa fase, que é um estudo populacional, deve ser começar já no mês de julho. “Dentro de aproximadamente três semanas, 9 mil voluntários estarão sendo testados aqui no Brasil”, disse Doria.
“Na fase inicial [da vacina] foram feitos estudos em macacos. Os resultados foram publicados na revista científica Science. A fase 1 [de testagem clínica] contou com 144 voluntários [chineses] e, a fase 2, com 600 voluntários na China. E a fase 3 será agora feita no Brasil”, explicou Dimas Covas.
Caso os testes feitos com esses 9 mil voluntários, na fase 3, se mostrem positivos, a vacina entrará na etapa de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e então começará a ser produzida em larga escala. A expectativa do Instituto Butantan é de que a vacina poderá estar disponível para a população em junho de 2021. “Comprovada a eficácia e segurança da vacina, o Instituto Butantan terá o domínio da tecnologia e ela poderá ser produzida em larga escala no Brasil para fornecimento ao SUS [Sistema Único da Saúde] de forma gratuita até junho de 2021”, falou o governador. Então, caso ela seja aprovada, será produzida em larga escala tanto na China quanto no Brasil. O Butantan tem capacidade de produzir 1 milhão de vacinas por dia em sua fábrica de gripes”, disse Covas.
As primeiras pessoas a serem vacinadas no Brasil, segundo Dimas Covas, serão as dos grupos de maior risco, como idosos e/ou com comorbidades, ou seja, doenças pré-existentes.

Sinovac

Por meio de nota em seu site, a Sinovac Biotech informou que os resultados pré-clínicos “promissores sobre o CoronaVac foram publicados recentemente na revista científica Science, em um artigo afirmando que o candidato a vacina é seguro e fornece proteção a macacos rhesus por meio de um estudo de desafio com animais”.
Segundo a farmacêutica, a Sinovac está construindo uma fábrica comercial de produção de vacinas na China, que deverá fabricar até 100 milhões de doses de CoronaVac a cada ano.
“Estamos orgulhosos em participar da luta contra a covid-19 e esperamos trabalhar com o Instituto Butantan para ajudar o povo do Brasil. Por meio dessa parceria, a Sinovac poderá aumentar a velocidade sem precedentes do desenvolvimento da CoronaVac, sem comprometer nossos padrões e procedimentos de segurança”, disse Weidong Yin, presidente da Sinovac.

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