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Filho “Zero Trê”s de Bolsonaro teme uma guerra sem fim
Jamil Chade
do UOL
O mesmo tom de críticas ao governo Lula e apoio a Trump que o ex-presidente Jair Bolsonaro utiliza, agora vem sendo repetido pelo filho 03, Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado e que hoje vive nos EUA. Ele afirmou nas redes sociais que, se ainda fosse parlamentar, votaria contra o projeto de lei que permitirá que o Brasil retalie os Estados Unidos por conta das tarifas que irá sofrer.
O projeto, que já passou no Senado com o apoio bolsonarista, agora vai para a Câmara dos Deputados.
COLOCAÇÕES – Eduardo Bolsonaro decidiu usar a ocasião para criticar o governo Lula, elogiar Donald Trump e ainda dizer que seria contra o chamado projeto da reciprocidade.
“Temos que analisar a causa disso tudo: socialistas como Lula acreditam em governos gigantescos”, justificou, sem considerar que europeus, canadenses e dezenas de outros parceiros vivem a mesma situação.
“E só há uma fonte para alimentá-los: são através dos impostos que todos nós pagamos. Sejamos sinceros, se você pudesse não pagar o imposto, por exemplo, na sua blusinha da Schein, você pagaria?”, questionou.
DESEQUILÍBRIO – E prosseguiu: “Então, por qual motivo Trump iria aceitar que um produto americano paguasse em média cerca de 60% de imposto entrando no Brasil, mas o produto brasileiro – entrando nos EUA – pagasse apenas cerca de 5% desse mesmo imposto? Não soa razoável e equilibrado essa relação econômica”, defendeu o parlamentar licenciado.
Para ele, os EUA vão “apenas elevar suas tarifas para os mesmos patamares das tarifas que eles já pagam hoje para entrar no Brasil”.
“Não é retaliação, isso se chama reciprocidade. Para o Brasil tratar isso como uma guerra comercial e revidar contra a maior economia do mundo, que é nosso segundo maior parceiro comercial, aumentando ainda mais os tributos, seria preciso criar uma carga tributária ainda maior do que atual, o que faria, na sequência, os EUA adotarem o mesmo por reciprocidade”, disse.
GUERRA SEM FIM – Segundo o ex-deputado que promove uma narrativa contra as instituições brasileiras nos EUA, uma reação do Brasil “seria uma guerra sem fim, com potencial de colapsar a economia brasileira, bastante dependente do seu segundo maior parceiro comercial (EUA)”.
“O único prejudicado com esta política conflituosa seria o povo brasileiro, que pagaria mais e mais em nome de uma luta de Lula, que busca supertaxar produtos americanos”, disse.
“Essa guerra não é nossa, não vamos defender a mentalidade tributária socialista, sob a falsa bandeira da proteção da indústria nacional, para manter essa imensa e pesada carga tributária, que esmaga o poder de compra do brasileiro e nos leva a ter uma péssima qualidade de vida. Ou você está satisfeito em pagar o maior imposto do mundo e quase não ter a contraprestação dos serviços públicos?”, disse.
CARGA TRIBUTÁRIA – Eduardo Bolsonaro, no lugar de defender a economia nacional, usou o caso para atacar. “Nosso país está no limite da carga tributária. O povo já não aguenta mais a parasitação estatal via tributo. O hospedeiro está prestes a morrer. Injetar mais pressão tributária, sob a falsa bandeira da proteção da economia nacional, só irá agravar o estado moribundo da nossa economia”, disse.
“Por esses motivos, eu votaria contra o projeto de lei que chegou nesta quarta-feira à Câmara dos Deputados, que manda a mensagem de início de uma guerra comercial contra os EUA”, completou.