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domingo, junho 05, 2011

DESAFIO AO VEREADOR JAIRO DO SERTÃO

DESAFIO A JAIRO DO SERTÃO
Em recente reunião em Paulo Afonso com a participação de Deri, Beto do caju, Jairo do sertão e assessores do deputado Mário Negromonte, Jairo informou haver reunido vasta documentação com graves acusações de malversação de dinheiro público e desvio de finalidade nos atos administrativos do prefeito Tista de Deda, esclarecendo, na oportunidade, que não tomara qualquer iniciativa por não ter encontrado um só advogado em Jeremoabo para formular representações perante Órgãos Públicos competentes, como o TCM-BA, TCE-BA, TCU e Ministério Público Federal e Estadual.
A informação foi passada ao “jeremoabohoje” e o “blogdedemontalvao” por Beto do Caju, presente na reunião.
Estranha é posição do vereador já que na legislatura integrada pelos então vereadores Pedrinho, Lalai e cigarrinha, junto com o jeremoabohoje, e depois com o Transparência Jeremoabo, foram formuladas graves acusações contra o mesmo prefeito municipal que estão sendo investigadas pela Polícia Federal, inclusive, sem a necessidade da presença de advogado, mesmo assim, fica lançado o desafio ao Vereador Jairo do sertão, o único remanescente da oposição nas eleições de 2008.
O jeremoabohoje e o blogdedemontalvao estarão disponibilizando ao vereador, gratuitamente, escritório de advocacia integrado por seis(6) advogados especializados em direito administrativo-municipal, fiscal, financeiro, tributário, penal, civil, previdenciário, trabalho e consumidor, com vasta atuação perante as Cortes de Contas do Município, do Estado, da União e Órgãos Públicos repassadores de recursos públicos da União e do Estado, para assisti-lo.
O vereador deverá se dirigir ao endereço localizado na Praça da Matriz, nº. 02, Centro, na cidade de Jeremoabo, nos dias de 3ª e 6ª feiras, com cópia mecanizada da documentação por ele colhida com supostas irregularidades cometidas pelo Prefeito, a ser analisada. Se houver elementos para denúncia fundada com base na documentação a ser exibida, sem qualquer custo para o Vereador ou seu Partido Político, serão formuladas representações aos Órgãos competentes.
Somente serão formuladas representações se comprovadas às supostas irregularidades para que não se incorra em denunciação caluniosa, e por outro lado, as despesas com as despesas postais ficarão por conta do Escritório de Advocacia, sem qualquer ônus para o Vereador.
Fica lançado o desafio. Se efetivamente o vereador tem denúncias sérias consigo, elas serão levadas ao conhecimento público. Se não tem e está plantado para se valorizar, será um pecado. Se as tiver e não aparecer estará se beneficiando individualmente com isso, é o que se pensará.
Jeremoabo, 05 de junho de 2011. Jeremoabohoje e blogdedemontalvao.

PREFEITO DE JEREMOABO LOTEIA DIREITO DO CIDADÃO.

Entrada, porta principal da Escola(Foto acima)
Local onde está sendo construido a lanchonete(Foto acima)
Construção bastante adiantada(Foto acima)
Marca do local onde o MEIO AMBIENTE FOI AGREDIDO(Foto acima))
Parte da árvore pública arrancada decepada da calçada(Foto acima)? Cadê as "otoridades" responsáveis que embargaram Marcos Dantas e outros???


Informo que nada tenho contra atividade empresarial do proprietário da obra, pois sempre faço meus lanches lá, mas sim contra o ato doloso do (des)governo municipal de Jeremoabo que permite a interditação da calçada de Escola Pública, privando o cidadão de ir e vir pelo passeio público, numa das praças da cidade, e o mais grave nos fundos de uma escola.

Para ser mais específico sobre a violência a passagem urbanística e o direito do cidadão, me refiro a construção que vem sendo levado a efeito na calçada da Escola Carvalho Sá que já era uma agressão a paisagem e agora a situação é levada ao absurdo. Quando Deri, Beto do Caju e Marco Dantas adquiriram a sede da Fazenda Nossa senhora de Brotas, Casa do Cel. João Sá, e limpavam em derredor tiveram,sob a alegação da derrubada de um juazeiro, tiveram os serviços embargados com a presença do prefeito, sua irmã, alma dos parentes do prefeito, polícia e secretário municipal. Parece que agora, anos após, se chega a um consenso de preservar a memória da cidade, proporcionando a implantação de loteamento.

Aqui fica mais um fato que o “tista de deda”, à distância, já que vem a Jeremoabo a passeio, administra a “capitania hereditária de Jeremoabo” dando aos amigos, não a gratidão, porém, os bens públicos, quando aos inimigos não se lhes aplica a lei, porém “perseguição bestial”.

Como parcela considerável da população pactua com os desmandos administrativos do Prefeito como feitos de um deus grego, pois é, desvio de finalidade do uso da coisa pública em Jeremoabo é motivo de regojizo e oposição calou, até na Câmara, já que vereadores eleitos pela oposição debandearam, restando o último dos moicanos Jairo do sertão, parece até que nada mais resta a fazer, exceto esperar que um dia e certo dia, os Judiciários Estadual e Federal venham dar uma resposta e um jeito na insanidade.

Aproveitamos este Blog para para denunciar o presente caso ao Ministério Público para responsabilizar o prefeito por prevaricação, improbidade administrativa, abuso de poder e violação inerente ao cargo e dilapidação do patrimônio público.

Ele tista de deda, o .......(já que estamos censurados por decisão judicial) despreza o interesse público como troca de favores.

Medicamento reduz risco de câncer de mama em 65%

Agência France Presse

Uma droga antiestrogênica demonstrou uma "promissora" redução de 65% no risco de câncer de mama entre as mulheres pós-menopausa, indica um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard apresentado neste sábado.

"A pesquisa pode significar um grande avanço para as mulheres que apresentam maior risco de desenvolver a doença, que afeta cerca de 1,3 milhão de pacientes no mundo a cada ano, causando a morte de 500 mil", afirmou o doutor Paul Goss, principal autor do estudo divulgado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago.

Um estudo clínico realizado em um grupo do Canadá mostrou que o risco de câncer de mama em mulheres na menopausa diminuiu em 65% quando as pacientes foram medicadas com exemestano, uma droga oral que reduz a produção de estrogênio, hormônio que os médicos acreditam ter ligação com o aparecimento da doença.

"O estudo mostrou não só uma impressionante redução do cancêr de mama como também o surgimento de excelentes efeitos secundários", comemorou Goss.

A pesquisa sustenta que os inibidores de uma enzima chamada aromatase, como o exemestano - comercializado sob o nome de Aromasin -, são diferentes de outras drogas antiestrogênicas, como o tamoxifeno e o raloxifeno, utilizadas como terapias preventivas para mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama.

Os três medicamentos são aprovados pela pela Agência de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês). No entanto, efeitos colaterias graves foram registrados com o uso de drogas como o tamoxifeno, incluindo um raro, porém grave, caso de câncer de útero e coágulos de sangue potencialmente fatais.

O estudo de Goss, em contrapartida, afirma que inibidores da aromatase neutralizam a produção de estrogênio "sem as graves toxicidades observadas com o tamofixeno".

O estudo clínico foi realizado entre 2004 e 2010 com 4.560 mulheres dos Estados Unidos, Canadá, Espanha e França que apresentavam pelo menos um fator de risco, como ter 60 ou mais anos de idade ou manifestado tumores de mama anteriormente, incluindo um caso de câncer com mastectomia.

Os resultados da pesquisa serão publicados no New England Journal of Medicine.

Fonte: A Tarde

s Cinco pessoas são presas com mais de R$60 mil em Senhor do Bonfim

PRF

A Polícia Rodoviária Federal prendeu cinco pessoas na BR-407, no município de Senhor do Bonfim, com mais de R$ 60 mil em espécie.

Além da quantia, que foi estava dentro do carro, a polícia encontrou 27 cartuchos de revólver calibre 38.

Os suspeitos confessaram que o dinheiro foi roubado de uma residência no interior do Piauí e foram encaminhados para a delegacia da Polícia Civil do município.

Fonte: Tribuna da Bahia

Diploma à venda

Lucy Andrade

Nossa missão é facilitar a vida de todo e qualquer cidadão brasileiro, oferecer serviços que definitivamente facilitam a vida do nosso povo. Oferecendo a compra de diplomas de nível fundamental, médio e superior, diretamente com a própria instituição”, anuncia o site de vendas www.phcentro.com.

Esta Tribuna constatou a oferta de de diplomas através da internet pela empresa carioca PH Centro, que há sete anos vem atuando na atividade para vários locais do país, inclusive para a Bahia. A reportagem efetuou o cadastro para a suposta compra, mas ainda não recebeu resposta.

A suposta comercialização de certificados abrange todas as qualificações, ensino médio paga-se R$ 600, para diplomas de direito, medicina e engenharia, a depender da universidade, pode custar até R$ 2.000 (neste caso de Universidades Federais), mas quem já passou dessa fase pode comprar também especialização e até mestrado.
O cliente ainda pode, segundo o site, escolher a Instituição de Ensino, de qualquer parte do Brasil.

Entre as opções por eles oferecidas na Bahia, estão: a Universidade Federal da Bahia, Universidade Católica do Salvador (UCSAl), Faculdade Hélio Rocha, Centro Universitário da Bahia ( FIB), Faculdade Ruy Barbosa, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Universidade Estadual de Feira de Santana, entre outras.

O superintendente e professor da Universidade Católica, Welder Randa, disse que a entidade desconhece qualquer prática dessa natureza ilegal e que todos os diplomas são registrados pela instituição.

“Não estávamos sabendo dessa fraudulência em nome da universidade, vamos tomar as providências judiciais”, disse Randa.

Durante dois dias a reportagem da Tribuna entrou em contato com as demais universidades, sem respostas. A reportagem também entrou em contato com o setor de comunicação da Polícia Federal, mas o órgão também não se pronunciou.

O que mais chama atenção no site, além da logomarca de várias entidades de ensino, como Ministério da Educação (MEC), da Conferência Nacional de Estudos e Pesquisas (ENAD), da Conferência Nacional de Educação (CONE), entre outros, são as garantias de autenticidade dos diplomas. Conforme informações do próprio, o conteúdo escolar é emitido pela coordenação das instituições, e os diplomas são registrados no MEC e também publicados no Diário Oficial.

O site ainda explica que o prazo de 20 dias para a entrega é decorrente de processos burocráticos junto com as entidades de ensino.

“Porque, dentro do processo de publicação, da Secretaria Estadual de Educação até o MEC, leva no máximo 15 dias para gerar o código do aluno. Havendo esse registro, o aluno estará hábil para a conclusão e recebimento de qualquer certificação, levando em conta a legislação vigente, podendo levar entre 15 e 20 dias para ficar pronto.

Tendo esse registro, poderemos, por qualquer instituição, emitir o diploma com garantia e confiabilidade, credenciado e licenciado pelo MEC e demais instituições regionais de educação”. Ainda de acordo com informações da página, os diplomas são emitidos por funcionários que trabalham nas instituições (públicas ou particulares) de cada região.

A compra e a negociação são feitas através do site www.phcentro.com. A página é autoexplicativa, basta clicar em diplomas, depois que escolher o melhor curso, a faculdade e o local, preenche um formulário, com nome completo, telefone fixo, nome do curso desejado, ano de conclusão, nome da universidade e localidade.

Depois de alguns dias, segundo eles, receberá um e-mail, com uma mensagem com todas as informações (prazos de entrega, valores e outros). Nesse mesmo e-mail, o cliente preenche outro formulário, e em seguida a central entra em contato pelo telefone fixo. O boleto é encaminhado via e-mail com vencimento para o dia seguinte.

A rede também oferece atendimento via telefone através do número (021) 3005-2010. Durante três dias a equipe de reportagem da Tribuna tentou entrar em contato com o telefone, mas a ligação ficava restrita na secretaria eletrônica.

MEC diz que não tem controle

A educação vem se transformando em um grande balcão de negócios, com vendas de histórico escolar e diplomas, e diante disso o Ministério da Educação (MEC) disse que não tem como impedir a falsificação de diplomas, e responsabiliza as universidades.

“A emissão e registro de diplomas é competência das instituições de ensino, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que prevê que as universidades são as responsáveis pelos diplomas que expedem. No caso de instituições não-universitárias, o registro deve ser feito por universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE)”, respondeu em nota o MEC.

As entidades educacionais, tanto o MEC como o CNE alegam que a venda de diplomas configura-se como atividade criminosa e deve ser reportada e tratada pelos órgãos policiais, nesse caso a Polícia Federal.

Fonte: Tribuna da Bahia

Jornais: Dilma ouvirá Lula antes de sentenciar Palocci

FOLHA DE S.PAULO

Dilma ouvirá Lula antes de decidir futuro de Palocci
A presidente Dilma Rousseff vai consultar a opinião de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de outros aliados antes de decidir se demite ou mantém o ministro Antonio Palocci na chefia da Casa Civil. Lula chegou na sexta-feira ao Brasil, depois de uma viagem a Cuba e à Venezuela. Ele e Dilma tinham combinado conversar durante o fim de semana, algo que tem se tornado rotineiro.

No Palácio do Planalto, a avaliação geral é que as entrevistas de Palocci à Folha e ao "Jornal Nacional", da TV Globo, foram dadas tarde demais. Por essa razão, o impacto seria insuficiente para debelar a crise política que se formou no governo nas últimas três semanas. A Folha revelou em 15 de maio que Palocci multiplicou seu patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos. Em 2010, ele faturou R$ 20 milhões com uma empresa de consultoria, a Projeto. O ministro se recusa a revelar a identidade de seus clientes e detalhes sobre os serviços que prestava.

Nas entrevistas concedidas anteontem, Palocci manteve a mesma estratégia. Reafirmou ter pagado todos os impostos e disse que nunca operou de maneira ilegal em favor de interesses privados junto ao governo. Na noite de sexta-feira, Palocci conversou brevemente com a presidente sobre o conteúdo das entrevistas. Ontem, o ministro estava em São Paulo, onde vive.

A presidente ficou satisfeita com o fato de Palocci ter deixado claro na entrevista à Folha que ela não foi informada de detalhes sobre suas atividades como consultor de empresas. O temor do governo é que a crise política se alastre e passe a corroer a imagem de Dilma. "Deveria ter feito isso [dado entrevistas] antes, talvez já teríamos virado essa página", disse o secretário de Comunicação do PT, André Vargas (PR). Para ele, "a oposição é insaciável".

Dono de imóvel que petista aluga nega ser laranja
Os proprietários do apartamento que o ministro Antonio Palocci aluga em São Paulo disseram à Folha que a empresa em nome da qual o imóvel foi registrado não é administrada por laranjas. O comerciante Gesmo Siqueira dos Santos, um dos donos do apartamento, disse que transferiu a empresa para seu filho e um sobrinho para evitar que seus problemas financeiros contaminassem seus negócios.

Em nota, a Casa Civil informou que Palocci tratou do aluguel do apartamento com imobiliárias e nunca teve contato com os proprietários do imóvel. À revista "Veja" o sobrinho de Santos, Dayvini Costa Nunes, disse que era um laranja e que não conhecia o apartamento.

Escândalo aborta plano eleitoral de Palocci para 2014
"Era só o que faltava. Não bastassem os ataques da oposição, agora o tiro de canhão veio de dentro do próprio governo", relatou Antonio Palocci em livro. A frase é de 2006, mas poderia ser facilmente reeditada hoje. Na época, o então ministro da Fazenda estava cotado para suceder a Lula em 2010, mas viu os planos serem dinamitados por um caseiro de Brasília. Narrou sua queda no livro "Sobre Formigas e Cigarras" (ed. Objetiva), publicado no ano seguinte à sua renúncia. Palocci pavimentou o caminho de volta ao poder com a bênção de Lula, tornando-se o principal coordenador da campanha de Dilma. Com a vitória, reabilitou-se assumindo a gerência política e administrativa do governo.

Novo golpe veio em 15 de maio, quando a Folha revelou que seu patrimônio se multiplicou por 20 vezes nos últimos quatro anos, quando era deputado federal. Dias depois, a Folha revelou também que a empresa do ministro da Casa Civil, a Projeto, faturou R$ 20 milhões no ano eleitoral de 2010, prestando serviços de consultoria. Os clientes e os valores não foram revelados nas entrevistas que concedeu anteontem.

Sem conseguir dissipar as suspeitas sobre seus negócios, o ministro perdeu apoio entre petistas e viu ruir, pela segunda vez, seus planos eleitorais. Caso fizesse uma boa gestão na Casa Civil, o ex-prefeito de Ribeirão Preto estaria cacifado para tentar o governo paulista, com sob o comando do PSDB há 16 anos. Apesar da resistência no PT, Palocci contava com o apoio decisivo de Lula, que via nele o perfil ideal para que o partido conquistasse o eleitorado de classe média.

Mercado passa ao largo da crise política
Às oito e vinte da manhã da última sexta-feira, o taxista comenta a notícia que se repetia no rádio: "Será que ele vai conseguir se explicar?" O motorista se referia ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que falaria pela primeira vez sobre o aumento de seu patrimônio. Cerca de quinze minutos depois começa uma reunião de economistas numa corretora de valores. O clima é outro. "E o Palocci?", questiona uma economista, já quase no fim da reunião. O debate é rápido e se encerra com a impressão dos analistas de que, numa eventual queda do ministro, "a bolsa cai pontualmente e há alguma inclinação dos juros [alta projetada para a taxa, no jargão financeiro]". Na prática, uma reação pessimista pequena e breve.

A previsão descrita é bem diferente daquela que, há quase uma década, assombrou petistas. A vantagem de Lula nas pesquisas em 2002 provocou a disparada do dólar, as bolsas despencaram e os investimentos estrangeiros revoaram. O medo de reações negativas do mercado financeiro passou a ser mais um risco a ser calculado pelos políticos. Desde então, dois ministros importantes perderam o cargo: José Dirceu, da Casa Civil, em 2005, e Antonio Palocci, da Fazenda, em 2006.

Em ambos os casos, o mercado tremeu. Na substituição de Palocci pelo atual titular, Guido Mantega, temeu-se uma radicalização à esquerda e perda de poder do Banco Central. No segundo mandato de Lula, o país cresceu mais e com menos inflação do que nos primeiros anos. O comportamento das cotações, desde que a atual crise política se instalou, indica que o enfraquecimento de Palocci (ou até a sua saída) não abalam mais o mercado. Justo ele, que até há poucos meses era tido como o fiador de uma política fiscal austera do governo Dilma Rousseff.

Gastos públicos com consultorias chegam a R$ 2 bilhões ao ano
A expansão de obras e outros investimentos promovida pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) multiplicou nos últimos anos o volume de dinheiro público destinado à contratação de serviços de consultoria. Juntos, União, Estados e municípios injetam nesse mercado cerca de R$ 2 bilhões anuais em recursos originários da arrecadação de impostos, sem considerar os gastos com receita própria das empresas estatais.

A quantia equivale a cem vezes o faturamento da empresa Projeto, do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), no ano passado, de R$ 20 milhões, conforme os dados revelados pela Folha. O governo federal responde pela maior parte da escalada recente dessa modalidade de despesa. Se em 2006, antes do PAC, as verbas para consultorias ficaram pouco acima dos R$ 200 milhões, no ano passado se aproximaram dos R$ 600 milhões. Descontada a inflação, o aumento foi de 129%.

Senadores afrouxam fiscalização de gastos
O Senado publicou na noite de anteontem um ato que isenta a Casa de avaliar a legalidade das notas fiscais apresentadas pelos congressistas para obter o ressarcimento dos valores gastos com a verba para despesas nos Estados. O mesmo ato incorpora a cota de passagens aéreas dos 81 senadores à verba indenizatória de R$ 15 mil.

De acordo com o artigo 5º, "o exame da documentação apresentada restringe-se exclusivamente aos aspectos relativos à regularidade fiscal e contábil, não compreendendo qualquer avaliação quanto à observância de normas eleitorais, tipicidade ou ilicitude". A Folha não conseguiu localizar o primeiro-secretário do Senado, Cícero Lucena (PSDB-PB), responsável pelo ato, para comentar a medida.

Após receber alta, Lobão Filho voltará ao Senado na terça
Vítima de um acidente de carro no início do mês e após ficar 21 dias internado, o senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), 46, deve voltar ao trabalho na semana que vem. Ele recebeu alta hospitalar na última quinta-feira. Segundo sua assessoria de imprensa, ele deve participar da reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, marcada para a próxima terça.

De CelsoFurtado@org para Palocci@com (trecho de artigo de Elio Gaspari)
Sua geração leu meu livro "Formação Econômica do Brasil" procurando entender nosso país, pensando em mudá-lo para melhor. Não creio que meus leitores buscassem lições para enriquecer. Seria perda de tempo.

Havia neles uma mistura de fé na nossa gente e até de solidariedade pela fantasia desfeita de um economista que foi do Ministério do Planejamento, em 1962, ao desterro voluntário, dois anos depois. Escrevo-lhe para pedir que tire das costas do governo a carga de problemas que são seus, derivados daquilo que chamei, referindo-me ao Roberto Campos, de "temperamento concupiscente".

A cobiça por bens materiais é coisa natural. Quando ela se mistura com biografias públicas, é comum que surjam conflitos políticos. Vivi 84 anos, fui ministro de dois governos e embaixador na Comunidade Europeia, publiquei cerca de 50 livros, um deles com 34 edições. Nunca me faltou o necessário.

Acusaram-me de muita coisa, jamais de ter comprado um par de meias sem que pudesse tornar pública a origem dos recursos. Morri num apartamento de Copacabana, com padrão suficiente para meus hábitos, bastante inferior ao que o senhor comprou por R$ 6,6 milhões. (Jantei outro dia com os ex-ministros Roberto Campos, Eugênio Gudin e Octavio Gouvêa de Bulhões. O Campos, com sua corrosiva maledicência, disse que as moradias dos comensais, somadas, não cobrem o preço da sua.)

Garotinho diz que teve carro atingido por dois tiros no RJ
O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) afirmou em seu site que seu carro foi atingido por dois tiros anteontem à noite, quando ele saía de de um evento do partido em Cabo Frio, no litoral fluminense. Ninguém ficou ferido. "Graças a Deus estou bem. Não quero nenhuma especulação política sobre esse caso. Se foi tentativa de assalto ou outro tipo de crime, não me cabe especular. Cabe à polícia investigar", escreveu o ex-governador do RJ em seu site. Segundo Garotinho, os disparos atingiram a lataria. A reportagem não conseguiu localizar o político para comentar o assunto.

Justiça pode retomar 7.000 lotes no PA
Cerca de 7.000 lotes em 44 assentamentos do sudeste do Pará apresentam indícios de irregularidades e poderão ser retomados pela Justiça, segundo estimativa feita pela superintendência regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Marabá (PA). O número representa cerca de um terço do total de terras a serem inspecionadas pelo órgão nos próximos meses na área de conflito.

Entre as possíveis irregularidades que serão investigadas estariam a venda ilegal de terras e a ocupação de áreas da reforma agrária por "laranjas" a serviço de madeireiros ou fazendeiros. Palco de massacres como o de Eldorado do Carajás, que resultou na morte de 19 sem-terra em 1996, o sudeste do Pará é uma das regiões mais violentas do país. No ano passado, registrou 14 das 18 mortes no campo ocorridas no Estado. Nas últimas duas semanas, mais quatro agricultores morreram na área, entre eles os líderes extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, assassinados em uma emboscada.

Ibama já aplicou R$ 1 milhão em multas no Estado
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fechou cinco madeireiras em Nova Ipixuna e aplicou cerca de R$ 1 milhão em multas na primeira semana de ações contra crimes ambientais na região. As operações no município da região sudeste do Pará foram deflagradas depois da morte dos líderes extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, em 24 de maio. Segundo o órgão, tratores encontrados em área desmatada e dois caminhões usados no transporte de carvão também foram apreendidos. O Ibama informou ainda que vai solicitar o cancelamento das licenças ambientais estaduais concedidas a 12 empresas do ramo que funcionam no município.
Fonte: Congressoemfoco

Crianças em mais de 50% de prostíbulos em estradas

É o que revela pesquisa feita pela Confederação Nacional de Transportes com caminhoneiros sobre seus hábitos sexuais e a prostituição infantil. Na região Norte, a presença de crianças nos locais de prostituição chega a 70%

Em mais da metade dos pontos de prostituição nas estradas há crianças e adolescentes. Triste retrato mostrado por pesquisa

Márcio de Morais, especial para o Congresso em Foco

Em mais de 50% dos pontos de prostituição nas estradas brasileiras, há crianças se prostituindo. Especialmente meninas, em 53% dos casos. Mas há também meninos (27%). A intensidade da atividade de prostituição infanto-juvenil aumenta na direção Sul-Norte, superando 70% dos casos na região Norte e 60% no Nordeste. Esses números são informados pelos caminhoneiros. Trabalhadores nas rodovias brasileiras, eles foram escolhidos para um levantamento sobre o tamanho da exploração sexual de crianças no país por serem um dos públicos mais relacionados com o problema.

A pesquisa foi aplicada pela Foco, empresa de análise de opinião e mercado de Florianópolis, por encomenda da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e seus braços social (Sest) e de aprendizagem (Senat). Há quase dez anos, a instituição promove o combate ao crime nas estradas por meio do seu Programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes/Esca.

Dar um salto de qualidade na formulação e planejamento de metas e projetos para o programa de enfrentamento foi o objetivo da pesquisa. Paralelamente, os pesquisadores aferiram cinco instituições especializadas no tema. O conjunto de informações deu origem a dados inéditos, que poderão enriquecer a elaboração de políticas públicas –, embora suas conclusões sejam, em maior ou menor grau, visíveis aos observadores da temática.

Concluído no final do ano passado, para compor o conteúdo de um livro editado esta semana pelo Sest/Senat, o relatório final da pesquisa tem 160 páginas. Foram entrevistados 50 motoristas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste; no Sudeste foram 55 e, no Sul, 56. O relatório Foco, mostra um quadro recorrente de abuso e exploração do público infanto-juvenil, facilitado pela enorme população de risco, semelhante a de um grande país europeu, a França continental.

Cerca de 80% dos caminhoneiros afirma ser comum a prostituição de adolescentes, em maior ou menor intensidade, especialmente de meninas. Segundo eles, é comum ver colegas do volante com prostitutas em 97% dos casos; dar carona para crianças e adolescentes, apesar de proibido, acontece em 53% dos casos observados. Em 44,6% das ocasiões, os caminhoneiros admitem acontecer ‘programas’ com meninos e meninas.
Tal índice de respostas, que corresponde à quase metade dos entrevistados, revela o tamanho do problema da exploração sexual de menores nas estradas. A população de caminhoneiros que trafega pelas estradas do país corresponde a mais de dois milhões de pessoas. As respostas referem-se ao que esses caminhoneiros dizem ver nas estradas. Os próprios entrevistados negaram ter essas relações com menores. Os profissionais que se dispuseram a falar para a Foco são rigorosos na avaliação de adultos que mantêm relações com crianças: taxam-nos de loucos’, ‘doentes’, ‘anormais’, ’sem caráter, dignidade, sensibilidade; desprovidos de consciência ou vergonha dos atos’. Um grupo deles atribui a preferência pelo sexo infanto-juvenil à fantasia sexual, fetiche, elegia à mulher ‘zerada’, pouco ‘rodada’.

“Tem corpo de mulher”

“Além de serem novas e bonitas, oferecem-se à prostituição, insinuam-se aos caminhoneiros e estes não resistem”, reconhece o relatório. Os longos períodos longe de casa e o uso de drogas empurram ainda mais o caminhoneiro à prática sexual com crianças, dizem os caminhoneiros em algumas respostas Mas se os caminhoneiros entrevistados rejeitam o sexto com crianças, com adolescentes o comportamento já não é tão rígido. “O mesmo raciocínio não se aplica a sexo com adolescentes, que possui mais anuência por parte dos caminhoneiros’, observa o relatório.

Ou seja, a aparência corporal é decisiva para definir a escolha: quanto mais a garota aparentar maturidade física, maior a tolerância com a prática do abuso. Tal constatação corresponde ao depoimento de um dos voluntários ATS (Agente de Transformação Social), do Programa ESCA, da CNT/SestSenat, que, em seu diário de bordo, cita uma justificativa apresentada por um colega para a prática: ‘É criança, mas tem corpo de mulher!’.

Pobreza, miséria e drogas

Para 38,5% dos caminhoneiros, pobreza, miséria e drogas são fatores causadores da exploração sexual de crianças e adolescentes. Eles acreditam que a falta de renda para manter casa e família, a pobreza crônica, a fome, a necessidade de encontrar alguma forma de sobreviver, empurram a vítima fragilizada rumo à prostituição infanto-juvenil.

O questionamento que os entrevistados fazem é sobre a ausência do estado e do conselho tutelar: ‘Onde estão? Que fazem para minimizar a situação? Por que não apóiam a família para que filhos não sejam induzidos à prostituição?’ Outro ponto observado na análise: crianças e adolescentes que usam drogas encontram na prostituição uma fonte de renda alternativa e instantânea para sustentar o vício. “Neste caso, (os pesquisados) mostram menor compreensão, responsabilizando até mesmo a criança pelo uso de drogas e consequente prostituição. “As meninas de dez anos sabem muito bem o que querem”, garantem alguns depoimentos.

Quase 35% dos caminhoneiros acreditam que a exploração sexual tem origem na falta de estrutura familiar. Para esse grupo, o núcleo familiar “está esfacelado, desestruturado psicologicamente, deixando filhos abandonados, desamparados, destituídos de educação, de limites, orientação, cuidados e amor; jogados no mundo e, consequentemente, expostos às situações a eles inerentes”.

Os entrevistados também questionam a ausência dos pais e os maus exemplos de casa. Também testemunham a ocorrência de casos de pais que obrigam e oferecem os filhos à prostituição, especialmente no Norte e no Nordeste. Os maus tratos e até mesmo o abuso sexual dentro da própria casa forçam e estimulam as crianças a viverem nas ruas e à prostituição. Em alguns casos, os pais viveram, no passado, a realidade atual dos filhos.

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Veja o perfil dos entrevistados

Caso Palocci: decisão antes do amanhecer

Pedro do Coutto

Escrevo este artigo, recorrendo a título de filme famoso sobre episódio da segunda Guerra, no início da tarde de sexta-feira, para a edição de domingo. Portanto, sem saber quais foram as explicações de Antonio Palocci. Quando o artigo for publicado, é possível que Palocci, afastado por ele mesmo, tenha pedido demissão e não seja mais o ministro chefe da Casa Civil. Com a ressalva, escapo do risco de colocar em hipótese próxima um desfecho já acontecido.

A presidente Dilma Roussef – leio as reportagens publicadas em O Globo, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo – finalmente cobrou explicações públicas sobre os temas das assessorias prestadas a empresas que tanto rendimento proporcionaram ao consultor e quanto rendeu negativamente para o governo. Um processo rumoroso, como se dizia antigamente, que o próprio protagonista principal transformou em escândalo. Além das matérias de Maria Lima, Luiza Damé, Chico de Góis e Cristiane Jungblut, O Estado de São Paulo saiu com seu clássico editorial: “Situação limite”. Tal enfoque por si só diz tudo.

Além disso, cresce em importância política a entrevista da presidente da República à repórter Ana Flor, Folha de SP, afirmando não ser refém de acontecimentos e pessoas. Com isso, Dilma respondeu a Anthony Garotinho e a todos aqueles que desejam usar a improvável blindagem a Palocci ao rompimento de limites partidários quanto ao preenchimento de cargos no segundo escalão. Ou então, caso do ex-governador do RJ, à aprovação do projeto de emenda constitucional do deputado Arnaldo Faria de Sá que eleva para 3 mil reais o isso dos soldados da PM e do Corpo de Bombeiros.

Por isso, inclusive, é que Palocci tem de sair do executivo. Sua presença, além de paralisar a atuação do Planalto, ainda por cima expõe Roussef a investidas de clara chantagem política. Não dá pé.

Palocci, paralelamente, criou um mar de contradições. Uma delas envolvendo o deputado Marco Maia, presidente da Câmara Federal. Enquanto na tarde de quinta-feira, Maia anunciava que iria anular a convocação de Palocci pela Comissão de Agricultura, o próprio convocado já revelava estar disposto a fornecer uma explicação pública pela televisão, o que aconteceria na noite sexta-feira.

Ora, se o ministro já deu a tal explicação pública, não existe mais o menor motivo para que também não o faça na Comissão de Agricultura. E na tela da TV ou nas respostas à Procuradoria, Palocci nunca não traz nada de novo, apenas repete as mesmas alegações. Mas deixa mal o presidente da Câmara. Marco Maia, que fica numa posição ridícula, ao querer blindar quem promete se explicar.
Como escrevi outro dia, o cargo de chefe da Casa Civil é essencial, e seu desempenho, da mais absoluta confiança. O presidente, no caso atual a presidente, não pode ser traída, muito menos lançada a redemoinhos políticos por causa de quem exerce um posto cuja nomeação depende da caneta presidencial. Mas acontecem tais casos. Lula teve que demitir José Dirceu e Erenice Guerra. Dilma Rousseff vai ter que demitir Antonio Palocci. Juscelino Kubitschek teve que demitir o jornalista Alvaro Lins. O erro de Ernesto Geisel foi o de não demitir Golberi que gravava suas conversas telefônicas, até as trocadas em sua residência, portanto fora do Planalto.

O jornalista Élio Gáspari, em sua monumental obra sobre a ditadura de 64 e suas diversas fases, conseguiu, por essas gravações, escrever a série de livros, aos quais acrescentou o brilho de seu talento e sua capacidade de interpretação. É isso aí.

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OUTRO ASSUNTO

Ótima e motivo de grande satisfação para os jornalistas, digo por mim, a eleição de Merval Pereira para a ABL. Sua presença vai acrescentar muito à cultura política do país.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Lições de Agamenon

Sebastião Nery

RIO – Agamenon Magalhães, o mais poderoso pernambucano do século passado, seminarista de Olinda, formado em Direito em 1916, deputado federal de 1924 a 30, constituinte de 1934, ministro do Trabalho de 1934 a 37, ministro da Justiça em 1937, interventor de Pernambuco de 1937 a 45, foi novamente ministro da Justiça em 1945.

“Em 22 de junho, assinou a primeira lei brasileira antitruste, chamada por seus adversários (como Assis Chateaubriand) de Lei Malaia, em alusão ao apelido de O Malaio dada ao ministro em virtude de suas feições asiáticas. O poeta Manoel Bandeira chegara a chamá-lo satiricamente de China Gordo. A lei antitruste criou a Comissão Administrativa da Defesa Econômica, o CADE” (FGV), aí até hoje.

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BARBOSA LIMA

Fundador do PSD em 1945, constituinte de 1946, deputado federal de 1946 a 51, lançou em 1947 a candidatura a governador de Pernambuco de Barbosa Lima Sobrinho, que se elegeu.

Nas vésperas da posse, a especulação em Pernambuco era se o secretariado de Barbosa Lima seria mais indicado por Agamenon ou se por ele mesmo. No dia da posse, Barbosa Lima, através do filho de Agamenon, Paulo Germano (depois deputado de 1955 a 1959 e diretor do “Correio da Manhã”), mandou um cartão a Agamenon, comunicando-lhe o secretariado escolhido. Terminava assim :

- Meu mestre me ensinou : ninguém governa governador.

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O DISCURSO

Em 1950, a candidatura de Agamenon a governador era inevitável. O PSD lançou-o contra João Cleofas, da UDN. Agamenon ganhou, mesmo perdendo em Recife, que ele chamou de “cidade cruel”. Os amigos de Agamenon acusaram Barbosa Lima de, como governador, haver feito corpo mole e pouco participado da campanha.

Na cerimônia de posse e transmissão do governo, no salão nobre, esperava-se um grande discurso-manifesto de Agamenon. Barbosa Lima falou primeiro, prestando contas do governo e despedindo-se. Na hora de Agamenon falar, ele apenas estendeu a mão para Barbosa Lima e disse :

- Boa viagem!

E entrou para o gabinete.

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LULA

É do mesmo Agamenon esta outra lição, que Palocci devia saber :

- O homem público não compra, não vende nem troca.

Em 24 de agosto de 1952, dois anos antes do suicídio de Vargas, o gigante Agamenon foi fulminado por um enfarte.

Lula não sabe dessas coisas. De poucas coisas Lula sabe, além de um palanque armado e uma garrafinha estimulante. Mas certamente ele sabe, e sabe bem, das tretas e mutretas da inexplicavel fortuna de Palocci. E já é hora de aprender a lição de Agamenon ensinada a Barbosa Lima:

- Ninguém preside presidente.

***

JK

Juscelino traduzia a lição de Agamenon sobre política e negócios com uma definição que Ulysses Guimarães gostava de repetir :

- O empresário pode ser político. Mas não ao mesmo tempo. Ninguém pode ser político e empresário ao mesmo tempo. Se quiser ser político, o empresário deve deixar imediatamente seus negócios. Se não, perde como político e perde como empresário.

Tudo isso está sintetizado na sabedoria de Clarice Lispector:

- Até acabar com os próprios defeitos é perigoso. A gente não sabe sobre qual deles nós construímos nosso edifício.

*** �
GLEISI

O PT está cada dia mais sentindo o estrago que Palocci está fazendo ao governo de Dilma e ao próprio partido. Apesar do cerco que Palocci armou para o governo e o PT não falarem nada sobre seus misteriosos milhões multiplicados entre a vitória e a posse de Dilma, começam a pipocar nos jornais e televisões opiniões independentes.

1. – Senadora Gleisi Hoffman do PT do Paraná, além de mulher do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, dos mais próximos de Dilma: “Os mensaleiros cometeram erros graves em nome de um projeto coletivo. Esse não é o caso de Palocci” (Folha).

2. – Edinho Silva, presidente do PT de São Paulo : “Palocci tem esclarecimentos a dar para a nação brasileira e para os organismo do governo, e os dará” (Folha).

3 – André Vargas, secretário nacional de Comunicação do PT: “O Palocci deve explicações ao pais e vai dar. Tenham certeza de que vai dar, porque ele não tem nada o que esconder.

(Se não tem nada a esconder, por que não deu até agora? Na TV , só repetiu as mesmas alegações de sempre”).

Fonte: Tribuna da Imprensa

Redundâncias extemporâneas

Carlos Chagas

Não se dirá que a crise envolvendo Antônio Palocci teve causas administrativas, pois foram apenas patrimoniais, mas poderia muito bem ter sido. Porque desde o governo Fernando Collor, com Itamar Franco de fora, que tem gente demais no terceiro andar do palácio do Planalto. Assessores e ministros fazendo a mesma coisa, batendo cabeça e cultivando superposições de tarefas. Por que, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff dispõe de Casa Civil e Secretaria Geral, dois órgãos cujas atribuições se entrelaçam, muitas vezes conflitam-se, tornando seus titulares até adversários?

Não adianta dizer que em todos os governos os dois ministros são amigos, dão-se muito bem, as famílias se freqüentam e vivem aos abraços, porque a vida não é assim. Um fica de olho no trabalho do outro. Investigam as atenções que o presidente dedica mais a este do que àquele. Preocupam-se com a repercussão de suas iniciativas nos meios de comunicação. Até o lugar nas fotografias, à direita ou à esquerda do chefe, é motivo para disputas. A redundância de ações complica mais do que resolve.

Tudo começou no governo Collor. Para acomodar o cunhado diplomata, o jovem presidente criou a Secretaria Geral, paralela à Casa Civil. Itamar desprezou a divisão. Fernando Henrique inventou a Secretaria Particular, que era muito mais pública, depois outra vez denominada de Secretaria Geral. O Lula manteve a dualidade, com José Dirceu e Dilma Rousseff na metade maior e Luis Dulci na menor, apenas por questão de personalidades distintas. A sucessora conservou a fórmula, ainda que a indicação tanto para a Casa Civil quanto para a Secretaria Geral partisse do antecessor: Antônio Palocci numa, Gilberto Carvalho na outra, designados pelo primeiro-companheiro.

Ganha uma viagem a Bangladesh, só de ida, quem descobrir quem faz o quê, acima e além do organograma burocrático indicando coordenação administrativa para um e contacto com entidades sociais, para outro. Na verdade, todos os dias, ambos sentam-se ao lado de Dilma, para análise da conjuntura e dos problemas do dia. Atropelam-se quando alguma iniciativa incomum precisa ser adotada.

Na hipótese da defenestração de Palocci, seria o caso de a presidente resolver a questão. Reunir as duas estruturas numa só, tanto faz se for com Gilberto Carvalho, Fernando Pimentel, Paulo Bernardo ou outro. Seria bom que o escolhido fosse buscar experiências com Ronaldo Costa Couto, o último chefe da Casa Civil, no governo José Sarney, a não dividir e a centralizar as funções de primeiro-ministro ad hoc. Esfalfava-se, perdia horas de sono, mas controlava o governo, uma espécie de peneira que preservava o presidente. Sua receita era uma só: cercar-se de bons auxiliares, delegar competências, mas exercer na plenitude suas funções de chefe da casa do presidente da República.

***
MALUF QUIS OU NÃO QUIS MATAR TANCREDO?

A história política é plena de mistérios. À medida em que o tempo passa os personagens vão tomando o rumo do céu e as dúvidas se multiplicam. Existe um episódio que, por desígnio dos deuses, ainda mantém vivas suas duas principais testemunhas. Sustenta até hoje o general Newton de Oliveira e Cruz, entrado nos noventa anos, que caracterizada a iminente vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, certa manhã de domingo foi procurado por Paulo Maluf, candidato a ser derrotado. Jogava peteca com amigos, seu esporte preferido, mas interrompeu a partida parta receber o visitante inesperado. O objetivo da conversa não demorou. Maluf aventava a hipótese de Tancredo sofrer “um acidente” capaz de afastá-lo da sucessão e da vida, situação capaz de ser arquitetada pelos aparelhos de segurança.

Conforme a versão do general, que havia chefiado o SNI e tinha seu nome ligado à repressão, o visitante deixou claro que para a preservação do movimento militar, a proposta era de um atentado contra Tancredo Neves. Completa dizendo que levantou-se e botou Maluf para fora de sua casa.

No reverso da medalha, o ainda deputado sustenta que em nenhum momento da conversa sugeriu qualquer ação contra o adversário. Ainda imaginava sair vencedor na eleição indireta e queria sentir o pensamento dos militares. Depois de a história aparecer na imprensa através de uma entrevista do general, Maluf entrou com representação na Justiça, pretendendo condená-lo como detrator, mas o processo foi arquivado por falta de conteúdo.

A gente recorda esse episódio ainda inconcluso para que tenha noção de quanto a crônica política apresenta lapsos na memória nacional. Tancredo ganhou mas não levou, caindo doente horas antes de assumir a presidência da República.

***
CUIDADO COM OS RUSSOS

O sucesso econômico da Rússia é inegável, depois de haver chegado ao fundo do poço, em seguida à dissolução da União Soviética. O petróleo e o gás da Sibéria salvaram o país, hoje em pleno desenvolvimento. O problema é que os russos mantêm a mesma arrogância dos soviéticos. Julgam que o mundo depende deles mais do eles do mundo. Ainda agora acabam de proibir a importação de carne de 82 empresas brasileiras, sob o pretexto de problemas com o produto. Somos o seu maior fornecedor. Se o fluxo for interrompido, enfrentaremos grande prejuízo e, por isso, missão comercial brasileira prepara-se para viajar a Moscou para demonstrar que nossa carne bovina e suína é boa. Só que vamos de chapéu na mão, dispostos a fazer todo o tipo de concessões para conservarmos o mercado.

Aqui a relação fica podre. Porque se necessitamos exportar, muito mais eles precisam importar. Paralisada a operação, nossos produtores perderão dinheiro até encontrarem outros compradores. Mas os russos correm o risco de passar fome. Muito pior para eles. Seria bom que fossemos em condições de igualdade para as negociações.

***
MAIS AINDA COM OS CHINESES

A China é o novo milagre do planeta, ainda que parcial, porque do bilhão e trezentos milhões de chineses, só 20% beneficiam-se do capitalismo estatal lá vigente. O resto da população vive no interior, na pobreza, proibida de chegar às fabulosas cidades do litoral. Também, se deixassem, implodiria tudo.

O problema é que a China precisa expandir-se para garantir a progressiva ascensão do conjunto. Seus negócios tomam conta da Ásia, da África e aproximam-se da América do Sul. Querem financiar e tornar mais rentáveis suas importações de produtos primários brasileiros. Estamos lucrando com as exportações de minério de ferro, soja, madeira e muita coisa a mais, apesar de voltarmos ao passado de fornecedores de matéria prima. Acontece que os chineses descobriram que comprando terras no Brasil, podem instalar aqui suas empresas produtoras, lucrando duplamente com as exportações e chegando até a controlar os preços da produção. E como estão comprando, geralmente atrás de testas de ferro e de “laranjas” nacionais. Daqui a pouco instalarão aqui a China Ocidental. É bom tomar cuidado.

Fonte: Tribuna do Povo

Redundâncias extemporâneas

Carlos Chagas

Não se dirá que a crise envolvendo Antônio Palocci teve causas administrativas, pois foram apenas patrimoniais, mas poderia muito bem ter sido. Porque desde o governo Fernando Collor, com Itamar Franco de fora, que tem gente demais no terceiro andar do palácio do Planalto. Assessores e ministros fazendo a mesma coisa, batendo cabeça e cultivando superposições de tarefas. Por que, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff dispõe de Casa Civil e Secretaria Geral, dois órgãos cujas atribuições se entrelaçam, muitas vezes conflitam-se, tornando seus titulares até adversários?

Não adianta dizer que em todos os governos os dois ministros são amigos, dão-se muito bem, as famílias se freqüentam e vivem aos abraços, porque a vida não é assim. Um fica de olho no trabalho do outro. Investigam as atenções que o presidente dedica mais a este do que àquele. Preocupam-se com a repercussão de suas iniciativas nos meios de comunicação. Até o lugar nas fotografias, à direita ou à esquerda do chefe, é motivo para disputas. A redundância de ações complica mais do que resolve.

Tudo começou no governo Collor. Para acomodar o cunhado diplomata, o jovem presidente criou a Secretaria Geral, paralela à Casa Civil. Itamar desprezou a divisão. Fernando Henrique inventou a Secretaria Particular, que era muito mais pública, depois outra vez denominada de Secretaria Geral. O Lula manteve a dualidade, com José Dirceu e Dilma Rousseff na metade maior e Luis Dulci na menor, apenas por questão de personalidades distintas. A sucessora conservou a fórmula, ainda que a indicação tanto para a Casa Civil quanto para a Secretaria Geral partisse do antecessor: Antônio Palocci numa, Gilberto Carvalho na outra, designados pelo primeiro-companheiro.

Ganha uma viagem a Bangladesh, só de ida, quem descobrir quem faz o quê, acima e além do organograma burocrático indicando coordenação administrativa para um e contacto com entidades sociais, para outro. Na verdade, todos os dias, ambos sentam-se ao lado de Dilma, para análise da conjuntura e dos problemas do dia. Atropelam-se quando alguma iniciativa incomum precisa ser adotada.

Na hipótese da defenestração de Palocci, seria o caso de a presidente resolver a questão. Reunir as duas estruturas numa só, tanto faz se for com Gilberto Carvalho, Fernando Pimentel, Paulo Bernardo ou outro. Seria bom que o escolhido fosse buscar experiências com Ronaldo Costa Couto, o último chefe da Casa Civil, no governo José Sarney, a não dividir e a centralizar as funções de primeiro-ministro ad hoc. Esfalfava-se, perdia horas de sono, mas controlava o governo, uma espécie de peneira que preservava o presidente. Sua receita era uma só: cercar-se de bons auxiliares, delegar competências, mas exercer na plenitude suas funções de chefe da casa do presidente da República.

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MALUF QUIS OU NÃO QUIS MATAR TANCREDO?

A história política é plena de mistérios. À medida em que o tempo passa os personagens vão tomando o rumo do céu e as dúvidas se multiplicam. Existe um episódio que, por desígnio dos deuses, ainda mantém vivas suas duas principais testemunhas. Sustenta até hoje o general Newton de Oliveira e Cruz, entrado nos noventa anos, que caracterizada a iminente vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, certa manhã de domingo foi procurado por Paulo Maluf, candidato a ser derrotado. Jogava peteca com amigos, seu esporte preferido, mas interrompeu a partida parta receber o visitante inesperado. O objetivo da conversa não demorou. Maluf aventava a hipótese de Tancredo sofrer “um acidente” capaz de afastá-lo da sucessão e da vida, situação capaz de ser arquitetada pelos aparelhos de segurança.

Conforme a versão do general, que havia chefiado o SNI e tinha seu nome ligado à repressão, o visitante deixou claro que para a preservação do movimento militar, a proposta era de um atentado contra Tancredo Neves. Completa dizendo que levantou-se e botou Maluf para fora de sua casa.

No reverso da medalha, o ainda deputado sustenta que em nenhum momento da conversa sugeriu qualquer ação contra o adversário. Ainda imaginava sair vencedor na eleição indireta e queria sentir o pensamento dos militares. Depois de a história aparecer na imprensa através de uma entrevista do general, Maluf entrou com representação na Justiça, pretendendo condená-lo como detrator, mas o processo foi arquivado por falta de conteúdo.

A gente recorda esse episódio ainda inconcluso para que tenha noção de quanto a crônica política apresenta lapsos na memória nacional. Tancredo ganhou mas não levou, caindo doente horas antes de assumir a presidência da República.

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CUIDADO COM OS RUSSOS

O sucesso econômico da Rússia é inegável, depois de haver chegado ao fundo do poço, em seguida à dissolução da União Soviética. O petróleo e o gás da Sibéria salvaram o país, hoje em pleno desenvolvimento. O problema é que os russos mantêm a mesma arrogância dos soviéticos. Julgam que o mundo depende deles mais do eles do mundo. Ainda agora acabam de proibir a importação de carne de 82 empresas brasileiras, sob o pretexto de problemas com o produto. Somos o seu maior fornecedor. Se o fluxo for interrompido, enfrentaremos grande prejuízo e, por isso, missão comercial brasileira prepara-se para viajar a Moscou para demonstrar que nossa carne bovina e suína é boa. Só que vamos de chapéu na mão, dispostos a fazer todo o tipo de concessões para conservarmos o mercado.

Aqui a relação fica podre. Porque se necessitamos exportar, muito mais eles precisam importar. Paralisada a operação, nossos produtores perderão dinheiro até encontrarem outros compradores. Mas os russos correm o risco de passar fome. Muito pior para eles. Seria bom que fossemos em condições de igualdade para as negociações.

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MAIS AINDA COM OS CHINESES

A China é o novo milagre do planeta, ainda que parcial, porque do bilhão e trezentos milhões de chineses, só 20% beneficiam-se do capitalismo estatal lá vigente. O resto da população vive no interior, na pobreza, proibida de chegar às fabulosas cidades do litoral. Também, se deixassem, implodiria tudo.

O problema é que a China precisa expandir-se para garantir a progressiva ascensão do conjunto. Seus negócios tomam conta da Ásia, da África e aproximam-se da América do Sul. Querem financiar e tornar mais rentáveis suas importações de produtos primários brasileiros. Estamos lucrando com as exportações de minério de ferro, soja, madeira e muita coisa a mais, apesar de voltarmos ao passado de fornecedores de matéria prima. Acontece que os chineses descobriram que comprando terras no Brasil, podem instalar aqui suas empresas produtoras, lucrando duplamente com as exportações e chegando até a controlar os preços da produção. E como estão comprando, geralmente atrás de testas de ferro e de “laranjas” nacionais. Daqui a pouco instalarão aqui a China Ocidental. É bom tomar cuidado.

Fonte: Tribuna do Povo

Palocci caiu na boca do povo, virou piada. É um fenômeno em termos de consultoria de economia e finanças, porém não tem mais prestígio ou credibilidade para ser homem público.

Carlos Newton

Na internet, há vários dias circula a “Corrente do Palocci”, em que ele aparece como se fosse um Buda. A mensagem avisa que, se você não quebrar a corrente e repassar a mensagem para 20 amigos, fica rico mais facilmente do que o ministro. Realmente hilário.

Agora, passou a circular na web mais uma piada, que nos foi enviada pelo advogado José Carlos Werneck, colaborador da Tribuna em Brasília. Diz o seguinte: “Segundo fontes seguríssimas, o banqueiro Horácio Cortez, personagem do ator Herson Capri, na novela “Insensato Coração”, após assistir a entrevista do ministro, resolveu fazer uma proposta milionária para que Pallocci ocupe uma importante diretoria do Banco Andrade Cortez, convencido de que o ainda chefe da Casa Civil é uma fera em matéria de finanças”.

Brincadeiras à parte, o fato é que Palocci não tem a menor condição de continuar no governo. Basta revermos com atenção as explicações do advogado José Roberto Batochio na entrevista à TV Globo, que foram repetidas por Palocci como se fosse um boneco de ventríloco. (Aliás, nessa história toda, Batochio é o único que vai se sair bem, pois está levando boa parte da fortuna acumulada pelo ministro dublê de “consultor empresarial”).

Como todos sabem, o “Jornal Nacional” divulgou apenas uma pequena parte da entrevista ao repórter Julio Mosquera. A íntegra foi exibida pela GloboNews. É preciso reconhecer que o jornalista fez um trabalho perfeito. Estava muito preparado, dominando inteiramente o assunto. Fez todas as perguntas possíveis e imagináveis, usou ao máximo as informações disponíveis, inclusive citou possíveis “clientes”, colocando o ministro em apuros. E sem agressividade, contestou algumas alegações de Palocci, demolindo-as com competência invulgar.

A mais curiosa explicação de Palocci foi sobre o faturamento de R$ 20 milhões no ano eleitoral, justamente quando ele estava por demais assoberbado: primeiro, como coordenador da campanha de Dilma Rousseff: depois, como chefe da chamada “transição de governo”. Vejamos o que alegou:

“Os valores podem ser aproximados, eu não tenho eles nesse momento. Mas o que ocorre é que, no mês de dezembro, eu encerrei as atividades da empresa, dado que ia assumir um cargo na Casa Civil, no governo federal. Eu promovi um encerramento das atividades todas de consultoria da empresa, todos os contratos que eu tinha há dois anos, há cinco anos, há três anos, foram encerrados e eles foram quitados”, disse.

“Ou seja, aqueles serviços prestados até aquele momento foram pagos nesse momento. Por isso que há uma arrecadação maior nesse final de ano, mas são contratos de serviços prestados”, acrescentou o ministro.

Parece incrível que Palocci tenha afirmado isso. Todos sabem que, quando há um contrato entre uma empresa e uma prestadora de serviços (no caso, “consultoria”), sempre que ocorre um fato imprevisto e o serviço tem que deixar de ser prestado, a empresa simplesmente declara o contrato extinto e não faz mais pagamentos. Com Palocci, porém foi diferente: todos os clientes decidiram espontaneamente pagar pelos serviços que jamais seriam prestados. É realmente um consultor muito especial, digamos assim.

Se Palocci pensou que essa entrevista iria passar algum alvejante mágico em sua imagem encardida, está totalmente equivocado. A gravação serviu apenas para mostrar que o chefe da Casa Civil não consegue explicar nada, suas alegações beiram ao ridículo, justificando as piadas que já circulam sobre ele.

Ficou mais do que patente que Palocci não conseguirá convencer o Ministério Público Federal, que requisitou à empresa de consultoria Projeto e à Receita Federal a entrega de documentos que possam comprovar quais são os clientes da empresa e os pagamentos recebidos.

A Projeto e a Receita agora têm até o próximo dia 16 para entregar a resposta aos ofícios encaminhados pelo procurador da República no Distrito Federal Paulo José Rocha Júnior, que abriu em Brasília uma investigação preliminar sobre o enriquecimento de Palocci.

Rocha Júnior cobrou da Projeto os seguintes documentos: escrituração contábil, contratos de prestação de serviços e possíveis aditivos, e comprovantes da prestação de serviços feitos, incluindo cópias de pareceres, atas das reuniões e atestados de recebimento.

Da Receita, a Procuradoria cobrou cópias da declaração de Imposto de Renda da consultoria Projeto desde sua criação, em 2006. Segundo a Receita, o pedido será “respondido na forma da lei”, sem esclarecer se entregará ou não os documentos requisitados.

Por sua vez, a Procuradoria-Geral da República informou que não divulgará o conteúdo das explicações já enviadas por Palocci. Sabe-se apenas que o procurador geral da República, Roberto Gurgel, pediu que o ministro se manifestasse sobre quatro representações protocoladas por partidos de oposição.

Se entender que as explicações não foram suficientes, Gurgel poderá então determinar a abertura de mais uma investigação sobre Palocci, que precisa sair do governo o mais rápido possível, antes que essas investigações e os consequentes processos judiciais se compliquem, e o advogado leve todo o dinheiro que restou ao ministro-consultor.

Já ia esquecendo: a Veja traz novidades sobre Palocci: o apartamento em que ele mora há tempos (não o novo, recém-comprado por R$ 6,6 mil em duas parcelas) pertence a uma empresa de fachada e está em nome de dois laranjas.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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Dívida no cartão se arrasta por anos

Paula Cabrera
do Agora

O aumento para 15% no pagamento do mínimo na fatura do cartão já está valendo a partir desta semana, mas a mudança proposta pelo Banco Central não deve resolver o problema do endividamento. Para especialistas, mesmo com a alteração, quem bancar apenas o mínimo, pagará juros altos e enfrentará muitos anos até quitar a dívida total, assim como acontecia com a cobrança dos 10%.

Isso ocorre porque, apesar de o valor ter aumentado, não há qualquer controle no índice de taxas do rotativo - juros pela utilização do valor que não foi parcelado.

Por exemplo, um consumidor que paga o mínimo de uma fatura de R$ 1.000 por um ano, arrasta a dívida por mais dez anos.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste domingo

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