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domingo, novembro 18, 2007

Expurgo no Ipea

Pela primeira vez em mais de 40 anos um grupo de pesquisadores não-alinhados à política do governo foi demitido pela direção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), agora subordinado ao Ministério Extraordinário de Assuntos Estratégicos, comandado pelo professor Roberto Mangabeira Unger. Ao determinar o afastamento dos economistas Fabio Giambiagi, Otávio Tourinho, Gervásio Castro de Rezende e Régis Bonelli, o recém-nomeado presidente da instituição, Márcio Pochmann, adotou uma linha de ação desconhecida até mesmo durante o período militar, quando os profissionais do Ipea puderam produzir e publicar numerosos trabalhos de crítica à política oficial. Os dois primeiros são funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e estavam cedidos, havia alguns anos, ao Ipea. A nova direção do instituto decidiu não renovar seus contratos. Com explicação semelhante, o governo da Venezuela promoveu o fechamento de um canal de televisão: apenas deixou de renovar sua concessão. É a democracia venezuelana, louvada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e agora adotada no Ipea como linha administrativa. Os novos problemas do instituto começaram quando o presidente da República o transferiu do Ministério do Planejamento para a área do ministro Mangabeira Unger. Oficialmente, portanto, os dois economistas não estão sendo afastados por motivo ideológico, embora sejam conhecidos como críticos da política do governo. O caso mais notório é o de Fabio Giambiagi, nome familiar a quem acompanha os debates sobre política fiscal e previdência. Ele tem sido um defensor importante da contenção dos gastos públicos e foi um dos proponentes de uma política para equilíbrio total das contas governamentais. Tem-se notabilizado, também, por estudos a respeito da Previdência e pela defesa de uma nova reforma do sistema. Bonelli e Rezende são aposentados, mas continuavam prestando serviços ao Ipea. São pesquisadores com respeitável produção, renome profissional e importante currículo de participação nos debates públicos. Foram convidados a sair, sob alegação de irregularidades em seus contratos. Em entrevistas, Pochmann negou o expurgo e afirmou ser ele também um crítico da política econômica, mencionando seus ataques à política de juros. Mas essas críticas têm sido também as do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do vice-presidente da República, José Alencar, membro do PRB e responsável pela indicação de Mangabeira Unger. É, portanto, uma crítica alinhada. Choques eram esperados. Ao tomar posse, Márcio Pochmann defendeu num discurso o aumento do gasto público, necessário, segundo ele, para a superação do raquitismo estatal - como se não estivesse falando de um Estado balofo e perdulário. Pochmann tem defendido também o aumento de contratações, como se o inchaço da folha de pagamentos fosse o remédio para uma administração pública pesada, ineficiente e sujeita, desde o começo da gestão petista, ao aparelhamento político. Em artigo recente, Pochmann comparou o moderno agronegócio brasileiro à agricultura colonial (quando a produção era extensiva, baseada na mão-de-obra escrava e exportada apenas para a metrópole). O artigo, uma defesa da intervenção estatal na produção de biocombustíveis, seria apenas cômico, se não fosse assinado pelo presidente de um dos mais importantes centros brasileiros de pesquisa. O contraste entre o nível acadêmico de Pochmann e o dos quatro profissionais por ele descartados não é, no entanto, o dado mais importante. Relevante, acima de tudo, é o abandono de um padrão de liberdade de opinião mantido, até agora, em toda a história do Ipea, desde o período militar. Essa mudança marca não só a direção do Ipea, mas também o ministério dirigido pelo professor Mangabeira Unger e o Palácio do Planalto. Essa marca é ignóbil e identifica um estilo de gestão e de política. Se Márcio Pochmann tomou a iniciativa de afastar os quatro economistas, carrega todo o peso da decisão infame. Se apenas cumpriu uma ordem, sem se revoltar e sem pedir demissão, tornou-se cúmplice de uma ação indesculpável. Esse ato escandaloso pode ser o começo da destruição de um dos últimos centros de excelência do governo brasileiro. Para o presidente Lula, admirador de Chávez, isso pode não fazer diferença. Mas é uma estranha marca no currículo de dois professores universitários, Unger e Pochmann.
Fonte: Estadao

Fraude no Programa Nacional do Livro atinge escolas e professores

Deodato Alcântara, do A Tarde


O Programa Nacional do Livro, gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação e Cultura (MEC), executa quatro programas voltados ao fornecimento gratuito de livro didático para escolas estaduais e municipais. Só este ano foram adquiridos e estão sendo distribuídos 68,3 milhões de títulos para o ensino fundamental (Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, da 5ª à 8ª série), e 14,4 milhões para o ensino médio (Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio - PNLEM, do 1º ao 3º ano), para uso a partir do ano que vem.
São R$ 968 milhões investidos nas cerca de 150 mil escolas desses dois níveis, segundo a coordenadora-geral dos programas do livro do FNDE, Sônia Schwartz. Catalogadas no censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), essas instituições de ensino passaram, na virada do semestre, pelo processo de escolha dos livros que seus professores pretendem trabalhar em sala de aula. As obras oferecidas são títulos avaliados pelo MEC (no PNLD são 91 coleções de 15 editoras), que nas instituições passam pelo crivo dos professores antes de efetivado o pedido.
Durante o processo, há discussões com a respectiva Secretaria de Educação (municipal ou estadual), até que um representante da secretaria ou da direção da escola efetive o pedido ao MEC: em formulário pela internet (com senha fornecida via Correios pelo FNDE), ou formulário de papel que chega à escola também pelos Correios (encartado no Guia de Livros Didáticos, no qual constam etiquetas autocolantes com códigos de barras dos livros oferecidos). Segundo critérios do MEC, se for feito requerimento em duplicidade, via web e Correios, o da internet é descartado. Ao final do prazo para escolha, cabe ao FNDE negociar nas editoras, concretizar a compra e executar a distribuição.
Este ano, um número ainda não mensurado de escolas públicas vai receber até mesmo todos os títulos para o ano letivo de 2008 diferentes dos escolhidos por seus professores (a distribuição começou há menos de um mês e deve ser concluída até 10 de janeiro). Em pesquisa de apenas três dias no site do FNDE (www.fnde.gov.br), A TARDE constatou pelo menos 350 pedidos adulterados em várias regiões do Estado, principalmente na capital, sudoeste e extremo sul, quase todos direcionando as compras do órgão à Editora Moderna, casos que tanto a empresa fornecedora quanto o MEC negam ter sido de má-fé.
Irregularidade – Tudo indica que a irregularidade teve início no primeiro semestre de 2007, quando o FNDE abriu o processo de escolha do livro didático. Em alguns municípios da Bahia, os formulários em papel não chegaram, a exemplo dos localizados no extremo sul: Teixeira de Freitas, Itabela, Nova Viçosa e Itamaraju, que foram obrigados a efetivar os pedidos via internet. “Os formulários de algumas regiões não chegaram à capital para ser distribuídos”, afirmou um funcionário dos Correios, da Distribuição Grandes Empresas (agência Pituba), que pediu para não ser identificado.
Já em Salvador, muitas escolas receberam o formulário via Correios (acompanhado do livro guia e das etiquetas com códigos de barras). No entanto, em várias escolas esses kits desapareceram durante a greve dos professores, de maio a julho (período da escolha dos livros). Na apuração, A TARDE obteve cópias de pedidos originais, feitos via internet, nos quais os diretores das escolas fizeram questão de observar, de punho, que o formulário em papel e as etiquetas com os códigos de barras “sumiram dentro da secretaria”. Isso aconteceu na Escola Estadual Suzana Imbassahy, no bairro de Macaúbas, cuja cópia do pedido via web é assinada pela presidente do Colegiado, Terezinha Pessoa, e professores.
Não adiantou o apelo de Terezinha: “Os professores (...) esperam que prevaleça a escolha feita, via internet, tendo em vista que as etiquetas foram extraviadas”. A compra do MEC para a Escola Estadual Suzana Imbassahy, no entanto, foi efetivada com todos os títulos trocados, com base em um pedido via formulário de papel, onde consta como responsável Oledy de Azevedo Lima, moradora de Vitória da Conquista (a 509 km da capital): ao invés de Fazendo a diferença (matemática); Português e linguagens; História, sociedade e cidadania; Construindo o espaço (Geografia); e Ciências novo pensar, livros das editoras FTD, Saraiva, FTD, Ática e FTD, a escola vai receber outros títulos (130 livros), da Editora Moderna.
Na sede do município baiano de Araci há o caso do Colégio Estadual Imaculada Conceição, cuja cópia do pedido foi fornecida pela diretora, Selma Mota, assinado por sete professores participantes da escolha dos títulos. “Na semana da escolha do livro didático, ocorreu o desaparecimento do formulário fornecido pelo MEC”, ressaltou.
Para surpresa dos diretores e professores das escolas, os formulários “sumidos” reapareceram ao final do processo de escolha, no site do FNDE, e se sobrepuseram aos pedidos via web, como prevê o regulamento do MEC. Centenas desses formulários (os já localizados por A TARDE) foram preenchidos em lotes de caligrafias quase idênticas. Há também casos de dez, 12 ou 15 formulários com nome e CPF da mesma pessoa, porém assinaturas muito diferentes, ou preenchidos com dados distintos, porém com a mesma caligrafia.
MUITOS CASOS – A TARDE localizou dezenas de pessoas cujos nomes constam nos documentos, quase todos professores de regiões diferentes das escolas cujos formulários de pedido de livros levam seus nomes. Afirmaram desconhecer a fraude.A TARDE detectou casos suspeitos em Sergipe, Alagoas e Minas Gerais, e a coordenadora-geral dos programas do livro didático, Sônia Schwartz, confirmou ter recebido queixa do Estado do Pará. Segundo ela, um cidadão foi ao Ministério Público local depois de ter descoberto que o nome dele foi usado em pedidos de livros para escolas com as quais não tem vínculo. “Por enquanto temos apenas 21 processos de investigação instaurados, alguns de queixas coletivas da mesma região”, disse Sônia.

Deputados baianos gastam R$ 612 mil de auxílio-morádia

Silvio Ribas, da Sucursal Brasília, do A TARDE


Dezessete dos 39 deputados federais baianos moram em hotéis e imóveis alugados de Brasília, em vez de ocuparem apartamentos funcionais, gerando uma despesa anual de R$ 612 mil. Questões familiares, praticidade e a precariedade ou mesmo a insuficiência de apartamentos da Câmara justificam a opção da maioria por receber R$ 3 mil mensais de auxílio-moradia. O abandono dos funcionais é um movimento geral e que cresce ano após ano. Dos 513 deputados, só 215 têm residências oficiais na Asa Sul do plano piloto. Nessa relação está fora o presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP), que mora na casa do Lago Sul reservada ao ocupante do cargo.
Mas, mesmo que todos desejassem usufruir o direito a apartamento gratuito, haveria a necessidade de pesadas reformas e ainda restaria um déficit de 80 unidades. A maior parte dos 432 apartamentos, alguns construídos há mais de 40 anos, estão em péssimo estado e favoreceram o gasto de R$ 109 milhões em auxílio-moradia ao longo dos últimos 13 anos.
Apenas com custeio são gastos R$ 19 milhões por ano com moradia dos deputados, dos quais R$ 9 milhões com a simples manutenção dos imóveis. Além disso, volta e meia, a Câmara precisa ir à Justiça para reaver imóveis indevidamente ocupados por ex-parlamentares, incluindo alguns com mandatos cassados.
São muitas as soluções sugeridas para superar o imbróglio. Entre elas, estão reformar os apartamentos piores, subdividir os maiores para garantir unidades a todos, leiloá-los e assim oficializar o auxílio ou ainda deixar tudo como está, vendo encarecer a conta com hotéis e manutenção de imóveis fechados. Uma decisão definitiva, porém, só deve sair em 2008. Enquanto isso, os debates se resumem à polêmica reforma já autorizada pela Mesa Diretora. No início de outubro foi decidido abrir licitação para aplicar R$ 36 milhões do orçamento da Câmara no reparo de 120 dos 217 apartamentos desocupados. Os editais das obras foram criticados por preverem instalação de banheiras de hidromassagem.
Argumentos – A comodidade para quem mora sozinho na cidade foi o motivo alegado pelo deputado Sérgio Carneiro (PT-BA) para se mudar para um hotel. “No primeiro mandato, morei em apartamento funcional. Mas o imóvel que recebi veio sem qualquer aparato. Tive de colocar tudo dentro, desde utensílios domésticos, móveis, roupas de cama, mesa e banho e até telefone sem fio”, conta.
Ele acrescenta que a despesa ficava ainda maior com a contratação de uma empregada, mesmo com o período de recesso parlamentar. “Como minha esposa não veio comigo nesta legislatura, o que me faz ficar entre Brasília e Salvador, optei por um hotel que oferecesse, a um custo compatível, facilidades como café da manhã, lavanderia e arrumadeira”, diz. O parlamentar reclama que o auxílio-moradia está “aquém dos valores praticados” pelo mercado hoteleiro de Brasília.
Também em nome da praticidade depois que seus filhos, já crescidos, decidiram ficar na Bahia, o deputado Jorge Khoury (DEM-BA) resolveu se mudar pela primeira vez para um hotel. “O apartamento é muito grande e não justificaria montar um lar completo morando sozinho”, disse. Ele não vê razão de ter que adquirir todos os utensílios e mobiliário necessários para se morar. Khoury acha que o ideal seria a Câmara leiloar os 215 apartamentos funcionais e incorporar o auxílio-moradia aos ganhos dos deputados. Receptivo - Raymundo Veloso (PMDB-BA) gosta de receber familiares e amigos em seu apartamento funcional de Brasília e acha que todos os deputados deveriam dispor de um. “Se o imóvel oficial existe, então seria uma obrigação do parlamentar ocupá-lo”, acha. Ele só reclama de ter recebido uma unidade em “péssimas condições”, com vidros quebrados e problemas diversos. “Foi um susto. Como um colega poderia deixar algo assim para outro? Isso não é certo”.
Depois de anos vivendo em apartamento funcional, João Almeida (PSDB-BA) decidiu recentemente mudar-se para um hotel. Além de se sentir bem acomodado, o deputado se convenceu de que a venda de todos os imóveis é uma forma de economizar. “Na ponta do lápis, ficaria mais barato estender o auxílio-moradia a todos do que fazer a manutenção dos apartamentos”, argumenta. “O valor do auxílio é compatível com o mercado de Brasília, que oferece opções para todos os casos”. Ele ressalta que os imóveis também exigem aparato burocrático da Câmara, exclusivamente dedicado à conservação e ao pagamento de seus gastos correntes.
Critérios de escolha – O tamanho dos imóveis é um dos fatores que interferem na escolha pelo auxílio-moradia. Muitos preferem ficar em flats que, além de menores, oferecem serviços de lavanderia e faxina incluídos na diária. O deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), que ocupa apartamento funcional, acha desnecessário um imóvel tão grande para alguém só, apoiando a tese de dividir imóveis em dois ou a compra de menores. Mas ele discorda totalmente da proposta de se vender tudo. “Não vejo vantagem em leiloar um patrimônio da Câmara só para fazer caixa, caso a intenção seja acabar com o auxílio. Temos de oferecer apartamentos em condições adequadas para todos os deputados”, diz.
Enquanto não se decide o seu futuro, os 18 prédios residenciais que a Câmara mantém em quatro quadras de alto nível da capital federal (302 Norte, 202 Norte, 311 Sul e 111 Sul) formam, mesmo com deterioração, um patrimônio avaliado em pelo menos R$ 150 milhões. As unidades têm três quartos grandes, suíte, escritório e sala de mais de 50 metros quadrados, além de dependências de empregados com dois quartos.
Fonte: A TARDE

Controlada rebelião na Casa de Detenção de Maceió

Agencia Estado
Foi controlada no fim da tarde a rebelião iniciada durante a tarde na Casa de Detenção de Maceió. O motim teve início por volta das 14 horas, quando os amotinados atiraram contra agentes penitenciários e assumiram o comando da unidade. Os presos estavam armados e dispararam contra os funcionários. A rebelião teria começado depois que uma fuga foi impedida pelos agentes.Seis detentos morreram e 70 estão feridos. Destes, sete ainda permanecem internados no Hospital e Pronto Socorro de Maceió. A cadeia abriga presos que ainda não foram julgados e sofre com problemas de superlotação.
Fonte: A TARDE

Petista prefere condenar José Sarney e Paulo Maluf

O secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, escreveu um artigo criticando o senador José Sarney (PMDB-AP) e o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) por atacarem o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Sarney e Maluf —integrantes da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT— criticaram Chávez e a democracia na Venezuela. No artigo, publicado no site do PT, Pomar diz que ambos são “os dois principais personagens em torno dos quais se dividiu o antigo PDS, partido da ditadura militar no Brasil” e que agora “se dedicam a avaliar o grau de democracia que existe na Venezuela” Pomar afirma que “ninguém é obrigado a concordar com o estilo de Chávez, com a reforma constitucional ou com o “socialismo bolivariano””. “Mas é impossível ouvir calado certa gente posando de democrata, acusando o governo da Venezuela de ser ditatorial por estar propondo “reeleição ilimitada” e por ter “fechado” um canal de comunicação”, diz ele no artigo. O dirigente diz que Sarney não pode criticar Chávez por não renovar a concessão de um canal de TV porque ele foi “integrante da ditadura que censurou jornais, prendeu e matou jornalistas”. Sobre Maluf, Pomar afirma no artigo que “beira o grotesco sua crítica à proposta da reeleição ilimitada”. Pomar diz ainda que “a possibilidade da reeleição do primeiro mandatário do País está presente em vários outros países do mundo e não é isto, isoladamente, que faz de um país ditadura ou democracia”. Ele também criticou o rei da Espanha, Juan Carlos, que mandou Chávez se calar durante a cúpula Ibero-americana, em Santiago (Chile). “Para quem não lembra, a República espanhola foi esmagada por um levante fascista, que restaurou a monarquia.” “[...] Tudo isto diz muito sobre a hipocrisia de muita gente que se opõe a Chávez e, por tabela, discorda da entrada da Venezuela no Mercosul. De pacífica e educada, esta gente não tem nada, nem mesmo os modos”, diz Pomar em seu artigo. A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara adiou nesta semana a discussão e votação do parecer sobre a adesão da Venezuela ao Mercosul. Em meio a um debate acalorado entre a oposição e governistas, ficou acertado que o relatório deverá será votado na quarta-feira (21), após audiência pública com diplomatas e especialistas em Mercosul e direito internacional.
Lula é líder mais bem avaliado por latinos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito, pelo segundo ano consecutivo, o governante mais bem avaliado pelos latino-americanos, de acordo com uma enquete da Corporação Latinobarômetro, com sede em Santiago, no Chile. O venezuelano Hugo Chávez e o americano George W. Bush estão empatados entre as piores avaliações. De acordo com a enquete, o presidente brasileiro teve preferência de 5,7 pontos de uma escala de 0 a 10, na qual 0 significa avaliação muito ruim e 10, muito boa. A pesquisa ouviu 20.212 pessoas em 18 países da região. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, foi a segunda líder mais bem avaliada, com uma preferência de 5,5 pontos. Em terceiro lugar ficou o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, com 5,2 pontos, seguido por Felipe Calderón, do México, e Rafael Correa, do Equador, com 5,1 cada um. Em último lugar aparece o líder cubano Fidel Castro. A pesquisa da Latinobarômetro foi realizada entre 7 de setembro e 9 de outubro, com amostras de 1 mil a 1,2 mil casos representativos de 100% da população nacional de cada país, com margem de erro de 3%.
PDDU volta a ser tema de debate em audiência
Tendo como objetivo promover a discussão com setores do governo, segmentos populares, empresariais e técnicos sobre o que dispõe o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - PDDU 2007, a Comissão de Transportes, Trânsito e Serviços Municipais da Câmara Municipal de Salvador realiza na próxima terça-feira, uma audiência pública, às 14h30, no Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador, na Praça Municipal. A intenção, conforme explica o vereador Jorge Jambeiro, presidente da Comissão e idealizador do evento, é viabilizar o acesso a esclarecimentos sobre o polêmico PDDU nas questões relacionadas com o impacto na mobilidade urbana, infra-estrutura de transportes e serviços públicos da Cidade de Salvador. Na ocasião, o arquiteto e professor de urbanismo Armando Branco fará uma apresentação em cima do tema “O PDDU e os impactos na mobilidade urbana do Salvador”. De acordo com Jambeiro, a audiência visa também coletar subsídios e sugestões que efetivamente possam contribuir para o enriquecimento do conteúdo do Plano Diretor apresentado pela administração municipal. Para o lider da oposição, vereador Téo Senna, é preciso ampliar o debate e discutir o Plano em um prazo maior do que o estabelecido. Segundo Téo, o Colégio de Líderes da Câmara elaborou um calendário solicitando que o PDDU fosse discutido em 28 audiências, mas a proposta não foi aceita pelo Executivo de Salvador. “Infelizmente o prefeito João Henrique não aprovou o calendário proposto pela Câmara”, lamentou o vereador.
Fonte: Tribuna da Bahia

Reforma do Regimento provoca entrave na AL

A próxima semana será decisiva para a esperança de funcionamento, ainda este ano, da Comissão de Reforma do Regimento Interno da Assembléia Legislativa, que parece encantada na resistência para conclusão de seus trabalhos, sempre prevista para 90 dias. A comissão, que existiu nos últimos três anos da legislatura anterior, atravessando as presidências dos deputados Carlos Gaban e Clóvis Ferraz, ambos do DEM, este ano nem mesmo foi instalada por omissão da maioria de seus integrantes. Se isso for perguntado a qualquer deputado próximo à questão, em geral a resposta é a mesma: “O anteprojeto do novo Regimento está 90% pronto, restam alguns detalhes”. Por que não sai, é um mistério, que chegou a ser explicado pelo interesse em manter cargos na estrutura da comissão. Pode ser, mas a verdade é que, entre os 10% que faltam, um fator político importante revela-se nos bastidores: a capacidade de atuação da bancada oposicionista, indispensável no regime democrático. Trata-se aqui de um instrumento regimental dos mais valiosos na batalha legislativa. É que, na apreciação de um projeto, cada um dos 63 deputados tem direito a discursar por 20 minutos, tempo que nunca é cumprido rigidamente e que permite o chamado processo de obstrução. Os oradores sucedem-se na tribuna, prolongando a sessão, e os deputados do governo precisam de muita determinação para garantir, pelas madrugadas, número legal de presenças para continuar os trabalhos, de 21 parlamentares, e, principalmente, para votar projetos - 32 deputados. Nos governos anteriores ao de Jaques Wagner, em que prevaleceu o poder do antigo PFL, hoje DEM, a oposição capitaneada pelo PT elegeu no máximo um terço da Assembléia, 21 deputados. E era de seu interesse manter os 20 minutos para cada discurso, pois assim combateriam como pudessem as iniciativas dos pefelistas, cujo objetivo invariavelmente era passar o rolo compressor. Agora na oposição, deputados do DEM confidenciam o temor de que, na finalização das mudanças no Regimento, o tempo do discurso caia para 10 minutos, c???omo eles queriam no passado, ou ainda menos, a julgar pelo traquejo que os governistas começam a demonstrar com os recursos políticos a sua disposição. Com uma maioria no plenário que chega aos quatro quintos - 50 deputados a 13, coisa nunca vista -, o governo constantemente dá demonstrações de força nas votações, mesmo secretas, como ficou clara-mente marcado em todo o processo que fez do deputado Zilton Rocha (PT) conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. (Por Luis Augusto Gomes)
Nilo quer instalar comissão
A comissão do Regimento não foi instalada e, portanto, não tem presidente. Mas nos anos em que funcionou, foi dirigida pelo deputado Reinaldo Braga (PSL), tendo como relator Paulo Câmera (PTB), ambos eleitos pelo PFL e que depois aderiram ao governo Wagner. Comentando a situação da comissão, Braga disse que conversou “duas ou três vezes” com os deputados indicados para o colegiado, convidando-os a instalar os trabalhos. Como não teve sucesso, “não quis insistir”. O deputado acrescentou que, ainda assim, tem discutido aspectos do futuro Regimento com colegas da bancada e que, se for o caso, voltará a procurar os membros da comissão. Ao seu lado, na sala do cafezinho da AL, o oposicionista Júnior Magalhães (DEM) duvida do êxito da empreitada: “O problema é a falta de quórum. São quatro anos sem dar quórum para as decisões”, provocou. O curioso é que os membros da comissão do Regimento são de maioria governista, mas da turma que chegou ao poder com Wagner só há três, Yulo Oiticica (PT), Zé Neto (PT) e Leur Lomanto Junior (PMDB). Outros três agora governistas eram oposição até pouco tempo: além dos já citados Braga e Câmera, o deputado Elmar Nascimento (PR). No atual quadro de movimentação mais livre nos meios políticos, muitas vezes não se distinguem os limites entre governistas e oposicionistas no trato de interesses específicos, e assim é difícil saber que rumo terá a nova etapa de comissão. O presidente da Assembléia, Marcelo Nilo (PSDB), disse que a conclusão da reforma do atual Regimento, que data de 1985 - foi outro tema abordado no encontro que teve com deputados na última quarta-feira. Ele falou com os líderes partidários e ratificou a afirmação de que a comissão será instalada esta semana, que já começa agitada, porque segunda-feira serão votadas as contas do governo Paulo Souto relativas a 2006. (Por Luis Augusto Gomes)
Bahia cria 6,2 mil novos empregos em outubro
O nível de emprego com carteira assinada na Bahia cresceu 0,50% em outubro, percentual que representa saldo positivo de 6.219 novos postos no mercado de trabalho formal. Foram 48.146 admitidos e 41.927 desligados durante o mês. O saldo acumulado de 62.273 novas vagas abertas este ano já supera em 37 mil empregos o total acumulado em 2006, que foi de 25 mil novas vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, que foram analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento. “Diante da sustentabilidade observada no processo de criação de empregos, é plenamente possível vislumbrar que a Bahia encerrará o ano de 2007 com um dos melhores desempenhos da década no tocante a criação de emprego formal”, diz o diretor de Pesquisas da SEI, José Ribeiro Soares Guimarães. Em termos setoriais, em outubro de 2007 o destaque ficou por conta do setor de serviços (2.811 novas vagas), comércio (2.471 postos) e indústria de transformação (2.249 novos empregos, com destaque para a indústria mecânica que criou 1.082 vagas). O setor agropecuário apresentou resultado negativo, com a eliminação de 1.877 empregos. Apesar da retração no mês, a agropecuária acumula em 2007 o saldo positivo de 9.045 vagas, o correspondente a uma expansão de 9,67%. No acumulado dos dez primeiros meses de 2007 (de janeiro a outubro), os 62.273 novos empregos gerados correspondem a um incremento de 5,36% . O resultado está abaixo da média nacional (6,55%) e superior em relação ao conjunto da região Nordeste, que acumula um aumento de 4,86%, mediante a criação de um saldo de 201.836 novos empregos. A Bahia responde isoladamente por 31,6% do total de empregos criados este ano na região Nordeste. O interior do estado lidera a geração de empregos em 2007 com 34.820 empregos (55,9% do total), o que reforça o processo de desconcentração espacial da geração de oportunidades de trabalho. Entre janeiro e outubro de 2007 o setor que mais respondeu pelo surgimento de novos empregos com carteira de trabalho assinada foi o de serviços (16.320 vagas ou 26,2% do total), seguido pela indústria de transformação (13.305 ou 21,4% do total), construção civil (11.178 postos ou 17,9%) e comércio (10.532 vagas ou 16,9% do total). “A diversificação setorial e espacial da geração de emprego no estado vem sendo fundamental para o desenvolvimento social da Bahia”, afirma o economista José Ribeiro.
Estado terá trinta vôos internacionais por semana
30 vôos internacionais por semana para Salvador. A marca está sendo comemorada pelo secretário de Turismo Domingos Leonelli, e é resultado do esforço do Governo da Bahia e do trade turístico baiano, que estão trabalhando unidos para garantir o verão e minimizar os efeitos da crise aérea. O secretário confirmou ontem, mais três vôos internacionais ligando Buenos Aires a Salvador, sem escalas, que serão operados pela TAM a partir de 16 de dezembro. A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) já autorizou a nova operação, que foi acordada com o diretor da TAM para a América Latina, Angel Rovira. “Saímos de 19 vôos internacionais no começo do ano, logo após o Carnaval, para 30 vôos, que irão garantir o fluxo de turistas estrangeiros na temporada de verão”, comentou Leonelli, acrescentando a esta lista o novo vôo direto Salvador/Paris, também captado pela atual administração. Desta forma, a empresa aérea TAM passa a manter 10 vôos semanais ligando a capital baiana à capital argentina, sendo que sete deles com escala em São Paulo (SP). Os vôos diretos sairão de Buenos Aires às sextas, sábados e domingos, e, de Salvador, às segundas-feiras. Em número de turistas, os novos vôos significam um ótimo reforço para o verão, já que cada um deles trará 240 passageiros, com uma média de 200 argentinos que virão passar as férias em Salvador. O aumento deste fluxo deve-se à retomada do mercado argentino, com a grande promoção que a Bahiatursa realizou na capital portenha, em agosto, e os esforços do Governo da Bahia e dos operadores argentinos e baianos.
Fonte: Tribuna da Bahia

Bahia vai em busca do investimento dos árabes

TRIBUNA DA BAHIA
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O mercado de segunda residência no Nordeste e particularmente na Bahia, embora já absorva investimentos estrangeiros, pode se tornar um importante vetor de desenvolvimento para a região. Uma missão baiana, integrada pelo governador Jaques Wagner e outros governadores do NE e empresários, dentre eles o vice-presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste (Adit), Roberto Carlos, vão a Dubai no mês de fevereiro, mostrar aos árabes as oportunidades de negócios nesse segmento. “Eles têm mais de 100 bilhões de euros para serem investidos nesse nicho e nós queremos atrair uma fatia para a Bahia e para o Nordeste”, frisou Carlos. Ele falou em entrevista exclusiva à Tribuna da Bahia ontem, durante a XVIII Convenção Anual da Ademi-BA, sobre o potencial do Nordeste no mercado de segunda residência. No mundo, esse mercado já está consolidado há muito tempo, com algumas áreas muito conhecidas. “Hoje você disputa com 13 destinos para atrair investimentos europeus e agora árabes. Você tem o Caribe, sacramentado com vários lugares, a República Dominicana, Cancún, por demais conhecido, o México, a Ilha da Madeira, a Grécia, a Bósnia, a Bulgária, que está explodindo, o sul de Portugal, a região do Algavre e outros lugares. O Nordeste tem um grande potencial, temos preço, sol o ano inteiro, não temos problemas climáticos, vulcão, terremotos etc e muito menos intolerância religiosa”, disse Carlos Numa análise sobre o capital internacional, ele afirma que o mundo está com excesso de liquidez, “os fundos imobiliários europeus estão buscando dentro do seu portfólio de investimentos destinar 5% dos recursos para colocar no Nordeste. No ano de 2005 foram investidos 3 bilhões de euros, no mercado de segunda residência, fora da Europa. Os números de 2007 ainda não estão fechados, mas devem se situar na casa dos 9 bilhões de euros”. Carlos argumenta que “ precisamos mostrar no exterior, de maneira organizada, o nosso potencial, muitas vezes as pessoas não conhecem o Brasil. O mercado árabe é excelente para o Brasil entrar porque a imagem do País lá fora é muito forte, por causa do futebol e nós temos uma colônia grande de árabes em São Paulo. Eles têm uma excelente imagem do Brasil. Os Emirados Árabes abriram um fundo imobiliário para captar 6 bilhões de euros e chegaram a 100 bilhões. Eles já estiveram no Nordeste, sobrevoaram todo o litoral e estão buscando lugares onde aplicar”. O presidente da Adit estima que o Nordeste possa receber 5 bilhões de euros do capital árabe e a Bahia ser contemplada com metade desses recursos, ou seja, 2,5 bilhões de euros. “ Vinte presidentes de empresas do segmento imobiliário vão a Dubai com o governador Jacues Wagner e mais 4 governadores do Nordeste fazer um workshop durante uma semana , no final de fevereiro, em Duibai, mostrar nosso potencial. Agora precisamos ter regras claras no quesito meio ambiente, o que não pode acontecer são mudanças depois que o empreendimento está aprovado”, reclama Roberto Carlos. “Você passa ás vezes um ano ou um ano e meio para licenciar um empreendimento, você aprova, registra e vai ao mercado, aí vem o Ministério Público e embarga o empreendimento, dizendo que está tudo errado. Veja o que aconteceu com o Ibero Star e com o Reta Atlântico. A Cosbat teve o empreendimento do Rio Vermelho embargado depois que ele estava na quinta laje. As regras precisam ser claras, do contrário você cria uma incerteza jurídica, o que acaba inibindo os investimentos”, Segundo o presidente da Adit, hoje “há algo em torno de 2 bilhões de dólares aplicados no segmento de segunda residência na Bahia, são projetos que estão contratados, em processo de aprovação, construção e alguns que nem deram partida ainda, esperando que as regras sejam definitivas, muitas áreas estão compradas à espera de deslanchar os projetos e acredito que podemos crescer esses números exponencialmente. Hoje o mundo tem liquidez e a Bahia pode se aproveitar desse momento, ou ficar para trás. Precisamos entender que o capital hoje é global, você não disputa mais mercado com Rio, São Paulo, Ceará, Paraíba, você disputa com a Itália,com o Caribe, com o leste europeu”, analisa Roberto Carlos.
A bola de neve que vem de Guarajuba
* Paulo Roberto Sampaio - Diretor de Redação Esse mundo está mesmo louco. Anteontem descobri que Guarajuba se transformou numa ilha. Senão toda a costa do pujante município de Camaçari e que tanto orgulha o prefeito Luís Caetano, mas os 200 mil metros quadrados onde está situado o Vila Galé e que neste prolongado fim de semana abriga a convenção da Ademi. Ilha de confiança e felicidade. Pois é, ontem foi dia de sol inclemente nesse paraíso onde estão confinados, por certo a contragosto, centenas de pesos pesados da construção civil na Bahia, a brindar o estupendo 2007 e a festejar o 2008 que se aproxima. Mas apesar do sol abrasador e antes mesmo que ele se escondesse atrás do denso coqueiral que emoldura a bela paisagem de Guarajuba, descobri que mais um fenômeno estava surgindo nessa ilha. Primeiro, que ela parece incrustada no topo de uma montanha e que aqui estava a nevar. Uma imensa bola de neve começava a se formar e a se movimentar vagarosamente em direção a Salvador com uma malemolência própria do que a lenda tratou de presentear o jeito de ser dos baianos e que nada mais é do que um estilo especial de vida. Fenômeno testemunhado por estafados empresários a empunhar copos de chopp e caipirinha que insistiam em evaporar numa velocidade impressionante, por certo por conta do inclemente sol de Guarajuba. Coisas dessa Bahia. Pelo tamanho que a bola já tem e pelo que cresceu nos últimos meses vejo que ela tende a se transformar numa avalanche a cobrir Salvador ainda no fim desse verão quando esse tipo especial de neve começar a derreter e a espelhar por toda a cidade seus efeitos. Uma imensa e saudável avalanche de progresso a sacudir a economia, a gerar empregos e serviços e a irrigar os bolsos de milhares de baianos. A bola de neve que o mercado imobiliário gerou e está gerando pode ser mensurada apenas pelos números de um só lançamento, o Le Parc, situado na Avenida Luis Viana Filho, tolamente chamada de Paralela. Pelo ilustre baiano que a nomeia, o termo Paralela não deveria sequer existir. Em dez dias já foram comercializadas 300 unidades do gigantesco projeto, um resort vertical a ser erguido ao longo dos próximos 36 meses, com 18 torres. Algo inédito na Bahia. Pois é, só este lançamento gerou, em pouco mais de uma semana, um faturamento de aproximadamente R$ 150 milhões. Números que em outros segmentos como a petroquímica, por exemplo, ou até e indústria automobilística, iriam passar a quilômetros do seu bolso, mas que no caso da construção civil vão chegar rapidinho à economia baiana e o que é mais importante: pulverizando seus efeitos entre todas as classes, mas sendo mais sentido exatamente nas classes C, D e E, geradoras de mão-de-obra e serviços para o mercado imobiliário. Assim, não é demais alertar a você, que meio desiludido já pensava em fechar aquela portinha que insiste em chamar de sapataria ou a senhora, que pendura meia dúzia de vestidos e blusas numa improvisada arara e chama orgulhosamente de boutique. Não importa se em Cajazeiras, Periperi ou Nordeste de Amaralina. Deixe o desânimo para trás e se prepare para trabalhar até no fim de semana. Os efeitos multiplicadores desse mercado aquecido tendem a ser sentidos rapidamente, tão logo os canteiros de obras passem a recrutar gente, os grandes distribuidores de material de construção reforcem seus estoques, as caçambas comecem a carregar areia e terra e a paisagem de dezenas de ruas e avenidas dessa centenária e põe centenária nisso, Salvador, comece a mudar com os tapumes a indicar o início das obras. Para o presidente da Ademi, Guto Amoedo, se poucos comemoram até aqui os resultados de um ano de muito trabalho, de sacrifícios, de ousadia, mas altamente positivo, logo muitos haverão de se beneficiar desse momento que se aproxima para a economia baiana. E Guto leva adiante seu otimismo: - Em 2008 estimo um crescimento mínimo de 20 por cento para o setor. Grandes grupos resolveram apostar na Bahia, os tradicionais do Estado estão gerando mais e mais negócios e os novos, seguindo no rastro. E arremata Guto: - Já falei para meu amigo Wanderley, do Leão de Ouro, que ele pode reforçar o estoque porque 2008 vai ser a vez dele e do comércio faturarem. Pelo sim, pelo não, melhor que Wanderley encomende também umas botas de cano longo para andar na neve. Do jeito que essa bola está crescendo por aqui, não sei não...
Fonte: Tribuna da Bahia

Ivete Sangalo faz o estádio do Vitória estremecer

Antes da partida contra o Remo, ela e Daniela Mercury comandaram a festa pela ascensão do rubro-negro


Dilton Cardoso
A grande festa do Vitória pela ascensão à Série A do Campeonato Brasileiro começou às 14h45 quando um helicóptero sobrevoou o gramado do Estádio Manoel Barradas, trazendo a musa Ivete Sangalo a bordo. Os acenos da irreverente cantora, que tem identidade total com a galera, fizeram estremecer as arquibancadas do Barradão. Delírio total num festival de cores e sons, antes do último jogo do rubro-negro em casa pela Série B, contra o Remo, que acabou num empate insosso por 1x1, mas que não diminuiu a grande alegria da galera.
Ivete, trajada a caráter, com o uniforme branco do clube do coração, desceu no centro do gramado, se dirigiu ao local de concentração da torcida Os Imbatíveis e depois saiu dançando em volta olímpica. Foi muito ovacionada, sobretudo quando se ajoelhou no campo e levantou os braços para a galera.
A musa recebeu uma bandeira rubro-negra das mãos do presidente do Vitória S/A, Jorginho Sampaio, e do presidente do EC Vitória, Alexi Portela, com a qual saiu agitando por todos os cantos. Foram pouco mais de 15 minutos de apoteose, mas que ficaram guardados na memória e nos corações dos torcedores do Leão. Antes de voltar ao helicóptero, que a levaria até o aeroporto, onde pegaria seu jatinho para ir a São Paulo fazer show, Ivete recebeu do presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, uma placa e tirou fotos com o trio de arbitragem. Para finalizar sua apresentação no Barradão, já no céu, dentro da aeronave, a musa rubro-negra atirou a bandeira, que foi caprichosamente cair nas mãos de um grupo de torcedores na arquibancada.
Em suas falas, Ivete ressaltou que estava muito orgulhosa do feito do time do Vitória. Em sua animação habitual, frisou que em 2008 não vai ter para ninguém. “Só vai dar Vitória”. Ao som de Sorte grande (Poeira), música que virou hino da galera, mudando os versos para “Primeira, primeira”, ela ressaltou que a subida do rubro-negro foi merecida. “Ano que vem vamos bagunçar. Vai todo o mundo comer acarajé com pimenta”.
Logo em seguida veio outro helicóptero, trazendo Daniela Mercury, que subiu num praticável, cantou o hino do Esporte Clube Vitória e mandou seu recado para a galera. O ministro dos Esportes, Orlando Silva, também prestigiou o evento, divertindo-se com o espetáculo. Com toda a festa, o jogo acabou atrasando 15 minutos.
Antes, a torcida tinha sido brindada com a entrega de milhares de bandeiras rubro-negras. E depois do jogo, como não poderia faltar, um trio elétrico carregou a emocionada multidão vermelha-e-preta por ruas e avenidas numa comemoração que vai durar por todo este ano e o próximo. Afinal de contas, o Vitória voltou a fazer parte da elite do futebol após três anos. Um feito realmente digno de festa.
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Despedida do Barradão completa a festa
Marcelo Sant’Ana
O time do Vitória não presenteou a torcida com um triunfo na despedida 2007 do Barradão. Sem problema. Bastou vaga antecipada à elite do futebol brasileiro, as 40 mil bandeiras, a cerveja gelada por R$1 no Bar do Juca e os helicópteros nos quais foram gravadas imagens para o DVD especial e que trouxeram Ivete Sangalo e Daniela Mercury.
Com a classificação, planejou-se a próxima temporada. Jean e Bida, por exemplo, buscaram o terceiro cartão amarelo e devem ter férias antecipadas. Assim como Ney, Jackson e Joãozinho. Apodi aguarda convocatória do Cruzeiro. Nenhum destes deve ir a Brasília, sábado, enfrentar o Gama. Despedida da Série B é assunto de time misto. A expectativa da semana é pela resposta de Vadão se continua para 2008.
Ontem, o diário esportivo Lance! divulgou, em seu sítio na internet, interesse de o Benfica fechar parcerias com Vasco e Vitória. O presidente do clube português, Luís Felipe Vieira, chegou ao Brasil no final de outubro para negociar o meia Diego Souza, emprestado ao Grêmio. O assessor jurídico Paulo Gonçalves acompanha o presidente. Atua no Benfica o zagueiro David Luiz, formado no Vitória, e transferido por intermédio do empresário Giuliano Bertolucci.
O jogo - O resultado não alteraria o caminho do Vitória, como tampouco do Remo. Um garantido na Série A de 2008. Outro, na Série C. Mesmo assim, foi interessante como pano de fundo da festa. Antes de o rubro-negro descarregar a adrenalina pela presença de Ivete Sangalo, o clube paraense foi melhor e Ney evitou gol de Andrezinho, aos nove minutos.A partir dos 15, o Vitória organizou a partida. Aos 24, abriu o placar. Apodi, na terceira investida pela direita, chegou sem agonia à linha de fundo e tocou rasteiro para Sorato completar. Cerveja consumida, desperdiçada, comprada e doada, foi motivo para pedir mais.
Entre um sorriso e outro, veio o empate que muito torcedor não viu, embora, verdade seja dita, não mudasse coisa alguma. Ainda que seis minutos após o gol de Cicinho, marcado aos 34, Adriano Miranda tenha criado outra excelente oportunidade, esta desperdiçada por Romeu.
Diante de mais de 35 mil pessoas, sol forte, temperatura já elevada pela proximidade do Verão, som de charanga, batuque na arquibancada, o segundo tempo começou mais ritmado. A bola deslizava no gramado movida aos pés dos rubro-negros, que eram alvos, vez ou outra, do pé de algum paraense. Os cartões apareciam. Para os dois lados. Havia revide. Imagina se valesse vaga.
Aos nove, Sorato tocou por cima do gol vazio rebote de cabeçada dele mesmo, espalmada por Danrley e desviada na trave, após falta cobrada por Jackson. Três minutos depois, a cabeçada foi direto para fora.
Gersinho, provisório no banco de reservas enquanto Vadão cumpre suspensão de 30 dias imposta pelo STJD, mexia em busca do gol. Dos 11 aos 29, substituiu Jean, Chicão e Sorato por Wallace, Marcos e Adriano, três atletas formados no clube. Mas Danrley, inspirado, salvou no reflexo tentativa de Marcos, aos 31.
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Santa Cruz é rebaixado
O Ipatinga manteve viva a esperança de conquistar o título da Série B do Campeonato Brasileiro ao vencer o São Caetano, por 1x0, no Ipatingão. Com esse resultado, o time mineiro continua dois pontos atrás do líder Coritiba – 66 a 64 – e o campeão será conhecido somente na última rodada. Outros sete jogos, válidos pela 37ª rodada, foram realizados ontem. Num deles, o Santa Cruz perdeu para o Criciúma, por 1x0, em Santa Catarina, sendo rebaixado para a Série C. No ano passado, o time pernambucano tinha caído da Série A. Ituano e Remo já tinham sido vítimas do descenso.
O último rebaixado será definido sábado, última rodada, com todos os jogos a partir das 16h (de Brasília). Quatro times ainda estão ameaçados: Paulista, Santo André, Avaí e Gama. Por outro lado, desde a rodada anterior estão definidos os quatro times que vão disputar a Série A em 2008: Coritiba, Ipatinga, Portuguesa e Vitória.
A vitória do Ipatinga, com gol de Marinho Donizete aos 45 minutos do segundo tempo, adiou a definição do título para a última rodada, quando o time mineiro terá que vencer o Paulista, em Jundiaí, e torcer por uma derrota do Coritiba diante do rebaixado Santa Cruz, no Recife.
Na briga contra o rebaixamento, o Santa Cruz sofreu um gol logo aos 29 segundos, marcado por Odair, de cabeça, e perdeu por 2x0 (Odair marcou outro) para o Criciúma, que chegou aos 53 pontos, em sétimo lugar. Com apenas 42 pontos, em 18º, o Santa está rebaixado. O Gama respirou ao vencer o Barueri, na grande São Paulo, por 2x0. Assim ficou em 14º lugar, com 48 pontos. Quem voltou para a zona de perigo foi o Paulista, que perdeu, por 2x1, para o Fortaleza, no Ceará, sofrendo o segundo gol aos 48 minutos do segundo tempo. O time de Jundiaí, com 45 pontos, ocupa a 17ª posição.
Outros times comemoraram aliviados a saída da zona de perigo. A Ponte Preta chegou aos 49 pontos, em 13º lugar, ao empatar em casa por 1x1 com o Ceará, também livre, com 50 pontos, em 11º. O CRB fugiu da queda ao vencer o rebaixado Ituano, por 1x0, em Itu, alcançando os 50 pontos, em 12º.
Algumas partidas serviram apenas para cumprir tabela. Na Boca do Jacaré, mesmo com muitos reservas, a Portuguesa empatou com o Brasiliense, por 1x1, e confirmou a terceira posição, com 60 pontos. O time da casa ficou em oitavo, com 53.
No Barradão, a festa foi ao ritmo de muito axé. As cantoras Ivete Sangalo e Daniela Mercury, antes do jogo, envenenaram os torcedores do Vitória com um belo show. Em campo, o time da casa apenas empatou com rebaixado Remo, por 1x1, chegando aos 59 pontos. Mas a torcida nem ligou, tanto que aplaudiu o time visitante em vários momentos, até mesmo no momento do gol do adversário.
Os resultados da 37ª rodada: Ponte Preta 1x1 Ceará; Brasiliense 1x1 Portuguesa; Ituano 0x1 CRB; Ipatinga 1x0 São Caetano; Vitória 1x1 Remo; Fortaleza 2x1 Paulista; Criciúma 2x0 Santa Cruz e Barueri 0x2 Gama. (AE)
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Vitória: Ney; Apodi, Jean (Wallace), Anderson Martins e Daniel; Ramirez, Chicão (Marcos), Bida e Jackson; Joãozinho e Sorato (Adriano).Técnico: Gersinho (Vadão está suspenso pelo STJD).
Remo: Danrley; Diego Barros, Anelka e Gil; Cicinho, Maurício Oliveira, Ricardo Oliveira, Romeu, Andrezinho e Wellington; Adriano Miranda.Técnico: Bagé.
Local: Barradão.Gols: Sorato, aos 24min, e Cicinho, aos 34min do 1º tempo.Cartões amarelos: Chicão, Jean, Anderson Martins e Bida (Vitória); Andrezinho, Adriano Miranda, Ricardo Oliveira, Maurício Oliveira, Wellington e Anelka (Remo).Público: 35.433 pessoas.Renda: R$302.715.Arbitragem: Emerson Batista da Silva (PB), assistido por Erich Bandeira (Fifa-PE) e Elias Silva Almeida (PB).
Fonte: Correio da Bahia

Apagão motiva Espírito Santo a construir usina

Vitória, 16 de Novembro de 2007 - O apagão registrado no Espírito Santo em 26 de setembro deixou autoridades estaduais


Vitória, 16 de Novembro de 2007 - O apagão registrado no Espírito Santo em 26 de setembro deixou autoridades estaduais em alerta. Foram mais de sete horas no escuro que resultou num prejuízo para a economia de aproximadamente R$ 100 milhões, segundo dados da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado (Aspe). Em algumas empresas, por conta da tecnologia dos equipamentos, só foi possível retomar as atividades, depois de 23 horas. "Para nós este apagão foi um alerta e nos fez perceber que o Espírito Santo precisa de mais garantias no setor energético", disse a diretora geral da Aspe, Maria Paula Martins. O problema foi causado por sobrecarga na linha de transmissão Ouro Preto (MG)-Vitória. A falha começou em duas linhas de transmissão Campos-Macaé (RJ) e com isso o abastecimento de energia para grande parte do território capixaba passou a ser feito pelo linhão de Ouro Preto que depois também foi afetado. A preocupação em ampliar a geração de energia elétrica no estado, tema que já estava em discussão entre os governos estadual e federal, ganhou mais força ainda depois que a principal distribuidora de energia elétrica a Ecelsa, distribuidora do grupo Energias do Brasil, anunciou o que o planejamento energético preparado para um horizonte de dez anos está acontecendo agora. "Isso mostra que estamos em desenvolvimento e que, num curto prazo, vamos precisar de mais usinas", explica a diretora da Aspe. Os últimos investimentos realizados no setor elétrico do Espírito Santo foram realizados no ano passado por Furnas Centrais Elétricas, algo em torno de R$ 200 milhões, em linhas de transmissão e na modernização de duas subestações. Segundo Maria Paula Martins, o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hübner, entendeu a necessidade de investimentos em energia elétrica e o incremento de mais 500 megawatts (MW), que poderão ser gerados através de usinas térmicas movidas a gás natural. "A opção pelo gás natural vem ao encontro de nossa reivindicação porque queremos que parte dos 20 milhões de metros cúbicos que serão produzidos no Parque da Baleias fique aqui", justifica. Atualmente o Espírito Santo, conta com a energia gerada por Itaipu, Furnas e a PCH São João, além de duas usinas de bagaço de cana-de-açúcar e uma termelétrica a óleo combustível. Porém, a exemplo do estado de São Paulo, que pretende ser referência em cogeração, o governo capixaba espera ter sua matriz energética ampliada nos próximos quatro anos, cujo foco são as PCHs que juntas poderão produzir cerca de 200 MW. A construção de mais duas térmicas movidas a gás natural, também está nos planos do governo estadual. "Vamos precisar de muita energia para garantir às indústrias já instaladas aqui que aumentem sua produção. E também para suprir as que estão chegando. Creio que uma oferta adicional de 400 MW poderá dar mais conforto ao estado", enfatiza a diretora geral da Aspe. O consumo mensal de energia elétrica no estado capixaba é de 2.156 Megawatts (MW) e a oferta atinge 2.847 MW. A repórter viajou a convite da Energias do Brasil (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Ivonéte Dainese)
Fonte: Gazeta Mercantil

Cura da catarata está mais próxima

Cristine Gerk

Cientistas finlandeses usaram a física para descobrir detalhes sobre a formação da catarata que ajudarão nas pesquisas sobre como prevenir a maior causa de cegueira no mundo. A estabilidade na atração entre dois tipos de proteínas da lente natural do olho tem um papel fundamental para garantir a transparência da visão.
Em artigo publicado na revista Physical Review Letters, os pesquisadores explicaram que embora as proteínas da lente natural ocular se agreguem em pessoas saudáveis, a mistura de dois tipos diferentes de células pode não formar uma massa uniforme caso a atração seja forte demais.
- Apontamos uma nova direção de pesquisa necessária para entender a origem molecular da catarata. Considerando estes novos aspectos, surgirão avanços na cura da doença, que pode estar em métodos para prevenir a ocorrência destas agregações problemáticas - antecipa Giuseppe Foffi, do Instituto Romand de Pesquisa Numérica em Física de Materiais e da Escola Politécnica Federal de Lausanne, ambos na Suíça.
Controlar atrações intermoleculares como estas também podem ajudar a manter as partículas dispersas em processamento de materiais avançados, usados para fazer fibra ótica, e comida, segundo os cientistas. Além disso, o estudo pode ajudar na compreensão e cura de outras doenças que envolvam agregação de proteínas, como o mal de Alzheimer.
A lente do olho consiste num painel ordenado de células, preenchidas com água e proteínas. A lente é limpa só quando os tipos diferentes de proteínas estão corretamente dispersas. Se elas se agruparem demais, a catarata pode surgir porque os blocos dispersam a luz, assim como o vapor d'água que forma as nuvens.
Para chegar a estas conclusões, os cientistas fizeram simulações extensas por computador para reproduzir os resultados experimentais alcançados com neutrônios. Foram misturadas as amostras de duas das três principais proteínas da lente ocular.
- A maioria dos trabalhos na área se focou em estudar as soluções de só uma proteína por vez e em baixas concentrações. No nosso, estudamos concentrações semelhantes às encontradas in vivo - acrescenta Anna Stradner, física da Universidade de Fribourg, na Suíça. - Modelamos as partículas analisadas e descobrimos que há uma pequena janela em que a solução protéica fica estável, com uma atração leve. Isso é uma condição necessária para a transparência da lente.
Segundo Miguel Padilha, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, são realizadas por ano no Brasil cerca de 450 mil cirurgias de catarata, mas o número ainda está muito longe de atender as necessidades da população. Nos EUA, onde há cerca de 300 milhões de habitantes, há 2 milhões e 500 mil cirurgias por ano.
- Hoje, a única solução para o problema de catarata é cirúrgica, não existe outro tratamento. Se com esta nova descoberta chegarmos ao ponto de impedir o mal, o Estado terá uma grande economia e será um benefício enorme para a população - opina Miguel Padilha.
Segundo o oftalmologista, no Brasil deveríamos estar fazendo pelo menos 1 milhão de cirurgias por ano. O tempo de espera é em torno de três meses. A cirurgia não tem contra-indicação, e a pessoa deve operar o mais depressa possível, para não agravar o mal.
A evolução da técnica permite hoje incisões muito pequenas, entre 2 e 3 milímetros, o que dispensa a necessidade de sutur, possibilitando, assim, que o paciente seja submetido à cirurgia de catarata com anestesia tópica (apenas colírios). A pessoa sai da sala de cirurgia já enxergando, com uma visão bem próxima da visão esperada, o que costuma ocorrer um mês depois da cirurgia.
Fonte: JB Online

Nem a violência afasta turista brasileiro do Rio

Marcelo Migliaccio

Pelo menos dois mitos caem por terra quando se analisa a pesquisa sobre o turismo doméstico no município do Rio encomendada à Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) pela prefeitura carioca. O primeiro é o de que a violência afugenta os visitantes da capital fluminense; o segundo se relaciona à suposta aversão dos paulistas ao balneário vizinho.
Foram tabulados dados de 499 questionários respondidos por brasileiros que viajaram ao Rio em 2005. Entre as causas que afastam o turista da cidade, a violência aparece num imprevisível terceiro lugar (4,5% apontaram esse motivo para manter distância), atrás do alto custo da viagem (71,1%) e da falta de tempo e/ou oportunidades (22,9%).
Num rápido passeio pela orla de Copacabana neste feriadão é fácil comprovar esses índices.
- Claro que a violência assusta, mas o desejo de conhecer a cidade foi maior - afirma o alagoano Ricardo Augusto Freire, administrador de empresas de 40 anos, que aportou aqui pela primeira vez por motivo de lazer.
A paulistana Wilma Sá, agente de viagem, que já veio várias vezes à cidade, tem uma explicação para o fato de seus conterrâneos liderarem o ranking dos brasileiros que mais visitam o Rio para se divertir (49,3%, contra 14,7 de mineiros, os vice-campeões em predileção pela Cidade Maravilhosa).
- O paulista viaja muito. Nas férias e nos feriados, some de São Paulo - afirma Wilma, que também não ficou com medo da propalada criminalidade. - Na minha cidade também tem muito crime, a mídia potencializa muito casos isolados, mas, em todo caso, fico de olho na minha bolsa. Queria muito conhecer a Rocinha, deve ter muita gente boa lá, assim como tem muito ladrão ali (aponta para os prédios da Avenida Atlântica).
A chuva no feriadão, com certeza, frustrou pelo menos 52,9% dos turistas, para os quais as praias e o sol são os maiores atrativos da cidade.
- Esse tempo realmente não está legal, mas mesmo assim é bacana - consolava-se Paulo José Sandrim, que veio de Ribeirão Preto com a mãe para visitar o irmão, caso de 65,9% dos turistas domésticos, que chegam ao Rio a fim de rever seus parentes ou amigos.
A maior parte (30%) desembarca de ônibus, como a estudante Shayra Bettcher, 17, que deixou Vitória para fazer vestibular para medicina na UFRJ. Ela está hospedada na casa da colega Raquel Russo, na Tijuca - só 22,3% dos turistas optam por hotéis ou pousadas.
Embora gastem a maior parte do dinheiro da viagem com transporte para chegar (30,6%), uma das queixas mais ouvidas no rápido passeio pelo calçadão foi quanto à carestia, principalmente nos quiosques.
- Os preços aqui na praia são muito altos - reclamou Sharya.
A média diária gasta no Rio pelo turista brasileiro chega aos R$ 90,60, quase o triplo da despesa em outros lugares no país (R$ 36, 51).
Paulo José Sandrim, endossou a viajante capixaba:
- Aqui tudo custa o dobro do que se paga lá em Ribeirão Preto. A latinha de cerveja lá é R$ 1,50 e pagamos R$ 3 por esta aqui - disse, exibindo a loura gelada que sorvia num quiosque daqueles antigos.
Todos os turistas ouvidos pelo JB concordam também que a imagem da cidade veiculada na TV é uma das principais peças promocionais do Rio (8,7% dos entrevistados pela Fipe disseram isso). Mas muitos se decepcionam.
- Nas novelas tudo é bonitinho, arrumado, mas quando chegamos aqui não é bem assim - observou Paulo José Sandrim. - Vi muito prédio velho.
O alagoano Ricardo Freire também se decepcionou:
- Os quiosques estão muito sujos, tinha um esgoto na areia bem perto de onde sentei. Mas todo nordestino quer vir aqui.
A pesquisa apurou que o Rio é a quarta cidade mais almejada pelos brasileiros que planejam viagens, com preferência de 5,7% deles, atrás de Fernando de Noronha (14,4%), Fortaleza (13,3%) e Salvador (10,8%). Em quinto está Natal (5,2%) e, em sexto, Porto Seguro (4,5%). São Paulo aparece mais atrás, com 1,2%.
Fonte: JB Online

Quase dois séculos de tradição em risco

Carlo Iberê

Brasília São 181 anos de tradição política e legislativa que correm o risco de escorrer pelo ralo da História, carregados, nos últimos meses, por denúncias evidentes de comportamentos que não honram o nome de Câmara Alta, como também é conhecido o Senado brasileiro, composto por 81 nobres senadores, eleitos pelo voto direto, com mandatos de oito anos, duas vezes o tempo de um presidente da República atual.
Este ano, entre as efemérides, só para lembrar duas, estão a renúncia de Joaquim Roriz, então senador pelo PMDB do Distrito Federal, por suspeita de usar dinheiro não declarado à Receita Federal. E, claro, o festival de processos instaurados contra Renan Calheiros, presidente licenciado da Casa e senador do PMDB, que vão desde o uso de terceiros - laranjas - para a compra de veículos de comunicação em Alagoas, até a utilização de um amigo, funcionário de uma empreiteira, para pagar despesas extra-conjugais.
Nem sempre foi assim. A origem, pelo menos, foi um pouco mais nobre. Criado em decorrência da Constituição outorgada em 1824 por Dom Pedro I, o Senado do Império realizou sua primeira sessão em maio de 1826, com a eleição da Primeira Mesa Diretora. Em 1824, a Constituição definia ser o Brasil uma "monarquia centralista e hereditária", cujos poderes eram compostos pelo Executivo - formado pelo Imperador e seus ministros - o Judiciário - formado por juízes e jurados - o Moderador que vinha a ser o próprio Imperador, e o Legislativo, delegado a uma Assembléia Geral, formada pela Câmara e pelo Senado.
O Senado, segundo o site oficial na internet, "nasceu com raízes na tradição greco-romana, inspirado na Câmara dos Lordes da Grã-Bretanha e influenciado pela doutrina francesa de divisão e harmonia dos poderes do Estado e dos direitos dos cidadãos". Na história da humanidade, essa função legislativa tem seus primeiros registros nos "Conselhos de Anciãos", usados na Antigüidade oriental a cerca de 4000 a.C.. A evolução continuou com romanos e o Senatus, a mais tradicional e antiga assembléia política da Roma antiga.
No Brasil, a Casa começou com 50 senadores, representantes das Províncias, escolhidos pelo Imperador a partir de lista tríplice, para cargo vitalício, privativo de brasileiros natos ou naturalizados, com idade mínima de 40 anos. O rendimento anual "mínimo" era de oitocentos mil réis.
Fonte: JB Online

CPDOC: 1930 - 18 de novembro - É criada a OAB

Art.17 - Fica criada a Ordem dos Advogados Brasileiros, órgão de disciplina e seleção da classe dos advogados, que se regerá pelos estatutos que forem votados pelo Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, com a colaboração dos Institutos do Estado, e aprovados pelo governo".
Decreto nº 19.408
Os planos de reorganização da Corte de Apelação e da criação da Ordem dos Advogados do Brasil tomaram impulso com a eclosão da Revolução de 30.
Distanciado do modelo oligárquico vigente até então, o novo Estado, de caráter centralizador, propiciou o surgimento de novas forças no panorama político.
Nesse cenário, o procurador-geral do Distrito Federal, André de Faria Pereira, expôs ao ministro da Justiça, Osvaldo Aranha, a importância de modernizar o organismo da Corte de Apelação, com objetivo de aprimorar os serviços jurisdicionais e ampliar a produtividade de seus julgamentos.
Em resposta, o ministro confiou ao próprio procurador o desenvolvimento do decreto que foi assinado pelo chefe do Governo Provisório, Getúlio Vargas. Entre as determinações do decreto estava a criação da Ordem dos Advogados Brasileiros (depois, Ordem dos Advogados do Brasil).
Era o reconhecimento oficial da advocacia, como profissão e tarefa sócio-política.
A Ordem dos Advogados do Brasil é, desde então, a entidade máxima de representação dos advogados brasileiros.
Amanhã: Em 1967, De repente, morreu...
Fonte: JB Online

Cacique vem ao Rio apartar a briga

Kayo Iglesias

Para tentar conter a instabilidade no partido no Estado - notadamente as brigas entre o ex-governador Anthony Garotinho e o atual, Sérgio Cabral - o presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), desembarca no Rio esta semana, depois do feriado prolongado, com a missão de selar a paz na legenda. Os caciques peemedebistas já estão preocupados com que as faíscas se transformem em incêndio eleitoral em 2008 e 2010. Hoje, além do governo, o partido domina 43 das 92 prefeituras.
A intervenção da direção nacional vem no momento em que o diretório municipal do Rio foi dissolvido pela executiva estadual e substituído por uma comissão provisória, comandada pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Jorge Picciani.
A atitude foi a resposta de Garotinho à filiação do ex-tucano Eduardo Paes, secretário de Turismo, Esporte e Lazer de Cabral, trazido para o PMDB pelo governador às vésperas do prazo de inscrição dos pré-candidatos a prefeito nos partidos.
A fúria do ex-governador tem dois motivos. Um é o fato de que a candidatura de Paes quebraria o acordo aprovado pela executiva estadual de aliança com o DEM em 2008, no qual foi combinado que o cabeça-de-chapa viria dos democratas.
O outro é a postura contrária ao governo Lula, que Garotinho não faz a mínima questão de esconder. Depois da tensa reunião que escolheu na quarta-feira os membros da comissão provisória, o ex-governador chegou a esbravejar que a máquina controlada por Cabral estaria "trabalhando a favor do PT" em vários municípios dominados pelo partido.
O governador, por sua vez, curtia viagem aos Estados Unidos na ocasião, mas saiu fortalecido do embate. Cabral, que já provou que não quer ficar mal de jeito nenhum com o governo Lula, emplacou dois membros de seu grupo na comissão provisória: o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, e o senador Paulo Duque, seu suplente na Casa. Nem Cabral, nem Fichtner foram à reunião.
Segundo pessoas ligadas à cúpula do partido, o fiel da balança nas negociações será Picciani. Apesar de ter domicílio eleitoral na capital, o deputado tem redutos de influência em todo o interior do Estado. Como foi o sucessor de Cabral na presidência da Alerj e mira a vaga que o governador vai deixar no Senado - o mandato de Sérgio Cabral acaba em 2010 - exercerá papel estratégico na tentativa de conter os ânimos.
O que estaria em jogo na verdade, segundo pessoas próximas aos líderes peemedebistas, é a candidatura do partido em 2010 ao governo do Estado. Mesmo que a aliança com o DEM seja confirmada nas eleições do ano que vem, a legenda terá concorrente próprio a governador.
Garotinho, esvaziado politicamente depois de oito anos de mandato dele e da mulher, Rosinha, tenta uma volta ao Poder Executivo na sucessão de Cabral. O governador sonha mais alto, e negocia com o governo Lula para ser uma das opções ao tal consenso para presidente. Mas tem uma segunda opção: a reeleição no Estado. O que Temer vem fazer é costurar alguns acordos para evitar o desgaste prematuro do partido a três anos da eleição.
O próprio prefeito Cesar Maia (DEM) tratou de pôr lenha na fogueira: publicou sexta-feira na internet depoimentos de membros do PT que se dizem contra a aliança com Cabral, numa clara tentativa de desestabilizar a relação entre os dois partidos no Estado. Cesar, como Garotinho, é anti-Lula assumido: chegou a ser acusado de tramar a saraivada de vaias recebidas pelo presidente na abertura do Pan no Rio.
Fonte: JB Online

Opinião: Pena de morte para a CPMF!

Tucanos já foram a favor da CPMF, petistas já foram contra. Agora os papéis se invertem. Governo brasileiro nenhum abre mão de cerca de R$ 40 bilhões por ano. Quanto mais dinheiro tiver, mais despesas "irreversíveis" cria. Assim foi com Fernando Henrique, assim é com Lula. O atual governo ainda conta com a sede arrecadatória dos governadores, mesmo os tucanos, todos olhando para seu próprio umbigo e menosprezando interesses maiores dos partidos ou mesmo do país. O lema é "tudo por dinheiro".
Na oposição, o troféu de cinismo ao cubo fica com o PSDB, que ainda não acredita ser oposição. Com a desculpa de "oposição qualificada", despencou do muro para ações desencontradas que refletem as suas graves divisões internas. Governadores tucanos, inclusive os candidatos à Presidência, a favor da prorrogação do imposto; bancada federal contra o imposto e senadores atônitos, pressionados por todos os lados. A negociação do PSDB com o governo foi de um ridículo a toda prova. O governo pintou e bordou, atraindo os tucanos para a cilada de não discutir o imposto em si, mas sim, sua aplicação, como se fosse algo a merecer tratamento diferenciado em relaçãoa os demais gastos do governo. Conclusão: a tucanagem vocifera contra, mas não tem a coragem de fechar questão, o que deixa os senadores do PSDB à mercê das incursões de convencimento do Planalto ou outras ações obscuras, como se suspeita tenham sido alvo, embora ambos neguem peremptoriamente, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jéferson Peres (PDT-AM), na votação da Comissão de Constituição e Justiça.
O perigo para o governo nas últimas horas morava no campo minado em torno do senador Renan Calheiros, cuja obstinação em salvar seu mandato coloca em risco a prorrogação da CPMF. Renan parece ter votos suficientes no Senado para trocar a sobrevivência de seu mandato por votos que podem ser decisivos para Lula. Mais uma vez, o Planalto, pelo andar do camburão, prepara-se para abrir mão da "ética" em nome dos "superiores" interesses do governo.
A verdade nua e crua é que a população, que paga a conta, ficou órfã nessa questão. Nem o presidente Lula, que tanto preza a democracia e as consultas populares do coronel Chávez, lembrou-se, por exemplo, de uma consulta popular a esse respeito. Certamente iria levar uma vaia maior que a do Maracanã na abertura dos Jogos Pan-Americanos. A CPMF foi criada sob alegação de uma emergência na saúde e por iniciativa e aval do então ministro da Saúde, ilustre doutor Adib Jatene, homem que honra a ciência nacional e administrador competente. Os capetas de plantão no governo FHC encarregaram-se em transformar a CPMF em dinheiro destinado à vala comum do Ministério da Fazenda. Morreu a urgência e o ministro Jatene foi obrigado a salvar sua honra deixando o Ministério.
Surpreendem os argumentos usados pelo governo para defender a prorrogação. O ministro Mantega deu uma aula assustadora de ignorância (ou cinismo) ao dizer que poucos pagam a CPMF, esquecendo-se que ela se propaga em cascata e acaba explodindo nas mãos dos consumidores de produtos e serviços, especialmente das camadas mais pobres da população.
É uma excrescência cuja perpetuação anula a seriedade de qualquer proposta de reforma tributária, num país cuja economia caminha arqueada pelo peso dos impostos.
Mas nem tudo está perdido! Resta confiar na Providência Divina para barrar um imposto demoníaco que alimenta os cofres de um governo cujos gastos têm baixa qualidade e nenhum freio.
Fonte: JB Online

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