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quarta-feira, fevereiro 12, 2025

Inflação abranda, e não há mais justificativa para juros tão elevados

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 por Tribuna da Internet

Há um descompasso entre a inflação real e a taxa de juros da economia

Pedro do Coutto

A inflação oficial em janeiro de 2025 recuou para 0,16%, a menor taxa para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em 1994. O INPC, que mede a inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, não variou (0%). Os resultados não serviram para aplacar a sede do mercado financeiro, ou melhor, a sede de juros altos.

Os analistas financeiros se dividiram, uns vendo baixa nos preços dos alimentos, mas se alarmando com os serviços, enquanto outros observaram justamente o oposto. Apesar de o índice, no acumulado em 12 meses, ter ficado bem próximo do teto da meta de inflação, em 4,56%, o mote no mercado financeiro é de que o caos se aproxima.

DESACELERAÇÃO – Na economia real, a situação é diferente. O índice oficial tem desacelerado a inflação, convergindo para o centro da meta, e a combinação de diferentes instrumentos tende a contribuir com a melhora do quadro inflacionário, não apenas a calibragem periódica da taxa de juros. O grupo de alimentos ainda tem uma pressão inflacionária forte, marcada pelos fatores climáticos, pelo câmbio e pela conjuntura de produção e de colheita no mundo.

Porém, a expectativa é que haja uma desaceleração nos próximos meses, motivada inclusive por um câmbio mais favorável. Durante o último bimestre do ano, o mercado sofreu uma pressão altista na taxa de câmbio, que consequentemente produz um efeito em cascata sobre os demais preços da economia.

Com um processo de desaceleração ou redução gradual da taxa de câmbio, consequentemente, a pressão inflacionária sobre produtos que são negociados internacionalmente, tende a diminuir. Então, a expectativa é que a inflação se mantenha nessa tendência nos próximos meses.

TAXA BÁSICA – A menor pressão inflacionária abre espaço para uma taxa básica de juros menos ortodoxa, como está sendo adotada ao longo dos últimos meses. Ou seja, temos um descompasso entre a inflação real e a taxa de juros da economia. Aumentar a taxa de juros não produz um efeito direto sobre esses itens, que são muito voláteis, mas acaba produzindo um efeito negativo sobre a economia, impedindo que a capacidade produtiva do país seja aumentada, se expanda e se tenha a possibilidade de ter um crescimento econômico com menor pressão inflacionária no médio e longo prazo.

Então, só com os juros mais civilizados o país terá a capacidade de competir internacionalmente em melhores condições e ter uma economia que cresça sem os gargalos estruturais. Nesse sentido, há espaço para um processo mais adaptável da taxa básica de juros, ao invés do que o mercado financeiro anda projetando com taxa de juros acima de 15% neste ano.


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