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terça-feira, fevereiro 11, 2025

Ex-policial bolsonarista que matou petista em Foz vai a julgamento nesta terça

 Foto: Reprodução/Arquivo

Ex-policial bolsonarista que matou petista em Foz vai a julgamento nesta terça11 de fevereiro de 2025 | 09:22

Ex-policial bolsonarista que matou petista em Foz vai a julgamento nesta terça

brasil

O ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, 40, acusado de matar o guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda, começa a ser julgado nesta terça-feira (11), em um júri que definirá o desfecho do episódio mais emblemático de violência política na eleição de 2022.

Partes envolvidas no processo estimam que o julgamento, em Curitiba, deve se estender por dois ou até três dias.

O crime ocorreu em julho de 2022, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Guaranho é acusado pelo Ministério Público estadual de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum.

O crime aconteceu quando Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos em uma festa com símbolos e imagens do PT e de Lula, então candidato a presidente contra o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Arruda era tesoureiro do diretório municipal do PT.

Guaranho invadiu a festa e atirou contra o petista, que caiu ferido e chegou a reagir, disparando contra seu agressor. Mas Arruda não resistiu aos ferimentos.

Guaranho foi internado em um hospital e depois teve a prisão preventiva decretada. Em setembro de 2024, ele obteve uma decisão judicial que o permitiu migrar para a prisão domiciliar.

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público em 2022, os promotores de Justiça narram que Guaranho entrou no local gritando “petista vai morrer tudo”, antes de detonar os disparos contra a vítima.

O Ministério Público também registra na denúncia os momentos que antecederam a confusão na festa: “Inconformado com a explícita apologia ao principal adversário (Lula) do pré-candidato de sua preferência (Bolsonaro), Jorge Guaranho, da janela do seu veículo, deu causa ao que seria o início do enredo macabro, provocando indistintamente todos os convivas (que não conhecia)”.

Segundo a investigação, Guaranho gritava “Lula ladrão” e “PT lixo”, além de “Bolsonaro mito” e “aqui é Bolsonaro”.

O antagonismo político é incluído na denúncia da Promotoria como o motivo fútil, apontado como um agravante do homicídio. Os assistentes de acusação destacam o mesmo ponto.

“O júri tem grande relevância para toda a sociedade brasileira e deve ser um marco para o país. Ninguém pode ser alvo de violência em função de credo, origem ou posição política. Isso precisa acabar”, disse o advogado Daniel Godoy Júnior, um dos assistentes de acusação.

Já a estratégia da defesa de Guaranho é afastar a política do caso.

“A motivação não foi política e isto vai ficar bem claro ao final do julgamento. Esperamos esclarecer ao conselho de sentença todos os nuances do processo, temos toda dinâmica dos fatos em áudio e vídeo”, disse o advogado Samir Mattar Assad, responsável pela defesa de Guaranho.

O júri será conduzido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba.

No primeiro dia, serão definidos os membros do júri, por meio de sorteio. Depois, haverá a leitura de parte do processo e serão ouvidos testemunhas e peritos. Os debates entre acusação e defesa começam na sequência. Ao final, o conselho de sentença, formado pelos jurados, toma uma decisão.

Catarina Scortecci/Folhapress

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