Publicado em 10 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet
Hugo Marques
Veja
No final de dezembro, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, João Pedro Stédile, afirmou que 2023 foi o pior ano da história para o movimento. O avanço da reforma agrária, para ele, se mede por “ideias, conquistas políticas e sociais”, o que em sua avaliação não tinha ocorrido até o momento.
Duas semanas após as críticas, o governo Lula decidiu ampliar a presença do MST em órgãos consultivos federais.
SETE NOMEAÇÕES – A Secretaria-Geral da Presidência da República criou um grupo de trabalho com a finalidade de coordenar iniciativas para promover a participação social no G-20, no período em que o Brasil vai exercer presidência do grupo, nos próximos 12 meses. O G-20 reúne as 19 maiores economias do planeta mais a União Europeia e a União Africana, abrangendo dois terços da população mundial.
O governo escolheu sete representantes para compor o grupo de trabalho, sendo um deles a secretária Nacional de Diálogos Sociais da Presidência, Kelli Mafort.
Como mostrou Veja, Kelli liderou como coordenadora nacional do MST, em 2016, a depredação da fazenda do coronel João Baptista de Lima Filho, amigo do então vice-presidente da República Michel Temer. Caberá a Kelli e aos outros seis membros formular políticas
NA AGRICULTURA – Em outra frente, o governo prestigiou os sem-terra ao nomear um de seus coordenadores para compor, na condição de suplente, o Comitê Interministerial do Programa Nacional de Conversão de Pastagens do Ministério da Agricultura.
O escolhido é o militante Gilvan dos Santos. A titular também representa os sem-terra, mas não é ligada diretamente ao MST. Além de Kelli Mafort e de Gilvan dos Santos, o MST ocupa outros cargos importantes no governo Lula.
Milton Fornazieri foi nomeado secretário de Abastecimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Alexandre Conceição ocupa o posto de assessor especial do MDA. Marina Viana assumiu a coordenação do MDA no Mato Grosso. Valdir Misnerovic tem o mesmo cargo em Goiás. E Ayala Ferreira, membro da direção nacional do movimento, foi indicada como representante do grupo no ‘Conselhão’.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – As nomeações feitas por Lula lembram um ditado antigo que existe na administração pública. Se você não quer resolver uma questão, é fácil – basta criar um grupo de trabalho. Nada de novo no Front Ocidental, portanto. E toca o barco, diria Ricardo Boechat. (C.N.)